Avanço da inteligência artificial expõe desigualdade digital entre Norte e Sul Global

Em menos de três anos, a inteligência artificial (IA) se consolidou como a tecnologia de adoção mais rápida da história, superando marcos anteriores como a internet, o computador pessoal e o smartphone. De acordo com o AI Diffusion Report, elaborado pela iniciativa AI for Good Lab, da Microsoft, mais de 1,2 bilhão de pessoas em todo o mundo já utilizaram ferramentas de IA  um crescimento impressionante que, ao mesmo tempo, escancara uma nova forma de desigualdade tecnológica global.

IA cada vez maior no Norte Global

O estudo revela que o uso de IA no Norte Global é aproximadamente o dobro do registrado no Sul Global. Países como Singapura, Emirados Árabes Unidos, Noruega e Irlanda lideram o ranking mundial, com mais da metade de suas populações economicamente ativas utilizando algum tipo de ferramenta baseada em inteligência artificial. Em contrapartida, em diversas nações da África Subsaariana e do Sudeste Asiático, a taxa de adoção ainda é inferior a 10%. Essa disparidade, segundo o relatório, segue o mesmo padrão observado na disseminação de outras inovações tecnológicas, impulsionada por fatores como infraestrutura, renda e barreiras linguísticas.


O logo do ChatGPT da OpenIA (Foto: Reprodução/ Nikolas Kokovlis/NurPhoto/Getty Images Embed)


A relação entre PIB per capita e uso de IA é direta. Em países com renda acima de US$ 20 mil anuais, a taxa média de adoção chega a 23%, enquanto nas nações mais pobres cai para 13%. Isso significa que quase metade da população mundial ainda não dispõe de infraestrutura básica, como energia elétrica estável, internet de alta velocidade e capacitação digital, para explorar o potencial dessas tecnologias.

Impacto grande no idioma

Outro ponto de destaque no relatório é o impacto do idioma. Em países onde predominam línguas com pouca presença digital  como o Chichewa, no Malawi, ou o Lao, no Laos , o uso de IA é significativamente menor, mesmo em regiões com níveis de renda semelhantes. A escassez de conteúdo online e o baixo desempenho dos modelos em idiomas pouco representados ampliam o fosso digital e limitam o acesso equitativo à IA.

Enquanto Estados Unidos e China concentram 86% da capacidade global de data centers e dominam o desenvolvimento de modelos avançados como o GPT-5 e o DeepSeek V3, outros países menores mostram caminhos alternativos. Singapura e os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, tornaram-se referências em democratização tecnológica, combinando políticas públicas de longo prazo, investimentos em educação digital e infraestrutura de ponta. O resultado é um avanço consistente que demonstra que, com planejamento e inclusão, é possível reduzir as distâncias na corrida global pela inteligência artificial.

ChatGPT poderá criar e preencher planilhas sozinho

A OpenAI anunciou que o ChatGPT ganhará um novo recurso capaz de transformar o uso de planilhas em escritórios e empresas. A tecnologia permitirá que o modelo abra arquivos, preencha dados e até crie relatórios completos, tudo sem a necessidade de um operador humano guiando o processo.

ChatGPT elimina a dependência de softwares tradicionais

Até então, a IA já auxiliava na criação de fórmulas e comandos básicos do Excel, bastava uma descrição simples para gerar as funções automaticamente. Agora, a proposta vai além, o usuário não precisa mais interagir com softwares como Excel ou PowerPoint, já que o ChatGPT conseguirá executar essas tarefas de forma autônoma.

O lançamento representa um avanço na democratização de ferramentas de análise de dados, já que pessoas sem conhecimento técnico poderão gerar resultados profissionais com comandos em linguagem natural. Para empresas, a automação de tarefas repetitivas pode reduzir custos e aumentar a produtividade em larga escala.


OpenAI (Foto: reprodução/Levart_Photographer/Unsplash)

Além da inovação tecnológica, o novo recurso da OpenAI também é visto como um movimento estratégico para competir com as ferramentas tradicionais da Microsoft. Com a capacidade de gerar arquivos compatíveis com Excel e PowerPoint, o ChatGPT dispensa a necessidade de licenças e softwares adicionais.

