Neatnyahu critica países que reconhecem o Estado da Palestina

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um discurso duro na ONU nesta sexta-feira (26), criticando países ocidentais que decidiram reconhecer o Estado da Palestina. Para ele, essa atitude equivale a transmitir a mensagem de que “matar judeus compensa”. A fala foi uma reação direta ao movimento diplomático de nações como França, Reino Unido, Austrália e Canadá, que optaram por apoiar oficialmente a independência palestina em meio à guerra prolongada em Gaza.

Netanyahu afirmou que não haverá reconhecimento de um Estado palestino por parte de Israel, reforçando a posição de seu governo após os ataques de 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas em território israelense. A ofensiva de resposta já deixou mais de 65 mil mortos em Gaza, segundo autoridades locais.

Diplomatas de outros países saíram antes do discurso de Netanyahu

O clima na Assembleia Geral foi tenso. Vários delegados deixaram o salão quando Netanyahu subiu ao palco, enquanto outros o aplaudiram de pé. O premiê acusou líderes mundiais de cederem à pressão de uma mídia parcial e de grupos extremistas, mas afirmou que, nos bastidores, muitos agradecem aos serviços de inteligência de Israel.

Durante seu discurso, Netanyahu também enviou uma mensagem direta aos reféns ainda mantidos em Gaza, garantindo que Israel não os esqueceu e que continuará tentando trazê-los de volta. Ele contou que instalou alto-falantes na fronteira para que suas palavras pudessem ser ouvidas dentro do enclave palestino.


Antes de Netanyahu começar o discurso, diversas delegações saíram do salão da ONU (Vídeo: Reprodução/X/@siteptbr)


Prometeu reforçar a guerra no Oriente Médio

O primeiro-ministro disse estar comprometido em manter a guerra até a destruição completa do Hamas, mas enfrenta críticas internas de famílias dos reféns e de parte da opinião pública israelense, cansada do conflito. Mesmo assim, segue contando com o apoio dos Estados Unidos, que reforçam o veto a uma adesão plena da Palestina à ONU.

Paralelamente, o presidente palestino Mahmoud Abbas agradeceu aos países que reconheceram o Estado palestino e defendeu que sua autoridade assuma o controle de Gaza no pós-guerra, sem a presença do Hamas. Já Donald Trump, aliado de Netanyahu, declarou que não permitirá a anexação da Cisjordânia, sinalizando possíveis tensões no próximo encontro entre os dois líderes.

Netanyahu desafia líderes globais em discurso na ONU

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um discurso duro na Assembleia Geral da ONU, nesta quinta-feira (26), direcionando críticas à postura de líderes mundiais diante da guerra em Gaza. O chefe de governo acusou a comunidade internacional de abandonar Israel em meio ao conflito e de se curvar diante de pressões externas.

Lideranças internacionais perdem apoio a Israel

Netanyahu lembrou que, após os ataques de 7 de outubro, muitos países condenaram a violência contra Israel, mas a solidariedade se dissipou quando o governo decidiu reagir militarmente. Para o premiê, o apoio inicial não resistiu às pressões políticas e às críticas sobre as consequências humanitárias da ofensiva em Gaza, marcada por milhares de vítimas civis e destruição em larga escala.

O líder israelense argumentou que a mudança de posição internacional representa um enfraquecimento na luta contra o terrorismo e coloca em risco não apenas Israel, mas também a estabilidade global. Em tom irônico, declarou:

Há um ditado familiar, ‘quando as coisas ficam difíceis, os fortes entram em ação.’ Bem, para muitos países aqui, quando as coisas ficaram difíceis, vocês se curvam. E aqui está o resultado vergonhoso desse colapso.”

Benjamin Netanyahu

Ele então acusou os líderes mundiais de travar uma “guerra política e legal contra Israel”, alegando que essa postura reforça campanhas de grupos extremistas e setores antissemitas. Para Netanyahu, a comunidade internacional escolheu criticar Tel Aviv em vez de enfrentar ameaças comuns que, segundo ele, já ultrapassam fronteiras e ameaçam a segurança coletiva.


Benjamin Netanyahu discursando em reunião da ONU (Foto: reprodução/
Michael M. Santiago / Getty images embed)


Discurso de Netanyahu divide a ONU

Na sequência, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu elevou ainda mais o tom de suas críticas, declarando:

Vocês estão apaziguando o seu caminho para fora da jihad, sacrificando Israel. Esta não é uma acusação de Israel. É uma acusação contra você. É uma acusação de fracos líderes que precisam apaziguar o mal em vez de apoiar uma nação cujos bravos soldados guardam você no portão. Eles já estão penetrando seus portões.”

