Gilberto Gil recebe artistas baianos em show histórico em Salvador

A despedida de Gilberto Gil dos grandes palcos vem ganhando contornos históricos. Na noite deste sábado (20), em Salvador, o artista se reuniu com outros nomes da música. Acima de tudo, o show reuniu celebração, emoção e pertencimento, marcando o adeus do artista baiano aos espetáculos de grande porte.

No palco da Arena Fonte Nova, Gil celebrou a própria trajetória cercado por afetos, memórias e símbolos da cultura baiana. Do mesmo modo, o público respondeu com emoção intensa, transformando o encerramento em um ritual coletivo de despedida.

Encontro de vozes e celebração da Bahia

Logo no início, Ivete Sangalo subiu ao palco para interpretar “Vamos Fugir”, levando a arena ao delírio. Em seguida, Daniela Mercury cantou “Toda Menina Baiana”, enquanto Carlinhos Brown incendiou o público com “Nos Barracos da Cidade”. As participações reforçaram a força da música baiana e a relação profunda de Gil com Salvador.


Gil se reúne com artistas baianos em show (Vídeo: reprodução/Instagram/@gilbertogil)


Cada encontro trouxe energia de casa, emoção compartilhada e uma sensação clara de pertencimento coletivo. Gil conduziu o espetáculo com serenidade e gratidão, visivelmente tocado pela resposta do público. A despedida, portanto, evitou tons melancólicos e apostou na celebração da vida e da arte.

Luto, retomada dos palcos e homenagens

Anteriormente, durante a turnê “Tempo Rei”, Gil fez homenagens emocionadas à filha em diferentes cidades. As apresentações ocorreram após a morte de Preta Gil, em julho deste ano. Gil já havia relatado que os primeiros dias de luto foram especialmente dolorosos, marcados pelo choro. Ainda assim, explicou que o período de adoecimento trouxe uma adaptação gradual à ideia da perda.

Em agosto, ele voltou aos palcos pela primeira vez, em apresentação no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Em São Paulo, dedicou “Drão” a Preta e chorou ao falar da artista, sendo amparado pelos músicos. No Rio de Janeiro, o encerramento contou com Paralamas do Sucesso, Flor Gil e Jorge Ben Jor. A presença de Roberto Carlos marcou outro momento simbólico, com o dueto em “A Paz”.


Gil relembra partida de Preta (Foto: reprodução/Instagram/@gilbertogil)


Reconhecimento e legado

No início de dezembro, o Prêmio Multishow 2025 prestou homenagem especial a Gilberto Gil. O artista recebeu o troféu de “Prêmio Especial do Ano”, em reconhecimento à trajetória. Cantor, compositor, músico, escritor e figura pública, ao longo da carreira acumulou distinções institucionais, como a Ordem Nacional do Mérito, concedida pelo governo francês, e o título de “Artista pela Paz”, outorgado pela UNESCO. Em 2021, passou a integrar a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número 20. Gil também atuou como ministro da Cultura entre 2003 e 2008, nos primeiros governos de Luiz Inácio Lula da Silva, além de representar a ONU em iniciativas ligadas à agricultura e à alimentação.

Vozes da Música Popular Brasileira como Caetano Veloso e Ney Matogrosso participaram da celebração do Multishow, interpretando clássicos como “Drão”. Assim, a despedida dos palcos reafirma o legado de um dos maiores nomes da música brasileira.

Gilberto Gil e Chris Martin se unem por um mesmo palco em prol da Amazônia

Gilberto Gil e Chris Martin se unem em um mesmo palco em prol da Amazônia para o Global Citizen Festival: Amazônia, que promete ser um marco na história da música e do ativismo. O evento, que acontece em 1º de novembro no Estádio Olímpico do Pará, em Belém, marca a estreia da versão latino-americana do festival e traz consigo uma mensagem urgente: proteger a Amazônia é proteger o futuro do planeta. A escolha da capital paraense como palco da edição reforça o papel simbólico da floresta na luta contra as mudanças climáticas e na preservação da diversidade cultural e ambiental do Brasil.

Mais do que um festival, o Global Citizen se consolida como um movimento global que une artistas, ativistas e comunidades em torno de causas sociais e ambientais. E, pela primeira vez, essa energia chega ao coração da Amazônia, com um evento que pretende ecoar por todo o mundo — não apenas através da música, mas de mensagens poderosas de resistência e esperança.