Avanço facilita o trabalho, mas acende alerta sobre empregos

Reportagens da Wired e Business Standard destacam que a IA também oferecerá suporte interativo, ensinando usuários a navegar por processos mais complexos dentro das planilhas. Essa facilidade promete ajudar tanto iniciantes quanto profissionais experientes, otimizando o fluxo de trabalho em escritórios.

No entanto, especialistas alertam que a expansão da automação trará impactos no mercado de trabalho, principalmente em funções operacionais e analíticas. A tecnologia que facilita a vida de muitos pode, ao mesmo tempo, acelerar a substituição de profissionais por soluções automatizadas.

Com a automação avançando em ritmo acelerado, setores como contabilidade, administração e análise de dados tendem a ser os primeiros a sentir os efeitos. Tarefas que antes exigiam equipes inteiras poderão ser executadas em minutos por assistentes virtuais, exigindo dos profissionais uma reinvenção constante para se manterem relevantes diante de um mercado cada vez mais tecnológico e competitivo.

Estudo revela 40 profissões mais impactadas pela Inteligência Artificial

Analisando o cenário de mercado estadunidense, a Microsoft lançou um estudo informando que, as profissões dependentes de tarefas repetitivas vinculadas a dados, ou então da área de produção de conteúdo, linguagem, matemática, computação ou comunicação, estão mais propensas a serem mais abaladas pelas linguagens de Inteligência Artificial.

Já, segundo a pesquisa, profissões voltadas a operação de máquinas e atividades físicas, serão pouco afetadas.

Pesquisa de profissões e Inteligência Artificial

O estudo da empresa, intitulado “Working with AI: Measuring the Occupational Implications of Generative AI” (“Trabalhando com IA: Medindo as Implicações Ocupacionais da Inteligência Artificial Generativa”, em tradução livre), foi publicado em 22 de julho, em um pré-print sem revisão de outros especialistas.

A metodologia da pesquisa ocorreu por meio da análise de 200 mil conversas anônimas de usuários com o Copilot, assistente de IA da Microsoft. Com os dados, foi identificado as tarefas mais solicitadas, o desempenho da ferramenta, e qual porcentagem do trabalho é feito com sua ajuda.

Cada uma das tarefas das ocupações teve sua relevância e importância analisada a partir do O*NET, um banco de dados nacional que define estrutura e escopo de trabalho nos Estados Unidos.

Com esses dados, os pesquisadores geraram o “índice de aplicabilidade da IA”, onde cada profissão recebe uma pontuação, e as que possuem mais pontos refletem os trabalhos que podem, em sua maioria, serem realizadas e automatizada pela Inteligência Artificial.


Segundo a Microsoft, quanto maior índice de aplicabilidade da IA, maior a chance do trabalho humano ser substituído (Foto: Reprodução/Freepik/@DCStudio)

Impacto da IA no mercado de trabalho

Após a lista com inúmeras profissões que podem ser “substituídas” pela Inteligência Artificial, a Microsoft informou que a tecnologia não irá substituir completamente o trabalho humano, mas sim ajudar. Em contrapartida, pesquisas de organizações como a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e da própria ONU, mostram o oposto.

A OIT uniu-se com o Instituto Nacional de Pesquisa da Polônia (NASK) para mostrar que, um em cada quatro empregos no mundo podem ser completamente transformados pela IA generativa, enquanto a ONU advertiu que quase metade dos empregos podem ser afetados.

A seguir, confira as profissões com o maior e menor índice de aplicabilidade da IA.

Profissões com maior índice de aplicabilidade da Inteligência Artificial

  1. Intérpretes e tradutores
  2. Historiadores
  3. Comissários de bordo
  4. Representantes de vendas
  5. Redatores e autores
  6. Atendentes de suporte ao cliente
  7. Programadores de CNC
  8. Operadores de telefonia
  9. Agentes de viagens
  10. Locutores e radialistas
  11. Escriturários de corretagem
  12. Educadores em gestão agrícola e doméstica
  13. Telemarketing
  14. Concierges
  15. Cientistas políticos
  16. Repórteres e jornalistas
  17. Matemáticos
  18. Redatores técnicos
  19. Revisores e editores de texto
  20. Recepcionista
  21. Editores
  22. Professores universitários de negócios
  23. Especialistas em relações públicas
  24. Demonstradores e promotores de produtos
  25. Agentes de vendas de publicidade
  26. Escriturários de novas contas
  27. Assistentes estatísticos
  28. Balconistas de atendimento e aluguel
  29. Cientistas de dados
  30. Consultores financeiros pessoais
  31. Arquivistas
  32. Professores de Economia
  33. Desenvolvedores web
  34. Analistas de gestão
  35. Geógrafos
  36. Modelos
  37. Analistas de pesquisa de mercado
  38. Operadores de telecomunicações de segurança pública
  39. Telefonistas
  40. Professores de biblioteconomia

