Plano dos EUA pelo cessar-fogo em Gaza é aprovado pela ONU

Nesta segunda-feira (10), o Conselho de Segurança da ONU aprovou um documento dos EUA sobre o cessar-fogo em Gaza. Após seis dias de negociação entre os integrantes, os EUA terminaram o projeto no último domingo. Na votação, 14 países votaram a favor e um se absteve, a Rússia.

Sofrimento desnecessário se prolonga a cada dia

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA na ONU, fez suas considerações ao conselho antes da votação.

“A resolução acolhe a nova proposta de cessar-fogo, que Israel aceitou, apela ao Hamas para que também a aceite e insta ambas as partes a implementarem integralmente seus termos sem demora e sem condições. Estamos esperando o Hamas concordar com o acordo de cessar-fogo que ele alega querer.”

Linda Thomas-Greenfield

Ela ainda acrescentou que o sofrimento desnecessário continua a cada dia que passa.


Renião do Conselho de Segurança da ONU em fevereiro de 2024 (Foto: reprodução/Angela Weiss/AFP/Getty Images embed)


Biden apresentou, em 31 de maio, um plano de cessar-fogo de três fases. Segundo ele, seria uma iniciativa israelense. Se as negociações levarem mais de seis semanas para a fase um, o cessar-fogo continuará, enquanto as negociações desenrolarem.

A sensibilização vem de todas as partes

Em março deste ano, o Conselho da ONU exigiu um cessar-fogo imediato, e que o Hamas libertasse todos os reféns, incondicionalmente.

Os EUA, Egito e Catar vem tentando, há meses, mediar um cessar-fogo. O Hamas teria dito querer interromper o conflito na Faixa de Gaza, mas que os israelenses deveriam ser retirados do território palestino, o qual abriga 2,3 milhões de pessoas.

O conflito iniciou quando o Hamas teria matado cerca de 1.200 pessoas em Gaza, no dia 7 de outubro do ano passado. De acordo com os israelenses, o Hamas mantém, desde então, mais de 100 pessoas reféns.

Israel teria lançado um contra-ataque aéreo, terrestre e marítimo no território palestino. De acordo com as autoridades de saúde de Gaza, mais de 36 mil pessoas foram mortas.

Ministro israelense renuncia ao Gabinete de Guerra após resgate de reféns

Benny Gantz, ministro do gabinete de guerra de Netanyahu, renunciou ao cargo neste domingo (09), apenas um dia após operação de resgate de reféns comandado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI). A operação conseguiu resgatar quatro reféns israelenses na cidade de Nuseirat, localizada na região central da Faixa de Gaza. Apesar de bem sucedida, a operação causou a morte de três outros reféns do Hamas. Segundo o grupo terrorista, um deles era cidadão norte-americano.

A saída de Gantz

O Gabinete de Guerra instaurado durante o governo de emergência de Benjamin Netanyahu era composto pelo próprio primeiro-ministro, pelo ministro da defesa Yoav Gallant e por Benny Gantz, um ex-comandante das Forças Armadas de Israel.

Gantz fez uma coletiva de imprensa para anunciar sua renúncia do cargo e fez declarações duras contra o governo. “Netanyahu está nos impedindo de avançar rumo a uma verdadeira vitória. É por isso que estamos deixando o governo de emergência hoje, com o coração pesado, mas com plena confiança”, disse Gantz. Ele também acusou o governo de estar procrastinando e hesitando em decisões estratégicas por causa de considerações políticas.


O ministro Benny Gantz anuncia sua renúncia por desacordos com o governo de Netanyahu (Foto: reprodução/Jack Guez/Getty Images embed)


A saída de Gantz havia sido ameaçada por ele antes, quando Gantz declarou que seu partido de centro-direita, o União Nacional, abandonaria o governo se um plano de resgate e para futuras ações contra o Hamas não fosse concretizado. Na época, o primeiro-ministro Netanyahu pediu que Gantz não deixasse o cargo, afirmando que deveriam permanecer unidos. Discurso este repetido por Netanyahu em resposta à renúncia de Gantz: “Israel está em uma guerra existencial em várias frentes. Benny, agora não é hora de abandonar a luta, é hora de unir forças.”

