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Ao erguer a taça do campeonato paulista de 2024 neste domingo (8), após vitória por 2 a 0 contra o Santos, o treinador português ganhou sua décima taça e empatou no ranking com Oswaldo Brandão como o treinador com mais títulos pelo Palmeiras, superando grandes nomes.
Se tornou um dos maiores
Vitor Castanheira abraça Abel Ferreira, observado por Leila Pereira (Foto: reprodução/Fabio Menotti/Palmeiras/By Canon)
Desde a sua chegada no Palmeiras no final de 2020, Abel Ferreira vem empilhando diversos títulos e fazendo muita história com o clube alviverde, superando grandes nomes como Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari, mais conhecido como Felipão. O português nunca passou uma temporada sem comemorar um título com o clube paulista. Da sua chegada até hoje, o ele conquistou dois Campeonatos Brasileiros de forma seguida em 2022 e 2023, duas Libertadores também de forma seguida em 2020 e 2021, tornando o clube paulista um dos maiores campeões do país, uma Copa do Brasil 2020, três Campeonatos Paulistas de forma consecutiva em 2022, 2023 e 2024, uma Recopa Sul-Americana em 2022 e uma Supercopa do Brasil 2023.
Vale o esforço financeiro
Abel Ferreira faturou seu décimo título à frente do comando técnico do Palmeiras (Foto: reprodução/Cesar Greco/Palmeiras)
A diretoria do Palmeiras teve que fazer grandes esforços para poder renovar o contrato de Abel até o final do ano que vem (2025), pois diversas propostas com excelentes números apareceram para tirar o portugês do time paulista. O contrato dele ia até o final deste ano de 2024, mas conseguiram prorrogar até o final de 2025. Não se sabe o que acontecerá depois, se ele sai ou renova mais uma vez. O clube alviverde começa sua trajetória rumo ao tri do brasileirão neste final de semana no domingo, as 18:30, contra o Vitória, fora de casa e na próxima quinta joga a segunda rodada da Libertadores contra o Liverpool do Uruguai no Allianz Parque.
Nesta terça-feira (05), no primeiro pronunciamento desde o embate acalorado no MorumBIS, Leila Pereira, presidente do Palmeiras, quebrou o silêncio para abordar as controvérsias e insultos provenientes da diretoria do São Paulo após o empate de 1 a 1 no último domingo, pelo Paulistão.
Durante uma entrevista ao Globo Esporte, a presidente expressou sua indignação diante dos eventos recentes e revelou estar explorando com seus advogados a viabilidade de restringir a presença do diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, nos jogos do Palmeiras como mandante.
“Vi o vídeo horrível do senhor Carlos Belmonte xingando o nosso treinador e acho que tudo na vida a gente tem que refletir primeiro antes de falar. Por isso que estou aqui hoje, com a cabeça fria, dizendo que espero que as autoridades tenham uma atitude exemplar, punindo Belmonte para que isso não aconteça novamente. Vou conversar com meus advogados que eu gostaria até que ele não fosse mais no Allianz. É uma persona non grata nos nossos ambientes. Temos que coibir essa violência insana, e nós como dirigentes temos que ser os primeiros a levantar essa bandeira”
Leila Pereira
Leila Pereira também expressou sua revolta com todo o ocorrido recente de forma violenta e enfatizou a importância da punição como meio de coibir esse comportamento, começando pelos dirigentes. Ela criticou a atitude de incitar violência para agradar torcida, ressaltando que isso afeta não apenas o São Paulo, mas outros clubes. A presidente reiterou sua determinação em não tolerar agressões físicas ou verbais contra os profissionais do Palmeiras.
Tentativa de paz
O mais recente incidente entre os clubes marca o fim de uma tentativa de reconciliação liderada por Leila Pereira e Júlio Casares, presidente do São Paulo, no ano passado. Ambos os dirigentes se envolveram publicamente na promoção da paz, chegando até mesmo a trocar estádios em demonstração de boa vontade.
Ao longo do ano de 2023, houve duas ocasiões em que o Palmeiras atuou no MorumBIS, enquanto o São Paulo jogou no Allianz Parque durante as quartas de final do Paulistão. A rivalidade em confrontos eliminatórios se evidenciou e, de acordo com Leila, revelou uma rivalidade institucional por parte do Tricolor.
