Partido de Javier Milei vence eleições legislativas de 2025 na Argentina

O partido do presidente argentino Javier Milei, La Libertad Avanza, saiu vitorioso nas eleições legislativas de meio de mandato realizadas neste domingo (26). Com 40,8% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados, a legenda ampliou de forma significativa sua presença no Congresso. A principal força de oposição, a coalizão Fuerza Patria, ligada ao peronismo, ficou em segundo lugar, com 24,5% dos votos.

Com mais de 90% das urnas apuradas, a projeção indica que o partido de Milei conquistará 64 das 257 cadeiras da Câmara, enquanto os peronistas devem ocupar 31. O resultado representa uma vitória expressiva para o governo, que busca consolidar maioria parlamentar e garantir apoio às reformas econômicas e políticas de austeridade defendidas pelo presidente.

Até o momento, La Libertad Avanza contava com apenas 37 deputados e 6 senadores, o que limitava sua capacidade de aprovar projetos ou manter vetos presidenciais. Com a nova composição, Milei se aproxima dos 86 votos necessários para evitar que a oposição reverta suas decisões no Congresso.

Crises e polêmicas de Javier Milei marcaram o pré-eleitoral

A votação ocorreu em meio a um ambiente político conturbado. Dias antes da eleição, Karina Milei, irmã e principal assessora do presidente, foi citada em um escândalo de corrupção envolvendo repasses irregulares a empresários aliados. Além disso, declarações do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que insinuou que o apoio financeiro americano à Argentina estaria condicionado à vitória de Milei, provocaram reações negativas entre opositores.


Ilustração mostra como ficará a composição do congresso e do senado da Argentina (Foto: reprodução/X/@DisporaEspa)

Mesmo com as polêmicas, o discurso liberal e antissistema do presidente manteve popularidade entre eleitores insatisfeitos com o legado econômico dos governos anteriores.

Participação eleitoral é a mais baixa desde a redemocratização

Apesar da vitória expressiva do governo, o pleito registrou baixa adesão popular. Apenas 68% dos argentinos compareceram às urnas, o menor índice de participação em uma eleição legislativa desde o retorno da democracia em 1983.

Analistas políticos afirmam que o resultado reforça o apoio a Milei nas grandes cidades, mas também expõe o cansaço do eleitorado diante da crise econômica prolongada e das disputas políticas intensas no país. Para o presidente, o desafio agora será converter o capital eleitoral em governabilidade e avançar nas reformas que prometeu implementar desde o início de seu mandato.

Javier Milei é retirado de caravana eleitoral após receber pedradas

O presidente da Argentina, Javier Milei, teve que ser retirado de uma caravana que participava em Buenos Aires, na capital argentina, após ter o veículo atacado por pedras nesta quarta-feira (27). Ele participava de uma caravana presidencial com apoiadores do governo quando o ataque aconteceu, ele e toda a sua comitiva foram retirados às pressas. 

Comitiva presidencial

Milei e seus aliados políticos participavam de uma caravana presidencial, como um ato de campanha para as eleições legislativas em Buenos Aires, que serão no dia 7 de setembro. Essa seria a segunda passagem do presidente pela região, que marca a terceira seção eleitoral e busca impulsionar a popularidade dos candidatos do partido para as vagas na Assembleia Legislativa e do Senado.

Após o ataque, membros do governo e o próprio presidente Javier Milei se pronunciaram nas redes sociais. Em um post na rede social X, ele declarou: “os kukas [apelido para apoiadores do Kirchnerismo] atiraram pedras por falta de ideias, recorreram outra vez à violência”. A ministra da Segurança Nacional, Patrícia Bullrich, acusou o Kirchnerismo de planejar o ataque contra a caravana. Esse é o nome dado ao período em que Néstor Kirchner e Cristina Fernández de Kirchner governaram o país por 12 anos, e são do partido de oposição de Milei. 


Reportagem da emissora DNews sobre o ataque à caravana de Milei (Vídeo: reprodução/YouTube/DNews)

Apesar do ataque desta quarta-feira (27), ainda é esperado que ele participe de outros eventos para impulsionar a campanha eleitoral do seu partido. 

