Sistema de nuvem da Amazon sofre apagão

Na madrugada desta segunda-feira, dia 20 de outubro, os serviços do Amazon Web Services (AWS) passaram por uma grande instabilidade. O serviço da big tech Amazon é utilizado por outras companhias, que também ficaram instáveis. O apagão afetou sites e aplicativos de áreas diversas, como sites de companhias aéreas, bancos, serviços de entrega e jogos online. O Picpay, o Fortnite, o Roblox foram afetados; além disso, a instabilidade também atingiu um outro serviço oferecido pela Amazon: a Alexa, assistente virtual criada pela big tech, também sofreu com o apagão. 

Apagão no AWS

O apagão aconteceu durante a madrugada de domingo (dia 19) para segunda-feira (dia 20). A Amazon ainda não divulgou as causas da instabilidade, que foi resolvida por volta das 8 horas da manhã pelo horário de Brasília, segundo um informe divulgado pela big tech. A instabilidade ocasionou uma interrupção no DNS – o sistema de nomes de domínio –, que está dentro dos serviços oferecidos pelo Amazon Web Services (AWS).


 

AWS sofre com apagão (Vídeo: reprodução/Instagram/@portalg1)

Segundo o cientista da informação Mike Chapple, “a Amazon tinha os dados armazenados com segurança, mas ninguém mais conseguiu encontrá-los por várias horas, deixando os aplicativos temporariamente isolados de seus dados”. Chapple, que é da Universidade de Notre Dame, e é especialista em cibersegurança, ainda disse que o apagão se comportou como se grandes partes da internet tivessem sofrido com uma amnésia temporária: os dados não estavam sendo encontrados, e partes da internet pareciam ter ‘esquecido’ dos dados. O Amazon Web Services oferece um sistema de arquivo de dados, e funciona como uma nuvem de back-up.

Serviços afetados

Diversos serviços foram afetados com o apagão sofrido pelo Amazon Web Services (AWS), como jogos, serviços de bancos e pagamentos online, sites de companhias aéreas e serviços de entrega. O monitorador Downdetector, que detecta sites que estão fora do ar, informou que havia recebido mais de seis milhões de relatórios relacionados à instabilidade dos serviços do Amazon Web Services.

No Brasil, o Mercado Livre e o Mercado Pago emitiram um comunicado à CNN reconhecendo que seus sistemas haviam mostrado instabilidades. O aviso também continha a informação que os aplicativos já estavam funcionando normalmente.

Mercado Livre expande atuação com farmácia em São Paulo

Na segunda-feira (1º), o Mercado Livre confirmou a aquisição de uma farmácia na Zona Sul de São Paulo, iniciando oficialmente sua atuação no setor de medicamentos no Brasil. A movimentação acontece por meio de uma subsidiária e atende às exigências da legislação nacional, que permite a venda online de remédios apenas a partir de estabelecimentos físicos regularizados. O objetivo é testar o formato e explorar um segmento que, hoje, representa cerca de 25% das vendas das grandes redes farmacêuticas.

Expansão estratégica mira novo público e fortalece operação

A entrada no mercado farmacêutico representa um avanço importante na diversificação de negócios do Mercado Livre. A empresa, que já domina o e-commerce em diversas categorias, aposta agora na venda de medicamentos como um novo vetor de crescimento. Para atuar com regularidade, adquiriu uma farmácia com estrutura física e farmacêutico responsável, seguindo as normas da Anvisa.


Mercado Livre expande atuação no setor de e-commerce (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Embora o impacto inicial seja discreto, especialistas veem o movimento como estratégico. O setor de medicamentos tem forte potencial de fidelização e alta recorrência de compras, o que se alinha ao modelo de marketplace do Mercado Livre. Além disso, a credibilidade da marca e sua infraestrutura logística podem impulsionar a adoção rápida por consumidores que buscam conveniência e agilidade na entrega.

Reação do mercado mostra cautela entre concorrentes

A notícia da aquisição mexeu com o mercado financeiro. As ações das grandes redes de farmácia caíram após o anúncio, refletindo a preocupação de investidores com o surgimento de um novo competidor robusto no digital. Empresas como Raia Drogasil e Pague Menos já sentiram os efeitos dessa movimentação, com desvalorização registrada ainda na sexta-feira anterior.