Profissões com menor índice de aplicabilidade da IA

  1. Operador de draga
  2. Operador de ponte e eclusa
  3. Operador de estação de tratamento de água
  4. Fundidor e moldador
  5. Operador de máquina de instalação e manutenção de trilhos
  6. Piloteira (costureira de peças-piloto)
  7. Lixador e acabador de piso
  8. Auxiliar de enfermagem hospitalar
  9. Operador de embarcação a motor
  10. Operador de equipamento florestal
  11. Operador de máquina de pavimentação, nivelamento e compactação
  12. Empregada doméstica e faxineira
  13. Trabalhador geral em petróleo e gás
  14. Telhadista
  15. Operador de estação de compressão e bombeamento de gás
  16. Ajudante de telhadista
  17. Fabricante de pneus
  18. Assistente cirúrgico
  19. Massagista
  20. Técnico em oftalmologia
  21. Operador de empilhadeira e trator industrial
  22. Supervisor de bombeiros
  23. Mestre de obras e acabador de concreto
  24. Lavador de louça
  25. Alimentador e auxiliar de máquinas
  26. Operador de máquinas de embalagem e enchimento
  27. Preparador de equipamentos médicos
  28. Trabalhador de manutenção rodoviária
  29. Ajudante de produção
  30. Prostodontista (destista especializado em próteses dentárias)
  31. Reparador e troca de pneus
  32. Engenheiro naval
  33. Instalador e reparador de vidros automotivos
  34. Cirurgião bucomaxilofacial
  35. Operador de planta e sistemas (diversos)
  36. Embalsamador
  37. Ajudante de pintor, encanador e funções similares
  38. Trabalhador na remoção de materiais perigosos
  39. Auxiliar de enfermagem
  40. Flebotomista (responsável pela extração do sangue em pacientes)

Falha na Microsoft expõe organizações a espionagem cibernética

A Microsoft confirmou recentemente que uma falha crítica no SharePoint, seu popular software de colaboração corporativa, não foi completamente corrigida pelo patch de segurança lançado no início do mês. Essa vulnerabilidade permitiu que grupos de hackers realizassem uma campanha de espionagem cibernética em larga escala, atingindo cerca de 100 organizações em um único fim de semana, incluindo entidades governamentais e empresas privadas de diversos setores.

A falha havia sido inicialmente identificada durante uma competição de segurança em maio, mas a correção inicial da Microsoft se mostrou ineficaz. Posteriormente, a empresa lançou atualizações adicionais para resolver o problema. Em comunicado oficial, a Microsoft atribuiu os ataques a três grupos de hackers com origem na China, incluindo os chamados “Linen Typhoon” e “Violet Typhoon”. Apesar das acusações, o governo chinês negou envolvimento, afirmando que se opõe a qualquer forma de ataque cibernético e criticando a falta de provas concretas.

Ataque cibernético, alvos de alto nível e ampla abrangência

Entre os alvos comprometidos está a Administração Nacional de Segurança Nuclear dos Estados Unidos, responsável pela manutenção do arsenal nuclear do país. Ainda não se sabe se dados confidenciais foram acessados, mas a gravidade do incidente gerou preocupação em diversas esferas governamentais e empresariais. Estima-se que mais de 8.000 servidores vulneráveis possam ter sido explorados, abrangendo setores como bancos, saúde, auditorias, indústrias e órgãos públicos.


Matéria sobre o ataque cibernético a Microsoft (Vídeo: reprodução/YouTube/InfoMoney)

Resposta e recomendações, a urgência da segurança híbrida

Especialistas em segurança recomendam ações imediatas, como a auditoria e isolamento de servidores SharePoint, análise de logs em busca de comportamentos suspeitos, limitação de movimentações laterais na rede e tratamento do caso como um comprometimento de domínio completo.

