O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um discurso duro na ONU nesta sexta-feira (26), criticando países ocidentais que decidiram reconhecer o Estado da Palestina. Para ele, essa atitude equivale a transmitir a mensagem de que “matar judeus compensa”. A fala foi uma reação direta ao movimento diplomático de nações como França, Reino Unido, Austrália e Canadá, que optaram por apoiar oficialmente a independência palestina em meio à guerra prolongada em Gaza.
Netanyahu afirmou que não haverá reconhecimento de um Estado palestino por parte de Israel, reforçando a posição de seu governo após os ataques de 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas em território israelense. A ofensiva de resposta já deixou mais de 65 mil mortos em Gaza, segundo autoridades locais.
Diplomatas de outros países saíram antes do discurso de Netanyahu
O clima na Assembleia Geral foi tenso. Vários delegados deixaram o salão quando Netanyahu subiu ao palco, enquanto outros o aplaudiram de pé. O premiê acusou líderes mundiais de cederem à pressão de uma mídia parcial e de grupos extremistas, mas afirmou que, nos bastidores, muitos agradecem aos serviços de inteligência de Israel.
Durante seu discurso, Netanyahu também enviou uma mensagem direta aos reféns ainda mantidos em Gaza, garantindo que Israel não os esqueceu e que continuará tentando trazê-los de volta. Ele contou que instalou alto-falantes na fronteira para que suas palavras pudessem ser ouvidas dentro do enclave palestino.
Antes de Netanyahu começar o discurso, diversas delegações saíram do salão da ONU (Vídeo: Reprodução/X/@siteptbr)
Prometeu reforçar a guerra no Oriente Médio
O primeiro-ministro disse estar comprometido em manter a guerra até a destruição completa do Hamas, mas enfrenta críticas internas de famílias dos reféns e de parte da opinião pública israelense, cansada do conflito. Mesmo assim, segue contando com o apoio dos Estados Unidos, que reforçam o veto a uma adesão plena da Palestina à ONU.
Paralelamente, o presidente palestino Mahmoud Abbas agradeceu aos países que reconheceram o Estado palestino e defendeu que sua autoridade assuma o controle de Gaza no pós-guerra, sem a presença do Hamas. Já Donald Trump, aliado de Netanyahu, declarou que não permitirá a anexação da Cisjordânia, sinalizando possíveis tensões no próximo encontro entre os dois líderes.