Mesmo que, por ora, o alcance seja limitado a uma única unidade, analistas acreditam que essa aquisição pode servir como teste para iniciativas maiores. A depender dos resultados, o Mercado Livre poderá replicar o modelo em outras localidades, consolidando-se como uma ameaça real à liderança das redes tradicionais.

Cade exige abertura do ecossistema da Apple no Brasil

Desde 2022, a Apple vem enfrentando pressão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no Brasil para permitir práticas como o sideloading, que consiste em instalar aplicativos de fontes externas, e a liberação de pagamentos de terceiros na App Store. A decisão do Cade foi motivada por uma queixa do Mercado Livre, prevê multa diária de R$ 250 mil caso a empresa não abra seu ecossistema.

Decisões semelhantes em outros mercados

O embate se alinha a decisões semelhantes na Europa, onde a União Europeia aprovou a Lei de Mercados Digitais, exigindo mudanças no sistema fechado da Apple.

De acordo com os reguladores, a prática da empresa é considerada anticompetitiva, uma vez que limita a concorrência no mercado de aplicativos e serviços digitais.

Na última semana, representantes da App Store vieram ao Brasil para discutir o tema com agentes do setor. A Apple, no entanto, argumenta que a abertura do ecossistema traria riscos significativos, como aumento de ciberataques e prejuízos à segurança dos usuários. “O sideloading expandiria o universo de ataques, tornando o iPhone mais vulnerável e incentivando cibercriminosos”, declarou a empresa em comunicado emitido recentemente.


Gigante da tecnologia enfrenta desafios com regulamentadoras (Foto:reprodução/The Image Bank Unreleased/Paul Souders/Getty Images Embed)


Outro ponto levantado pela gigante da tecnologia é que mesmo usuários que preferem não realizar o sideload poderiam ser prejudicados. “Eles podem ser forçados a transferir aplicativos essenciais para trabalho ou escola caso esses não estejam disponíveis na App Store. Além disso, hackers poderiam imitar a aparência da loja oficial para enganar os usuários”, alertou a Apple, justificando a importância das atuais políticas para os seus produtos.

Impacto econômico

A empresa também destacou o impacto econômico do seu ecossistema no Brasil, responsável por mais de 275 mil empregos e um crescimento de 56% nos últimos anos. Contudo, a pressão regulatória vem aumentando, com questionamentos sobre como equilibrar segurança digital e competitividade no mercado. A decisão final pode moldar o futuro da relação entre empresas de tecnologia e reguladores no Brasil, assim como aumentar a já grande tensão da empresa com outros reguladores mundo afora.

Manu Gavassi é a nova Head Criativa de Moda do Mercado Livre

São Paulo, 24 de maio de 2024 – O Mercado Livre, líder em e-commerce e serviços
financeiros na América Latina, anuncia Manu Gavassi como sua nova Head Criativa de Moda. Com seu estilo autêntico e inovador, Manu traz uma dose extra de conexão e representatividade para aqueles que valorizam originalidade e bom gosto. Sua visão única promete ser um importante diferencial na análise de tendências e oportunidades, fortalecendo ainda mais a estratégia da marca na vertical da moda.

Como Head Criativa, Manu Gavassi estará envolvida em agendas prioritárias e estratégicas para a categoria de moda no Mercado Livre. Seu escopo envolverá não somente conteúdos em campanhas promocionais e lançamentos, além de ser uma parceira de negócios, contribuindo com seu conhecimento e influência no mundo da moda para identificar tendências e sugestões de aprimoramentos na experiência de compra. Além disso, Manu assinará a curadoria de itens e looks em uma landing page especial chamada “Escolhas da Manu”, que será atualizada mensalmente no e-commerce.

Manu Gavassi é a nova Head Criativa de Moda do Mercado Livre (Reprodução/divulgação)

Manu passa ainda a atuar como afiliada no Programa de Afiliados do Mercado Livre,
monetizando suas redes por meio da divulgação de produtos – com sua curadoria – à medida em que incentiva a base de afiliados de moda da plataforma a otimizar a criação de seus conteúdos. Além disso, o Mercado Livre passa a contar com sua presença em fóruns internos e conversas estratégicas do e-commerce, sempre trazendo o seu olhar de autoridade de estilo para reuniões periódicas de tomadas de decisões.