Música, ancestralidade e união

Entre os nomes confirmados estão Gilberto Gil, Anitta, Seu Jorge, Gaby Amarantos e Chris Martin, vocalista do Coldplay. Juntos, eles representam a pluralidade da música mundial e a força de artistas que, em suas trajetórias, transformam palco em plataforma de consciência.


Coldplay no Global Citizen 2023 (Foto: reprodução/Invision/AP/Brent N. Clarke)

Gilberto Gil, um dos maiores expoentes da cultura brasileira, retorna à cena com um propósito que sempre acompanhou sua obra: o diálogo entre arte, natureza e espiritualidade. Sua presença no festival reafirma a importância da música como instrumento político e afetivo, capaz de conectar gerações e fronteiras. Ao lado dele, Anitta traz o olhar contemporâneo da nova geração de artistas brasileiros que conquistaram o mundo, enquanto Chris Martin reforça o compromisso ambiental que o Coldplay vem defendendo em turnês sustentáveis e ações globais.

A curadoria do line-up é, por si só, um manifesto: mostrar que, independentemente da língua, ritmo ou origem, a música tem o poder de unir pessoas em torno de uma mesma causa — a preservação da vida.

Arte e ativismo: a voz da floresta ganha o mundo

O festival contará também com participações essenciais para o diálogo com os povos originários. Estão confirmados o Cacique Raoni Metuktire, uma das vozes indígenas mais influentes do planeta, e Sônia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas do Brasil. Suas presenças reforçam o protagonismo das comunidades amazônicas, que há séculos lutam para manter viva a floresta e sua cultura.

Além dos shows, o evento será apresentado por nomes como Regina Casé, Mel Fronckowiak, Isabelle Nogueira e Hugo Gloss, com participações especiais de Rodrigo Santoro e Estêvão Ciavatta. A transmissão será feita pela TV Globo, Multishow, Globoplay e YouTube, garantindo que a mensagem chegue a milhões de pessoas.

Com essa edição, o Global Citizen estreia oficialmente na América Latina e encerra a campanha “Proteja a Amazônia”, iniciativa que busca ampliar o debate sobre sustentabilidade, direitos humanos e justiça climática. A união entre música e ativismo reafirma que a arte é uma linguagem universal, capaz de sensibilizar corações e provocar transformações reais.

Belém se torna o palco da esperança

A realização do festival em Belém não é apenas um gesto simbólico, mas um convite à reflexão sobre o papel da região Norte no cenário global. A cidade, que será sede da COP30 em 2025, se prepara para ocupar um lugar de destaque nas discussões sobre meio ambiente. O Global Citizen chega como uma prévia desse movimento, conectando o público local e internacional em uma celebração que mistura cultura, identidade e propósito.

Milton Nascimento é diagnosticado com demência

Milton Nascimento, um dos maiores nomes da música brasileira, foi diagnosticado com demência aos 82 anos. A notícia foi revelada por seu filho, Augusto, em entrevista à revista Piauí. Após a repercussão, ele compartilhou nas redes sociais como têm sido os últimos anos ao lado do pai, que também enfrenta o avanço do Parkinson, diagnosticado em 2022.

Segundo Augusto, os primeiros sinais vieram de forma discreta, mas com o tempo as mudanças se intensificaram, afetando o cotidiano do cantor. Ainda assim, Bituca — como é carinhosamente chamado — continuou recebendo homenagens, cantando, emocionando multidões e sendo celebrado em diversas ocasiões.

O filho relembra uma viagem de motorhome feita em maio, onde percorreram 4 mil km juntos. “Eu dirigia e ele escolhia as músicas, como sempre fizemos. Sabia, de alguma forma, que aquela viagem seria uma despedida desses momentos. Quando voltamos, ele disse que foi a melhor viagem da vida dele”, contou.


Bituca em show (Foto: Reprodução Getty Images Embed/Philippe Renault)

O legado e a inspiração de Milton Nascimento

Apesar do delicado quadro de saúde, o legado de Milton Nascimento permanece vivo e inspira gerações. Ícone da MPB, suas composições atravessam décadas e se mantêm atemporais, marcando a história cultural do Brasil. O artista, conhecido por sua voz única e por letras que falam de amor, amizade e resistência, influenciou músicos no país e no exterior, deixando um patrimônio artístico imensurável.

