Michelle Bolsonaro se pronuncia após a prisão de Jair Messias Bolsonaro

Na manhã deste sábado (22), o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi detido pela Polícia Federal (PF) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente estava sendo investigado por envolvimento na Polícia Federal ainda durante seu governo, que durou de 2018 até 2022.

Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama do Brasil e atual esposa de Bolsonaro, se pronunciou via Instagram com versículos bíblicos.

O pronunciamento

Michelle Bolsonaro disse em seu pronunciamento alguns versículos da Bíblia; um deles foi o Salmo 121, que diz: “Levarei os meus olhos para os montes, de onde vem meu socorro”, fazendo alusão à prisão de seu marido e ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.

Outro trecho dos versículos que a esposa de Bolsonaro mencionou foi: “Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará”, levantando comentários nas redes sobre possíveis “indiretas” em correlação à decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal de prender Jair Messias Bolsonaro.


 

 

 

 

Prisão de Bolsonaro (Vídeo: reprodução/X/@Globonews)


Prisão de Bolsonaro

Na manhã de hoje (22), o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi preso de maneira preventiva pela Polícia Federal por determinação do ministro Alexandre de Moraes. A prisão será julgada ainda pela primeira turma do Supremo, e o resultado será determinante para saber se a prisão preventiva continuará ou não.

Uma sessão foi convocada por Alexandre de Moraes para a próxima segunda-feira (24), das 8 às 20 horas. Segundo a PF, a prisão não tem nada a ver com sua condenação por tentativa de golpe, pela qual foi condenado a cumprir prisão domiciliar. O ministro Alexandre de Moraes alega que a prisão é uma garantia de ordem pública, com risco de aglomeração.

 

Bolsonaro e a denúncia da PGR: tentativa de interferência no relatório das Forças Armadas

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou, nesta terça-feira (18), uma denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alegando que ele retardou a divulgação do relatório das Forças Armadas sobre a segurança das urnas eletrônicas e tentou influenciar seu conteúdo. Segundo a PGR, Bolsonaro tinha conhecimento de que não havia indícios de fraude no processo eleitoral e, mesmo assim, buscou alterar o teor do relatório para sustentar uma narrativa de irregularidades na eleição presidencial de 2022.


Jair Messias Bolsonaro (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Pressão sobre o Ministério da Defesa

De acordo com as investigações, Bolsonaro teria pressionado o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, para que o documento produzido pelas Forças Armadas apontasse a existência de fraudes, apesar da ausência de evidências. O objetivo seria postergar a divulgação do relatório e criar um ambiente político favorável a questionamentos sobre a lisura do pleito.

A PGR também menciona a atuação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, que confirmou a tentativa de interferência no conteúdo do documento. Mensagens encontradas pela Polícia Federal mostram que o coronel Reginaldo Vieira de Abreu tentou alinhar o relatório a informações falsas oriundas da Argentina, buscando conferir credibilidade às supostas fraudes.

Acusação de Organização Criminosa

A denúncia da PGR alega que Bolsonaro fazia parte de um grupo que buscava deslegitimar as eleições e enfraquecer as instituições democráticas. Esse grupo teria se articulado dentro do Palácio do Planalto para planejar um ataque ao sistema eleitoral e criar um cenário que justificasse a permanência de Bolsonaro no poder.

Entre as ações do grupo, está a elaboração de um documento que sugeria que as fiscalizações das Forças Armadas poderiam ser usadas como argumento para questionar o resultado eleitoral. No entanto, mesmo com as tentativas de interferência, o relatório oficial divulgado pelo Ministério da Defesa não apontou nenhuma irregularidade ou indício de fraude nas eleições de 2022.

Bolsonaro foi acusado pelos seguintes crimes:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Próximos Passos e Possíveis Consequências

A PGR acusa Bolsonaro de crimes como organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Caso condenado, o ex-presidente pode enfrentar penas que somam até 34 anos de prisão.

O Supremo Tribunal Federal (STF) analisará a denúncia para decidir se Bolsonaro e os demais envolvidos se tornarão réus no processo. A defesa do ex-presidente nega as acusações e afirma que ele é alvo de perseguição política. O caso pode ter desdobramentos significativos ao longo de 2025, impactando o cenário político brasileiro nos próximos anos.

PF afirma que desvio de joias de Bolsonaro pode ser maior que R$ 6,8 milhões

O relatório final do inquérito da Polícia Federal (PF), divulgado nesta segunda-feira (8), aponta um desvio de mais de R$ 6 milhões em presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante viagens oficiais enquanto chefe de Estado. O documento revela que o dinheiro resultante dessas negociações foi repassado a Bolsonaro em espécie e foi usado para custear sua estadia nos EUA.

Caso das joias

A princípio, a PF havia informado em relatório que o desvio superava os R$ 25 milhões. A corporação se corrigiu ontem, informando que o valor correto é de R$ 6,8 milhões, um pouco mais de US$ 1,227 milhão. 

No entanto, este valor ainda é incompleto. Já que alguns itens, como abotoaduras, anéis e rosários de dois kits de joias que teriam sido desviados, ainda não foram analisados pela corporação. Além disso, as esculturas douradas de um barco e uma palmeira, assim como o relógio Patek Philippe, ainda não foram recuperados. Dessa forma, indica que o valor total será superior ao informado neste relatório.


Joias doadas pelo Governo Saudita a Bolsonaro e ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foram apreendidas pela Receita Federal (Foto: reprodução/Miguel SCHINCARIOL / AFP/Getty Images Embed)


O item de maior valor periciado é um conjunto de joias de brilhantes destinado à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As joias, da marca suíça Chopard, foram recebidas pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na Arábia Saudita, e estavam na mochila de um assessor quando foram interceptadas na volta ao Brasil. O conjunto de joias composto por relógio, par de brincos, anel e colar prateado equivale a um valor total de US$ 1,015 milhão.