Moda sempre fez parte de quem eu sou. Como Head Criativa de Moda do Mercado Livre, quero trazer meu olhar para impulsionar a mensagem de quem tem sim moda nessa plataforma que já faz parte das nossas vidas. Eu sinto que os estilos mais autênticos, geralmente misturam grandes marcas e produtos mais acessíveis. Essa mistura representa o Mercado livre na moda e representa meu estilo pessoal também. Mercado livre é essa plataforma democrática que te permite encontrar essa mistura e se expressar através da moda, com muita facilidade. E a liberdade que eu tenho em criar junto com eles me deixa muito animada com essa parceria”, conta Manu Gavassi.

A chegada da Manu é um marco estratégico para o Mercado Livre, que registra mais de 32 milhões de usuários navegando mensalmente pela seção de moda. “Com um estilo único e grande influência no cenário fashion, Manu Gavassi é uma verdadeira porta-voz da moda contemporânea. Sua habilidade em captar e influenciar tendências promete elevar o Mercado Livre a um novo patamar de referência no segmento, transformando a plataforma em um destino essencial para fashionistas”, afirma Julia Rueff, Vice-Presidente de Marketplace do Mercado Livre.

O anúncio faz parte de uma estratégia mais ampla da companhia, que visa atender à
crescente demanda dos consumidores por uma oferta diversificada de moda. Esse olhar mais atento à categoria é devido ao seu grande potencial. Para efeito de comparação, se somado o número de vendedores de moda na plataforma hoje, é o equivalente a 148 vezes a quantidade de lojas do maior shopping da América Latina. A categoria conta com mais de 1.500 lojas oficiais, contemplando grandes marcas.
Para acessar as fotos do evento de anúncio, acesse o link.


Sobre o Mercado Livre

O Mercado Livre é a companhia líder em e-commerce e serviços financeiros na América Latina, que oferece soluções para que pessoas e empresas possam comprar, vender, anunciar e enviar produtos por meio da internet, assim como soluções de pagamento, crédito, investimentos, seguros e gestão de
benefícios. Além da plataforma de e-commerce e do banco digital Mercado Pago, a empresa conta com os serviços do Mercado Ads, Mercado Envios, Mercado Livre VIS (Veículos, Imóveis e Serviços) e Mercado Shops. Maior e mais completo marketplace da região, o Mercado Livre já reúne mais de 54 milhões de compradores ativos, que realizam 52 compras e 371 transações a cada segundo.

Em 2023, sua receita líquida consolidada atingiu US$ 14,5 bilhões, quando também alcançou US$ 44,8 bilhões em vendas, superando a marca de mais de 1,4 bilhão de produtos vendidos. Fundado em 1999 e presente em 18 países, o Mercado Livre superou a marca de 58 mil colaboradores diretos na região, mais de 22 mil apenas no Brasil, seu principal mercado. Atualmente, é uma das 10 melhores empresas
para trabalhar no país, dentre as 10 melhores em tecnologia, sendo ainda a melhor para as mulheres.

Informações para a imprensa:
Brodeur Partners
brandmercadolivre@brodeur.com.br

Senacon notifica Amazon e Mercado Livre por venda de celulares irregulares

Na última sexta-feira (10), a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) notificou os varejistas online Amazon e Mercado Livre, alegando a venda de celulares irregulares e contrabandeados. Segundo a pasta, os aparelhos podem causar danos à saúde e à segurança dos consumidores.

Com a notificação, o órgão solicitou a remoção de todos os anúncios de aparelhos celulares, no prazo de 48 horas, dos 50 maiores vendedores dessas mercadorias identificados na plataforma. Entre as irregularidades detectadas estão a falta de homologação e certificação perante a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), bem como a ausência de um carregador, que é obrigatório no país, assim como a falta de garantia, que é estabelecida por lei.

Outro ponto foi a falta de assistência técnica autorizada pelos fabricantes no Brasil, já que muitos desses aparelhos não são vendidos de forma oficial no país.