Benjamin Netanyahu

A reação ao pronunciamento foi imediata e dividida entre os presentes. Delegações críticas classificaram o discurso como excessivamente agressivo e distante dos esforços diplomáticos para encerrar a guerra em Gaza. Para esses países, o posicionamento de Netanyahu reforça a escalada militar e dificulta a busca por negociações de paz.

Por outro lado, aliados históricos de Israel ressaltaram a necessidade de proteger a segurança nacional do país diante de ameaças terroristas. Alguns diplomatas afirmaram que o discurso, embora duro, reflete a percepção de isolamento que Israel enfrenta e a urgência em reafirmar sua legitimidade internacional.

A postura do primeiro-ministro evidenciou como o conflito no Oriente Médio continua a dividir a comunidade internacional. Enquanto uns pedem cessar-fogo imediato e acusam Tel Aviv de violações de direitos humanos, outros defendem o direito de Israel de reagir contra ataques. Essa polarização mostra o quanto a guerra em Gaza permanece como um dos maiores desafios diplomáticos da atualidade.

Mahmoud Abbas pede Estado Palestino e condena Hamas em discurso na ONU

Nesta quinta-feira (25), Mahmoud Abbas, então presidente da Autoridade Palestina, discursou por videoconferência na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (AGNU). De antemão, Abbas não recebeu visto para entrar nos Estados Unidos da América, decisão tomada pelo governo de Donald Trump.

Assim, o político palestino afirmou que não haverá paz sem a criação de um Estado da Palestina. Ele também condenou o grupo Hamas e declarou disposição para dialogar com Trump, mesmo reconhecendo a aliança norte-americana com Israel.

Defesa da Palestina e reconhecimento internacional

A princípio, o líder palestino reforçou que a convivência pacífica entre Palestina e Israel só será possível com justiça. Além disso, destacou a necessidade de instituições modernas, capazes de garantir segurança e estabilidade. Abbas agradeceu o apoio dos 149 países que já reconheceram a Palestina como Estado, incluindo Canadá, França, Portugal e Reino Unido.


Mahmoud Abbas discursa virtualmente durante a AGNU em Nova York, EUA (Foto: reprodução/David Dee Delgado/Bloomberg/Getty Images embed)


Apesar do avanço, Donald Trump criticou esses reconhecimentos em seu discurso na ONU. Sendo assim, o republicano reiterou sua oposição à legitimidade internacional da Palestina e cobrou a libertação imediata de reféns israelenses mantidos pelo Hamas.

Condenação ao Hamas e promessa de governo sem armas

Ainda, Abbas fez duras críticas ao ataque do Hamas contra Israel em outubro de 2023. Ele afirmou que as ações não representam o povo palestino. Além disso, assegurou que o grupo não terá papel em um eventual novo governo de Gaza.

O presidente também pediu que as facções armadas entreguem suas armas à Autoridade Palestina. Segundo ele, o objetivo é criar um Estado estruturado, com forças legais e seguras. Abbas classificou os ataques israelenses em Gaza como “crimes de guerra” e acusou Netanyahu de usar a fome como arma.

Relação com Trump e críticas a Israel


Donald Trump discursa durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) (Foto: reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images embed)


Apesar das divergências, Abbas disse estar pronto para trabalhar com Donald Trump no plano de paz aprovado em setembro. Ele acusou Israel de descumprir os Acordos de Oslo e de prolongar o conflito. Segundo Abbas, apenas o fim da ocupação militar pode abrir caminho para a paz duradoura.

Ao passo que o conflito israelense-palestino continua como um dos maiores impasses do século XXI. Com a guerra em Gaza e as negociações paralisadas, consequentemente o discurso do presidente da Autoridade Nacional Palestiniana traz novamente à tona o debate sobre a criação de um Estado Palestino no centro da Assembleia Geral da ONU.

Brasil vê tendência de condenações a Israel na Assembleia da ONU

A República Federativa do Brasil aposta em fortes condenações a Israel durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que começa nesta terça-feira (23), em Nova York. A princípio, fontes do governo afirmam que a posição israelense se tornou insustentável diante das recentes ações em Gaza e na Cisjordânia.

Logo, países europeus já anunciaram apoio ao reconhecimento da Palestina como Estado, entre eles França, Canadá, Portugal e Bélgica. Para o governo Lula, pelo menos 150 países devem se alinhar à proposta.

