Donald Trump condena ataque de Israel ao Catar: “lamentável incidente” 

O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (10) que não concorda com a forma que Israel agiu no ataque a líderes do Hamas em Doha, capital do Catar. Trump disse não estar entusiasmado com a situação, mas que não se surpreende com qualquer coisa que aconteça no Oriente Médio. Segundo informações da CNN, a Casa Branca só foi informada do bombardeamento pouco antes dele iniciar, não dando tempo suficiente para alertar os catarianos. 

Discordância de Netanyahu

Trump se posicionou de forma contrária ao ataque de Israel ao Catar. Em declaração nas redes sociais, ele afirmou que a decisão foi, inteiramente, tomada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Segundo o presidente norte-americano, os ataques não refletem os interesses de Israel e dos EUA, mas que extinguir o Hamas é um objetivo digno. O episódio foi tido como um lamentável incidente. Catar é considerado, por Washington, um importante aliado na negociação da paz.


Momento do ataque de Israel a lideranças do Hamas no Catar
(vídeo: reprodução/youtube/cnnbrasil)

Netanyahu assumiu o planejamento e execução da ofensiva, realizada, segundo o Exército Israelense, pela agência de inteligência do país, a Shin Bet, em parceria com a Força Aérea. 

Consequências do ataque

A agressão israelense foi feita por jatos, que utilizando armas de precisão, atingiram líderes do Hamas que estavam em Doha, capital catariana. O Hamas afirmou que, entre os cinco mortos, está o filho de Khalil Al-Hayya, principal negociador da paz com Israel, mas que os membros da alta cúpula do grupo sobreviveram. Segundo o governo do Catar, durante o bombardeio, um membro da Força de Segurança do país foi morto e outros ficaram feridos. 


Ofensiva com tanques de Israel a Gaza no dia 7 deste mês
(reprodução/Amir Levy/Getty Images Embed)


A Organização das Nações Unidas entendeu a situação como violação de soberania nacional. O Papa Leão XIV se manifestou, rapidamente, de forma contrária ao ataque. Opositores de Israel no Oriente Médio, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos se solidarizaram com o país vitimado. O Catar anunciou a saída da nação da negociação pelos tratados de paz do conflito na Faixa de Gaza. 




Autoridades europeias se manifestam a respeito do tiroteio em Jerusalém

Nesta segunda-feira, dia 08 de setembro, a cidade de Jerusalém sofreu um ataque. O tiroteio aconteceu perto da entrada norte da cidade, e tiros foram disparados contra um ônibus. Seis pessoas morreram e onze ficaram feridas. Segundo Gideon Saar, ministro das Relações Exteriores de Israel, o ataque foi executado por palestinos; os grupos Hamas e Jihad Islâmica elogiaram a ação, mas não reivindicaram o ataque. Autoridades da Europa se manifestaram a respeito do tiroteio. 

O ataque mais mortal em Jerusalém dos últimos dois anos

O tiroteio que aconteceu nesta segunda-feira, dia 08 de setembro, foi o mais mortal que a cidade de Jerusalém sofreu desde 2023. O ataque com mais mortes em Jerusalém aconteceu em novembro de 2023, e deixou três mortos e muitos feridos.

O ataque também teve o transporte público como alvo: os tiros foram disparados contra um ponto de ônibus. Tiroteio foi reivindicado pelo Hamas: os agressores eram da área militar do grupo, as Brigadas Al-Qassam. O ataque terminou em polêmica: Yuval Castleman, homem que matou os atiradores, foi morto por um soldado israelense; o militar do Exército de Israel teria se confundido e achado que Castleman era um dos agressores.

Autoridades da Europa se manifestam e condenam ataque

O tom da reação dos chefes de Estado e das autoridades de países europeus foi de condenação e reprovação; além disso, eles ainda prestaram suas condolências às vítimas e às famílias. Representantes da Alemanha, da Bélgica, da França, da Itália, da Letônia, da Polônia, da República Tcheca e da Sérvia se manifestaram. 


Declaração de Maxime Prevot, ministro das Relações Exteriores da Bélgica (Reprodução/X/@SachaRoytman)

O ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Maxime Prevot, postou um comunicado em sua conta do X (antigo Twitter). Na declaração, Prevot disse: “Eu condeno as mortes de pelo menos quatro israelenses e uma dúzia de outros feridos em Jerusalém após atiradores abrirem fogo em um ônibus. Expresso minhas sinceras condolências às suas famílias. O uso ilegal de violência tanto em Israel quanto na Palestina deve cessar, para se encontrar urgentemente o caminho de volta à paz”.