O incidente também reacendeu o debate sobre a segurança em ambientes híbridos, onde sistemas locais antigos coexistem com soluções em nuvem. A Microsoft, por sua vez, anunciou uma atualização gratuita do Windows 10, incentivando a migração para o Windows 11, promovido como mais seguro, moderno, confiável, eficiente, robusto, estável, rápido, funcional, intuitivo, atualizado e protegido.

Skype será encerrado pela Microsoft

Nesta sexta-feira (28), a Microsoft informou que em 5 de maio encerrará as atividades do aplicativo de chamadas Skype, após mais de duas décadas online, tendo renovado como as pessoas se conectam e conversam.

O encerramento da plataforma permitirá que a empresa foque em seu serviço interno que vem ganhando cada vez mais força quando se fala em videochamada, seja para reuniões corporativas ou escolares: o Microsoft Teams.


Skype anuncia que a partir de maio deixará de existir (Vídeo: reprodução/X/@Skype)

O Skype

A plataforma surgiu em 2003, trazendo uma novidade quase que “assustadora” para a época: a possibilidade de conversar com uma pessoa através de uma videochamada, independente da distância.

As chamadas de áudio e vídeo do Skype ficaram tão famosas que a indústria da telefonia fixa ficou obsoleta no início dos anos 2000, e sua plataforma contava com centenas de milhões de usuários.

Todavia, com a tecnologia em ascendência, a plataforma acabou sendo deixado de lado, sendo substituído por plataformas como Zoom, Slack, e o próprio Teams. Um dos motivos de seu declínio se deu por sua tecnologia não ser adequada para os celulares.

Ascensão das videochamadas

Quando a pandemia do COVID-19 fez com que todos se isolassem, o trabalho remoto foi impulsado, assim como a necessidade de que mais videochamadas ocorressem, e com a possibilidade de suportar várias pessoas na mesma sala, para uma professora poder dar sua aula para a turma, por exemplo.

Durante esse período, a Microsoft investiu arduamente no aplicativo Teams, tendo inclusive o integrado no Microsoft 365, que tem como principais usuários os que participam do mundo corporativo. Desta forma, o Skype foi sendo “esquecido”, visto que o foco da empresa era em seu aplicativo próprio.

Os usuários que ainda são adeptos da plataforma poderão transacionar para o Teams gratuitamente, fazendo login em qualquer dispositivo compatível com a sua credencial atual. A migração de suas conversas e contatos ocorrerá automaticamente.

O Skype acompanha uma série de projetos que a Microsoft iniciou mas acabou ignorando com o tempo, como seu navegador Internet Explorer, e o Windows Phone.

Microsoft anuncia investimento bilionário em Data Centers com foco em IA

A Microsoft anunciou um compromisso de investir mais de R$ 400 bilhões (US$ 80 bilhões) na construção de Data Centers voltados para inteligência artificial até o final de 2025. A iniciativa foi descrita por Brad Smith, presidente da empresa, em um post no blog oficial na última sexta-feira, ela busca fortalecer a infraestrutura tecnológica para treinar modelos avançados de IA e oferecer serviços baseados em nuvem em escala global, algo que a Microsoft vem investindo de forma pesada nos últimos anos.

Investimento com foco nos Estados Unidos

De acordo com Smith, mais da metade do valor será destinada aos Estados Unidos, reafirmando o compromisso da Microsoft com a economia americana. “Estamos confiantes no potencial econômico do país e na capacidade de liderar inovações tecnológicas de impacto global”, escreveu o executivo.


Programa copilot faz parte dos investimentos da empresa no setor de IA (Foto:reproduçao/Getty Images News/Cheng Xin/Getty Images Embed)


O investimento faz parte de uma estratégia mais ampla da companhia de se posicionar como líder no setor de IA, em meio à crescente competição entre os Estados Unidos e a China. Além disso, Smith destacou a importância de políticas governamentais para assegurar que a tecnologia americana seja amplamente adotada internacionalmente, algo visto como importante para lideres locais.