Wadih Damous, que é o Secretário Nacional do Consumidor, fez uma declaração sobre esses produtos, dizendo que eles “representam uma ameaça à saúde dos consumidores, expondo-os a campos elétricos e magnéticos” devido a não seguirem os limites estabelecidos pela Anatel e as normas de segurança.


Amazon foi outra das empresas notificadas pela Secretaria Nacional do Consumidor (Foto: reprodução/Getty Images News/Nathan Stirk/Getty Images Embed)


Numero preocupantes

Apenas no último trimestre do ano passado, um em cada quatro celulares vendidos no Brasil foi originado de contrabando. No total, foram comercializados 6,2 milhões de celulares de origem em práticas ilegais. Esse balanço foi feito pela Abinee em março deste ano.

“No que se refere às vendas por vendedores parceiros (marketplace), a Amazon exige, por contrato, que todos os produtos ofertados no site possuam as licenças, autorizações, certificações e homologações necessárias, bem como que cumprirão todas as leis aplicáveis”

Declaração da Amazon após consulta

A empresa também afirmou que, “suspensão e interrupção das vendas dos seus produtos, a consequente destruição de qualquer inventário existente nos centros de distribuição da Amazon sem direito a reembolso, bem como o bloqueio da sua conta de vendedor”.

Mercado livre também faz declamação

“recebeu a notificação da Secretaria Nacional do Consumidor e está em contato com o órgão”, “Sempre que um produto irregular é identificado na plataforma, o anúncio é excluído e o vendedor notificado, podendo até ser banido definitivamente”, declaração do Mercado Livre sobre o caso.

Agora as empresas devem responder de forma oficial, e deveremos ver o desenrolar dessa situação nas próximas semanas.

Mercado Livre anuncia investimento recorde de R$ 23 Bilhões no Brasil para 2024

O Mercado Livre fez um anúncio nesta última terça-feira de que planeja investir 23 bilhões de reais no Brasil em 2024. O valor representa um aumento de 21,1% em comparação com os valores investidos pela empresa no país no último ano.

Atualmente, o Brasil representa o principal mercado da empresa e registra uma aceleração dos investimentos anuais da empresa, seguindo um crescimento de 11,5% nos aportes em 2023.

Em conversa com a Reuters, Fernando Yunes, que é o vice-presidente sênior do Mercado Livre e líder das operações de marketplace da companhia no Brasil, disse que essa aceleração dos investimentos da empresa no Brasil pode ser atribuída à intenção da empresa de continuar ganhando participação no mercado brasileiro durante 2024. As expectativas são de um mercado ligeiramente melhor em comparação ao ano passado.

Ele, no entanto, não deixou de ressaltar que os investimentos têm foco no longo prazo. A empresa, que atualmente tem mais da metade de sua receita no Brasil, vem elevando os investimentos nos últimos anos no país, principalmente devido ao boom que o comércio eletrônico sofreu durante a pandemia, o que de certa forma gerou uma maior confiança dos brasileiros em relação às compras online.

Logística deve ser o principal foco

De acordo com Yunes, o foco da empresa deve ser em quatro áreas, sendo que a logística deve ser a principal delas. Ele mencionou que a abertura de um novo centro de distribuição em Pernambuco, prevista para julho ou agosto, ajudará a empresa a ter uma melhor cobertura. Outro ponto que ele comentou foi que a empresa ainda avalia mais dois novos armazéns no país, porém não chegou a comentar onde possivelmente seriam os locais desses novos armazéns.


Centros de logística são importantes na estratégia da empresa (Foto: reprodução/Bloomberg/Bloomberg/Getty Images Embed)


Um outro lugar que também deve receber bastante atenção é a tecnologia. Este é um setor da empresa que deve ver a contratação de novos funcionários como parte do investimento para poder oferecer em sua unidade financeira, o Mercado Pago, o lançamento de novos produtos dentro do segmento de crédito, seguros e investimentos.

Publicidade também deve receber investimentos

A publicidade também deve receber grande foco da empresa, sob o Mercado Ads. A empresa pretende criar novas ferramentas que possam atrair maior audiência para os anunciantes.