Pressão global e contradição europeia exposta

Sobretudo, fontes brasileiras afirmam que Israel já ocupa a posição de “vilão” no cenário internacional. A conferência sobre os dois Estados, organizada por França e Arábia Saudita, reforça esse movimento. O presidente Emmanuel Macron atua nos bastidores para ampliar o apoio. Já no Brasil, o Palácio do Planalto vê a mudança como confirmação de sua postura desde o início de 2024. O governo avalia que a palavra “genocídio” aparecerá em muitos discursos, mesmo sem consenso formal da ONU.

Diante do cenário, autoridades brasileiras afirmam que a Europa não pode condenar a Rússia e poupar Israel. Consequentemente, isso destruiria a narrativa contra a invasão da Ucrânia. A comparação se tornou central na estratégia diplomática de Lula. O presidente brasileiro também terá encontros paralelos em Nova York. A agenda prevê um evento conjunto com a Espanha sobre democracia e combate ao extremismo. Segundo o Itamaraty, Donald Trump, então presidente dos EUA, não será convidado, para evitar legitimar discursos radicais.


Israel condenou Brasil por avaliar atos genocidas (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Escalada militar em Gaza

Enquanto cresce a pressão internacional, Israel avança com tropas em Gaza. O porta-voz militar Effie Defrin confirmou que reservistas foram convocados para ocupar áreas estratégicas. Por um lado, críticos alertam que a ofensiva deve gerar deslocamentos em massa de civis. Por outro lado, a ONU já acusou Israel de práticas genocidas em Gaza.

Assim, relatórios citam assassinatos, destruição de condições de vida e restrições que configuram crimes previstos pelo Direito Internacional. Apesar da pressão, os Estados Unidos seguem apoiando Israel. Anteriormente, a capital Washington vetou resoluções que exigiam cessar-fogo e acesso irrestrito à ajuda humanitária, aumentando tensões na diplomacia global.

Lula expressa apoio ao Catar e reforça defesa de dois Estados

Nesta sexta-feira (19), foi divulgada uma nota oficial pelo Palácio do Planalto que informou que o presidente Luiz  Inácio Lula da Silva realizou na tarde de ontem, quinta-feira (18), uma ligação ao emir do Catar, o xeique Tamin Bin Hamad al-Thani, para expressar sua solidariedade depois do ataque realizado por Israel no último dia 9 de setembro.

O Palácio informou que o presidente do Brasil expressou preocupação com a possibilidade de o ataque israelense comprometer os esforços conduzidos pelo Catar para a liberação dos reféns. 

Sobre o ataque

Israel assumiu o ataque realizado no início deste mês contra autoridades do grupo terrorista Hamas, na capital do Catar, Doha. O ataque foi classificado pela ONU como uma violação de soberania. O governo catari criticou duramente a ação e prometeu responder.

Atualmente, o Catar atua como mediador nas negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que inclui a libertação de reféns mantidos pelo grupo terrorista Hamas, porém, após o bombardeio, anunciou a suspensão temporária da mediação das conversas.

Detalhes Importantes

No entanto, o grupo terrorista disse que os integrantes do alto escalão escaparam ilesos. O governo do Catar afirmou em nota que um membro da Força de Segurança, Interna do país foi morto no ataque israelense e outros membros do órgão ficaram feridos, porém, não especificou quantos.

O presidente do Brasil também “defendeu a efetivação do Estado palestino, em paz e segurança ao lado do Estado de Israel, como solução para o conflito” entre Israel e o Hamas.


Equipes de regate palestinas procuram por sobreviventes na Faixa de Gaza (Foto: reprodução/instagram/@mahmudhams)

Guerra já dura quase 2 anos

O conflito armado entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro de 2023, após o grupo terrorista Hamas e outros  grupos militares palestinos realizarem ataques a cidades israelenses. Em resposta ao Hamas, tropas de Israel tomaram a Faixa de Gaza e avançaram para tentar o controle total do local habitado por palestinos.

As causas da Guerra entre Israel e Hamas podem ser divididas em fatores históricos, territoriais, políticos e religiosos. O ponto principal é a disputa sobre a soberania e o controle de territórios como Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

Lula é crítico da ofensiva israelense e considera as ações um “genocídio” do povo palestino. A posição fez o presidente ser declarado persona non grata em Israel.