Pressão política ao governo de Netanyahu

Israel sofre pressão internacional devido às ações tomadas pelo governo em relação às ofensivas em Rafah, cidade ao sul da Faixa de Gaza que abriga milhares de palestinos refugiados. A invasão da cidade pelas forças israelenses forçou o deslocamento em massa dos refugiados, que tinham Rafah como o último asilo para escapar dos conflitos entre Israel e o Hamas. 

A operação de resgate foi conduzida no sábado (08) pelo Exército de Israel. O resultado foi 247 palestinos mortos e 698 feridos, alguns em estado grave. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo grupo Hamas. No final de maio, um bombardeio israelense incendiou um acampamento de refugiados que matou 45 palestinos.


As operações conduzidas em Rafah deixaram destruição e vários refugiados feridos e mortos (Foto: reprodução/Eyad Baba/Getty Images embed)


Durante as negociações de um cessar-fogo para resgate de reféns, Benny Gantz apoiou o acordo apresentado pelo presidente americano Joe Biden, que juntamente com o Egito e o Catar, trabalham como intermediadores entre o governo israelense e o Hamas. Gantz expressou seu desejo de que o primeiro-ministro demonstrasse coragem para apoiar Biden e fizesse de tudo para que o acordo avançasse.

Netanyahu sofre pressão política interna por sua reeleição, o que o faz rejeitar os acordos de cessar-fogo apresentados. O intuito do governo atual é realizar mais ações militares em Gaza para garantir uma “vitória total” contra o Hamas. 

Em repúdio à guerra em Gaza, Colômbia não fornecerá carvão para Israel

No último sábado (08), O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que vai suspender a exportação de carvão para Israel, em virtude da ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza. A Colômbia já havia rompido relações com Israel em maio deste ano, além de ter cessado a compra de armas fabricadas por países do Oriente Médio.

Petro já havia classificado o governo do primeiro ministro de Benjamin Netanyahu como “genocida”. E agora colocou no seu perfil do X que a suspenção das exportações permanecerá até o término do genocídio.

Exportação maciça de carvão

De acordo com a Associação Nacional de Comércio Exterior da Colômbia, noventa por cento das exportações para Israel são de produtos oriundos da mineração e da energia, incluindo o carvão.

A Colômbia teria exportado uma concentração considerável de carvão para Israel no período de janeiro a agosto do ano passado, 375 milhões de dólares. O carvão é um recurso estratégico para fabricação de armas, mobilização de tropas e fabricação de aparatos para operações militares.


Fornos de carvão na Colômbia (Foto: reprodução/Ferley Ospina/Bloomberg/Getty Images embed)


Receio, apesar do argumento sólido para a suspensão

Apesar do decreto do Ministério do Comércio, Indústria e Turismo Colombiano, a Associação Colombiana de Mineração manifestou preocupação com tal suspensão, devido ao acordo comercial com Israel desde 2020.

“Israel é um destino-chave para as exportações colombianas de carvão térmico. A proibição das exportações coloca em risco a confiança nos mercados e o investimento estrangeiro”.

ACM

Gustavo critica a postura que Israel vem tomando frente ao conflito em Gaza. Agentes do Hamas mataram 1.170 pessoas em Israel, o que provocou a reação Israelense de liquidar 36.801 pessoas em Gaza, a maioria de civis. Essa reação desproporcional teria sido alvo das reiteradas críticas do governo colombiano.

A CIJ (Corte Internacional de Justiça), mais alto órgão judicial da ONU, ordenou que Israel interrompesse as operações em Rafah no mês passado. Além disso, o procurador do TPI (Tribunal Penal Internacional) solicitou a emissão de mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu, Yoav Gallant (ministro da Defesa israelense) e três líderes do Hamas.

Militares israelenses são adicionados à lista de violência contra crianças pela ONU

Os militares de Israel foram adicionados a uma lista mundial de criminosos que cometem violência contra crianças. O Secretário Geral do Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, foi o responsável pela inclusão.

A lista está incluída em uma apresentação para o Conselho de Segurança da ONU, que acontecerá no dia 14 de junho.

O documento aparece dentro de um relatório sobre crianças e conflitos armados.

O relatório

Além da comentada lista, seis violações estão relatadas no relatório, como: Assassinato, ataques a escolas e hospitais, privação de acesso à ajuda e recrutamento, utilização de crianças na guerra, rapto e mutilação. De acordo com uma fonte diplomática anônima, O Hamas e a Jihad Islâmica também estarão na lista, mas ainda não foi divulgada a participação específica de cada grupo nos crimes.

