Apagão cibernético: entenda o que aconteceu

Thalita Gombio Por Thalita Gombio
4 min de leitura
Foto destaque: Aeroportos e outros serviços sofreram impactos negativos com o apagão cibernético (reprodução/Rafaela Cardoso/NSC TV)

Um apagão cibernético global que aconteceu na madrugada desta sexta-feira (19), afetou serviços do mundo inteiro, causando interrupções em companhias aéreas, operações bancárias, infraestruturas de tecnologia e sistemas de saúde.

Além de problemas nos aeroportos, bancos e empresas de telecomunicações perderam a comunicação na Europa, América e Ásia.

Diversos voos foram suspensos nos EUA por conta de problemas na nuvem da Microsoft, interrompendo o funcionamento dos serviços, assim como Índia, Singapura e Hong Kong; na Alemanha, centros médicos cancelaram procedimentos eletivos por falta de sistema; redes de televisão ficaram fora do ar no Reino Unido e Austrália e, no Brasil, os relatos são de dificuldade para acessar bancos digitais.

O mercado financeiro também foi impactado negativamente com ações, commodities e câmbio operando em queda.


Diversas pessoas do mundo relataram “Tela Azul” ao ligar o computador e iniciar o sistema (reprodução/Anadolu/Getty Images)


Causas do apagão

A CrowdStrike identificou uma falha na atualização de conteúdo de seu software para sistemas operacionais Windows. A ferramenta em questão, é a “Falcon”, que serve para detecção de vírus e ataques hackers.

A empresa de segurança cibernética que conta com mais de 20 mil assinantes em todo mundo também presta serviço para a Microsoft, sistema utilizado por diversas pessoas ao redor do mundo que relataram pane ao iniciar o computador com uma “tela azul”. 

O CEO da CrowdStrike, George Kurtz informou por meio da rede social “X” (antigo Twitter), que a correção já foi feita para resolver o problema e que testes são necessários para acompanhar o funcionamento do software.

A Microsoft oferece um software em nuvem (cloud), de nome “Azure”, que armazena dados “online” e hospeda milhares de informações. Segundo nota da empresa, os serviços já foram restabelecidos e em casos de permanência da falha, os usuários devem contatar a central da CrowdStrike para orientações.

Impactos no Brasil

O apagão no Brasil afetou serviços bancários, impedindo que os usuários conseguissem acesso às contas digitais para consulta ou transações. Serviços de saúde também foram atingidos, com coleta de exames laboratoriais suspensos em diversos Hospitais por lentidão nos sistemas.

O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), foi impactado com atrasos e suspensão de voos, com instabilidade no sistema de gestão de reservas da Azul Linhas Aéreas, responsável pela maior parte da operação aérea em solo Brasileiro.

Apesar dos transtornos, as empresas emitiram notas informando que os serviços estão sendo restabelecidos aos poucos e que tudo está sob controle.

Em entrevista à agência de notícias Reuters, Hiago Kin que é Presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética, pontuou a necessidade de testes isolados em sistemas de uso global:

“Faltou Implementar testes exaustivos em ambientes de pré-produção que simulem cenários reais antes de liberar atualizações, garantindo que novas atualizações não causem regressões, testando todas as funcionalidades existentes.”

Diversas empresas foram afetadas financeiramente por atrasos e interrupções dos serviços essenciais e que necessitam de sistemas online para seu funcionamento.

O apagão global mostra a vulnerabilidade de infraestruturas digitais, destacando a importância de medidas de segurança de contingência para evitar novos incidentes.

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