Acusações de corrupção

A participação de Milei coincidiu com uma crise política que o país vive, envolvendo a irmã do presidente e secretária presidencial, Karina Milei, que estaria envolvida em um esquema de corrupção, que envolve a devolução de verbas por meio da Agência Nacional para a Deficiência. 

Javier Milei não comentou sobre o escândalo envolvendo a irmã, porém acusou a oposição de querer instalar o caos e a violência, afirmando que o seu governo acabou com o déficit fiscal de 123 anos em um único mês.

Irmã de Javier Milei é investigada por corrupção

A Argentina está atualmente investigando um esquema de corrupção ligado ao governo de Milei, após áudios terem sido divulgados na mídia local. Os áudios fariam menção à Karina Milei, irmã de Javier Milei, eu teria participado em um esquema de propina na distribuição de medicamentos para PCDs.

Os áudios

A mídia local do país publicou gravações de áudio, onde é possível identificar uma voz semelhante a de Diego Spagnuolo, chefe da Agência Nacional de Pessoas com Deficiência, pode ser ouvida, discutindo sobre uma ação de suborno dentro da instituição.

Nas gravações, é possível ouvir Diego dizendo: “Eles estão fraudando minha agência”. Suas palavras fazem referência à Karina Milei, que é chefe de gabinete do presidente da Argentina, que recebeu pagamentos de propina. Ele disse que contactou Javier Milei, porém o presidente não resolveu a situação.

Spagnuolo foi demitido na última quinta-feira (21), pelo governo atual, com a justificativa de ser uma medida preventiva. No dia seguinte, sexta-feira (22), autoridades argentinas invadiram diversas propriedades de Diego, incluindo sua própria casa, para coletarem seus celulares e uma máquina de dinheiro.

O governo não confirmou a autenticidade do áudio e o presidente ainda não se manifestou publicamente sobre o ocorrido.

Problemas no governo Milei

Esta polêmica envolvendo corrupção vem em meio de vários outros problemas legislativos no governo de Javier Milei. Esta semana, no Congresso, legisladores tentaram anular o veto presidencial, que se opunha a um aumento no apoio financeiro a pessoas com deficiência.


Presidente da Argentina, Javier Milei, discursando em evento (Foto: reprodução/Facundo Morales/NurPhoto/Getty Images Embed)


O governo se prepara para as eleições de meio de mandato, que ocorrerão no mês de outubro. Isso será uma maneira de verificar o sucesso do atual governo e suas medidas, como a agenda de austeridade e as reformas de mercado de Javier Milei. Essa investigação da corrupção pode atrapalhar e ameaçar o tom firme e severo do presidente da Argentina quando se refere à casta política.

Argentina firma acordo com EUA para entrada sem visto

A Argentina anunciou nesta segunda-feira (28) a abertura do processo para integrar o Visa Waiver Program, programa dos Estados Unidos que permite a entrada de estrangeiros sem visto para turismo ou negócios. Se aprovado, o acordo permitirá permanência de até 90 dias e colocará o país em um grupo restrito de nações com acesso facilitado ao território norte-americano.

Assinatura em Buenos Aires reforça laços diplomáticos

O pedido oficial foi assinado durante a visita da secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, à Casa Rosada. Recebida pelo presidente argentino Javier Milei, a comitiva norte-americana discutiu avanços na cooperação bilateral em segurança, migração e combate ao terrorismo, áreas-chave para o fortalecimento da relação entre as duas nações.

Rigor técnico para garantir segurança e prestígio internacional

O processo exige que a Argentina atenda a altos padrões internacionais em seus procedimentos migratórios, como a adoção de passaportes eletrônicos, sistemas biométricos e controle avançado de fronteiras. Esses requisitos visam aumentar a segurança nacional e elevar a posição do país no cenário global, facilitando negociações futuras com outros parceiros estratégicos.


Documento oficial traduzido: comunicado do governo argentino sobre o início do processo de adesão ao Visa Waiver Program (Reprodução/Governo da Argentina)

Milei e Trump consolidam aliança política e econômica

O avanço do acordo reflete o estreito relacionamento entre o presidente Javier Milei e Donald Trump, baseado na confiança mútua e no trabalho coordenado de autoridades argentinas, como a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, o chanceler Gerardo Werthein e o embaixador Alejandro Oxenford, junto às autoridades norte-americanas.