Resposta de Israel


Benjamin Netanyahu e Gilad Erdan, em 2016 (Foto: reprodução/ GALI TIBBON/POOL/AFP via Getty Images Embed)


Segundo Gilard Erdan, emissário de Israel, ele foi devidamente notificado da decisão nesta sexta-feira (07), e classificou a medida como vergonhosa.

“Estou totalmente chocado e enojado com esta vergonhosa decisão do Secretário-Geral”, afirmou ele.

“O exército de Israel é o exército mais moral do mundo, por isso esta decisão imoral apenas ajudará os terroristas e recompensará o Hamas”, disse Erdan.

Guterres não se pronunciou sobre as acusações.

Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, disse que o Secretário, ligou para Erdan como “uma cortesia concedida aos países recentemente listados no anexo do relatório”.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro do país israelense, foi ainda mais enfático, e disse que a ONU  “se adicionou à lista negra da história quando se juntou àqueles que apoiam os assassinos do Hamas”.

Os dados

A ONU divulgou em maio, dados do Ministério da Saúde de Gaza, em que pelo menos 7.797 crianças foram mortas na faixa de Gaza, nesses 8 meses de guerra.

Mas, sobre o mesmo tema, o gabinete de comunicação social do governo de Gaza levanta o número de 15.500 crianças mortas.

Já em Israel, conta-se que no ataque de 7 de outubro, arquitetado pelo Hamas, 38 crianças foram mortas e mais 42 foram feitas de reféns. Dessas, 40 foram libertas, e 2 ainda estão sendo mantidas em cativeiro, segundo o Conselho Nacional para a Criança de Israel.

O objetivo, com a lista posta no relatório, é condenar ataques que atinjam crianças e pressionar os citados a tornarem indispensáveis medidas de proteção a crianças nos conflitos.

Netanyahu diz que autoriza proposta de Biden, mas a guerra só acabará com o fim do Hamas

Após o presidente norte-americano, Joe Biden anunciar o novo acordo de cessar-fogo em Gaza, Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, confirmou nesta sexta-feira (31), que autorizou a proposta para encerrar o conflito, porém ele afirma que o conflito realmente acabaria somente com a ‘’eliminação’’ militar e política do Grupo Hamas. 

Comunicado de Netanyahu

Em comunicado para seu gabinete, Netanyahu afirmou que nesse momento o governo busca uma forma de liberarem os reféns o mais rápido por possível, assim explicando a negociação de cessar-fogo no momento  

“O governo israelense está unido pelo desejo de conseguir o retorno de nossos reféns o mais cedo possível e está trabalhando para atingir esse objetivo”, comentou o primeiro-ministro. 


Netanyahu visita soldados em Gaza (Foto: reprodução/X/Benjamin Netanyahu)

“O primeiro-ministro autorizou a equipe negociadora a apresentar um projeto para alcançar esse objetivo, ao mesmo tempo em que insiste que a guerra não terminará até que todos os objetivos sejam alcançados, incluindo o retorno de todos os nossos reféns e a eliminação das capacidades militares e governamentais do Hamas”, continuou Netanyahu. 

Plano de Biden

Em pronunciamento na casa branca, Joe Biden apresentou a proposta para encerrar o conflito, que consistirá em três fases, a primeira etapa prevê um cessar-fogo que   duraria seis semanas, onde ocorrerá uma retirada das forças israelenses de áreas povoadas do território palestino. 

Durante o período de um mês e meio, começariam as negociações para iniciar à segunda fase, que buscaria o fim dos combates em conjunto a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, em adição da libertação de mulheres e crianças, com a possibilidade de o cessar-fogo durar mais tempo se as negociações continuarem. A terceira e última fase buscaria a libertação de todos os reféns que estão em Gaza. 


Joe Biden em entrevista (Foto: reprodução/AP Photo/Matt Rourke)

Resposta do Hamas

Durante o pronunciamento, o Presidente dos Estados Unidos pediu para que o Hamas, aceitasse o acordo. “É hora de esta guerra acabar”, comentou Biden. “Não podemos deixar passar esta oportunidade”, continuou. 

Algumas horas depois, o Grupo revelou em um comunicado em que está avaliando a proposta de cessar-fogo de maneira positiva. 

