Morre Nana Caymmi, ícone da música brasileira, aos 84 anos
A cantora Nana Caymmi, um dos grandes nomes da música popular brasileira, morreu nesta quinta-feira (1º), aos 84 anos, no Rio de Janeiro. Internada desde julho de 2024 na Casa de Saúde São José, no bairro do Humaitá, Zona Sul da cidade, a artista faleceu em decorrência de disfunção de múltiplos órgãos, conforme nota divulgada […]
A cantora Nana Caymmi, um dos grandes nomes da música popular brasileira, morreu nesta quinta-feira (1º), aos 84 anos, no Rio de Janeiro. Internada desde julho de 2024 na Casa de Saúde São José, no bairro do Humaitá, Zona Sul da cidade, a artista faleceu em decorrência de disfunção de múltiplos órgãos, conforme nota divulgada pelo hospital.
Cantora enfrentava problemas de saúde desde 2016
Nana Caymmi sofreu com seguidos problemas de saúde nos últimos anos. Passou por uma cirurgia para remoção de um tumor na parte externa do estômago em 2016 e, desde então, manteve-se afastada dos palcos, embora tenha continuado a gravar, com lançamentos até 2020.
Segundo o jornal O Globo, dois dias antes de sua morte, também data de seu aniversário, 29 de abril, a cantora teve piora em seu estado de saúde devido a uma overdose de opioides, utilizados para amenizar um quadro de dor aguda.
O irmão Danilo Caymmi, ao anunciar sua morte, descreveu o longo período de nove meses de internação como “um processo muito doloroso” e afirmou que a família está profundamente abalada.
O Brasil perde uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o Brasil já viu, de sentimento, de tudo. Estamos todos realmente muito tristes, mas ela passou nove meses de sofrimento intenso dentro de hospital” lamentou Danilo.
Nana Caymmi e os irmãos Dori e Danilo Caymmi (Foto: reprodução/Instagram/@nanacaymmi)
A cantora deixa três filhos e um valoroso legado artístico para a música brasileira.
Carreira longeva iniciou na década de 1960
Nascida Dinahir Tostes Caymmi em 29 de abril de 1941, Nana era filha do compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, e irmã dos músicos Danilo e Dori Caymmi.
Sua trajetória na música começou ainda na juventude, ao lado do pai, em um dueto na canção “Acalanto”, escrita por Dorival como uma canção de ninar para a própria filha. Os versos “Boi, boi, boi / Boi da cara preta / Pega essa menina que tem medo de careta” se popularizam e são entoados como canção de ninar para crianças até os dias atuais.
A artista iniciou oficialmente sua carreira nos anos 1960. Em 1965, lançou seu primeiro disco solo e, no ano seguinte, alcançou projeção nacional ao vencer a fase brasileira do Festival Internacional da Canção com “Saveiros”, composição de seu irmão Dori em parceria com Nelson Motta. Apesar das vaias que recebeu do público durante sua apresentação, Nana Caymmi venceu o concurso.
Ao longo de quase seis décadas, a cantora gravou 31 álbuns de estúdio. Entre os mais notáveis estão o autointitulado Nana Caymmi (1975), Voz e Suor (1983), este em parceria com o pianista Cesar Camargo Mariano, Bolero (1993) e A Noite do Meu Bem (1994), dedicado às canções de Dolores Duran.
Além de suas composições, Nana também usou sua marcante voz em obras de autores como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Milton Nascimento e Roberto Carlos.
A cantora com o amigo e também ícone da música brasileira, Milton Nascimento (Foto: reprodução/Instagram/@nanacaymmi)
Em 1976, a artista foi premiada pela Associação Brasileira de Produtores de Disco com o Troféu Villa-Lobos de Melhor Cantora do Ano. Quatro vezes indicada ao Grammy Latino, Nana Caymmi venceu em 2004 a categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode com a obra “Para Caymmi, de Nana, Dori e Danilo”.