A parceria vai além do comércio e representa uma aliança estratégica sustentada por valores comuns, como segurança, defesa, democracia e liberdade. Esses princípios fortalecem os vínculos entre Argentina e Estados Unidos. Iniciativas em áreas como tecnologia, energia renovável e intercâmbio cultural também demonstram o empenho dos dois países em promover desenvolvimento sustentável e inovação. Já a colaboração em políticas migratórias e no combate ao crime organizado reforça a estabilidade regional e a proteção das populações.

Justiça da Argentina decide que decreto de Milei sobre limitar direito a greve é inconstitucional

Nesta segunda-feira (30), a justiça da Argentina decidiu que o decreto do presidente Javier Milei que trazia limitações ao direito a greve em várias atividades que são consideradas essenciais é inconstitucional. Conforme foi informado por eles, não foram apresentadas condições de rigorosa excepcionalidade para o poder executivo avançar em atribuições pertencentes ao congresso, questionando ainda o caráter de extrema urgência, e que não havia circunstâncias excepcionais ou situações de necessidade que tenham gerado impedimento no processo na promulgação de leis.

Decreto inconstitucional

Conforme decisão proferida pela justiça, já havia ocorrido a suspensão da aplicação do decreto presidencial apresentado pela confederação geral do trabalho (CGT), alegando a consideração de ser uma violação dos estatutos trabalhistas e o direito de greve sendo estabelecido pela constituição. A polêmica decisão vinda do presidente da Argentina, ainda assim havia criado a categoria de atividades de importância transcendental, tendo a inclusão de transportes de pessoas, a construção e indústria alimentícia e a gastronomia, tendo em vista a situação.

Teste de resistência

Milei havia entrado numa queda de braço há um pouco mais de um ano com os legisladores, tendo uma fraca base partidária e por conta disso o presidente da Argentina responsabilizou o congresso pela lentidão, acusando os deputados e os senadores pela demora para aprovar o decreto, que ele havia anunciado aos argentinos naquela ocasião, a respeito do mega decreto de choque, que estabelece a desregulamentação massiva da economia permitindo a privatização de empresas públicas, o próprio DNU já havia considerado inconstitucional o decreto promulgado pelo presidente do país em questão.


Presidente da Argentina, Javier Milei, no dia 17 de junho de 2025, em evento realizado em Buenos Aires (Foto: Reprodução/Tomas Cuesta/Getty Images Embed)


A divisão de poderes

“Baseando-se numa fórmula muito simples: o poder legislativo aprova leis, o poder executivo administra e o poder judiciário resolve os casos, tudo no domínio da força normativa da constituição e dos tratados de direitos humanos” argumentou Dominguez. Em 2023, quando estava havendo protestos, já vinha sendo discutido essas questões relacionadas ao decreto, e naquela ocasião, eles já estavam considerando essas atitudes do presidente inconstitucional.

Pressão nas ruas: aposentados protestam enquanto Congresso debate reajuste

Centenas de idosos foram às ruas nesta quarta-feira (4), em Buenos Aires, protestar contra a administração de Javier Milei em relação aos pensionistas. A manifestação aconteceu em frente ao Congresso Nacional, enquanto parlamentares debatiam um projeto de lei para reajustar os benefícios de aposentadoria.

Os manifestantes se concentraram de forma pacifica atrás das grades de segurança montadas ao redor do Legislativo. Enquanto dentro, os congressistas discutiam melhorias nos repasses aos aposentados e a declaração de emergência nos serviços voltados às pessoas com deficiência.

Emergência social

O alvo dos protestos foi claro: a política de arrocho fiscal do governo Milei. Que causou perda no poder de compra, dificuldade no acesso a medicamentos e saúde. Entidades sindicais, movimentos sociais e organizações de mulheres participaram do protesto com cartazes. Os manifestantes acusam o presidente de comprometer salários, pensões, aposentadorias, saúde, educação e o sistema científico para fazer caixa ao Fundo Monetário Internacional (FMI).


 Protestos na Argentina (Vídeo: reprodução/Instagram/@grupo.metropole)


Relatos descrevem idosos em situação de vulnerabilidade extrema, vivendo com valores insuficientes para alimentação, transporte e moradia básica, agravando ainda mais o cenário de abandono social.

