Farmacêuticos são autorizados a prescrever medicamentos; medida gera polêmica

O Diário Oficial publicou, na segunda-feira (17), uma nova resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que autoriza farmacêuticos a prescrever medicamentos, inclusive os que exigem receita médica. A norma entra em vigor em 30 dias.

O que permite a nova resolução

A nova resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF), publicada em 20/02/2025, amplia as funções dos farmacêuticos. Agora, eles podem:

  • Prescrever medicamentos, incluindo os que precisam de receita médica (exceto os de “tarja preta”);
  • Renovar receitas feitas por outros profissionais de saúde;
  • Fazer exames físicos, solicitar e interpretar exames para acompanhar o tratamento do paciente;
  • Prescrever medicamentos em emergências, quando houver risco de morte.

Farmacêutica pegando medicamentos (Foto: reprodução/George Frey/Getty Images Embed)


O CFF justificou que as mudanças foram baseadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia, a qual prevê que instituições de ensino farmacêutico do país tem como obrigação formar profissionais capacitados para prescrição de medicamentos e outras intervenções em saúde. No entanto, para prescrever medicamentos sob prescrição, o farmacêutico precisa ter Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em Farmácia Clínica.

Críticas da classe médica

A resolução causou forte oposição de entendidas médicas. Francisco Eduardo Cardoso, conselheiro do Conselho Federal de Medicina, afirmou que a resolução é “absolutamente ilegal”. O argumento contra a decisão é que a formação do farmacêutico não inclui disciplinas essenciais do curso de medicina, como exame clínico e interpretação de exames. E que aos médicos são requeridos mais tem de experiência em campo antes de formar e poder estabelecer diagnóstico seguro.

“Eles vão ter que responder na Justiça por editarem uma resolução ilegal. O farmacêutico não tem competência legal e técnica para isso. São competências complementares”, afirmou Cardoso.

Posição do Conselho Federal de Farmácia

Mediante as críticas, o CFF rebateu os argumentos médicos, afirmando que a medida é com base na Lei n.º 13.021, de 8 de agosto de 2014, que estabelece como competência dos farmacêuticos “definir o perfil farmacoterápico do paciente”. Com isso, a prescrição terapêutica não é uma atividade exclusiva dos médicos. E que a medida é coberta pela lei que regula a profissão.


Nova norma para prescrição de remédios (Reprodução/YouTube/Jovem Pan News)

O embate entre farmacêuticos e médicos reacende o debate sobre a autonomia dos profissionais da saúde e até que ponto o farmacêutico pode atuar na prescrição de medicamentos sem comprometer a segurança dos pacientes.


Começa o julgamento do STJ para recurso que discutirá autorização do cultivo de cannabis medicinal

Nesta quarta-feira (13), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) iniciará o julgamento para autorização para importação e plantação de sementes de cannabis sativa para fins medicinais ou farmacêuticos. O debate, que reunirá dez ministros da Primeira Seção que julga questões de direito público, não envolverá a legalização da maconha.

Objetivo do recurso

O recurso a ser analisado é de uma empresa de biotecnologia que deseja a autorização para importar e cultivar, uma variável da cannabis sativa, a fim de serem usados para a medicina com a fiscalização do Ministério da Agricultura e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

Segundo a empresa, a substância industrial possui baixas quantidades de tetrahidrocanabinol (THC), substância capaz de criar sensações de euforia ou prazer, o que impediria o uso de forma recreativa. Portanto, o uso farmacêutico seria incapaz de causar efeitos colaterais ou psicotrópicos.

Além disso, a empresa também utiliza o argumento de que a Anvisa já autorizou a importação para quem planeja importar e vender produtos derivados da cannabis. No entanto, pela dificuldade na importação dos insumos, as mercadorias possuem um valor muito alto, por isso, a autorização no país pode mudar este panorama.

Por mais que o TCH possua a capacidade de gerar sensações como prazer e euforia, o tetrahidrocanabinol também é utilizado para fins terapêuticos, no uso em remédios antidepressivos, anticonvulsivos e estimulantes de apetite.

Já o canabidiol (CBD) possui efeito relaxante e funciona, na medicina, como analgésico, sedativo e anticonvulsivo. O CBD pode auxiliar no tratamento de esclerose múltipla, epilepsia, Parkinson, esquizofrenia e dores crônicas. Além disso, um estudo feito recentemente pelo Hospital Universitário de Brasília, apontou que 70% das pessoas com autismo apresentaram melhora a partir do tratamento com o canabidiol.