Biden nega que Israel pratica genocídio em Gaza

Joe Biden, o Presidente dos Estados Unidos, se manifestou em defesa de Israel, alegando que as forças israelenses não estão cometendo atos de genocídio em seus planos militares conta a força militante do Hamas na Faixa de Gaza, rejeitando as críticas de manifestantes conta o EUA e seu país aliado. 

Comunicado de Biden

O Comentário de Biden ocorreu em um evento do mês da herança Judaica Americana na Casa Branca, deixando de maneira enfática que acredita que Israel foi uma vítima no ataque que ocorreu em 7 de outubro no sul de Israel por militantes do grupo radical islâmico, que casou a morte de 1200 pessoas e fez centenas de reféns. 

“O que está acontecendo [em Gaza] não é genocídio. Rejeitamos isso”, disse o presidente sobre as recentes acusações, o democrata também deixou claro que o apoio dos EUA a segurança da população israelense continua ‘’Firme’’

Planos para salvar reféns e cessar-fogo

Biden comentou sobre as negociações para obter a liberdade de reféns doentes, feridos e idosos que estão detidos pelos militantes entre Israel e o Hamas estagnaram, porém prometeu que não pensar em desistir de obter sua liberdade. 

“Vamos levá-los para casa, vamos levá-los para casa, faça chuva ou faça sol”, comentou o presidente. 


Soldados de Israel (Foto: reprodução/Aris Messinis/AFP)

Biden também comentou sobre uma nova oferta de cessar-fogo em Gaza, algo que tinha reiterado no seu discurso de formatura no Morehouse College, no último domingo (26), mas agora acredita ser a melhor forma de encerrar o conflito. 

“Como alguém que tem um compromisso vitalício com Israel, como o único presidente americano que já foi a Israel em tempos de guerra, como alguém que acabou de enviar as forças dos EUA para defender diretamente Israel quando foi atacado pelo Irã, peço que deem um passo para trás e pensem no que acontecerá se esse momento for perdido. Não podemos perder este momento.”, continuou Biden. 


Joe Biden em visita a Israel (Foto: reprodução/Israeli Government Press Office/Anadolu Agency)

Nesses últimos messes, o político democrata, vem sofrendo uma crescente pressão política em seu partido pela maneira que está lindando com o conflito de Gaza.  

Ofensiva de Israel em Rafah deixa 45 mortos

No segundo dia de ataque do exército de Israel à cidade de Rafah, cerca de 45 pessoas morreram neste domingo (26). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27) pelo Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas. O ataque também deixou dezenas de feridos e destruiu tendas humanitárias após as explosões. A cidade abriga cerca de 1,5 milhão de realocados palestinos da guerra Israel-Hamas.

O ataque em Rafah

Segundo publicação feita pelo exército de Israel, o ataque aéreo tinha como alvo um complexo do Hamas em Rafah e os locais atingidos eram legitimados sob as leis internacionais, pois as forças do país tinham “informações precisas” que indicavam que a área era utilizada pelo grupo. Dois líderes do grupo terrorista foram mortos durante a operação. O exército israelense diz estar ciente dos civis feridos e analisa o caso.

Na sexta-feira passada, a Corte Internacional de Justiça, o mais alto tribunal da ONU, ordenou que Israel cessasse todas as operações militares em Rafah. A corte também determinou que o governo israelense permitisse o acesso da ajuda humanitária e de observadores externos, para monitorar a situação, pela fronteira entre o sul de Gaza e o Egito. A sentença é obrigatória, mas o tribunal não possui força policial para garantir que o país cumpra a decisão. 


Rafah tem sido bombardeada por Israel desde o início do ano. Agora, com os novos ataques, o país mostra que está descumprindo as ordens do tribunal internacional (Foto: reprodução/AFP/Getty Images Embed)


Em resposta à determinação da corte, o governo replicou que as alegações apresentadas eram “falsas, ultrajantes e nojentas” e que a campanha deles apenas opera em áreas específicas, sem arriscar a vida de civis da cidade. O Hamas comunicou que apoia o plano do tribunal de enviar representantes à Faixa de Gaza e que irá cooperar. Caminhões de ajuda humanitária vindos da fronteira de Kerem Shalom, controlada por Israel, começaram a entrar no território neste domingo (26). O Egito se recusa a coordenar a entrega da ajuda por Rafah enquanto o lado palestino da passagem for controlado por Israel, deixando a tarefa para as autoridades israelenses e para a ONU.