A trajetória de Milton Nascimento é marcada por feitos grandiosos que o consolidaram como um dos maiores artistas da música mundial. Com mais de 40 álbuns lançados e uma carreira que ultrapassa cinco décadas, o cantor e compositor ultrapassou a marca de 15 milhões de cópias vendidas.

Bituca é reconhecido internacionalmente, tendo sido indicado a  5 prêmios Grammy e vencido por 3 vezes, além de diversos outros troféus que o consagram como ícone da MPB. Sua participação no histórico Clube da Esquina, ao lado de nomes como Lô Borges e Beto Guedes, revolucionou a música brasileira ao unir regionalismo, jazz, rock e influências internacionais em uma sonoridade única.

Canções como Maria Maria, Coração de Estudante, Travessia e Canção da América atravessaram gerações, sendo interpretadas por artistas no Brasil e no exterior. O impacto cultural de Milton é tamanho que ele se tornou referência não apenas pela música, mas também pela defesa de causas sociais e pela mensagem de união e solidariedade transmitida em suas obras.

Assim, mesmo diante do delicado momento de saúde, o nome de Milton Nascimento permanece como sinônimo de arte, resistência e inspiração para músicos e admiradores em todo o mundo.

Para Augusto, a convivência atual é marcada por silêncios e pequenas demonstrações de afeto. “Tem sido uma dor intensa, mas também uma forma de estar presente. Às vezes, ele só aceita se alimentar quando eu o incentivo, e isso se tornou nossa maneira de comunicação”, disse.

Amor, cuidado e dignidade no presente

O empresário e faixa-preta de jiu-jítsu descreveu como tem buscado retribuir todo o amor que recebeu do pai. “Sigo tentando dar a ele dignidade e conforto. Desde que a vida nos uniu, fomos inseparáveis, e assim permaneceremos. Peço respeito e compaixão nesse momento tão delicado. Eu te amo e sempre amarei, paizinho”, declarou.

Angela Ro Ro: conheça a trajetória de uma das vozes mais intensas da MPB

A cantora Angela Ro Ro conquistou espaço na música brasileira com canções intensas e memoráveis, entre elas “Amor, Meu Grande Amor” e “Simples Carinho”, que atravessaram décadas. Com sua voz única, Angela construiu uma trajetória que misturava elementos do rock com a delicadeza da MPB, sempre marcada pela intensidade de suas interpretações.

Da formação clássica ao início nos palcos

Nascida no Rio de Janeiro, Angela Maria Diniz Gonçalves iniciou os estudos em piano clássico ainda na infância. Sua voz rouca e grave lhe rendeu o apelido que a acompanharia por toda a carreira. Antes de ganhar notoriedade no Brasil, ela viveu em Londres durante o regime militar, sustentando-se com pequenos trabalhos enquanto se apresentava em bares e espaços alternativos.

Primeiros discos e grandes sucessos

Quando retornou ao Brasil, em 1979, lançou o álbum de estreia que apresentou ao público canções que logo se tornaram atemporais, entre elas “Amor, Meu Grande Amor”, “A Mim e a Mais Ninguém” e “Tola Foi Você”. No ano seguinte, o LP “Só Nos Resta Viver” reforçou seu estilo intenso, com canções que se tornaram emblemáticas, como a faixa-título e “Tango da Bronquite”.

Nos anos seguintes, vieram obras que ampliaram sua relevância na MPB, como “Escândalo” (1981), inspirada no fim de seu relacionamento com Zizi Possi, e o sucesso “Simples Carinho”, presente no álbum de 1983. Além do próprio repertório, suas letras também ganharam vida na voz de outros intérpretes consagrados, provando a força de sua obra e o alcance de sua criatividade. Maria Bethânia, por exemplo, regravou “Fogueira”, reforçando o peso de Angela como uma artista que influenciou toda uma geração.