Com esses investimentos em mente, 2024 promete ser um grande ano para o Mercado Livre no Brasil como um todo.

México se preocupa com Amazon e Mercado Livre, que dominam 85% do e-commerce

Na terça-feira passada (13), a organização que regula o direito da concorrência no México identificou alguns problemas e “possíveis barreiras” no setor do e-commerce, onde atualmente a Amazon (AMZO34) e o Mercado Livre (MELI34) detém 85% de todas as vendas e transações realizadas.

Cofece

De acordo com o órgão regulador Cofece (Comisión Federal de Competencia Económica), a atuação das duas empresas representa um “desafio praticamente intransponível para a expansão de players menores,” uma vez que as outras empresas do setor simplesmente não possuem os números e a infraestrutura necessária para competir de forma adequada.

Há, por exemplo, entraves de desenvolvimento tecnológico para novos empresários. Desenvolver as ferramentas, estoques, sistemas de logística, e publicidade, requer um nível de investimento elevado, o que hoje em dia não é tão viável somente a partir dos próprios lucros da empresa: com o “singlehoming” de compradores e vendedores em um único mercado, a Amazon e o Mercado Livre são praticamente donas do setor.


O Mercado Livre já respondeu ao órgão, afirmando que irá cooperar (reprodução/Shutterstock/Alison Nunes Calazans)


Medidas corretivas

Em recomendação do órgão ao governo mexicano, foram apresentadas algumas “medidas corretivas” que poderiam ser implementadas em um prazo de seis meses para regularizar a situação economicamente precária. Entre elas, estão as seguintes:

As empresas devem separar o streaming e outros serviços não relacionados ao marketplace do pacote de serviços do marketplace; as empresas devem ser mais transparentes sobre o funcionamento do algoritmo que recomenda produtos aos seus usuários; as empresas devem remover a possibilidade de escolher um parceiro logístico específico, e abrir mais opções para a integração de redes logísticas de terceiros.

No total, são medidas pensadas de forma a regularizar os serviços prestados pelas empresas. O primeiro ponto, por exemplo, serve para que a Amazon e o Mercado Livre tenham seus serviços de marketplace buscados e utilizados somente por causa das funções de marketplace.

É possível pensar no caso de risco que limita a concorrência no setor de e-commerce: se o pacote de uma das grandes empresas oferece serviços adicionais (como o streaming) e benefícios de fidelidade, este é mais desejável do que o de uma empresa que oferece apenas o seu próprio marketplace, que acaba perdendo espaço. Mas o ponto principal, claro, é que tais serviços e benefícios adicionais são coisas que apenas a Amazon e o Mercado Livre conseguem oferecer, após anos de investimentos e expansão horizontal para diferentes mercados – algo que novas empresas simplesmente não possuem, e portanto, não conseguem se firmar no setor.

Necessidade de competição

Na terça-feira (13), o Mercado Livre já respondeu à Cofece dizendo que iria cooperar, mas que sanções econômicas deveriam estar fora do radar, uma vez que a empresa não possui nenhuma investigação sobre práticas monopolistas. Ainda assim, permanece um fato que a empresa, junta com a Amazon, detém 85% do mercado.

Para o usuário, inicialmente não parece ser um problema grave: se essas empresas podem oferecer serviços adicionais (devido ao investimento tecnológico ao longo de anos) e mais baratos (devido a sua infraestrutura e logística já estabelecida), então faz certo sentido que seus serviços mereçam dominar o mercado. No entanto, a questão com que a Cofece se preocupa – e foi criada em parte para regular – trata justamente, se não do monopólio, do estabelecimento de um oligopólio na economia, e do fim da concorrência entre empresas no setor.

Embora as várias políticas empresariais de fidelidade que vem ganhando espaço na última década sejam incríveis para o lucro das empresas individuais, a falta da concorrência no longo-prazo significa que as poucas empresas que dominam o mercado podem aumentar seus preços ou precarizar seus serviços sem se preocupar com seus consumidores buscando alternativas – elas não existem. Com isso, o setor pode muito bem estagnar, sem incentivo individual para a empresa dominante aumentar a eficiência ou gastar com investimentos em inovação: este é, enfim, o principal cenário que órgãos como o Cofece se preocupam em evitar.