“A rivalidade é só dentro de campo, ou deveria ser. Com todos os outros clubes a rivalidade é dentro de campo e não pode deixar que isso transborde para fora porque é perigoso. Fora de campo tem que exigir respeito. Da minha parte, a rivalidade continua dentro de campo. Eu tenho profundo respeito por todo torcedor, todos os jogos que vou no Morumbi, torcedores do São Paulo me param para tirar foto”
Leila Pereira
A presidente destacou que o futebol é uma forma de entretenimento e deve ser uma atividade familiar. Ela argumenta que a rivalidade deve ser controlada, e isso começa com o respeito mútuo entre os clubes. Leila criticou a postura agressiva do São Paulo e a inconsistência entre palavras e ações dos dirigentes. Ainda acrescentou que o sucesso no futebol moderno não está mais ligado a comportamentos ultrapassados de dirigentes autoritários, mas sim a uma gestão responsável e respeitosa.
O Palmeiras divulgou uma nota na última segunda-feira (04), onde afirmou que os ataques direcionados a Abel Ferreira foram considerados xenofóbicos e desrespeitosos. Leila Pereira, por sua vez, opina que tais ataques foram motivados por inveja por parte do São Paulo.
“No fundo eu acho que tudo é despeito, inveja do trabalho ímpar do Abel aqui no Brasil. Tenho orgulho imenso, poder contar com o Abel por tanto tempo, vou ser candidata à reeleição e se for reeleita meu trabalho vai ser manter o Abel até o último dia do meu mandato. Está totalmente adaptado, tem uma ligação muito forte conosco. Atacar gratuitamente um treinador…Se acham que o Abel está procedendo de uma forma que acham que não seja correta com arbitragem, a arbitragem que tem que dizer”
Leila Pereira
De acordo com Leila Pereira, Júlio Casares não entrou em contato com ela desde que os problemas ocorreram. Ela afirmou que não é sua responsabilidade procurar o presidente do São Paulo, pois foi desrespeitada na casa dele. A presidente espera que ele a contate e faça um pedido público de desculpas, além de se comprometer a evitar que incidentes semelhantes ocorram no futuro.
Leila Pereira e Júlio Casares (Foto: reprodução/Marcelo Braga)
Resposta do São Paulo
Após ser procurado pela Globo, o São Paulo emitiu um comunicado assinado pelo presidente Júlio Casares.
“Carlos Belmonte não é xenofóbico. Conversei com ele sobre o assunto, e ele me explicou que, de cabeça quente após os erros de arbitragem na partida, usou a nacionalidade do treinador como forma de identificação, e não qualificação. E, ele destacou que naquele momento, o próprio treinador não estava no local.
Lamento que em 2022 a presidente Leila Pereira não pensou de forma inclusiva e em promover a paz nos estádios. Na ocasião, após o término da final do Paulistão, não houve qualquer comoção ou pedido de desculpas da instituição sobre o ato homofóbico em relação ao São Paulo Futebol Clube.
Dirigentes, técnicos, jogadores e demais pessoas envolvidas no futebol não devem agir com violência. Repudio quem maltrata jornalista retirando seu instrumento de trabalho das mãos, quem chuta microfone, quem peita jogador do time adversário mesmo não sendo atleta. Enfim, temos todos juntos de trabalhar para combater esse tipo de situação, tanto dentro como fora de campo.
Respeito ao adversário também deve ser dado com boas instalações em seu estádio próprio, condições para jornalistas trabalharem e segurança. Sempre recebemos bem a Leila, como ela mesma diz, no MorumBIS. Mas não podemos dizer o mesmo do São Paulo no Allianz. Já tivemos diversos incidentes com nossos profissionais por lá. Não podemos viver como dirigentes do passado, mas não podemos deixar de ter o amor por nosso time do coração.”
O gramado sintético do estádio Allianz Parque vem sendo alvo de diversas críticas por parte dos jogadores e da comissão técnica. Em resposta às reclamações, a diretoria do Palmeiras decidiu que não vai mais mandar jogos na arena, que fica em São Paulo, até que seja feita a manutenção necessária no campo. Os jogadores foram decisivos para que essa decisão fosse tomada.
