O atacante Endrick é o novo reforço do Lyon para a sequência da temporada europeia. Aos 19 anos, o brasileiro assinou nesta segunda-feira um contrato de empréstimo válido por seis meses, com vínculo até o meio do ano, e passa a defender o clube francês em um movimento estratégico que visa ampliar sua minutagem e acelerar o processo de amadurecimento no futebol europeu.
A negociação vinha sendo construída desde o mês passado, após uma série de reuniões que alinharam interesses entre as partes. Desde o início das conversas, na segunda quinzena de novembro, Endrick demonstrou receptividade à mudança para a França, entendendo o projeto esportivo do Lyon como uma oportunidade concreta de protagonismo em alto nível competitivo, algo que não vinha acontecendo no Real Madrid.
Empréstimo planejado e foco no desenvolvimento
Mesmo diante de sondagens de clubes com maior peso no cenário europeu, como o Manchester United, que buscou alternativas após a lesão do esloveno Benjamin Sesko, o jovem manteve sua decisão. A leitura feita pelo estafe do jogador e pelo próprio atleta foi clara: deixar o Real Madrid apenas faria sentido caso o novo destino garantisse presença frequente em campo, condição considerada essencial neste momento da carreira.
A prioridade de Endrick é seguir em evidência para manter vivo o sonho de defender a Seleção Brasileira na próxima Copa do Mundo. O próprio Carlo Ancelotti, técnico que o comandou no início de sua trajetória em Madri, já havia sinalizado publicamente que as portas da equipe nacional seguem abertas. No entanto, o treinador italiano também ressaltou que a baixa minutagem é um fator determinante para afastar qualquer jogador do radar de convocações.
No Lyon, o cenário se mostra mais favorável. O clube ocupa atualmente a quinta colocação no Campeonato Francês e vem se destacando na Liga Europa, onde apresenta a melhor campanha da fase de liga até o momento. A combinação entre competitividade doméstica e bom desempenho continental pesou na escolha do atacante, que vê na equipe francesa um ambiente propício para crescer tecnicamente e ganhar confiança.
Jogador brasileiro Endrick (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Jean Catuffe)
Ambiente favorável e confiança no comando técnico
Outro ponto relevante na decisão foi o comando técnico. O português Paulo Fonseca é visto com bons olhos pelo brasileiro, não apenas pela facilidade de comunicação no idioma, mas também pelo histórico de trabalho com jogadores do Brasil ao longo da carreira. Fonseca já treinou atletas brasileiros em passagens por clubes como Porto e Braga, além de ter convivido com diversos nomes do país durante os três anos em que esteve à frente do Shakhtar Donetsk, na Ucrânia.
Internamente, a avaliação é de que o estilo de jogo do treinador pode potencializar as características de Endrick, especialmente sua explosão, capacidade de finalização e mobilidade no ataque. A expectativa é que o atacante seja utilizado com regularidade, seja como referência ofensiva ou atuando com mais liberdade, explorando espaços entre as linhas adversárias.
A ida para a França representa, portanto, um passo calculado. Apesar de reconhecer o peso e a estrutura do Real Madrid, o entendimento foi de que permanecer como opção no banco, em meio a forte concorrência, não contribuiria para a evolução desejada neste estágio da carreira. Para Endrick, jogar é prioridade absoluta.
Passagem pelo Real e mudança de cenário
Endrick chegou ao Real Madrid no meio do ano passado, já no início da temporada, quando o clube ainda era comandado por Carlo Ancelotti. Mesmo jovem, conseguiu participar de 37 partidas e marcou sete gols, desempenho considerado positivo dentro do contexto de adaptação. Grande parte desses tentos foi anotada na Copa do Rei, competição em que terminou como vice-artilheiro, com cinco bolas na rede.
O panorama, porém, mudou com a troca no comando técnico. A chegada de Xabi Alonso alterou a hierarquia do elenco, e o brasileiro perdeu espaço. Na temporada 2025/26, Endrick esteve em campo em apenas três dos 25 jogos disputados pelo Real Madrid, cenário que reforçou a necessidade de buscar novos ares. A única oportunidade como titular ocorreu recentemente, diante do Talavera, também pela Copa do Rei.
Agora, no Lyon, o atacante inicia um novo capítulo com a responsabilidade de corresponder às expectativas e transformar a aposta em rendimento dentro de campo. Para Endrick, mais do que uma simples transferência, o empréstimo representa a chance de assumir protagonismo, recuperar confiança e se recolocar no caminho que pode levá-lo de volta ao centro das atenções do futebol europeu e da Seleção Brasileira.