Parcerias já estabelecidas

A gigante tecnológica já vem estabelecendo parcerias significativas nesse campo, como o investimento de mais de US$10 bilhões na OpenAI, criadora do ChatGPT, um dos sistemas de IA mais avançados e populares atualmente.

A construção dos novos Data Centers, que serão habilitados para suportar aplicações intensivas de IA, representa um passo estratégico na chamada “corrida da IA“, onde empresas buscam dominar o mercado de tecnologias emergentes. Sendo esse um investimento considerado bastante valido nessa corrida tecnológica.

Com isso, a Microsoft lidera uma corrida global no setor de inteligência artificial, que está cada vez mais em alta. Esse é um mercado extremamente promissor e visto por muitos como o futuro da tecnologia.

Apagão global causa queda em ações da empresa responsável 

Na última sexta-feira (19/07), a internet vivenciou um apagão global, tendo por responsável a empresa de tecnologia de segurança cibernética, CrowdStrike.

Desde a manhã de sexta-feira, as ações da empresa vêm sendo desvalorizadas na Bolsa de Valores dos Estados Unidos, e seu valor de mercado decaiu R$ 50 bilhões desde o apagão.

Ações na bolsa

O mercado mexicano abriu às 10h30 (horário de Brasília) e, cerca de meia hora depois, as ações da CrowdStrike estavam sendo vendidas a US$ 78,93, com recuo de 9,6%. A empresa mais afetada pela falha foi a Microsoft, a qual teve uma queda mínima, de 0,1%.

As ações da Microsoft e da CrowdStrike são negociadas na Bolsa de Tecnologia Nasdaq, que teve um aumento de 0, 05% no mesmo momento em que as ações destas duas caiam. Outras quedas ocorreram, como a da Bolsa de Nova Iorque, a qual teve uma decaída de 0,51%.

Mesmo com essas quedas, a Bolsa brasileira não teve impacto pelo apagão, com o principal índice acionário da B3, IBOVESPA, tendo inclusive um aumento de 0,48%.


Ações da CrowdStrike e da Microsoft decaem após apagão online (Foto: Reprodução/Pinterest/@themotleyfool)

Impacto do apagão

Além de ter afetado os sistemas da Microsoft, causando “tela azul” em computadores ao redor do mundo, bancos tiveram seus serviços prejudicados, voos foram atrasados, e serviços de comunicação foram afetados.

Através de seu site, a Microsoft relatou que as falhas iniciaram na quinta-feira (18/07), às 16h (horário de Brasília). Os problemas abalaram inclusive a plataforma de nuvem Azure, assegurada pelo software CrowdStrike Falcon.

Segundo George Kurtz, CEO das CrowdStrike, os usuários foram impactados devido uma falha de atualização de conteúdo do Windows. Em suas redes sociais, Kurtz declarou que a falha foi identificada, isolada e uma solução foi instaurada.

A Microsoft também informou que o problema foi resolvido, contudo, o Office 365 e alguns de seus aplicativos permanecem com falhas.

Especialista aponta falha cibernética como uma das maiores já registradas

O apagão cibernético desta sexta-feira (19), impactou diversos setores ao redor do mundo. Serviços de aeroportos, bancos, hospitais, empresas de telecomunicações e infraestrutura foram diretamente afetados provocando caos e instabilidade. 

Segundo o especialista de segurança cibernética Troy Hunt, historicamente este é o maior apagão já registrado no mundo, ressaltando ainda a preocupação com o acontecimento do que chamam de “bug do milênio” (Y2K).

“Não acho que seja muito cedo para dizer: esta será a maior paralisação de TI da história” (…) Isso é basicamente o que todos nós estávamos preocupados com o Y2K [“bug do milênio”], mas dessa vez realmente aconteceu”, escreveu em duas postagens na rede social “X”.


Postagem de Troy Hunt (Foto: Reprodução/X/@troyhunt)



A empresa CrowdStrike, responsável pela falha na atualização do software de segurança que causou a pane global, informou por meio de nota que o problema foi identificado e resolvido, descartando a possibilidade de ataques de hackers.

Falhas registradas

O apagão de hoje, relembra outros incidentes que aconteceram anteriormente e que colocaram o mundo em alerta, especialmente pelo fato de que 90% dos serviços necessitam de rede e conectividade para o bom funcionamento.