O processo do julgamento

O processo será julgado por ministros da Primeira Seção, especializados em processos que envolvem o Poder Público. A relatora do caso é a ministra Regina Helena Costa e contará com entes públicos da União, da Anvisa e do Ministério da Agricultura.


A ministra Regina Helena é a relatora do caso (Foto: reprodução/Emerson Leal/STJ)

Caso entenda que o processo envolve direitos constitucionais, será viável recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também será possível embargos de declaração, um recurso judicial que permite às partes envolvidas questionar o juiz sobre inconsistências na decisão. 

Maira Cardi: entenda o PMMA e os riscos associados ao inchaço no rosto da influenciadora

Conhecida por seu trabalho como coach de emagrecimento e estilo de vida saudável, a empresária e influenciadora Maíra Cardi utilizou as redes sociais para relatar a experiência que teve com a aplicação de polimetilmetacrilato (PMMA) na face. Biocompatível e não absorvível, a substância pode causar danos permanentes no organismo.

O procedimento foi realizado em 2009 e os efeitos colaterais surgiram recentemente na face da personalidade. Nesta semana, com o rosto inchado, Maíra usou o Tik Tok para anunciar, dentre outros detalhes, que terá que fazer uma cirurgia na bochecha para a retirada da substância.

O PMMA

O polimetilmetacrilato é um polímero plástico líquido que não é absorvido pelo corpo e fica implantado nele. A substância pode permanecer “inativa” por um tempo, mas com o passar dos anos causar problemas graves. Além disso, tem o potencial de provocar imediatamente um problema vascular, como embolia pulmonar, mas quando permanece silenciosa no organismo por anos, sem possibilidade de ser removida, age como um plástico líquido implantado no corpo. Dessa forma, pode ficar inativa até que gere uma reação inflamatória.


PMMA é utilizado como preenchedor (Foto: reprodução/Dr. Vitor Nunes/Vitor Nunes Cirurgia Plástica)

Outros famosos que utilizaram

Algumas personalidades fizeram a aplicação de PMMA, como a cantora Gretchen, o campeão de ‘A Fazenda 13’ Rico Melquiades, e a ex BBB Gabi Martins. Um dos casos mais difundidos foi o de Andressa Urach, que também aplicou quantidades máximas de hidrogel nas pernas para o aumento de volume das coxas, em 2009. Somente 5 anos depois, em 2014, a modelo passou por um grave processo infeccioso generalizado, que quase a levou à morte.

Máira Cardi fala do PMMA (Vídeo: reprodução/TikTok/@cardinigro)

Caso fatal

Em julho deste ano, Aline Maria Ferreira, de 33 anos, morreu após passar por um procedimento estético nos glúteos em uma clínica de Goiânia. A influenciadora teria realizado a aplicação de PMMA e foi internada alguns dias depois na UTI, onde permaneceu até falecer em decorrência de uma infecção generalizada. Grazielly da Silva Barbosa, empresária que realizou o procedimento na jovem, exercia funções de biomédica na própria clínica de estética, sem possuir diploma e especialização na área.


Aline Maria Ferreira, 33 anos, era influenciadora digital (Foto: reprodução/Redação Rádio Pampa)

O que a medicina diz sobre a substância

A médica Eliane Palermo, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), alertou em entrevista à CNN: “Eu defendo que ele tenha no mínimo uma regulamentação muito rígida em relação ao uso, em quantidades muito pequenas para cicatrizes ou coisas inestéticas, que o risco seria, de repente, compensado pelo problema”. Ela ressaltou, porém, que a utilização para fins estéticos como aumento do glúteo, por exemplo, não são permitidos pela Anvisa. A especialista também falou sobre possíveis casos de insuficiência renal em pacientes jovens que fizeram o procedimento, algo que está sendo investigado pelas entidades médicas.

O cirurgião plástico Cláudio Cardoso de Castro, professor da UERJ e membro da Academia Nacional de Medicina (ANM) liderou um estudo sobre os efeitos do uso do PMMA no organismo e afirma que a retirada do produto é muito difícil, pois não é possível distingui-lo de outros tecidos do corpo. “Uma substância como essa pode sair do lugar, provocar infecções, cair na circulação”, afirmou o médico em entrevista para o G1. 