Netanyahu alerta população de Gaza para fugir imediatamente

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu a evacuação de civis em Gaza, orientando os moradores a deixarem imediatamente as áreas de risco. O alerta ocorre horas após Israel anunciar que intensificaria os ataques aéreos sobre o território palestino.

A Força Aérea israelense lançou panfletos na cidade de Gaza, indicando as zonas de perigo e reforçando as instruções de segurança. Netanyahu destacou a urgência da medida:

Aproveitem esta oportunidade e me ouçam com atenção: vocês já foram avisados, saiam imediatamente!”

Evacuação de civis em Gaza: alerta de Netanyahu e medidas de proteção

Panfletos foram lançados pela Força Aérea israelense em diferentes bairros de Gaza, orientando os moradores a se deslocarem para locais seguros e evitando baixas durante as operações militares. Além disso, mensagens sonoras alcançam áreas estratégicas, garantindo que todos recebam instruções claras sobre os riscos. Com isso, Israel combina métodos de aviso para proteger a população enquanto intensifica a ofensiva.

A ação também conscientiza a população sobre a gravidade da situação e acelera a evacuação, permitindo que civis deixem rapidamente as áreas mais afetadas pelos combates. A utilização de diversos canais de comunicação reforça o alerta e ajuda a proteger vidas durante a escalada militar.


Força Aérea Israelense lança panfletos na Cidade de Gaza, alertando os civis para evacuarem as zonas de perigo (Foto: reprodução/X/@HananyaNaftali)

Preparativos para ofensiva terrestre e evacuação de civis em Gaza

Netanyahu afirmou que as tropas estão se organizando e se posicionando para uma manobra terrestre em Gaza. As operações já avançam nos subúrbios do norte, desde que ele ordenou a tomada completa da cidade, considerada um reduto do Hamas.

O governo israelense pretende controlar a região para enfraquecer o grupo radical e resgatar reféns. Ao mesmo tempo, a ofensiva terrestre será apoiada por ataques aéreos coordenados, aumentando a eficácia das operações.

Contexto do conflito e impactos humanitários

A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque contra Israel, matando 1.200 pessoas e sequestrando 251 reféns. Desde então, Israel responde com bombardeios e operações terrestres para retomar o controle e neutralizar o comando do grupo radical. Em decorrência disso, a situação provocou a necessidade urgente da evacuação de civis em Gaza para reduzir baixas humanas.

O conflito provocou o deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, mais de 80% da população local, segundo a UNRWA. Até o momento, o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza pelo menos 61 mil mortos, sendo que mais da metade são mulheres e crianças. Israel estima que 20 mil dessas mortes sejam combatentes do Hamas. Dessa forma, a crise humanitária se mantém grave e urgente.

Caminhos para o fim do conflito

Israel afirma que a guerra poderá terminar caso o Hamas se renda, apontando para uma saída militar rápida se as condições forem aceitas pelo grupo. Assim, o governo busca estabilizar a região e reduzir a escalada de violência.

Enquanto isso, a evacuação de civis em Gaza continua sendo prioridade para proteger vidas e minimizar baixas durante os combates. Por outro lado, a dificuldade do Hamas em negociar um cessar-fogo mantém a tensão. Segundo o primeiro-ministro Netanyahu, o grupo terrorista tem atirado em mulheres e crianças para usá-las como escudos humanos, visando imobilizar civis. Nesse contexto, o objetivo de Israel segue sendo evacuar a Cidade de Gaza para reduzir baixas e garantir a proteção da população durante a ofensiva.

Gaza: vídeo mostra ataque aéreo de Israel que destrói prédio na cidade

Mais um edifício foi destruído durante um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza neste domingo (7). Imagens divulgadas mostram o momento exato da explosão, seguido por uma densa nuvem de fumaça que rapidamente cobriu toda a região. O alvo foi o prédio Al-Roya, uma estrutura de vários andares localizada em uma das áreas mais populosas do território.