Ainda no domingo (26), o Hamas lançou foguetes contra a capital israelense, Tel Aviv, soando as sirenes e urgindo os cidadãos a se protegerem pela primeira vez em quatro meses. Israel afirma que pelo menos oito foguetes foram disparados e vários outros foram interceptados.

A importância de Rafah na guerra

Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, a cidade de Rafah foi o principal ponto de comunicação entre Gaza e o restante do mundo. A cidade também é a principal entrada de ajuda humanitária para os palestinos e o ponto de saída de estrangeiros e reféns libertados durante o cessar-fogo de novembro de 2023. Com o avançar do confronto, Rafah virou o último refúgio dos que tentam escapar dos horrores da guerra, com a cidade recebendo mais e mais refugiados, chegando ao número de 1,5 milhão.


A população local se reuniu em Ramallah para protestar contra os ataques de Israel no acampamento palestino (Foto: reprodução/Zain Jaafar/Getty Images Embed)


Israel também acredita que a cidade seja o último reduto do grupo terrorista, que teria inclusive uma rede de túneis na cidade. Com os novos ataques, a população israelense volta a pressionar o governo por um acordo de libertação dos reféns em Gaza e um cessar-fogo. O Egito e o Catar continuam a intermediar um acordo entre os dois, mas ainda não houve progresso nas negociações.

Israel ordena retirada de embaixadores europeus por reconhecimento de Estado Palestino

Nesta quinta-feira (23), Israel repreendeu embaixadores da Irlanda, Espanha e Noruega a respeito do plano desses respectivos governos em reconhecer um Estado palestino, de acordo com autoridades israelenses que desprezam essa iniciativa e a descrevem como “uma tentativa de ressucitar políticas antigas e fracassadas”.  

Os três países europeus anunciaram na quarta-feira (22) que reconheceriam um Estado palestino no dia 28 de maio, com objetivo de frear a ofensiva israelense na faixa de Gaza e reastivasr negociações de paz paradas já mais de uma década.


Israel repreende embaixadores (Vídeo: Youtube/Record News)

Conflito

O conflito persiste devido a fatores como a influência crescente dos militantes do Hamas que estão no controle de Gaza e que defendem a destruição de Israel, e a expansão contínua de assentamentos judaicos na Cisjordânia, se recusando a ceder seus territórios aos palestinos.

Uma escalada de violência, desencadeada por uma série de ataques que incluíram assassinatos e sequestros, atribuídos a membros do Hamas em outubro de 2017, exacerbou as tensões na região da Cisjordânia. Essa onda de violência resultou em uma diminuição significativa do ímpeto diplomático por parte de Israel em relação à busca pela paz.


Irlanda, Noruega e Espanha reconhecem Estado palestino (Vídeo: Youtube/UOL)

Reação de Israel

Em resposta aos recentes acontecimentos, autoridades israelenses expressaram preocupação com a segurança futura de seus cidadãos. “Se Israel aprendeu alguma coisa nos últimos meses, é que nossos filhos merecem um futuro melhor e mais seguro – não a ressurreição de políticas antigas e fracassadas”, declarou o porta-voz do governo, Avi Hyman.

Hyman enfatizou a posição de Israel sobre o reconhecimento de um Estado palestino, argumentando que tal medida não contribuiria para a paz, mas sim para a perpetuação do conflito. “O reconhecimento de um Estado palestino não promove a paz. Perpetua a guerra”, disse ele a repórteres. “Qualquer tipo de suposta solução para o conflito Israel-Palestina que comprometa a segurança de Israel não significa paz. Não haverá nenhum comprometimento em nossa segurança.”

Além disso, como parte de sua resposta às tensões crescentes, Israel convocou três enviados para o Ministério das Relações Exteriores em Jerusalém. Lá, eles foram apresentados a imagens anteriormente não divulgadas que mostravam membros do Hamas mantendo recrutas do exército feminino em cativeiro, informaram autoridades.

Como medida adicional, Israel também chamou seus próprios embaixadores em Dublin, Oslo e Madri para consultas. Enquanto isso, outras potências ocidentais sugerem que o reconhecimento de um Estado palestino deve ser discutido dentro do contexto das negociações em andamento.