É o caso do ataque cibernético “NotPetya” que aconteceu em 2017, e afetou empresas e instituições governamentais ao redor do mundo. Começou no Kremlin e tinha como objetivo atingir servidores da Ucrânia, porém, o impacto foi a nível mundial, causando prejuízos que chegaram a 10 bilhões de dólares, considerado o maior ataque cibernético e o mais custoso da história.

Em 2021 a internet colapsou com a falha da Fastly, que distribui conteúdo de servidores, deixando milhares de pessoas “offline”.

Há 14 anos atrás, a guerra cibernética afetou ambientes online e offline com a descoberta de um “malware” (software criado para danificar servidores), pela VirusBlokAda, uma empresa de segurança da Bielorrússia quando detectou falha nos sistemas ao executar um antivírus.

Stuxnet, nome dado ao “vírus”, foi criado pela NSA (Agência de Segurança Nacional EUA) e a inteligência israelense com o objetivo de minar centrífugas de enriquecimento nuclear do Irã, para impedir a criação de uma bomba nuclear. O vírus conseguiu destruir milhares delas acelerando a pressão para que se quebrassem.

No ano passado, houve mais um caso, com a falha foi nos sistemas de Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, que impactou o setor aéreo com atrasos e cancelamentos de voos.

O último caso cibernético registrado foi uma interrupção nos sistemas da CDK Global que garante ter sido vítima de um “ataque cibernético de hackers”, causando falhas em sistemas de concessionárias de vendas e pedidos nos EUA.

Últimas atualizações do apagão

Apesar do informe de que a falha foi corrigida, milhares de voos foram cancelados e remarcados, causando tumulto em aeroportos. As companhias aéreas estão solicitando aos passageiros com viagem marcada, que entrem em contato com as centrais para as próximas orientações.

Empresas de diversos setores continuam com lentidão nos sistemas que podem estar sobrecarregados, gerando atraso em atendimentos, cancelamentos e alteração de agenda.

No mercado financeiro, as bolsas seguem “desorientadas”, com “queda” e “alta” desproporcionais. Alguns investidores relatam que não sofreram nenhum impacto até o momento e a maior queixa é a dificuldade em negociar papeis. 

As orientações da CrowdStrike é que as organizações entrem no portal oficial para acompanhar as últimas atualizações e instruções caso permaneçam com sistemas parados ou instáveis. 

Do ponto de vista de especialistas, o apagão de hoje poderia ter sido evitado com a precaução em testes e cuidado redobrado ao “subir” atualizações para ambientes de “produção” (quando atualizações saem da área de teste e passam para o ambiente de funcionamento).

Apagão cibernético global afeta serviços de voos, bancários e de telecomunicações

Nesta sexta-feira (19), ocorreu um apagão cibernético global, que desencadeou uma série de contratempos e transtornos em diversas nações ao redor do globo.

A causa do erro está ligada com a forma de operação da comunidade de sistemas operacionais Windows, elaborados pela Microsoft, e geridos pela companhia CrowdStrike, que presta serviços de segurança virtual.

Conforme anunciado pela Microsoft, não há registros de invasão criminosa ou atentado de hackers ao sistema operacional da empresa, e que o problema já foi solucionado.


Apagão cibernético causa diversos problemas no planeta (Foto: Reprodução/Europa Press News/Getty Images Embed)


Microsoft se pronuncia após a detecção do problema

A companhia declarou que embora a falha cibernética tenha sido reparada, ainda poderá haver resquícios das consequências ocasionadas pelo apagão cibernético, que afetou grande parte do mundo. Conforme anunciado pela Microsoft, não há problemas relacionados com ataques de criminosos virtuais, sendo esse um problema interno relacionado a sistemas.

Segundo a Microsoft, a falha técnica se originou no modo de operação dos sistemas Windows, em decorrência do processo para atualizar a plataforma de software, feita por uma empresa terceirizada que oferece serviços de segurança cibernética.

CrowdStrike, a companhia que realiza ações de segurança cibernética para as mais importantes e renomadas empresas espalhadas pelo planeta, é a responsável por prestar esse tipo de serviço para a Microsoft.