Fafá de Belém usou as redes sociais para homenagear a artista (Foto: reprodução/Instagram/@fafadbelem)


Reconhecimento e legado artístico

Ao longo das décadas, Angela Ro Ro construiu uma carreira marcada pela dramaticidade de suas interpretações e pela autenticidade de sua obra. Seu último disco de estúdio, Selvagem (2017), trouxe 11 faixas inéditas e reafirmou sua vitalidade artística mesmo em fase madura. No Spotify, continua presente no repertório de milhares de ouvintes, com destaques como “Na Cama”, “Balada da Arrasada” e “Cheirando a Amor”.

Mais do que sucessos, Angela deixou um estilo único, sem medo de expor fragilidades e paixões. Sua contribuição para o rock e a MPB é celebrada não apenas nas canções gravadas, mas também na influência que exerceu sobre outras intérpretes e compositores. Autêntica, intensa e livre, Ro Ro permanece como uma das vozes mais marcantes da música brasileira.

A música brasileira se despede de Angela Ro Ro, símbolo de autenticidade e talento

A música popular brasileira se despede de uma de suas figuras mais emblemáticas. Angela Ro Ro, cantora e compositora de talento ímpar, faleceu no Rio de Janeiro aos 75 anos, vítima de uma parada cardíaca ocorrida após uma nova infecção. Sua partida deixa um vazio imensurável no cenário musical, mas seu legado perdurará através de suas canções e de sua postura pioneira.

Carreira meteórica e legado musical marcante

Nascida Angela Maria Diniz Ro Ro, a artista trilhou uma carreira meteórica desde os anos 1970, rapidamente se estabelecendo como um dos nomes mais relevantes da MPB. Com um estilo irreverente e uma voz inconfundível, Angela conquistou corações e mentes com sucessos atemporais como “Amor, Meu Grande Amor”, “Compasso” e “Fogueira”. Sua genialidade musical a levou a colaborações memoráveis com grandes nomes da música brasileira, incluindo Maria Bethânia e Cazuza, enriquecendo ainda mais o panorama sonoro do país.


Matéria sobre o falecimento de Angela Ro Ro (Vídeo: reprodução/YouTube/G1)

Ao longo de sua trajetória, Angela Ro Ro lançou mais de dez álbuns, cada um recheado de composições autorais intensas e interpretações carregadas de emoção. Sua obra é um testemunho de sua sensibilidade artística e de sua capacidade de tocar profundamente o público. Mais do que uma cantora, Angela foi uma pioneira, rompendo barreiras em uma época conservadora ao assumir abertamente sua sexualidade. Essa autenticidade foi a base de sua carreira, inspirando inúmeras gerações de artistas a expressarem suas verdades sem medo.

Dificuldades financeiras e o retrato da vulnerabilidade de artistas veteranos

Recentemente, a vida pessoal de Angela Ro Ro enfrentou desafios financeiros, com a artista recorrendo a doações para cobrir despesas médicas. Sua situação evidencia a fragilidade de muitos artistas que, mesmo após anos de contribuição para a cultura, lutam para garantir sua subsistência digna. A falta de aposentadoria e a dependência de direitos autorais, que somavam cerca de R$ 800 mensais, revelam uma dura realidade para aqueles que dedicaram suas vidas à arte.

Apesar das dificuldades enfrentadas em seus últimos anos, a memória de Angela Ro Ro permanece viva. Sua música transcende o tempo, e sua coragem em ser quem era em uma sociedade restritiva a estabelece como um ícone de liberdade e autenticidade. A MPB perde uma de suas vozes mais potentes, mas o eco de sua arte continuará a ressoar, inspirando e emocionando por muitas e muitas gerações.

Preta Gil reafirma seu legado na música brasileira

Após iniciar tratamento contra o câncer nos Estados Unidos, e Bela Gil se emocionar ao falar sobre isso, Preta Gil faleceu neste domingo (20). A empresária e cantora tinha 50 anos e batalhava contra um câncer desde janeiro de 2023. Ela iniciou o tratamento no Brasil, com radioterapia e quimioterapia, mas o câncer voltou em outras partes do corpo.

Trajetória musical marcada pela ousadia

Preta estreou na música em 2003 com o álbum Prêt-à Porter, que, com sua capa impactante, chamou atenção e inaugurou um estilo próprio, unindo samba, funk, pop e MPB. O single “Sinais de Fogo”, hit da estreia, reafirmou sua identidade artística.


