Mortes causadas por PMs aumenta nos últimos meses

O número de óbitos causados por agentes da polícia aumentou quase 70% no estado de São Paulo durante o primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior. A letalidade policial mais de quintuplicou na região da Baixada Santista.

Veja o número de mortes

Segundo um relatório do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do Ministério Público de São Paulo, a polícia militar paulista foi responsável por 177 mortes nos primeiros três meses deste ano, em contraste com as 116 mortes registradas no mesmo período do ano anterior.

Esse aumento significativo se deve principalmente ao elevado índice de fatalidades policiais na Baixada Santista no início de 2024. Nas nove cidades que compõem a região, 79 indivíduos perderam suas vidas em ações da Polícia Militar entre janeiro e março, enquanto no mesmo período de 2023, apenas 15 pessoas foram mortas pela PM nessas localidades, um aumento que supera cinco vezes o número anterior.


Policial Militar e viatura. (Foto: reprodução/Polícia Militar)

Em sentido, a letalidade em operações da PM diminuiu quase 20% na capital paulista, com um total de 49 mortes nos primeiros três meses de 2024 em comparação com 61 no mesmo período do ano anterior.

Durante a Operação Verão em várias cidades da Baixada Santista, 56 pessoas já faleceram em decorrência da intervenção da Polícia Militar de São Paulo. A Secretária de Segurança Pública (SSP) afirma que o objetivo da ação é combater o crime organizado na região.

Em resposta às questões levantadas sobre o número de óbitos durante confrontos policiais, a secretária enfatiza, em comunicado que todos os casos são minuciosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com supervisão das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário.

Acompanhe o comunicado da SSP

A SSP afirma que a morte em confronto é resultado da reação violenta dos criminosos ao trabalho policial. A primeira fase da Operação Verão teve início em 18 de dezembro do ano anterior. Atualmente, a Polícia Militar está executando a terceira fase da operação, cujo término ainda não está determinado.

Tornados deixam três pessoas mortas nos Estados Unidos e causam fortes estragos

Na noite da última quinta-feira (14), um tornado no estado de Indiana, Estados Unidos, e matou três pessoas, de acordo com as últimas informações da imprensa local. O Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) já havia comunicado que um tornado era ‘provável’ na cidade de Winchester, onde as mortes ocorreram.

Um alerta já havia sido emitido pelo órgão para mais de 13 milhões de pessoas na região central do país, que estava sob vigilância de tornado e forte risco de tempestades em três estados. Até o momento, apenas foram registrados os óbitos decorrentes dos três moradores de um parque de trailers em Winchester, que fica 113 km noroeste da capital do estado, Indianapolis.

O tornado faz parte do conjunto de tempestades que vêm atingindo o centro-oeste dos Estados Unidos em dias recentes, nos estados de Ohio, Kentucky, e Indiana, além de parte do Arkansas e o extremo noroeste do Texas. No total, já são oito tornados avistados, e que foram confirmados brevemente pelo NWS.


Visão de drone de devastação em Indiana (Foto: reprodução/O Globo)

Estados afetados

Até o momento, foram registrados tornados fortes em alguns municípios de dois dos estados mais afetados:

  • Em Switzerland County, Indiana;
  • Em Licking County, Ohio;
  • Em Mercer County, Ohio.

Em Ohio, a situação é diferente de Indiana, com as tempestades que passam pelo Vale no estado tendo maior probabilidade de gerar tornados. Com efeito, o estado conteve um dos mais perigosos, com “oitocentos metros de largura“, mas sem mortes anunciadas até agora.

É pura devastação. Nunca vi nada assim em toda a minha vida“, disse Amber Fagan, presidente da Câmara de Comércio de Indian Lakes, no oeste do Ohio.

Previsões

Tempestades e tornados são comuns no sul dos Estados Unidos por causa de sua proximidade geográfica com o Golfo do México e as Montanhas Rochosas, providenciando um choque de ventos quentes e frios, que em certas altitudes, formas as condições perfeitas para causar o fenômeno meteorológico. Mas no geral, os eventos não tendem a durar por muito tempo.

De acordo com o meteorologista Jonathan Erdman, o clima deve acalmar em Ohio já durante o fim de semana. No entanto, a tendência é de que as próximas temporadas de tornados sejam cada vez mais imprevisíveis, por causa das várias consequências do aquecimento global e mudanças climáticas em escala mundial.

ONU comenta a Palestina sobre o ataque ao armazém em Rafah

A ONU afirmou nesta quarta-feira (13)  a Palestina que armazém de ajuda humanitária teria sido atingido em Rafah, no sul de Gaza. Ministério da Saúde palestino confirma a morte cinco pessoas durante o bombardeamento. O porta-voz comenta que ainda não se tem informações a respeito do ocorrido.