Uso de recursos ilícitos por Bolsonaro nos EUA

O relatório da PF indica que o dinheiro obtido com a venda das joias do acervo público retornou em espécie para o patrimônio de Bolsonaro, que teria usado esses recursos para custear suas despesas nos Estados Unidos.

“A utilização de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o ‘dinheiro sujo’ à economia formal, com aparência lícita”

afirma o relatório da PF.

A informação é de que o ex-presidente viajou para solo norte-americano em 30 de dezembro, antes da posse do presidente Lula (PT), e ficou lá por três meses.

Bolsonaro é indiciado pela PF por recebimento de joias

Com algumas investigações em andamento, o ex -presidente Jair Bolsonaro foi indiciado mais uma vez pela Polícia Federal nesta quinta-feira (04). A nova acusação se deu pela apropriação indébita de presentes durante seu mandato, como as joias recebidas pelos governos da Arábia Saudita e do Bahrein.

A legislação atual determina que todo “presente” adquirido por presidentes da república fazem parte do patrimônio público, sendo assim, não podem ser obtidos de forma pessoal a seus acervos, como consta no 1° do Art. 216 da Constituição Federal.

Esses indícios não implicam em prisão inicialmente, mas fazem parte da investigação da Polícia Federal que encaminha o caso ao Supremo Tribunal Federal, que tem o poder de formalizar a denúncia. A partir daí, com a denúncia aceita, o ex-presidente pode se tornar réu e responder a pena com condenação ou absolvição, do contrário, o caso é arquivado


Joias recebidas pelo Governo Saudita á Bolsonaro foram apreendidas pela Receita Federal (reprodução/Miguel SCHINCARIOL / AFP/Getty Images Embed)

Investigação sobre as “Joias Sauditas”

Na linha do tempo, Bolsonaro visitou a Árabia Saudita em 2019 e lá recebeu um kit de joias de ouro branco com itens como anel, rosário islâmico, caneta, abotoaduras e um relógio da marca Rolex que segundo o perito crminal Wilson Akira Uezu, foi feito por encomenda.

Em 2021, em outra viagem oficial para o país, o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, recebeu um conjunto Chopard Rosê, com os mesmos itens dos presentes entregues ao ex-presidente.No mesmo ano, durante uma visita ao Bahrein, Bolsonaro recebeu  um kit com esculturas de barco e uma palmeira dourada, além do relógio Patek Phillippe.

A Receita Federal retém um dos presentes no aeroporto de Guarulhos que, segundo a investigação, foram trazidos por um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque, que tenta liberação na alfândega alegando que os itens pertencem à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.

Entre o segundo semestre de 2022, foram identificadas movimentações dos presentes recebidos para o Brasil e os Estados Unidos pelo então assessor de Bolsonaro, Mauro Cid, que vendeu os itens e transferiu os valores em contas do exterior, apontadas como pertencentes a seu pai, Mauro Lourena Cid, que é general.

Durante o ano de 2023, o Tribunal de Contas da União decidiu que o ex-presidente entregasse as joias à Caixa Econômica Federal como forma de recuperação dos itens. Posteriormente, Mauro Cid foi preso, acusado de envolvimento no caso de falsificação de dados da vacinação.


Imagens das câmeras de segurança do aeroporto internacional de Guarulhos com auditores barrando a entrada das joias ilegalmente no país (Reprodução/Globo)


No mês de agosto, a PF inicia a investigação sob a venda ilegal dos presentes com mandatos de busca e apreensão em várias cidades no Brasil. Os depoimentos de Bolsonaro, Michele Bolsonaro, Mauro Cid, Lourena Cid e Frederick Wassef foram colhidos ao mesmo tempo.

Em 2024, Mauro Cid foi liberado da prisão após cooperar em delação premiada homologada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, com longos depoimentos nas semanas anteriores.

No mês passado, Mauro e seu pai deram depoimentos acerca de outra joia (bracelete), que supostamente foi negociada por representantes de Bolsonaro. A PF se dirigiu aos Estados Unidos em cooperação com o FBI para ter acesso a imagens de câmeras de segurança e colher informações das pessoas envolvidas nas transações.

Segundo a investigação, Bolsonaro reteve quatro presentes avaliados em 346 mil reais. O valor recebido foi utilizado de forma pessoal pelos investigados, ocultando a origem dos valores ao sistema bancário formal.

Quando questionado pela Polícia Federal, o ex-presidente se manteve em silêncio já havendo negado anteriormente o envolvimento com qualquer ilegalidade.



Guarda da Sede da Policia Federal onde Jair Bolsonaro testemunhou sobre a acusação da venda ilegal das joias (reprodução/Evaristo Sa/AFP/Getty Images Embed)

Outras acusações

Bolsonaro é investigado por outras sete acusações no STF, sendo elas: uma suposta tentativa de golpe de estado ao tentar alterar um decreto com auxilio de militares e civis; incitação a atos golpistas (8 de janeiro); violação do sigilo funcional (divulgou informações confidenciais sobre um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral); entre outras.

Há ainda um inquérito em que Bolsonaro é acusado de fazer parte da disseminação de notícias falsas com ameaças a alguns políticos, além de “Milícias Digitais”, que ameaçam o Estado Democrático de Direito por meio de ataques coordenados.

No cenário da Pandemia, Bolsonaro também gerou polêmica ao desencorajar o uso de máscaras e associando as vacinas à Aids, além de fraudar cartões de vacinação de familiares e aliados no sistema do Ministério da Saúde, a fim de comprovar que recebeu as vacinas.

As investigações vão de corrupção e ameaças à democracia e seguem em trâmite evoluindo conforme apurações pela PF e STF.