A ofensiva faz parte de uma operação militar de larga escala conduzida por Israel, com o objetivo de avançar para áreas mais centrais e urbanas da Faixa de Gaza. Segundo as autoridades israelenses, os moradores foram alertados com antecedência para deixarem o local, minimizando o risco de vítimas civis, embora o impacto humanitário ainda seja bastante significativo.

Operação militar e alvos estratégicos

O ataque faz parte de uma estratégia israelense para neutralizar locais considerados importantes pelo Hamas, grupo que governa a Faixa de Gaza. Durante o fim de semana, outros dois prédios altos na mesma região também foram atingidos e destruídos. Enquanto Israel afirma que essas estruturas eram usadas para atividades militares, autoridades palestinas destacam que abrigavam famílias deslocadas pelo conflito.


Vídeo registra o momento do ataque aéreo de Israel ao prédio, na Cidade de Gaza (vídeo: reprodução/YouTube/@CNNBrasil)

A densidade populacional da região agrava o risco de vítimas civis e aumenta a preocupação de organizações internacionais sobre a segurança dos moradores.

Impacto humanitário e cenário de tensão na faixa de gaza

Com a escalada dos ataques, cresce a preocupação com a situação humanitária em Gaza. Centenas de famílias continuam desabrigadas e enfrentam dificuldades para acessar alimentos, água e cuidados médicos. Organizações internacionais pedem a criação de corredores humanitários e alertam para o risco de um aumento no número de vítimas fatais.

Os ataques recentes também intensificam as tensões regionais, evidenciando o ciclo de violência que persiste na Faixa de Gaza. A operação militar segue em andamento, com novos desdobramentos esperados nos próximos dias, enquanto a comunidade internacional monitora de perto a situação.

Ataque a ônibus em Jerusalém deixa mortos e feridos

Um ataque a tiros dentro de um ônibus em Jerusalém, nesta segunda-feira (8), deixou seis mortos e mais de dez feridos, sendo seis deles em estado grave, de acordo com o governo e os serviços de emergência de Israel. Segundo a agência Associated Press (AP), dois atiradores entraram em um ônibus e começaram a atirar. A polícia de Israel informou em comunicado que os suspeitos foram “neutralizados”.

Israel aponta ameaça e cobra resposta ao terrorismo

O governo de Israel afirmou em sua conta na rede social X (antigo Twitter), que o ataque em Jerusalém evidencia a ameaça que o país enfrenta. A nota destacou que os atiradores miraram qualquer pessoa próxima ao ônibus, e que a resposta de Israel é direcionada a todos que apoiam o terrorismo.

O ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, confirmou o número de mortos. Já sobre os feridos, os dados variam: a polícia aponta 11, o serviço de resgate 12, e o gabinete do premiê Benjamin Netanyahu fala em mais de 12.

Segundo a agência Associated Press (AP), o ataque aconteceu em um cruzamento na entrada norte de Jerusalém, em uma estrada que leva a assentamentos judaicos na região leste da cidade, na Cisjordânia. A região é palco de conflitos por causa dos planos de Israel de expandir os assentamentos e, eventualmente, anexar a Cisjordânia, ação que contraria normas internacionais.


Pessoas correndo após tentativa de ataque terrorista em Jerusalém (Vídeo: reprodução/X/@hoje_no)

Até a última atualização, ainda não se sabe quem realizou o ataque nem o motivo. O grupo Hamas, que está em guerra contra Israel desde outubro de 2023, elogiou a ação de dois “combatentes da resistência palestina”, mas não assumiu a autoria.

Netanyahu promete reação dura após ataques em Jerusalém

O serviço de ambulâncias informou que as vítimas são um homem de 50 anos, uma mulher também com cerca de 50 e três homens de aproximadamente 30 anos. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu esteve no local após o tiroteio ser controlado. Ele voltou a prometer a destruição do Hamas e disse que tomará “medidas ainda mais duras” na região.

Netanyahu declarou que as forças de Israel estão em busca dos responsáveis pelo ataque e de todos que tenham ajudado ou apoiado os terroristas. Segundo ele, os ataques não enfraquecem o país, mas reforçam a determinação de Israel de continuar suas operações em Gaza e na Cisjordânia. O Exército de Israel informou que enviou soldados ao local do ataque e, junto com a polícia, procura possíveis cúmplices.


