O Corinthians está na final da Copa do Brasil e escreveu mais um capítulo marcante de sua história recente em uma noite de fortes emoções na Neo Química Arena. Mesmo derrotado pelo Cruzeiro no tempo normal, o Timão mostrou frieza e personalidade para vencer a disputa por pênaltis, neste domingo, diante de mais de 45 mil torcedores. O grande protagonista foi Hugo Souza, que defendeu duas cobranças e conduziu a equipe paulista à decisão do torneio nacional.
A classificação teve um simbolismo especial para a Fiel. Do outro lado estava Cássio, ídolo histórico do Corinthians, agora defendendo as cores da Raposa. O reencontro trouxe tensão, lembranças e, principalmente, um roteiro dramático. Se Yuri Alberto parou no antigo camisa 12 alvinegro, Hugo Souza assumiu o papel de herói improvável, mantendo o time vivo quando a eliminação parecia iminente e garantindo a vaga com atuações decisivas no momento mais crítico da semifinal.
Cruzeiro assume o controle e pressiona desde o início
Em desvantagem após perder o jogo de ida em Belo Horizonte, o Cruzeiro entrou em campo com postura agressiva e assumiu o controle da partida desde os primeiros minutos. A equipe comandada por Leonardo Jardim apostou na posse de bola e na movimentação intensa do meio-campo, principalmente com Matheus Henrique e Matheus Pereira, que encontraram espaços e ditaram o ritmo do confronto na Arena.
A primeira grande chance surgiu aos 16 minutos, quando Matheus Pereira acertou um belo voleio, exigindo uma defesa espetacular de Hugo Souza. No rebote, Sinisterra tentou finalizar, mas foi travado por Gustavo Henrique, que evitou o gol celeste. O goleiro corintiano voltou a trabalhar aos 24, em chute perigoso de Kaio Jorge, mostrando que seria bastante exigido ao longo da noite.
A insistência mineira foi recompensada aos 39 minutos. Após a saída de Sinisterra por lesão, Arroyo entrou bem e, em sua primeira participação decisiva, ganhou disputa de Matheuzinho e cabeceou firme para abrir o placar. O gol esfriou momentaneamente a torcida corintiana e deu novo fôlego ao Cruzeiro, que passou a acreditar ainda mais na virada do confronto.
Corinthians vence na Neo Química Arena (Vídeo: reprodução/YouTube/geTV)
VAR valida segundo gol, Timão reage e leva decisão aos pênaltis
Logo no início da segunda etapa, o Cruzeiro chegou a ampliar. Aos quatro minutos, Kaio Jorge avançou com liberdade pela defesa alvinegra e rolou para Arroyo marcar novamente. Inicialmente anulado por impedimento, o lance foi revisado pelo VAR, que confirmou o gol e colocou a Raposa em vantagem de 2 a 0 no placar agregado, deixando o Corinthians em situação delicada.
A reação do Timão, porém, foi imediata. Aos nove minutos, Bidu aproveitou falha de Cássio, que não conseguiu afastar corretamente de soco, e descontou para os donos da casa. O gol incendiou a Neo Química Arena e mudou completamente o cenário da partida. Empurrado pela torcida, o Corinthians passou a dominar as ações e empilhou oportunidades claras para empatar.
Memphis Depay e Garro obrigaram Cássio a fazer grandes defesas, enquanto Bidu acertou o travessão em uma finalização perigosa. Breno Bidon também teve chance clara, mas parou na trave. Apesar da pressão intensa e do volume ofensivo, o placar não voltou a se alterar, mantendo a vitória mínima do Cruzeiro no tempo regulamentar e levando a semifinal para a dramática disputa por pênaltis.
VOCÊ É F*D@, HUGO! 🎯
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— Corinthians (@Corinthians) December 15, 2025
Hugo Souza mas uma vez salva o timão nos pênaltis (Foto: reprodução/X/Corinthians)
Hugo Souza decide, elimina a Raposa e leva o Timão à final
Nas cobranças, o equilíbrio inicial deu lugar ao protagonismo dos goleiros. Pelo Cruzeiro, Matheus Pereira, Wanderson, William e Lucas Silva converteram suas penalidades com segurança. Pelo lado corintiano, Memphis, Garro e Vitinho marcaram, mas Yuri Alberto teve sua cobrança defendida por Cássio, reacendendo o temor da eliminação entre os torcedores.
O momento mais tenso veio quando Gabigol caminhou para a marca do pênalti. Se convertesse, o atacante decretaria a eliminação do Corinthians. No entanto, o camisa 9 bateu fraco, no canto direito, e Hugo Souza caiu com precisão para defender, mantendo o Timão vivo. Gustavo Henrique marcou na sequência e levou a decisão para as cobranças alternadas.
Nelas, Hugo voltou a brilhar ao defender a cobrança de Walace, outro reforço badalado do Cruzeiro que entrou apenas nos minutos finais. Coube a Breno Bidon a responsabilidade de finalizar a disputa. Com tranquilidade, o jovem converteu sua batida e selou a classificação alvinegra diante de uma Arena em êxtase.
Finalista da Copa do Brasil, o Corinthians agora sonha com o tetracampeonato. Campeão em 1995, 2002 e 2009, o clube aguarda o vencedor do confronto entre Fluminense e Vasco para conhecer seu adversário na grande decisão. Após uma noite de sofrimento, superação e heroísmo, o Timão mostrou que, em mata-mata, sua camisa segue pesada e capaz de resistir até nos momentos mais adversos.