Preta Gil e Alcione (Foto: reprodução/Instagram/@pretagil)

Com quatro discos de estúdio, Preta (2005), Sou Como Sou (2012) e Todas as Cores (2017), além dos ao vivo Noite Preta (2010) e Bloco da Preta (2014), ela demonstrou maturidade musical e diversidade de estilos.

Bloco da Preta e presença nos palcos

Muito além do estúdio, Preta impactou o Carnaval com o Bloco da Preta, fundado em 2009. A iniciativa transformou-se em referência de empoderamento, diversidade e alegria, arrastando dezenas de milhares de foliões, chegando a atrair mais de 500 mil em 2017. Sua energia e mensagem de inclusão marcaram gerações.


Preta Gil e Ludmilla no Bloco da Preta (Foto: reprodução/Instagram/@pretagil)

Além disso, fez turnês expressivas, como “Noite Preta” e “Baile da Preta”, que pegaram carona no sucesso de seus álbuns e consolidaram seu domínio do palco.

Legado de representatividade e resistência

Preta foi uma voz ativa contra racismo, gordofobia, homofobia e a favor da autoaceitação e dos direitos LGBTQIA+. Seu ativismo estava presente em suas letras, entrevistas e presença pública . Incansável, ela também marcou presença na televisão, no cinema e no mundo empresarial, como fundadora da Mynd, agência de marketing digital e entretenimento.

Com sua voz forte, performances vibrantes e postura ativista, Preta Gil construiu um legado que ultrapassa a música, ela influenciou a forma como muitas pessoas se veem, se sentem e se expressam. A artista partiu, mas sua obra, sua mensagem e sua luta permanecem vivas na cultura e no coração do Brasil.

Nando Reis fala sobre desentendimento com Roberto Carlos devido à regravação de música

Nando Reis, em show no Rio de Janeiro, revelou aos fãs detalhes sobre um desentendimento antigo com Roberto Carlos. O conflito, que ficou pouco conhecido pelo público, se deu graças à regravação da música “Nossa Senhora”, uma das mais populares da discografia de Roberto. A versão de Nando, feita em 2019, não caiu no gosto do cantor, que pediu para que a canção fosse retirada do álbum. Reis contou os detalhes da desavença nesta quinta-feira (12).

De acordo com o Metrópoles, Nando contou que sua versão da música de Roberto não manteve a letra original. Essa mudança incomodou o cantor. “Ele detestou. Achou que era desrespeitoso, mas ao contrário: eu tenho os meus santos, as minhas santas”, disse Reis ao público durante o show. “Eu não creio em Deus, mas creio em Jesus Cristo. Sou louco por Jesus Cristo, desde criança. E ai fica estranho né? Não creio em Deus, mas creio em Jesus… Não quero que ninguém leve a mal, por favor”, continuou.


Roberto Carlos, de 84 anos ( Foto: reprodução/Globo/Bob Paulino)

Álbum de releitura

A música faz parte do álbum “Não Sou Nenhum Roberto, Mas Às Vezes Chego Perto”. Nando lançou o disco, que contém releituras de grandes sucessos de Roberto Carlos, em 2019. “Resolvi gravar esse disco com algumas canções, muitas religiosas, mas ele pediu que eu não cantasse ‘Nossa Senhora’, então tiramos e não está mais no disco”, explicou. A canção, no entanto, continua disponível no Youtube.


Releitura de Nando Reis da canção “Nossa Senhora”, de Roberto Carlos (Reprodução/Youtube/Nando Reis)


Apesar do pedido para retirar a faixa do álbum, Nando reiterou sua admiração pelo artista.

Eu gravei e deu esse problema com “Nossa Senhora, mas ainda assim eu adoro o trabalho do Roberto, tanto que fiz um disco homenageando o trabalho dele, não só o incrivel compositor, mas o artista. A maneira como Roberto Carlos concedeu seu trabalho, sempre me deixou impressionado”

Antecedente

Em maio, Nando Reis mencionou o assunto em um vídeo postado em seu canal no Youtube. Na publicação, o cantor explicou suas reflexões sobre as canções, que possuem forte cunho religioso. O ex-integrante dos Titãs se considera ateu. 