Foto e vídeo do ônibus atacado em Jerusalém (Vídeo: reprodução/X/@SachaRoytman)

Embora ataques menores tenham acontecido nos últimos meses, o último ataque em massa foi em outubro de 2024. Na ocasião, dois palestinos da Cisjordânia abriram fogo em Tel Aviv, matando sete pessoas e ferindo várias outras. O Hamas assumiu a autoria daquele ataque.

Segundo dados da ONU, entre o início da guerra e julho de 2025, pelo menos 49 israelenses foram mortos por palestinos em Israel ou na Cisjordânia. No mesmo período, forças e civis israelenses mataram pelo menos 968 palestinos nessas regiões.

Hamas publica vídeo de reféns andando de carro por Gaza em meio a ataques israelenses

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esta sexta-feira (05), o Hamas divulgou um vídeo onde mostra dois dos reféns israelenses levados pelo Hamas em um festival de música em 2023 em um carro, os levando na Faixa de Gaza.

Um dos reféns, Guy Gilboa-Dalal, circulou com os terroristas por vários pontos da Cidade de Gaza, incluindo a sede do Crescente Vermelho. No vídeo, o refém afirma em hebraico que está sendo mantido em cárcere há 22 meses e que as imagens foram registradas no dia 28 de agosto.

Palavras dos reféns comovem a internet

O vídeo, de mais de três minutos de duração, mostra Guy Gilboa-Dalal no banco traseiro de um veículo em movimento. Ao redor, é possível ver diversos edifícios destruídos, implorando a Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, para não iniciar ataques à Cidade de Gaza.

Em fevereiro, durante a trégua com Israel, o Hamas publicou um vídeo que mostrava dois israelenses, um deles Gilboa-Dalal, em um veículo, assistindo uma cerimônia de libertação de reféns.

“Ouvi dizer que vocês vão atacar a Cidade de Gaza e essa ideia está me dando pesadelos. O que isso significa? — pergunta Gilboa-Dalal — Significa que vamos morrer aqui. Só queremos que isso acabe. Queremos voltar para nossas famílias” afirmou, um dos reféns, pedindo aos israelenses que se manifestem contra o governo e exijam o fim da guerra.


Vídeo de reféns israelenses divulgado por Hamas (Vídeo: reprodução/YouTube/@InfoMoney)


Guerra sem pausa

A guerra em questão, completa 699 dias nesta sexta-feira (05), que foi marcada por protestos em Israel pedindo um acordo de cessar-fogo que resultaria na libertação dos reféns.

O conflito iniciou no dia 07 de outubro de 2023 após um ataque terrorista coordenado por vários grupos militantes palestinos contra cidades israelenses, passagens de fronteira, instalações militares adjacentes e colonatos civis nas proximidades da Faixa de Gaza, no sul de Israel.

Até hoje, não se aproxima de um desfecho pacífico entre os dois lados e novos casos de violência surgem a todo instante.

Grupo Hamas reitera acordo de paz em Gaza, mas primeiro-ministro de Israel mantém exigência rígida

Grupo Palestino Hamas reiterou nesta quarta feita (3) sua disposição para cumprir com o acordo abrangente na Faixa de Gaza, que incluiria a libertação de todos os cidadãos israelenses presos, em troca o Hamas solicita a soltura dos prisioneiros palestinos detidos em Israel. A declaração ocorre em meio a um cenário de impasse diplomático e militar, marcado por pressões de líderes internacionais e exigências conflitantes entre as partes envolvidas no conflito.

Pressão internacional

A decisão do grupo palestino veio logo após o pronunciamento do presidente norte-americano, Donald Trump, em cobrar publicamente a libertação dos cerca de 20 reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza. Em resposta, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, desqualificou a proposta, classificando-a como uma repetição de promessas sem avanços concretos. Para o primeiro-ministro israelense, o conflito na região só pode ser considerada encerrada se todos os reféns forem libertos, o Hamas for desarmado, a Faixa de Gaza for desmilitarizada do poder de fogo e uma nova administração civil for estabelecida na região sob rígido controle de segurança de Israel.

As negociações entre os dois lados vêm sendo marcadas por idas e vindas. Em agosto, o Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo mediada por atores regionais, que previa a suspensão de operações militares israelenses por 60 dias e a libertação parcial de reféns e prisioneiros. A proposta do acordo estabelece um esboço para futuras negociações de paz mais amplas entre as nações, visando encerrar o conflito que já se estende por quase dois anos. No entanto, a implementação das medidas encontrou resistência em postos-chaves, especialmente no que diz respeito às condições impostas por Israel para garantir sua segurança.