Militares israelenses reunidos na guerra(reprodução/forças de Defesa de Israel/Poder360)

Sobre o ataque

A UNRWA relatou sobre o ataque que atingiu um dos armazéns de ajuda humanitária, segundo a agência, dezenas de pessoas acabaram se ferindo e cinco morreram durante o ataque. Aal-Jazeera e Times of Israel relataram que o Ministério da Saúde de Gaza, também havia informado sobre as mortes no local. Segundo Juliette Touma, a porta-voz da agência AFP, a UNRWA usava essa instalação para a distribuição dos alimentos e também de outros itens essenciais.

Um dos fotógrafos da AFP comentou que viu quando as  vítimas chegaram  ao Hospital al-Najjar (Rafah) e que uma delas teria sido identificada como um dos funcionários da ONU. As forças armadas de Israel ainda não se pronunciaram sobre o ocorrido.

Em fevereiro, a cidade de Rafah havia sido anunciada como possível alvo de operações israelenses, se não fosse realizado alguma  nova negociação até o Ramadã. O Catar afirmou nesta terça-feira (12) que a situação é complicada.

Sobre a guerra entre Israel e Hamas

Uma crescente preocupação vem crescendo a respeito das condições humanitárias precárias em volta de Gaza. A região possui operações militares por parte de Israel desde outubro de 2023. 

A guerra se iniciou após a ocorrência de ataques pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.160 pessoas, entre elas civis. Israel em seguida realizou uma campanha militar que resultou no falecimento de 31.272 cidadãos entre eles crianças e mulheres, informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde do território.

Com a escassez de alimentos, resultantes dos 5 longos meses de guerra, 27 pessoas morreram por desnutrição e desidratação, muitos deles sendo crianças, também segundo o ministério. 

Israel mata mais de 100 civis que esperavam por comida em Gaza e viola leis humanitárias internacionais

Na manhã desta quinta-feira (29), as Forças de Defesa de Israel (FDI) abriram fogo em civis palestinos que estavam reunidos em volta de caminhões de ajuda humanitária, aguardando a entrega de alimentos. Até o momento, foram confirmadas 104 mortes e mais de 760 pessoas feridas.

De acordo com o Ministério da Saúde palestino, os dois números ainda devem aumentar após a contagem dos corpos e pessoas que ainda estão no local. O massacre ocorreu na rua Haroun Al Rasheed, no oeste de Gaza, e já foi condenado pelo Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina (ANP) como “hediondo”, e pelo governo do Egito como “um ataque desumano israelense” contra “civis palestinos desarmados”.

Nós consideramos atacar cidadãos pacíficos que correm para pegar parte da ajuda um crime vergonhoso e uma flagrante violação do direito internacional”, comunicou o Egito, em concordância com a Oxfam International, que denunciou o caso como uma “grave violação das leis humanitárias internacionais e da nossa humanidade”.


Palestinos em volta dos caminhões de ajuda humanitária (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)

“Massacre hediondo”

As FDI já divulgaram imagens sobrevoando o local antes do ataque, evidenciando a densidade de civis palestinos em torno dos caminhões que traziam ajuda humanitária. Após os palestinos se aproximarem dos veículos, o Exército israelense abriu fogo com tiros de drone e tanques de guerra.

Atualmente, Israel descreveu duas versões do incidente, com um comunicado das FDI afirmando que os civis morreram “como resultado do empurra-empurra, pisoteamento e atropelamento pelos caminhões“, enquanto que um oficial israelense disse à CNN que o que realmente ocorreu foi que “a multidão se aproximava das forças de uma maneira que representava uma ameaça às tropas, que responderam à ameaça com fogo real”.

Esse incidente, junto com a ofensiva sobre Rafah, demonstra que Israel tem cada vez mais avançado sobre locais onde ajuda humanitária poderia chegar aos palestinos, cortando o acesso a suprimentos, e vias de escape.


Palestinos indo ao mar para recuperar ajuda humanitária (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)

Israel vs. Ajuda Humanitária

O bloqueio israelense de ajuda humanitária chegou a tal ponto que palestinos famintos (que no total podem representar 2,2 milhões em Gaza, segundo a ONU) chegaram a ir ao mar tentar recuperar uma parte dos suprimentos que caíram de um avião nesta última segunda (26).

Tratando-se de ajuda humanitária, em raros casos países são forçados a entregá-la por ar, devido à ineficiência e custo alto do transporte, além do risco claro em dirigir uma embarcação aérea sobre uma zona de conflito. No entanto, foi justamente desse modo que os suprimentos tiveram de ser entregues, uma vez que as tropas israelenses passaram a bloquear grande parte da ajuda terrestre. Com o incidente desta manhã, a precaução parece ser justificada.

O incidente está sobre revisão“, disseram as Forças de Defesa de Israel. Os hospitais locais, Al Shifa, Kamal Adwan, e Al Awda, afirmaram que muitas das vítimas estão chegando já mortas, e com grande atraso por causa de escombros bloqueando o caminho das ambulâncias. O número de mortos e feridos ainda deve ser atualizado pelo Ministério da Saúde palestino após a contagem final.

Baixada Santista tem recorde de mortes devido a Operação Verão

O número de mortos pela Polícia Militar (PM) na Baixada Santista subiiu para 52, devido a Operação Verão. O número de mortes aumentou nos últimos 2 meses, quebrando o recorde de 2017, quando a região registrou mais mortes que na capital paulista.