EUA vetam cessar-fogo em Gaza na ONU

Nesta quinta-feira (18), os Estados Unidos vetaram a resolução da ONU que exigia cessar-fogo e acesso irrestrito à ajuda humanitária em Gaza, aprofundando a crise no território.

A medida, redigida por 10 membros do Conselho de Segurança da ONU, foi vetada pelos Estados Unidos. Se aprovada, exigiria que Israel suspendesse todas as restrições à ajuda humanitária à Palestina e que o Hamas libertasse todos os reféns, garantindo um cessar-fogo permanente. O veto bloqueou qualquer avanço na proteção de civis, intensificando a pressão sobre a comunidade internacional e a urgência de soluções humanitárias.

Entenda o conflito entre Israel e Hamas

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, disparando milhares de foguetes e realizando incursões terrestres. O ataque resultou na morte de 1.195 israelenses e estrangeiros, além de 251 reféns. Em resposta, Israel iniciou a Operação Espadas de Ferro, uma ofensiva militar em Gaza que já causou mais de 65 mil mortes palestinas e deslocou cerca de 250 mil pessoas, segundo dados da ONU.

Após mais de um ano de intensos combates, um cessar-fogo mediado por Estados Unidos, Egito e Catar entrou em vigor em janeiro de 2025. No entanto, as hostilidades foram retomadas em março, com uma nova ofensiva israelense que resultou em centenas de mortos e feridos. Em agosto de 2025, a violência se intensificou novamente, com bombardeios e ataques aéreos em Gaza, exacerbando a crise humanitária na região.

EUA e sua intervenção na guerra em Gaza

Os Estados Unidos voltam a usar o seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU pela sexta vez desde o início do conflito, bloqueando medidas que buscavam pressionar Israel e o Hamas a cumprir acordos humanitários e de cessar-fogo. Analistas apontam que a decisão reflete a prioridade de Washington em proteger seus aliados estratégicos na região, mesmo diante do agravamento da crise civil em Gaza.


Trump em visita ao Reino Unido diverge sobre a criação de um Estado Palestino e reafirma a aliança com o Estado de Israel (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

O veto reforça a percepção de que a diplomacia internacional encontra limitações quando confronta interesses políticos e militares dos EUA. Organizações humanitárias alertam que a população palestina continua sem acesso seguro a suprimentos essenciais, enquanto as negociações de paz permanecem estagnadas e sem perspectiva de solução imediata.

EUA e Reino Unido comentam roteiro de paz entre Israel e Palestina

Nesta quinta-feira (18/09), O presidente dos EUA Donald Trump, ao lado do Primeiro-Ministro do Reino Unido Keir Starmer, concederam uma coletiva de imprensa para falar sobre alguns tópicos das suas conversas, entre eles foi focado o assunto sobre a guerra entre Israel e Palestina.

O presidente Trump lembrou sobre o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023, 1.200 pessoas foram mortas e 251 foram levadas para o território palestino. Além disso, voltou a exigir a libertação dos reféns israelenses mantidos pelos terroristas do Hamas. O presidente dos EUA também afirmou que discorda da decisão de Starmer de reconhecer o Estado Palestino. Na época, o premiê do Reino Unido e outros países como França, Austrália, Espanha e Portugal falaram que iriam reconhecer a Palestina como Estado soberano.

Presidente Trump e Primeiro-Ministro Starmer falam de roteiro de paz

Apesar de algumas discordâncias entre o premiê britânico e o presidente dos EUA, os dois concordam totalmente sobre a necessidade de um roteiro de paz entre Israel e Palestina. Os dois, sobretudo, concordam que já passou do momento de um verdadeiro acordo de paz ser concretizado.


Presidente Donald Trump e o Primeiro-Ministro Keir Starmer em encontro no Reino Unido (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)


Portanto, o plano de paz entre Israel e Palestina seria roteirizado pelos EUA e Reino Unido. O Primeiro-Ministro acredita, quanto antes a Palestina for reconhecida como Estado, irá viabilizar uma solução, o que está alinhado com a postura de resolução pacífica. O presidente Trump enfatizou que o reconhecimento deveria ocorrer apenas após a libertação dos reféns israelenses pelo Hamas e a implementação de um cessar-fogo. Trump também sugeriu um plano para Gaza, que inclui a reconstrução da região sob supervisão internacional, sem a presença do Hamas.

Guerra entre Israel e Palestina 

Como dito anteriormente, o ataque surpresa do grupo terrorista Hamas a Israel em 2023 matou 1.200 pessoas e 251 foram sequestradas para o território palestino. Em seguida, Israel declarou estado de guerra e iniciou uma ofensiva militar em Gaza. Já a Palestina contabilizou mais de 65.000 palestinos mortos, com centenas de milhares feridos e deslocados.