As críticas
Desde a partida do Palmeiras no Allianz Parque, reclamações começaram a surgir. O novo jogador do Verdão, Bruno Rodrigues, relatou muitas dores no joelho direito e, após uma série de exames, foi constatada uma lesão que pode tirar o atleta de atividade por cinco meses. A situação do gramado foi um dos motivos para a lesão.
No clássico da saudade entre Palmeiras e Santos, a situação do gramado sintético estava ainda pior. Por conta de um show realizado na arena no dia anterior à partida, o gramado estava amassado devido à instalação de placas para a realização do evento, e vários jogadores acabaram se lesionando ou sentindo dores devido ao campo que estava “ralo”, como comentou o técnico santista, Fábio Carille.
O que acontece é que, por conta do grande número de shows e a falta de manutenção no gramado, ele acaba ficando amassado. Além disso, as placas instaladas para os espetáculos acabam queimando a grama e desgastando o piso, o que forma massas que grudam nas chuteiras dos jogadores e fazem com que eles percam atrito, acabando por escorregar.
Durante a partida, contra o Santos, o goleiro do Palmeiras pediu para que sua chuteira fosse limpa (Vídeo: reprodução/YouTube/UOLesportes)
Vantagens de um empreendimento
Apesar de decidir não mandar mais os jogos no Allianz Parque enquanto a manutenção não for realizada, o Palmeiras ainda vai jogar em “casa”. Isso acontece porque a empresa de Leila Pereira, presidente do clube, venceu a licitação da Arena Barueri e vai administrar o estádio por 35 anos.
O Palmeiras, então, deve mandar o seu próximo jogo contra o Ituano, que ocorre apenas no dia 8 de fevereiro, lá na Arena Barueri. Leila Pereira tem o compromisso de melhorar a estrutura da Arena enquanto estiver à frente do estádio.
Segundo John Textor, o Palmeiras demonstrou interesse na contratação do atacante Junior Santos, que tem contrato com o Botafogo até 2025. O dirigente usou as redes sociais para novamente criticar o clube alviverde, dizendo que a equipe paulista deve ir comprar em outro lugar porque os jogadores botafoguenses preferem jogar no 11 contra 11, insinuando que o Palmeiras joga com algum tipo de ajuda.
Ainda dói
John Textor e o Palmeiras não têm uma boa relação desde 2023, quando o americano foi a público culpar a arbitragem pela derrota do Botafogo no campeonato brasileiro do ano passado. No confronto direto entre as equipes, o clube carioca começou vencendo por 3 a 0 e sofreu a virada, com o dirigente afirmando que a culpa era da arbitragem, que expulsou o zagueiro Adryelson.
O Botafogo fez um campeonato quase impecável, mas na reta final não aguentou e acabou ficando em quinto lugar com 64 pontos, enquanto o Palmeiras fez uma bela corrida de recuperação e ganhou o troféu após terminar a competição com 70 pontos. John Textor chegou a contratar uma empresa francesa para analisar os erros de arbitragem ocorridos no Brasileirão e chegou à conclusão de que o Botafogo deveria ter terminado o campeonato com 21 pontos a mais. O empresário fez diversas críticas, principalmente à presidente do Palmeiras, Leila Pereira.
Atitudes de John Textor contra o Palmeiras estão sendo vistas como perseguição (Vídeo: reprodução/YouTube/jovempanesportes)
E existe o interesse?
Segundo o Palmeiras, nunca houve nenhum tipo de conversa ou sondagem pelo jogador, e afirma que John Textor quer forçar algum tipo de rivalidade que nunca existiu. Os torcedores do clube paulista agradeceram ao empresário por ter ajudado a impedir a negociação, afirmando que Junior Santos não seria tão bom.
“Já está fazendo mais que o Anderson Barros, impedindo a vinda de mais um bagre”, disse um torcedor do Palmeiras no X (antigo Twitter). Com essas reações e a investida de John Textor, se houver algum tipo de negociação, ela não deve chegar longe.