Crise se agrava entre os idosos

Dados do Instituto Argentino de Análise Fiscal (Iaraf) revelam que os aposentados tiveram uma perda real de 33% nos benefícios só nos dois primeiros meses do ano. Já o Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec) apontou que, entre os maiores de 65 anos, a pobreza quase dobrou. O número saltou de 17,6% para 29,7% no primeiro semestre da gestão Milei.

A crise também chegou aos remédios. A grande parte dos aposentados depende do programa estatal PAMI, que teve aumento médio de 240% no preço dos medicamentos durante 2024, segundo o Centro de Profissionais Farmacêuticos (Ceprofar). O acesso aos remédios gratuitos foi reduzido e agora exige solicitação especial.

Enquanto isso, os idosos seguem na luta por dignidade e por direitos básicos para a sobrevivência no país. 

Javier Milei se despede do Papa Francisco

O presidente da Argentina, Javier Milei, se manifestou, nesta segunda-feira (21), sobre a morte do Papa Francisco, falecido aos 88 anos. Em uma publicação nas redes sociais, o chefe de Estado argentino expressou pesar e relembrou o recente encontro que teve com o pontífice em fevereiro deste ano, no Vaticano.

“Apesar de diferenças que hoje parecem menores, ter podido conhecê-lo em sua bondade e sabedoria foi uma verdadeira honra para mim. Como Presidente, como argentino e, fundamentalmente, como um homem de fé, despeço-me do Santo Padre e me solidarizo com todos que hoje recebem essa triste notícia”, declarou Milei.


Publicação no perfil oficial do Presidente da Argentina (Foto: reprodução/X/@JMilei)

A Casa Rosada confirmou que o presidente viajará a Roma para participar do funeral de Francisco, que ainda não tem data anunciada oficialmente. Guillermo Francos, chefe de gabinete da Nação Argentina, informou que parte da agenda presidencial será suspensa nos próximos dias para viabilizar a presença de Milei na cerimônia.

Mudança de tom após campanha marcada por críticas

Durante a campanha eleitoral de 2023, Javier Milei protagonizou duras críticas ao papa, chegando a chamá-lo de “imbecil que defende a justiça social”. O discurso agressivo fazia parte de sua retórica contra o que ele chamava de “intervencionismo estatal e clerical”. No entanto, ao assumir a presidência, Milei passou a adotar um tom mais conciliador em relação ao pontífice.

A visita ao Vaticano foi simbólica. Com presentes e doces, o presidente argentino buscou demonstrar respeito e iniciar uma nova fase na relação com Francisco. O encontro ocorreu em um momento crítico para a Argentina, que enfrenta sua pior crise econômica em décadas, com inflação acima de 200% e dificuldades políticas após a rejeição de um pacote de reformas no Congresso.

Reencontro entre fé e política marca despedida

O gesto de Milei ao lamentar a morte do papa e confirmar sua presença no funeral representa mais que uma formalidade diplomática. É também uma tentativa de unir diferentes setores da sociedade argentina diante de uma perda significativa para o país e para o mundo católico.

Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, foi o primeiro papa latino-americano e permaneceu próximo das questões sociais da Argentina ao longo de seu pontificado. Sua relação com o poder político local sempre foi complexa, mas respeitosa. Agora, com sua partida, Milei demonstra que, apesar das diferenças, reconhece a importância histórica e espiritual do pontífice para a Argentina e para o mundo.

Milhares protestam na Argentina contra Milei às vésperas de greve geral

Na véspera de uma greve geral de 24 horas, marcada para a meia-noite desta quinta-feira (10), milhares de argentinos tomaram as ruas em protesto contra as políticas de ajuste fiscal do presidente Javier Milei. A manifestação, realizada em frente ao Congresso Nacional, reuniu sindicatos, aposentados, movimentos sociais e as três principais centrais sindicais do país: CGT, CTA-A e CTA-T.

Entre as principais reivindicações dos manifestantes estão a defesa por sindicatos livres, melhorias nas pensões e aposentadorias, atualização de bônus sociais e aumento nos orçamentos de saúde e educação.

Vim para defender os direitos dos aposentados e porque estou farto deste governo”, afirmou Carlos Salas, de 63 anos, funcionário público presente no ato, que teve clima tenso com o uso de bombas de efeito moral, além de instrumentos musicais.