Inovação médica: coração artificial de titânio é implantado com sucesso em paciente nos EUA

Foi realizado uma inovação médica no dia 9 de julho, no Baylor St. Luke’s Medical Center, no Texas, onde pela primeira vez foi implantado com sucesso em um paciente um coração artificial construído em titânio. O paciente sofria de insuficiência cardíaca terminal.

Sobre o procedimento

O procedimento faz parte do Estudo de Viabilidade Inicial (EFS) da Food and Drug Administration (FDA), destinado a avaliar a segurança e eficácia do dispositivo.

O dispositivo foi denominado por Coração Artificial Total (TAH, na sigla em inglês) e foi desenvolvido pela BiVACOR junto com o Texas Heart Institute. É uma bomba de sangue rotativa biventricular feita de titânio, com uma única parte móvel que utiliza um rotor magnético para bombear o sangue.

O dispositivo irá substituir dois ventrículos do coração comprometido e tem a capacidade de se autorregular conforme o nível de atividade do paciente. Além disso, irá permitir até a realização de atividades físicas moderadas.


Médicos fazendo cirurgia (Foto: reprodução/FG Trade/Getty Images Embed)


Esperança para a medicina

A insuficiência cardíaca afeta a capacidade do coração de suprir as necessidades do corpo, podendo levar a sintomas graves como falta de ar e fadiga, e é causada por uma variedade de fatores, incluindo doenças como a hipertensão. O objetivo do estudo EFS é fornecer uma solução temporária para pacientes que estão na lista de espera para um transplante de coração.

Com o sucesso da primeira implantação do coração de Titanium, abre novas perspectivas para o tratamento de insuficiência cardíaca. A fase inicial do estudo irá incluir a inserção do dispositivo em mais quatro pacientes; o Texas Heart Institute expressou otimismo com os resultados e ressaltou a importância desta inovação como uma nova esperança para aqueles que aguardam um transplante. O presidente e CEO do instituto, Joseph Rogers, afirmou que o dispositivo represente um “farol de esperança” para pacientes em todo o mundo.

O avanço representa um marco significativo na cardiologia e pode revolucionar o tratamento de insuficiência cardíaca, uma das principais causas de morte globalmente.

Estudo revela imprecisão de ChatGPT acerca de diagnósticos de doenças

Em uma análise realizada por médicos pesquisadores da Schulich School of Medicine & Dentistry, Western University, foi revelado que o ChatGPT, não é considerada uma ferramenta adequada e confiável para identificar e determinar doenças de seres humanos.

Análises feitas em outros períodos no passado, demonstraram que o uso do modelo de linguagem semelhantes aos do ChatGPT podem ser úteis em alguns casos. Contudo, essa ferramenta ainda carece de mais aperfeiçoamentos, pois pode apresentar respostas errôneas ou imprecisas.

Recomendação de especialistas

Mediante os diferentes resultados apresentados com a utilização da inteligência artificial, os profissionais especializados na área da saúde, recomendam que as pessoas tenham cuidado com as respostas de diagnósticos oferecidas pela ferramenta.


Uso de ferramenta artificial não é 100% preciso em resultados (Foto: Reprodução/Laurence Dutton/Getty Images Embed)


Estudos e evidências que testaram a eficiência do ChatGPT

Em uma análise realizada por um grupo de pesquisadores canadenses, foi testada a precisão e o nível de acerto que o modelo de linguagem grande, poderia oferecer aos seus usuários, acerca de enfermidades de seres humanos, a partir de casos reais.

Durante a pesquisa foram utilizados 150 estudos de caso, do principal aplicativo mundial online, voltado para o uso de médicos e profissionais de saúde, o Medscape, os quais foram assistidos por diagnósticos conhecidamente corretos.

Dessa forma, houve um treinamento da ferramenta ChatGPT 3.5, utilizando-se de todos os dados necessários dos pacientes e, em seguida, a solicitação de identificação de suas doenças, como também, a respeito sobre quais formas de tratamento deveriam ser aplicadas.


Resultados do ChatGPT não são plenamente confiáveis (Foto: Reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


Diante do retorno entregue pela inteligência artificial, os pesquisadores classificaram o nível dos resultados das respostas como próximas ao diagnóstico correto, como também, relativamente satisfatórias as explicações oferecidas.