CEO da CrowdStrike comenta sobre o assunto

Durante uma conversa com a rede televisiva estadunidense NBC, nesta sexta (19), o líder da CrowdStrike, George Kurtz, de 59 anos, pediu perdão pelos transtornos causados pela falha. Em nota, a companhia ainda informou que sabe do erro ocorrido no sistema de operações Windows, o qual está ligado ao sensor Falcon.


Falha está ligada a sensor Falcon (Foto: reprodução/Europa Press News/Getty Images Embed)


Quais as consequências do apagão cibernético

A falha, que atingiu proporções mundiais, teve como resultado alterações no funcionamento de vários aeroportos ao redor do planeta, afetou a atuação de instituições de bancos, como também prejudicou alguns serviços de telecomunicações.

Aeroportos como o de Viracopos, no Brasil, grande parte da Europa, Índia e outras localidades, foram prejudicados pelo apagão cibernético global. Os norte-americanos também afetados e tiveram mais de mil voos interrompidos e outros adiados, conforme informado pelo site FlightAware.

Apagão cibernético: entenda o que aconteceu

Um apagão cibernético global que aconteceu na madrugada desta sexta-feira (19), afetou serviços do mundo inteiro, causando interrupções em companhias aéreas, operações bancárias, infraestruturas de tecnologia e sistemas de saúde.

Além de problemas nos aeroportos, bancos e empresas de telecomunicações perderam a comunicação na Europa, América e Ásia.

Diversos voos foram suspensos nos EUA por conta de problemas na nuvem da Microsoft, interrompendo o funcionamento dos serviços, assim como Índia, Singapura e Hong Kong; na Alemanha, centros médicos cancelaram procedimentos eletivos por falta de sistema; redes de televisão ficaram fora do ar no Reino Unido e Austrália e, no Brasil, os relatos são de dificuldade para acessar bancos digitais.

O mercado financeiro também foi impactado negativamente com ações, commodities e câmbio operando em queda.


Diversas pessoas do mundo relataram “Tela Azul” ao ligar o computador e iniciar o sistema (reprodução/Anadolu/Getty Images)


Causas do apagão

A CrowdStrike identificou uma falha na atualização de conteúdo de seu software para sistemas operacionais Windows. A ferramenta em questão, é a “Falcon”, que serve para detecção de vírus e ataques hackers.

A empresa de segurança cibernética que conta com mais de 20 mil assinantes em todo mundo também presta serviço para a Microsoft, sistema utilizado por diversas pessoas ao redor do mundo que relataram pane ao iniciar o computador com uma “tela azul”. 

O CEO da CrowdStrike, George Kurtz informou por meio da rede social “X” (antigo Twitter), que a correção já foi feita para resolver o problema e que testes são necessários para acompanhar o funcionamento do software.

A Microsoft oferece um software em nuvem (cloud), de nome “Azure”, que armazena dados “online” e hospeda milhares de informações. Segundo nota da empresa, os serviços já foram restabelecidos e em casos de permanência da falha, os usuários devem contatar a central da CrowdStrike para orientações.

Impactos no Brasil

O apagão no Brasil afetou serviços bancários, impedindo que os usuários conseguissem acesso às contas digitais para consulta ou transações. Serviços de saúde também foram atingidos, com coleta de exames laboratoriais suspensos em diversos Hospitais por lentidão nos sistemas.

O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), foi impactado com atrasos e suspensão de voos, com instabilidade no sistema de gestão de reservas da Azul Linhas Aéreas, responsável pela maior parte da operação aérea em solo Brasileiro.

Apesar dos transtornos, as empresas emitiram notas informando que os serviços estão sendo restabelecidos aos poucos e que tudo está sob controle.

Em entrevista à agência de notícias Reuters, Hiago Kin que é Presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética, pontuou a necessidade de testes isolados em sistemas de uso global:

“Faltou Implementar testes exaustivos em ambientes de pré-produção que simulem cenários reais antes de liberar atualizações, garantindo que novas atualizações não causem regressões, testando todas as funcionalidades existentes.”

Diversas empresas foram afetadas financeiramente por atrasos e interrupções dos serviços essenciais e que necessitam de sistemas online para seu funcionamento.

O apagão global mostra a vulnerabilidade de infraestruturas digitais, destacando a importância de medidas de segurança de contingência para evitar novos incidentes.