Greve geral e serviços paralisados

Desde sua posse, essa é a terceira greve geral enfrentada pelo governo de Milei, revelando o aumento da insatisfação social com a política do presidente. Nas últimas semanas, o país enfrentou dezenas de milhares de demissões e já soma 15 meses consecutivos de queda no consumo.

A paralisação atinge diversos setores essenciais, como transporte público, trens, metrôs e táxis. O transporte aéreo funciona apenas parcialmente, com menos da metade da capacidade. Educação e serviços públicos, como correios e coleta de lixo, também aderiram à greve.

Economia em tensão e apoio popular

O governo argentino aguarda um empréstimo de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 121 bilhões) do Fundo Monetário Internacional (FMI) para sustentar seu plano econômico. A expectativa é antecipar pelo menos 40% desse valor, numa tentativa de conter a tensão cambial que levou o Banco Central a vender mais de US$ 1,8 bilhão (R$ 11 bilhões) de reservas nas últimas semanas.

Apesar da insatisfação popular, Javier Milei mantém um índice de apoio que varia entre 40% e 45%, principalmente por conseguir reduzir a inflação de 211% em 2023 para 118% no acumulado recente. Isso também contribuiu para a diminuição da taxa de pobreza, que teve altos índices no início de seu governo.


Milei enfrenta terceira greve no país (Vídeo: Reprodução/YouTube/UOL)


Escândalo e viajem internacional

No entanto, a liderança de Milei enfrenta certo desgaste após o escândalo chamado “criptogate”. O presidente promoveu uma criptomoeda em sua rede social X (antigo Twitter), cuja cotação desvalorizou logo em seguida. O caso está sendo investigado pelo Congresso argentino e pela justiça dos Estados Unidos.

Enquanto o país se encontrava em protesto, Milei estava em viagem ao Paraguai, onde se reuniu com o presidente Santiago Peña. Durante o encontro, defendeu a “liberdade econômica” como um valor essencial impulsionado por ambos os países.

Pobreza na Argentina cai, durante o governo Milei

Após o primeiro ano do governo de Javier Milei, a pobreza na Argentina teve uma queda de 3,6%, passando de 41,7%, deixado pelo governo anterior, para 38,1%, no governo atual. Essa queda na taxa da pobreza se deve a medidas tomadas pelo presidente argentino, como reformas econômicas, queda da inflação e estabilidade dos empregos. Nesse período a indigência também foi reduzida. Esses dados são celebrados pela administração atual, por mostrar um caminho para a redução sustentável da pobreza.

A queda da pobreza

O governo do atual presidente da Argentina, Javier Milei, que é caracterizado pela eliminação de controles, o ajuste do valor do dólar e das tarifas e também pela queda nos gastos, foi responsável por reduzir os índices de pobreza desde o último governo, de Alberto Fernández. Isso ocorreu por conta da queda da inflação, a melhoria da renda e de alguns setores econômicos e a uma maior estabilidade no emprego.

De acordo com a Pesquisa Permanente de Domicílios (EPH) do Indec, a pobreza encerrou o ano de 2024 em 38,1%. Essa porcentagem diz respeito à 17,9 milhões de pessoas pobres. No início do primeiro semestre desse ano o índice estava em 52,9%. No governo anterior, a pobreza estava em 41,7% (19,5 milhões de pessoas pobres), em um contexto de aumento de preços em mais de trinta anos e em que o trabalhador pobre estava se espalhando.


Sede do Indec, em Buenos Aires (Foto: reprodução/JUAN MABROMATA/AFP/Getty Images Embed)


Esses números nos dizem que há quase 1,6 milhão de pessoas que saíram da situação de pobreza, comparado com o final de 2023 e 7 milhões em comparação com o início de 2024.

O número de indigentes também caiu bastante, passando de 13,6% no primeiro semestre de 2024, e de 8,7% no final de 2023, para 6,4%, cerca de 3 milhões de pessoas.

A pobreza no país

Um pouco mais da metade das crianças entre 0 e 14 anos vivem uma situação de pobreza. Esse número é, mais especificamente, 51,9% (por volta de 5,7 milhões). Um ano atrás esse indicador era de 58,4%.

Os distritos em que estão registrados os maiores índices de pessoas pobres são, em ordem, Gran Resistencia, com 60,8%, Concordia, com 57,1%, Santiago del Estero-La Banda, com 48,6%, Formosa, com 46,2% e Grande Buenos Aires, com 42,1%.