Apesar do bom resultado acerca do uso da ferramenta para diagnosticar e eliminar a suspeita de possíveis doenças, ainda assim, os pesquisadores concluíram que as respostas são bastante imprecisas.

Resultados e conclusões de pesquisadas realizadas

Conforme as informações que constam na revista científica online, PLOS ONE, publicada pela Public Library of Science, os resultados das análises de casos, reconhecidas pela ferramenta, revelaram que menos da metade das respostas do ChatGPT estavam certas, embora apresentassem explicações relativamente boas sobre como havia chegado a tais diagnósticos.

Diante disso, os pesquisadores chegaram ao consenso de que o mais seguro e confiável é que os diagnósticos de doenças sejam realizados por profissionais humanos e especializados na área da saúde.

Médica toma conhecimento de crime em que estava sendo vítima enquanto trabalhava

Em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Goiânia, a médica Eny Aires estava em expediente com um paciente em estado grave, no momento em que tomou ciência que seu nome e seu registro profissional estavam sofrendo uso indevido e ilegal pela empresária Grazielly Barbosa, que se encontra presa neste momento.

Grazielly teve uma vitima do suposto golpe, a influenciadora Aline Maria Ferreira, que morreu aos 33 anos, em meio a um procedimento estético com ela.


Vídeo explicativo sobre o ocorrido (Vídeo: reprodução/Youtube/Jornal da Record)

O crime de Grazielly

A empresária e dona da clínica “Ame-se”, se apresentava como biomédica, fez o curso de medicina no Paraguai por apenas três meses, como dito em depoimento para a polícia. Conforme apurado pela polícia, Grazielly não apresentou nenhum comprovante de conclusão deste curso, comprovando que nem sequer tinha a capacitação para atuar na área, quanto mais para realizar um procedimento estético, como foi feito.

A clínica de Grazielly foi fechada e interditada pela vigilância sanitária, por falta de um alvará de funcionamento e de um responsável técnico. Aline Ferreira, a vítima do procedimento, faleceu quase uma semana depois de uma operação estética para aumento do bumbum.

Visão de Eny Aires

A verdadeira médica, Eny Aires, revelou ao portal g1, que demorou a tomar conhecimento do que estava realmente acontecendo, por não acompanhar o mundo das notícias. Quando tomou conhecimento, Eny fez um boletim de ocorrência contra a empresária, que alterou o nome e registro profissional para dificultar a descoberta do crime de fraude, além de prescrever remédios de forma errada.

“Os remédios estavam prescritos de forma errada. Primeiro que não se escreve com caneta vermelha. Tudo [estava] horrível, toda a prescrição dela estava errada. Era para matar mesmo, porque não tem nenhum princípio da medicina”

Eny Aires, sobre as receitass erradas.

Eny descobriu o crime em seu ambiente de trabalho, enquanto cuidava de um paciente em estado grave, na sala vermelha de uma UPA, em Goiânia.

PMMA: o que é essa substância e como é usada na medicina

A morte da influenciadora digital e modelo fotográfica Aline Maria Ferreira da Silva, de 33 anos, na semana passada gerou um alerta sobre os perigos de certos procedimentos que prometem realçar a beleza. Aline morreu após aplicar PMMA, ou polimetilmetacrilato, na região dos glúteos. Substância, muito utilizada em preenchimentos, mas não recomendada para procedimentos estéticos segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC) e de Dermatologia (SBD).

A Anvisa permite que a substância seja usada para corrigir defeitos onde há necessidade de volume, e também é utilizada como matéria-prima para lentes intraoculares, dentes artificiais e cimento ósseo. Mas a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica não recomenda o PMMA para fins estéticos.

O que é a PMMA?

O PMMA um componente plástico com diversas utilizações na área de saúde e em outros setores produtivos. Nesta área da medicina é geralmente utilizado como gel para preencher espaços na superfície da pele, via preenchimento cutâneo. Segundo a Anvisa, nesse sentido, sua aplicação é autorizada apenas para duas finalidades.

É autorizada o uso do PMMA para correção da distrofia causada pelo excesso ou perda de gordura em determinadas partes do corpo de pacientes com HIV/AIDS (lipoatrofia) devido ao uso de antirretrovirais e à criação de preenchimentos faciais e corporais voltados à correção de distúrbios e depressões na pele graças aos bioplásticos, uma técnica de implantação biologicamente compatível que permite a correção de irregularidades sem cirurgia.