Eu não sou (católico), nem creio em Deus. Escolhi três dessas canções pra cantar, e eu tive que me ver com uma questão de qual era o sentido dessas músicas, como interpretar sem parecer nenhum tipo de grau de ironia, ou de desrespeito, oυ de hipocrisia, melhor dizendo”, declarou

Mesmo com a situação, Nando Reis esclareceu que sua intenção foi prestar uma homenagem à Roberto Carlos. O artista influenciou o cantor desde sua infância.

Alok e Gilberto Gil unem gerações em novo EP

Com selo de aprovação de Gilberto Gil, Alok anunciou com entusiasmo em suas redes sociais seu novo e promissor projeto musical: um EP com releituras remixadas e modernas de clássicos inesquecíveis da MPB. O DJ ainda aproveitou a publicação para dar um pequeno spoiler de uma das faixas, o que aumentou ainda mais a expectativa animada dos fãs.

Fusão entre o clássico e o atual 

Uma fusão entre o clássico e o atual, cheia de significados. Na postagem, Alok aparece sorridente ao lado de Gil, revelando duas grandes e inesperadas surpresas. A primeira é o aguardado lançamento do EP, previsto para o próximo mês. O projeto conta com versões inéditas e ousadas que, segundo o DJ, apresentam “novos caminhos remixados e criativos” para as músicas consagradas do icônico cantor baiano.

“Eu e o Gil estamos trabalhando em um EP que vai ser lançado mês que vem. Eu tô fazendo releituras modernas de clássicos do Gil”, disse Alok.

Já Gilberto Gil demonstrou entusiasmo sincero com a homenagem e aprovou o resultado de imediato.

“Ele já trabalhou, já fez tudo, já está tudo pronto, aprovadíssimo”, afirmou o artista, visivelmente contente e sorridente.

Alok com Gilberto Gil em vídeo sobre o lançamento (Foto: reprodução/Instagram/@alok)

Gil no palco do Áurea Tour

Tô nos dois. Tô no Ep, tô no show“.

A segunda surpresa foi o convite especial e emocionante feito por Alok para que Gil participasse de seu grandioso show no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, no dia 28 de junho, durante a turnê “Áurea Tour”. A parceria celebra o encontro de diferentes gerações e estilos musicais, reunindo o legado atemporal de um ícone da música brasileira com a batida eletrônica contagiante de um dos DJs mais influentes do mundo. Uma união poderosa que promete emocionar intensamente o público e marcar um momento verdadeiramente histórico na cena musical nacional.

Liniker emociona e celebra recorde de público na Virada Cultural

Na Virada Cultural de São Paulo, Liniker protagonizou um momento memorável. No segundo dia do evento, levou 120 mil pessoas ao Vale do Anhangabaú, formando a maior plateia de sua carreira.

Liniker é uma das grandes vozes da música brasileira contemporânea, com timbre marcante e presença cênica poderosa, a artista se destaca por composições que abordam o amor, os afetos, a negritude e as vivências da comunidade LGBTQIA+.

Hits, emoção e reconhecimento

Misturando canções do início da carreira com faixas do álbum Caju, Liniker conduziu o público em uma noite de festa e emoção. “Bem-vindos ao dia mais histórico da minha vida”, declarou ao público, que acompanhava cada música em coro. 

Reconhecida nacional e internacionalmente, tornou-se a primeira artista trans a vencer o Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira, com Indigo Borboleta Anil. Sua música e sua história a colocam entre os nomes mais influentes da nova geração de artistas brasileiros.

A performance reforça o espaço conquistado por Liniker na música brasileira, tanto pela potência vocal quanto pela representatividade que carrega.

Prêmio Multishow: Liniker vence a categoria ‘Artista do Ano’

Na 31ª edição do Prêmio Multishow de Música Brasileira, Liniker foi o grande destaque da noite ao conquistar duas das principais categorias. Com a faixa “Caju”, ela levou o troféu de “MPB do Ano”, reafirmando sua força na cena musical. Pouco depois, superou nomes como Anitta e Glória Groove ao ser consagrada “Artista do Ano”.

O reconhecimento emocionou a cantora, que fez um discurso de agradecimento aos fãs e à equipe que a acompanha desde sua trajetória com “Os Caramelows”. As premiações confirmam a relevância de sua obra e sua potência artística no cenário nacional.