Um comunicado do governo, quando os números do Indec foram revelados, comemorou essa grande queda dos índices de pobreza entre julho e dezembro do ano passado, onde destacam as reformas econômicas realizadas pelo presidente, Javier Milei.

A pobreza sem precedentes deixada pelo governo de Alberto Fernández, Cristina Kirchner e Sergio Massa, que chegou a um pico de 52,9% na medição do primeiro semestre de 2024, foi reduzida para 38,1% no segundo semestre, enquanto a indigência diminuiu de 18,1% para 8,2%, como efeito direto da luta contra a inflação liderada pelo presidente Javier Milei, além da estabilidade macroeconômica e da eliminação de restrições que durante anos limitaram o potencial econômico dos argentinos”, afirma o texto da Casa Rosada.


Javier Milei no Congresso Nacional de Buenos Aires (Foto: reprodução/LUIS ROBAYO/AFP/Getty Images Embed)


Eles ainda completaram, dizendo que esses indicadores refletem as políticas fracassadas do passado, que mergulharam os cidadãos argentinos na pobreza e miséria, enquanto propagavam a ideia de que estavam os ajudando. Eles afirmam que a liberdade econômica e a responsabilidade fiscal são o caminho para reduzir a pobreza a longo prazo.

Argentina: manifestantes pedem o fim da legalização do aborto

Neste sábado (29), manifestantes tomaram as ruas para exigir a criminalização do aborto na Argentina. O procedimento foi legalizado no país em 2020, há menos de quatro anos.

Com cartazes e símbolos, os participantes expressaram sua oposição à prática. Um deles segurava um cartaz com a mensagem “Ilegal, inseguro e caro”, enquanto outro exibia a imagem de médicos acompanhada da frase “Você estudou para curar, não caia na armadilha do aborto”. Além disso, muitos agitavam lenços azul-claro, símbolo do movimento antiaborto na América Latina.

A legalização do aborto na Argentina

A lei que legalizou o aborto foi sancionada em dezembro de 2020 pelo governo anterior, mas entrou em vigor somente no ano seguinte. Com a nova legislação, as mulheres podem interromper a gestação até a 14ª semana sem precisar justificar a decisão. O texto também garante o direito ao aborto em casos de estupro ou quando a gravidez representa risco à vida ou à saúde da gestante.


Rocío Bonacci, deputada argentina que assinou um projeto para revogar a Interrupção Voluntária da Gravidez (Foto: reprodução/CNN Brasil)

Projeto de lei para anular a legalização do aborto

Em 2024, deputados do partido do atual presidente, Javier Milei, encaminharam ao Congresso um projeto de lei visando revogar a legalização do aborto. O conteúdo enviado propunha o fim da interrupção voluntária da gestação e a prisão das mulheres que optassem por abortar. O texto sugeria que a pena para essas mulheres fosse de um a três anos de prisão, mas afirmava que, dependendo das circunstâncias, o Judiciário poderia decidir pela liberação das gestantes, levando em consideração os motivos que as levaram a interromper a gravidez.

Além disso, o documento propunha a prisão de indivíduos que realizassem abortos, mesmo com o consentimento da gestante. Esses profissionais poderiam enfrentar penas de um a quatro anos de prisão, com a possibilidade de aumento para até seis anos caso houvesse a morte da mulher. Médicos, cirurgiões, parteiras ou farmacêuticos que utilizassem seu conhecimento ou habilidades para realizar o aborto ou auxiliassem na prática ficariam proibidos de exercer suas funções, com a pena de prisão dobrada.

O projeto, assinado pela deputada Rocío Bonacci e apoiado por outros legisladores, busca descriminalizar o aborto apenas em casos onde haja ““evitar um perigo iminente para a vida da mãe, desde que o perigo não possa ser evitado por outros meios”.

O partido do atual presidente também retirou o financiamento para educação sexual, contracepção e pílulas abortivas. Segundo ele, as políticas relacionadas aos direitos reprodutivos eram “ridículas”, considerando a queda na taxa de natalidade nos países ocidentais.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, entre 5% e 13% das mortes maternas globalmente são causadas por abortos inseguros, e três em cada quatro abortos na América Latina acontecem de maneira insegura.