Palestinos detidos na fronteira entre Israel e Gaza, após serem detidos por forças israelenses que operavam na faixa de Gaza (Foto: reprodução/David Furst/Getty Images Embed)


Apesar das dificuldades, a diplomacia internacionais de países como o Egito e o Catar, continuam buscando métodos para uma ação diplomáticas que permitam avanço na construção de um acordo definitivo na região. A pressão de líderes da comunidade internacional de segurança e paz também tem aumentado, sobretudo diante do impacto humanitário da guerra sobre a população civil da Faixa de Gaza, que enfrenta escassez de alimentos de recursos de assistência básica, deslocamentos em massa da população e destruição de infraestrutura social.

Negociação diplomática

O desenrolar dos próximos dias será crucial para chegar a um acordo definir se as declarações recentes resultarão em avanços concretos ou se permanecerão apenas como movimentos estratégicos de retórica. Diante da pressão de potências globais e a mediação de países árabes na região, existem a possibilidade de uma trégua no conflito entre as duas nações ou de um acordo abrangente ainda não está descartada, mas depende diretamente da disposição das lideranças em abrir mão de posições rígidas em favor de um consenso que possa oferecer estabilidade à região e esperança às populações afetadas.

A postura do Hamas em reafirmar abertura para um pacto total e a resposta negativa de Israel revelam a complexidade das negociações. Enquanto o grupo palestino tenta manter o foco na troca de prisioneiros, o governo israelense insiste em condições estruturais de segurança e governança como pré-requisito para encerrar a ofensiva militar. Nesse cenário, o futuro das tratativas depende da capacidade de ambas as partes em flexibilizar exigências e encontrar um terreno comum que permita, ao menos, aliviar as tensões e abrir caminho para uma solução duradoura.

Hamas se pronuncia sobre possível investida dos EUA para realocar população Palestina

Um dirigente político do Hamas declarou nesta segunda-feira (1º) que Gaza não pode ser tratada como mercadoria, em reação a notícias divulgadas pela imprensa sobre uma possível proposta dos Estados Unidos que sugeriria a remoção dos moradores da região.

Segundo Bassem Naim, membro da liderança política do grupo, afirmou que Gaza é inegociável e constitui parte inseparável do território nacional palestino.

Possível planejamento

De acordo com informações obtidas pelo jornal norte-americano The Washington Post, o plano em estudo previa a transferência voluntária de quase 2 milhões de habitantes para outros países ou para zonas consideradas seguras dentro da própria Faixa de Gaza, até que a região fosse reconstruída após dois anos de conflitos.


Gaza é uma região de forte interesse estadunidense (Vídeo: reprodução/YouTube/Jovem Pan News)

Um representante do Hamas, que falou à AFP sob anonimato, declarou que o movimento se opõe a qualquer iniciativa que force a saída de palestinos de suas casas enquanto Israel mantém controle sobre o território, classificando tais ideias como ineficazes e desiguais.

Ainda segundo o documento, quem aceitasse deixar Gaza teria direito a um incentivo de US$ 5 mil (cerca de R$ 27 mil), além de apoio financeiro para custear quatro anos de moradia e auxílio alimentar durante um ano.

Reconstrução de Gaza

Segundo o plano descrito, donos de terrenos em Gaza poderiam receber “ativos digitais” como forma de apoio para recomeçar a vida em outro local ou, alternativamente, ter a possibilidade de trocar suas terras atuais por moradias em complexos residenciais planejados, entre seis e oito “cidades inteligentes”, baseadas em tecnologias de Inteligência Artificial, a serem erguidas dentro da própria Faixa.

O Washington Post também relatou que a proposta prevê que a Faixa de Gaza seja administrada, durante um período de dez anos, por um organismo chamado Fundo para a Reconstrução, Aceleração e Transformação Econômica de Gaza (GREAT Trust). Após esse tempo, a administração passaria a uma autoridade Palestina reestruturada e considerada livre de radicalismo.

Questionado pela AFP, o Departamento de Estado dos Estados Unidos não se manifestou sobre o suposto projeto, divulgado poucos dias depois de um encontro oficial em Washington.