Vitória de Liniker na categoria ‘Artista do Ano’ (Vídeo: reprodução/X/@multishow)

Álbum “Caju” ultrapassa 100 milhões de streams

Liniker celebrou 100 milhões de streams no Spotify com o álbum Caju, lançado em 2024. O trabalho mistura soul, jazz e música eletrônica, com letras sobre amor, identidade e relações pessoais.

A produção refinada e as parcerias com artistas como Pabllo Vittar, Lulu Santos e ANAVITÓRIA contribuíram para o sucesso. Todas as faixas ganharão videoclipes, ampliando ainda mais o alcance do projeto.

Morre Nana Caymmi, ícone da música brasileira, aos 84 anos

A cantora Nana Caymmi, um dos grandes nomes da música popular brasileira, morreu nesta quinta-feira (1º), aos 84 anos, no Rio de Janeiro. Internada desde julho de 2024 na Casa de Saúde São José, no bairro do Humaitá, Zona Sul da cidade, a artista faleceu em decorrência de disfunção de múltiplos órgãos, conforme nota divulgada pelo hospital.

Cantora enfrentava problemas de saúde desde 2016

Nana Caymmi sofreu com seguidos problemas de saúde nos últimos anos. Passou por uma cirurgia para remoção de um tumor na parte externa do estômago em 2016 e, desde então, manteve-se afastada dos palcos, embora tenha continuado a gravar, com lançamentos até 2020.

Segundo o jornal O Globo, dois dias antes de sua morte, também data de seu aniversário, 29 de abril, a cantora teve piora em seu estado de saúde devido a uma overdose de opioides, utilizados para amenizar um quadro de dor aguda.

O irmão Danilo Caymmi, ao anunciar sua morte, descreveu o longo período de nove meses de internação como “um processo muito doloroso” e afirmou que a família está profundamente abalada.

O Brasil perde uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o Brasil já viu, de sentimento, de tudo. Estamos todos realmente muito tristes, mas ela passou nove meses de sofrimento intenso dentro de hospital” lamentou Danilo.


Nana Caymmi e os irmãos Dori e Danilo Caymmi (Foto: reprodução/Instagram/@nanacaymmi)


A cantora deixa três filhos e um valoroso legado artístico para a música brasileira.

Carreira longeva iniciou na década de 1960

Nascida Dinahir Tostes Caymmi em 29 de abril de 1941, Nana era filha do compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, e irmã dos músicos Danilo e Dori Caymmi.

Sua trajetória na música começou ainda na juventude, ao lado do pai, em um dueto na canção “Acalanto”, escrita por Dorival como uma canção de ninar para a própria filha. Os versos “Boi, boi, boi / Boi da cara preta / Pega essa menina que tem medo de careta” se popularizam e são entoados como canção de ninar para crianças até os dias atuais.

A artista iniciou oficialmente sua carreira nos anos 1960. Em 1965, lançou seu primeiro disco solo e, no ano seguinte, alcançou projeção nacional ao vencer a fase brasileira do Festival Internacional da Canção com “Saveiros”, composição de seu irmão Dori em parceria com Nelson Motta. Apesar das vaias que recebeu do público durante sua apresentação, Nana Caymmi venceu o concurso.

Ao longo de quase seis décadas, a cantora gravou 31 álbuns de estúdio. Entre os mais notáveis estão o autointitulado Nana Caymmi (1975), Voz e Suor (1983), este em parceria com o pianista Cesar Camargo Mariano, Bolero (1993) e A Noite do Meu Bem (1994), dedicado às canções de Dolores Duran.

Além de suas composições, Nana também usou sua marcante voz em obras de autores como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Milton Nascimento e Roberto Carlos.


A cantora com o amigo e também ícone da música brasileira, Milton Nascimento (Foto: reprodução/Instagram/@nanacaymmi)


Em 1976, a artista foi premiada pela Associação Brasileira de Produtores de Disco com o Troféu Villa-Lobos de Melhor Cantora do Ano. Quatro vezes indicada ao Grammy Latino, Nana Caymmi venceu em 2004 a categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode com a obra “Para Caymmi, de Nana, Dori e Danilo”.