Substância PMMA (Foto: reprodução/freepik)

O que dizem os especialistas

Segundo o Fantástico, em entrevista com Marcelo Sampaio, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ele explica que a substância é não absorvida, o corpo não consegue degradar o polímero, é um plástico, existem produtos melhores a serem usados, para a remoção desse produto.

Marcelo ainda completa dando um exemplo, como o acido hialurônico, que você pode derreter essa substância e tirar esse produto do contato com o corpo, mas com o PMMA isso só é possível cirurgicamente, ou seja, significa dizer que o produto é removido do tecido.

Embora o ácido hialurônico seja uma opção aprovada por especialistas para fins estéticos, Marcio Serra, diretor da Associação Brasileira de Dermatologia, também ressalta a importância de buscar um profissional qualificado para a aplicação, podendo existir a possibilidade de uma necrose, caso o procedimento seja feito por pessoas sem experiências.

A proprietária da clínica, Grazielly da Silva Barbosa, se apresentava como biomédica, mas não tinha registro no Conselho Profissional Biomedicina, segundo a polícia. Ela foi presa e o estabelecimento fechado. Conforme o prontuário de Aline, o diagnóstico de embolia é uma das hipóteses para explicar o que agravou o estado de saúde da influenciadora.

Estudante de medicina é preso no Pará por fraude em provas do Enem

Após uma busca em Belém, a Polícia Federal (PF) prendeu o ex-estudante de medicina André Rodrigues Ataíde, durante a tarde desta sexta-feira (29), por suspeita de realizar a prova se passando por 2 pessoas diferentes, em Marabá, região sudeste do Pará. 

Depois da PF ir à residência de André na quarta-feira (27) e não ter encontrado, o ex-universitário de 23 anos foi capturado na casa de parentes. O jovem agora cumpre o mandado de prisão preventiva por estelionato, uso de documentação falsa e falsidade ideológica. 

Fraude na prova

A investigação informa que André teria feito a prova para um parente e para um amigo de velha guarda, em 2022 e 2023, respectivamente, falsificando a documentação e a assinatura deles para fazer o Enem. No fim, ambos os candidatos foram aprovados pela faculdade.


André Ataíde, suspeito de fraude do Enem (Foto: reprodução/redes sociais)

Os 3 envolvidos eram alunos de medicina na Universidade do Estado Pará (UEPA), a qual decidiu suspender a candidatura dos investigados. André tinha um bom repertório de notas em seu histórico escolar, os outros ainda não tiveram suas identidades reveladas. 

Defesa do advogado

Após ser apreendido e realizado os procedimentos legais na superintendência da polícia federal do Pará e foi enviado a sistema penal, Diego Adriano Freires, advogado de defesa do aluno relata que o mandado de prisão do jovem seria ‘’extremamente gravosa e desproporcional’’, solicitar a revogação do caso, e nega a narrativa que o seu cliente teria ido a Belém como uma tentativa de fuga. 

“São informações que não condizem com q verdade, haja vista, não existir nenhuma proibição ou impedimento judicial que proibisse André sair de Marabá, inclusive ele estava em Belém em tratamento médico na casa de parentes”, disse Diego em sua entrevista ao G1.  

Durante o processo as investigações continuam em andamento, buscando a possibilidade de outros evolvidos com o esquema de falsificação no Enem. 

Abrafi acusa MEC de descumprir decisão judicial sobre novas vagas de Medicina

Na última terça-feira (26), o Ministério da Educação emitiu uma portaria suspendendo a oferta de vagas e matrículas de alunos já aprovados para o curso de Medicina em quatro instituições de ensino. Essa ação foi vista como um descumprimento das determinações judiciais que autorizaram processos seletivos para pelo menos duas faculdades: o Centro Universitário (Facens), em Sorocaba, e o Centro Universitário Mauá (Unimauá), em Brasília. A decisão inclui a participação em futuros editais do programa Mais Médicos.

Tramitação e decisão judicial

Os pedidos para a abertura de novas vagas estavam há bastante tempo em análise na Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior. Diante da ausência de resposta por parte do MEC, as instituições buscaram respaldo legal e obtiveram, há pouco mais de um mês, decisões judiciais favoráveis no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para a realização dos vestibulares.