Soldados de Israel, tanques e carros em meio ao conflito (Foto: reprodução/Amir Levy/Getty Images Embed)


O caminho da paz ainda é incerto, porém muitos países membros da ONU procuram formas para ocorrer. Israel busca desmantelar o Hamas, eliminar a liderança e infraestrutura do grupo militar, recuperar seus reféns mantidos na faixa de Gaza e estabelecer zonas de segurança, como o Corredor Morag, para prevenir ataques futuros. Logo, a Palestina busca formas de ser reconhecida como Estado soberano, cessar-fogo duradouro, libertação de presos, reconstrução de infraestrutura destruída pelos ataques israelenses e garantia de entrada de ajudas humanitárias de alimentos, remédios, água e combustível.

Unicef emite alerta para nível de desnutrição aguda na Faixa de Gaza

A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) emitiu alerta para o nível de desnutrição no território da Palestina nesta terça-feira (16), onde dados levantados pela organização revelou que mais de 26 mil crianças precisam de tratamento para desnutrição aguda.

Alerta máximo

O porta-voz da Unicef, Tess Ingram, afirmou que das 26 mil crianças que precisam de tratamento, 10 mil delas estão concentradas na Faixa de Gaza, área bastante afetada pelos bombardeios e pela falta de suprimentos básicos para a população. No mês de agosto, especialistas em insegurança alimentar da ONU (Organização das Nações Unidas) afirmaram que a região da Faixa de Gaza estavam em situação de fome. 

Com os bombardeios intensificando na região, muitos palestinos, incluindo crianças em situação de desnutrição, estão sendo obrigados a se deslocarem para a região Sul, e para Ingram, isso representa uma “ameaça mortal” para os mais vulneráveis, que não têm forças e suporte para realizarem o deslocamento de forma segura. 

Deslocamento de civis

Os bombardeios na Faixa de Gaza estão obrigando civis a se deslocarem para a região Sul da Faixa de Gaza. De acordo com dados da Ocha (Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários) ocorreram mais de 70 mil deslocamentos para a região sul nos últimos dias. No mês passado, foram mais de 150 mil deslocamentos para a mesma região.


Civis palestinos se deslocando em meio aos ataques israelenses (Foto: reprodução/Hassan Jedi/Anadolu via Getty Images Embed)


Com os deslocamentos em massa, grandes estradas que fazem ligações importantes entre regiões se encontram congestionadas, como a Estrada Al Rashid, que estava com uma grande concentração de pessoas, segundo Tess Ingram, que esteve no local na última segunda-feira (15). 

A região em que os palestinos estão se deslocando não tem estrutura e suprimentos suficientes para abrigar os refugiados. Israel enviou diversos panfletos recomendando o deslocamento de civis para “zonas humanitárias” na região sul. Apesar da recomendação de deslocamento para essa região, as tropas israelenses vêm realizando bombardeios nesses locais onde há grandes deslocamentos, ocasionando em mortes e deixando muitos civis feridos.

Chefe de Direitos Humanos da ONU implora pelo fim do ataque de Israel à Gaza

Volker Turk, Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), suplicou pelo fim da invasão terrestre de Israel à Gaza. Após o início da ocupação, nesta terça-feira (16), o exército israelense declarou que a ofensiva deve durar meses. A ação, que tem como objetivo a tomada do controle da região, já matou mais de 100 palestinos, de acordo com lideranças locais. 

Expansão dos ataques 

O exército israelense iniciou uma ofensiva terrestre na Cidade de Gaza, que, segundo eles, tem como objetivo destruir a infraestrutura do Hamas. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que as forças do país só vão recuar quando a missão for concluída. O chefe dos Direitos Humanos da ONU apelou à comunidade pelo fim da “carnificina”. Volker questionou os bombardeios a abrigos e áreas residenciais, os definindo como uma expansão dos ataques. 


Postagem de Volken Turk condenando o ataque de Israel a membros do Hamas em Doha na semana passada (Foto: reprodução/X/volker_turk)

Cerca de 100 mil habitantes deixaram a região após pedido de Israel, que anunciou um novo corredor de fuga para acelerar a saída dos moradores para a região sul. A ONU alertou que a ocupação terrestre de Gaza pode levar ao deslocamento forçado de 1 milhão de palestinos. A União Europeia anunciou que planeja sanções e rompimento de acordos comerciais com o governo de Benjamin Netanyahu.  