Presidente Biden defende Israel e rejeita acusações de genocídio em Gaza

Nesta segunda-feira (20), durante um evento do Mês da Herança Judaica Americana na Casa Branca, o presidente dos EUA, Joe Biden, fez uma firme defesa de Israel. Ele rejeitou as acusações de genocídio das forças israelenses contra o Hamas em Gaza.

O presidente dos EUA enfatizou que, desde o ataque do Hamas em 7 de outubro que resultou na morte de 1.200 pessoas e no sequestro de centenas, Israel tem sido a vítima. “O que está acontecendo em Gaza não é genocídio”, declarou Biden.

O líder americano reafirmou o compromisso dos EUA com a segurança israelense: “estamos ao lado de Israel para eliminar Yahya Sinwar e os outros membros do Hamas. Queremos o Hamas derrotado. Estamos trabalhando com Israel para que isso aconteça.”

Críticas de ativistas pró- palestinos 

O presidente dos EUA, Joe Biden, tem sido alvo de intensas críticas de ativistas pró- palestinos. Em eventos pelo país, manifestantes têm protestado contra seu apoio a Israel, rotulando-o como “Joe Genocida”.

A pressão política sobre Biden aumentou dentro de seu próprio partido, devido à maneira como ele lidou com o conflito entre Israel x Palestina. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, o número de mortos palestinos ultrapassou 35 mil, e o governo israelense criou  péssimas condições humanitárias no território.


Nuvem de fumaça sobre Khan Yunis de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, durante o bombardeio israelense em 8 de janeiro de 2024 (Reprodução/ Said KHATIB /Getty Images Embed)


Biden critica pedido de prisão contra Netanyahu

Além disso, o líder americano criticou a decisão do promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI) de solicitar mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e seu chefe de Defesa por supostos crimes de guerra.

O promotor do TPI também anunciou a solicitação de mandados de prisão para o líder do Hamas, Yahya Sinwar, e outros dois dirigentes do grupo.

As negociações entre Israel e o Hamas estagnaram na tentativa de libertar reféns doentes, idosos e feridos ainda mantidos pelos militantes. No entanto, Biden assegurou que continuará buscando uma solução para esse impasse. O presidente também fez um apelo por um cessar-fogo imediato em Gaza.

Projeto de lei é aprovado pela Câmera para impedir que Biden retenha armas de Israel

Nesta quinta-feira (16), foi aprovado pela Câmara dos Deputados dos Estados Unidos o projeto de lei, liderado pelo Partido Republicano, para impedir que Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, interrompa o carregamento de armas americanas para Israel, caso o Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenasse uma invasão à cidade de Rafah, onde mais de um milhão de civis estão abrigados.

Após a entrevista à Erin Burnett da CNN, na semana passada, Biden vem enfrentando descontentamento e resistência de parlamentares de ambos os partidos.

Improvável aprovação pelo Senado


Presidente Joe Biden nas eleições (Foto: Reprodução/Instagram/@JoeBiden)

Com um placar 224 a 187, a Câmara aprova o projeto de lei impedindo Joe Biden, reprovando assim a forma como lida com a guerra entre Israel e Hamas em Gaza.

Acontece que o Senado, liderado pelos democratas, dificilmente seguirá com a aprovação do projeto de lei, assim como, a própria Casa Branca já comentou o veto ao projeto pelo Presidente, caso o Congresso o aprovasse.

A guerra

A disputa por territórios é o grande motivo para o conflito. A mistura entre religião e política, faz a confrontação durar mais de 70 anos e já resultou em milhares de mortos.

A origem dos territórios já foram ocupados por diversos povos como hebreus e filisteus, dos quais descendem os israelenses e palestinos.

O grupo radical Hamas, considerado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.

No outro lado, Israel exige seu reconhecimento como um estado judeu. Em uma ação para tomada de posse do território, Hamas, bombardeou Israel, em um ataque terrorista considerado o maior dos últimos anos. Após os ataques, o primeiro-ministro de Israel declarou guerra.

Essa guerra extensa atingiu recentemente um grupo de jovens que participavam de um festival de música, acarretando inclusive, na morte de um brasileiro. A quantidade de mortos de estende, entre civis e militares e não tem previsão para cessar ou ter qualquer tipo de acordo.