Ministro de Israel acusa Lula de antissemitismo após saída da IHRA

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, utilizou a rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, para expressar sua opinião em português. Em sua publicação, ele acusou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de ser um “antissemita declarado e apoiador do Hamas”. Essa declaração foi feita em referência à decisão do Brasil de se retirar da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA) no final de julho.

A Postagem

Na última terça-feira (26), o ministro utilizou suas redes sociais para expressar suas críticas. A postagem, redigida em português, continha uma imagem gerada por inteligência artificial que retratava o presidente Lula como um fantoche, com Khamenei controlando-o por trás.

Agora ele revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA — o organismo internacional criado para combater o antissemitismo e o ódio contra Israel — colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel”, afirmou o ministro em suas redes.

Essas provocações só servem para piorar as relações diplomáticas entre o Brasil e Israel, que andavam tensas desde o começo do conflito na Faixa de Gaza. A situação se complicou de vez no mês anterior, quando o Brasil abandonou a aliança e apoiou a ação que acusa Israel de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça.


Postagem do Ministro de Israel ao presidente Lula (Foto: reprodução/X/@Israel_katz)


Contexto

No começo do mês, a StandWithUs, organização que apoia Israel, criticou as explicações do governo para deixar a IHRA, apresentadas pelo assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, o embaixador Celso Amorim. Eles afirmaram que a Aliança, criada nos anos 90 e que o Brasil integrou em 2021, visa lutar contra o antissemitismo e disseminar o conhecimento sobre o Holocausto globalmente. Em entrevista ao Roda Viva, o embaixador argumentou que a memória do Holocausto não deveria servir para justificar o “genocídio na Palestina”.

Lula também já criticou duramente o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o que resultou em sua declaração como “persona non grata” em Israel. Diante da crise, o Brasil retirou seu embaixador do governo israelense, enviando-o para a Suíça em 2024, e até o momento não indicou um novo nome ao governo israelense.

Míssil atinge jornalistas e socorristas próximos a hospital em Gaza

Registros feitos tanto do lado de dentro quanto do lado de fora do hospital localizado na Faixa de Gaza captaram o instante em que repórteres e socorristas foram atingidos por um dos projéteis lançados pelo exército israelense nesta segunda-feira (25).

A ofensiva resultou na morte de 20 pessoas, entre elas cinco jornalistas, além de ter deixado muitos feridos, de acordo com informações do Ministério da Saúde do território, administrado pelo grupo Hamas.

Exército assumiu ataque

Um dos registros foi captado dentro do próprio hospital por um jornalista que acabou ferido. Ele documentava o esforço desesperado das equipes de resgate, que atendiam sobreviventes e retiravam corpos do primeiro ataque, quando uma nova detonação devastou o local. O vídeo se encerra rapidamente, encoberto por uma nuvem de poeira.


Imagens do momento do ataque em Gaza nesta segunda-feira (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

O Exército de Israel assumiu a autoria do bombardeio e declarou lamentar possíveis baixas entre civis não envolvidos, sem explicar quem seria ou qual seria o alvo da ofensiva. A instituição também afirmou que não tinha como objetivo atingir a imprensa, mas evitou esclarecer quem estava na mira. Em comunicado, frisou que as Forças de Defesa de Israel não direcionam ataques deliberadamente contra a população civil. O ministro Benjamin Netanyahu qualificou o episódio como um acidente de grandes proporções, ainda que inevitável dentro da narrativa oficial do governo.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump demonstrou descontentamento com a ofensiva israelense, ressaltando que não deseja assistir a esse tipo de investida. Washington, maior aliado de Tel Aviv, voltou a pressionar por um acordo imediato que garanta a libertação dos reféns israelenses ainda mantidos sob controle do Hamas.

Dificuldades da imprensa em Gaza

Entre os jornalistas assassinados no ataque, estavam um repórter freelancer que colaborava com a agência Reuters, outro vinculado à Associated Press (AP) e dois jornalistas que atuavam para a emissora catari Al Jazeera.

O governo israelense mantém a proibição da entrada de correspondentes estrangeiros e de grandes veículos internacionais na Faixa de Gaza para acompanhar a guerra. A medida viola diretrizes das Nações Unidas que garantem a presença da imprensa em zonas de conflito como mecanismo de transparência e fiscalização. Diante desse bloqueio, as principais agências e canais recorrem a repórteres palestinos para relatar, de dentro dos cenários de guerra.