O presidente da Abrafi, Paulo Chanan, ressaltou que a suspensão afeta diretamente 60 alunos em Sorocaba e mais 180 em Brasília.

A resposta do MEC e a polêmica em torno da portaria

O MEC defendeu sua posição, notificando as instituições envolvidas e mais quatro por anunciarem cursos de Medicina sem a devida autorização. Segundo o ministério, tais ações constituem irregularidades administrativas e devem ser imediatamente suspensas.

A portaria n. 531, de dezembro do ano passado, foi citada pelo MEC como base para suas ações, estabelecendo diretrizes para o processamento de pedidos de autorização de novos cursos de Medicina.


Entenda mais sobre o impasse nos cursos de medicina (Vídeo: reprodução/YouTube/Jovem Pan)


A controvérsia e as alegações da Abrafi

A Abrafi contesta a justificativa do MEC, argumentando que a decisão judicial não se limitou apenas à realização do processo seletivo, mas abarcou também as matrículas dos alunos aprovados. Chanan ressalta que essa postura cria uma insegurança jurídica considerável, especialmente diante dos atrasos do MEC na publicação de portarias, mesmo após determinações judiciais.

 “Há uma incoerência por parte do MEC, que tem autorizado, de forma atropelada e em tempo recorde, o funcionamento de cursos de Medicina em instituições federais sem que haja qualquer estrutura física de laboratórios ou corpo docente contratado.” – Disse o presidente da Abrafi, Paulo Chanan.

Diante do impasse entre a Abrafi e o MEC, a situação permanece delicada para os alunos afetados e as instituições de ensino envolvidas. Enquanto o MEC defende suas ações como parte de uma política educacional coerente, a Abrafi questiona a falta de uniformidade e transparência nos procedimentos adotados, especialmente no que diz respeito à disparidade de tratamento entre instituições públicas e privadas.

Médico brasileiro realiza transplante de rim de porco em paciente humano

Hoje (21) foi anunciado o primeiro transplante de rim de um porco geneticamente modificado para um paciente humano vivo, liderado por Leonardo Riella, médico brasileiro pioneiro. A cirurgia ocorreu em Boston, nos Estados Unidos, no Massachussets General Hospital, marcando um avanço significativo na medicina e trazendo esperança para milhares de pacientes que aguardam por um transplante renal.

Um homem de 62 anos, identificado como Richard “Rick” Slayman, que sofria de doença renal avançada, é quem vai receber o rim suíno. Residente em Weymouth, Massachusetts, Slayman tem histórico de diabetes tipo 2 e hipertensão, e há sete anos depende de diálise. Em 2018, após um transplante de rim malsucedido, ele retornou à diálise em 2023. No entanto, os médicos relatam que sua recuperação está em andamento e apresenta sinais promissores.

Conforme evidenciado por um estudo publicado no Journal of the American Society of Nephrology, este avanço é particularmente significativo para comunidades minoritárias, como afro-americanos, que enfrentam maior risco de doenças renais graves.

Oferecendo uma nova esperança para os 39 mil brasileiros na fila de espera por um rim, representando 92% da lista nacional de espera por transplantes de órgãos, este marco na medicina é significativo. Além disso, o transplante de rim pode aliviar a dependência da diálise, proporcionando uma melhor qualidade de vida para aqueles que aguardam ansiosamente por um órgão compatível.

Biotecnologia ajudou no sucesso do transplante

O rim de porco usado foi fornecido pela eGenesis, uma empresa de biotecnologia com sede em Cambridge, Massachusetts, que geneticamente modificou o órgão do doador suíno para minimizar a resposta imunológica e eliminar o risco de infecção. A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos aprovou o procedimento após extensos testes e modificações genéticas.

Médico brasileiro na liderança do procedimento da cirurgia


Leonardo Riella, médico brasileiro, comandou o procedimento de transplante (Fotografia: Reprodução/Massachusetts General Hospital/G1)

Destacando a importância para aqueles na fila de espera por um transplante de rim, o Dr. Riella enfatizou o potencial deste procedimento em declarações à imprensa. Professor associado de medicina e cirurgia na Harvard Medical School, ele concentra sua pesquisa na tolerância de órgãos transplantados.