Casa Branca divulga imagens de Trump durante ataque dos EUA a alvos nucleares no Irã

O departamento de comunicação da Casa Branca divulgou, na noite do último sábado (21), imagens do presidente Donald Trump coordenando os ataques a três instalações nucleares iranianas. Diretamente dos EUA e sob o seu comando, as plantas nucleares nas cidades de Fordow, Isfahan e Natanz, no Irã, foram bombardeadas. 

A ação foi condenada por membros da oposição ao governo Trump. Conforme informações, a ofensiva não teve o apoio do Congresso norte-americano.  A deputada Alexandria Ocasio-Cortez e o deputado Jim McGovern declararam que Donald Trump tomou uma decisão unilateral “arrastando os EUA para uma guerra no Oriente Médio“.

Sala de situação

Na investida dos EUA contra o Irã, na sala de situação da Casa Branca, juntamente com Donald Trump, estavam presentes: o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Estado Marco Rúbio, o secretário de Defesa dos EUA Peter Hegseth, além de militares e outras autoridades estratégicas estadunidenses. 

Em declaração após os bombardeios, o presidente Trump afirmou que a ação “quebrou as pernas” do regime liderado pelo Aiatolá Ali Khamenei, líder supremo iraniano, e declarou que a ação poderá “trazer paz” ou “tragédia” para o Irã, a depender dos próximos passos dados pelo país do Oriente Médio.


Donald Trump e demais autoridades dos EUA monitorando o ataque ao Irã (Foto: reprodução/Instagram/@whitehouse)


Em seu discurso, Donald Trump declarou, ainda, que caso haja uma retaliação por parte do Irã contra os EUA, a resposta “virá com muito mais força” do que foi nesta ofensiva. No entanto, autoridades iranianas, entre elas o próprio aiatolá Ali Khamenei, informaram que não se renderão e não farão acordos mediante “coerção”.  

O ministro de Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, publicou em suas redes sociais que os ataques “terão consequências duradouras” e que o Irã utilizará “todas as opções” para contra-atacar. Na madrugada deste domingo (22), horário local, o Irã bombardeou cidades israelenses, incluindo a cidade de Tel Aviv.

Reação mundial

Após os ataques dos EUA contra instalações nucleares iranianas, líderes de grandes potências mundiais condenaram a ofensiva realizada pela Casa Branca. Tanto autoridades da China quanto da Rússia criticaram a ação dos EUA, uma vez que, segundo informaram, a ofensiva agrava a situação no Oriente Médio.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da China declarou que “as ações dos EUA violam gravemente os propósitos e princípios da Carta da ONU e do direito internacional, e exacerbaram as tensões no Oriente Médio”. Informando ainda que o país está pronto para trabalhar pela paz na região. 


Publicação do Ministério das Relações Exteriores da China sobre a ofensiva dos EUA contra o Irã (Foto: reprodução/X/@MFA_China)

Kaja Kallas, vice-presidente da União Europeia, pede que as negociações sejam retomadas para um cessar-fogo entre Israel e Irã. Jean-Noel Barrot, ministro das Relações Exteriores francês, solicita que o conflito seja resolvido dentro dos termos do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP). A Alemanha se mantém cautelosa e informa que o chanceler do país, Friedrich Merz, avalia a situação. Já o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declara apoio aos EUA, informando que a ação foi necessária para barrar a ascensão do programa nuclear iraniano.

Irã responde com novos ataques a Israel após instalações nucleares serem alvejadas

Em resposta aos últimos ataques realizados por Israel, as forças aéreas iranianas realizaram nesta sexta-feira (20), uma nova ofensiva contra o território israelense. A ação fez com que autoridades do governo de Benjamin Netanyahu emitissem um alerta à população para buscarem abrigos até o final desta ofensiva.

Em nota, as Forças de Defesa de Israel (IDF) informam que diversas áreas do país estão sob ataque iraniano. Solicitando para a população obedecer às instruções do Comando Interno até que a Força Aérea de Israel possa eliminar por completo a ameaça.

Novo comunicado

Agora há pouco, as Forças de Defesa de Israel (IDF) emitiram um novo comunicado para a população deixar as áreas protegidas nos locais que estiveram sob o ataque iraniano. Conforme informado, a situação já está controlada e, no momento, o Comando da Frente Interna avalia a situação. 

Em sua página oficial de notícias, o Mossad, Serviço de Inteligência de Israel, informa que há 17 feridos, sendo que 3 deles possuem ferimentos graves. Contudo, não há informações de quais cidades foram atingidas nessa nova ofensiva iraniana. Estima-se que Haifa, cidade israelense ao norte do país, foi alvo de mísseis lançados pelo Irã.


Relato de feridos em Israel após novo ataque iraniano (Vídeo: reprodução/X/@MOSSADil)

Antes do ataque, o presidente iraniano Masoud Pezeshkian declarou que o Irã tem buscado a paz, no entanto, informou que “a única maneira de acabar com a guerra imposta é parar incondicionalmente a agressão inimiga e fornecer uma garantia definitiva para acabar com as aventuras dos terroristas sionistas para sempre”. Pezeshkian acrescenta que haverá respostas mais duras, caso os ataques israelenses continuem contra a população iraniana.

Início e desdobramentos do conflito

Na madrugada de 13 de junho (2025), horário local, iniciou-se o conflito armado entre Israel e Irã com o governo israelense de Benjamin Netanyahu, utilizando mais de 200 caças para atacar alvos estratégicos iranianos. Ao todo, mais de 100 locais foram alvejados. Incluindo instalações nucleares nas cidades de Fordow, Natanz e Isfahan. 

Militares e funcionários do alto-escalão iraniano foram mortos. Entre eles, Mohammad Bagheri, Hossein Salami, Amir Ali Hajizadeh e Gholam-Ali Rashid, generais com posições estratégicas dentro das forças armadas do país. Cientistas nucleares também foram alvejados, além de centenas de civis.

Antes da ofensiva, o Mossad, Serviço de Inteligência de Israel, sabotou o sistema de defesa aéreo iraniano, fazendo com que a capacidade do país em se defender fosse reduzida. Abrindo espaço para o ataque coordenado israelense, inclusive contra a capital Teerã e contra a TV estatal iraniana.  Segundo Netanyahu, o ataque ocorreu para impedir a expansão nuclear do Irã, o qual é acusado pelo governo israelense de desenvolver meios para obtenção de armamento nuclear.  


Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel informando sobre o início do conflito armado contra o Irã (Vídeo: reprodução/Instagram/@israelipm)


O Irã revidou o ataque contra Israel no dia seguinte, 14 de junho (2025), utilizando drones, mísseis balísticos e hipersônicos. As principais cidades israelenses alvos foram Bat Yam, Ramat Gan, Rehovot, Haifa, além de Tel Aviv. O “Domo de Ferro”, sistema de defesa de Israel, conseguiu interceptar em torno de 90% dos ataques iranianos. 

O contra-ataque israelense foi direcionado às cidades iranianas de Kermanshah, Abadan, Piranshahr e Teerã. A ofensiva deixou mortos, feridos e destruição de edificações e instalações dos dois lados, pesando mais para o lado do Irã, até o momento.

Hoje, sexta-feira (20), o conflito entra em seu oitavo dia com ataques de ambos os países. A ofensiva, que estava restrita a algumas áreas específicas, agora se alastra para diversos novos pontos. Tanto Israel quanto o Irã têm lançado sucessivos ataques mútuos, colocando o mundo em alerta para uma possível desestabilização geopolítica no Oriente Médio, em uma possível escalada envolvendo vários países aliados, com desdobramentos globais.