Policiais Militares em operação (Foto: reprodução/SSP-SP/CNN Brasil)

Aumento de mortes na Operação Verão 

Desde o final de 2023, a baixada Santista é alvo de conflitos entre PMs e supostos membros de facções após morte de policial da Rota. A Defensoria Pública quer a intervenção da ONU para que haja alguma mudança. O aumento nos casos é o maior desde 2017, feito pelos Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) e Ministério Público de São Paulo (MP-SP). A região concentra 45% das mortes por PM em São Paulo em 2024.

Demais informações da operação

As operações estão ocorrendo em meio ao governo estadual de Tarcísio de Freitas (Republicanos), iniciadas após um policial militar da Rota ter sido morto na região. Em 40 dias, 28 pessoas foram duramente mortas.

Em 26 de janeiro de 2024, outro PM foi assassinado na baixada e, nos seis dias que antecederam  o ocorrido, dez pessoas foram mortas por policiais militares da região. Desde fevereiro, outros 2 PMs faleceram e, no total, 32 pessoas morreram durante ações da PM na Baixada Santista.

José Marcos Nunes da Silva é um dos falecidos devido às operações realizadas. Ele foi atacado em sua casa, na madrugada de 3 de fevereiro. No Boletim de ocorrência, houve registro de resistência, porte ilegal de armas de fogo e Drogas não autorizadas.

Um dos pesquisadores  do núcleo de estudos da violência, Bruno Paes Manso, classificou a operação como “desastrada”, devido ao aumento de mortes. Segundo o mesmo, a operação dura tempo e busca responder a violência que ocorreu com  o policial, mas que trouxe instabilidade e desordem, fazendo que com que a população das comunidades tivesse medo, além de levar problemas para os policiais que começaram a ficar vulneráveis. Isso levou a desordem causada pelo excesso de homicídios na região.

Dengue ultrapassa 650 mil casos no Brasil em 2024

Nesta segunda-feira (19), o Ministério da Saúde divulgou que já são mais de 653 mil casos de dengue no país, e ao menos 113 mortes confirmadas, com 438 óbitos adicionais em investigação. Os dados são do dia 1º de janeiro até 17 de fevereiro, e em relação com o mesmo período no ano passado, representam uma alta de quase 300%.

O que especialistas apontam como grave é que 2023 já foi um ano atipicamente alarmante, com um recorde histórico de 1.094 óbitos, e continuando uma tendência de crescimento iniciada em 2022. Caso esse ano continue com o número elevadíssimo de casos de dengue, o Ministério da Saúde projeta que o Brasil possa chegar até 4,2 milhões de casos até o fim do ano.

Para fins de comparação, o número total de casos no ano passado foi de aproximadamente 1,6 milhões. No entanto, tudo indica que o número de falecimentos decorrentes pode ser multiplicado por um fator igual ou até ainda maior, devido à superlotação nas unidades prestando serviços de saúde, como foi observado durante a pandemia da Covid-19 nos lugares mais gravemente afetados.


Tenda de atendimento para dengue no Distrito Federal (reprodução/O Globo/Brenno Carvalho)

Casos nos Estados

As diferentes unidades federativas estão sendo afetadas em graus distintos. Atualmente, maiores números de casos se concentram nos seguintes estados:

  • Minas Gerais (192 mil casos)
  • São Paulo (90 mil casos)
  • Distrito Federal (67 mil casos)
  • Paraná (58 mil casos)
  • Rio de Janeiro (41 mil casos)

Ainda de acordo com a análise do Ministério da Saúde, tão importante quanto o número de casos absolutos é o nível de incidência da doença. Nesse quesito, o Distrito Federal lidera com 2.405 casos por 100 mil habitantes, seguido de Minas Gerais, com 936 casos na mesma amostra. Ou seja, praticamente quase uma em cada cem pessoas em Minas Gerais registrou um caso de dengue.

Clima como agravante

A hipótese mais discutida entre especialistas atualmente é a de que o clima atual no país esteja agravando a situação da dengue, permitindo que o seu mosquito vetor, Aedes aegypti, se alastre por regiões que antes não ocupava.

Observamos expansão recente do vetor para áreas geográficas que não tinham o mosquito, como Rio Grande do Sul, ou até a cidade de São Paulo,” afirma Julio Croda, infectologista pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e professor da UFMS. “Quando você tem mais calor, o ciclo do mosquito diminui. Normalmente ele leva uns 10 dias para se desenvolver depois da eclosão do ovo. Quando faz mais calor, o ciclo é encurtado para até cinco dias.

Além disso, outros pesquisadores afirmam que os casos devem continuar aumentando no Brasil com a continuidade das chuvas. Ao todo, os sinais indicam que o fenômeno El Niño, responsável pelas ondas de calor ao fim do ano passado e ainda afetando este, pode ter agravado consideravelmente a epidemia de dengue de 2024, que deve registrar dados nunca antes vistos na história do país.