Histórico do conflito e genocídio

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada após o ataque do Hamas a Israel, que matou cerca de 1200 pessoas em outubro de 2023. De acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, assegurados pela ONU, até agosto deste ano, mais de 61 mil palestinos já haviam morrido em decorrência da ofensiva. Uma investigação do jornal britânico, The Guardian, identificou que 42 mil dos mortos eram civis. 


Ataque israelense a prédio de Gaza nesta semana (Vídeo: reprodução/YouTube/folha de s. paulo)

A Comissão Internacional Independente de Inquérito das Nações Unidas constatou que Israel cometeu genocídio em Gaza. O texto conclui que o governo israelense executou 4 das 5 práticas genocidas definidas pelo Direito Internacional, que são: assassinato de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso; consumação de danos físicos e mentais; imposição condições de vida calculadas para provocar destruição física total ou parcial; imposição medidas destinadas a impedir nascimentos.

ONU aprova criação de Estado Palestino sem participação do Hamas

A Assembleia Geral da ONU adotou, nesta sexta-feira (12), por 142 votos a favor, 10 contra e 12 abstenções, uma resolução conhecida como “Declaração de Nova York” que respalda a criação de um Estado Palestino livre da participação do Hamas, excluindo o grupo terrorista do governo futuro. A proposta, apresentada por França e Arábia Saudita, marca um momento histórico, mas repleto de desafios diplomáticos e práticos.

O contexto histórico do conflito Israel-Palestina

O conflito entre israelenses e palestinos é centenário, remontando ao fim do Império Otomano, ao Mandato Britânico, à partilha proposta pela ONU em 1947, e à guerra que levou à criação de Israel em 1948. Após guerras, ocupações e tensões contínuas, os territórios da Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental permanecem como pontos centrais das disputas. 


Manifestante mostra cartaz ilustrando dissolução do território palestino ao longo das décadas (Foto: reprodução/Beata Zawrzel/Getty Images Embed)


O Hamas, grupo islâmico-militar, venceu eleições legislativas em 2006 e assumiu o controle de Gaza em 2007, o que levou ao bloqueio israelense e a repetidos confrontos com Israel. Desde então, sua presença armada tem sido considerada um dos maiores obstáculos à paz duradoura e ao reconhecimento de um Estado Palestino viável.

A resolução da ONU e as posições dos envolvidos

A nova resolução, apoiada por 142 países, defende “passos tangíveis, com prazo e irreversíveis” para implementar a solução de dois Estados, onde o governo palestino — mais especificamente a Autoridade Palestina — assumiria o controle, contanto que o Hamas seja desarmado e não participe do governo. 


Resultado da votação que propôs a criação de um Estado Palestino (Foto: reprodução/Angela Weiss/Getty Images Embed)


Israel e Estados Unidos votaram contra, argumentando que a resolução deixa de lado negociações diretas, garante condições questionáveis de segurança e exige pré-condições vistas como inviáveis. O Hamas, por sua vez, rejeita sua exclusão do futuro Estado palestino e se recusa a abrir mão de seu arsenal, alegando ser legítimo representante político e militar em Gaza.

Por que um Estado Palestino ainda não saiu do papel?

A dificuldade em consolidar um Estado Palestino está ligada a uma série de fatores. As fronteiras nunca foram plenamente definidas, especialmente em relação à Jerusalém e aos assentamentos israelenses. A segurança é outro ponto sensível, já que Israel exige garantias contra ataques, enquanto palestinos exigem o fim da ocupação.

Além disso, há divisões políticas internas: a Autoridade Palestina governa a Cisjordânia, enquanto o Hamas domina Gaza. Essa fragmentação dificulta negociações unificadas. O reconhecimento internacional também é desigual, e a viabilidade econômica e institucional do futuro Estado continua sendo um desafio.

Caminhos adiante

A resolução aprovada aumenta a pressão sobre Israel e seus aliados para aceitarem um processo com prazos definidos, enquanto cobra dos palestinos maior unidade política e a exclusão de grupos armados. Ainda que não tenha força vinculante imediata, o texto representa um sinal do desejo global por uma solução de dois Estados.

O verdadeiro teste será a capacidade das partes envolvidas de transformar o apoio diplomático em avanços concretos, conciliando segurança, soberania e representatividade política. Só assim será possível abrir caminho para um Estado Palestino reconhecido de fato e de direito.