Mais de 30 anos após serem condenados pelo assassinato dos pais, Lyle e Erik Menendez retornam nesta terça (13) e quarta-feira ao tribunal em Los Angeles. A defesa busca convencer a Justiça de que os irmãos se transformaram ao longo dos anos e não oferecem perigo à sociedade.
Para isso, pretende apresentar testemunhas e relatórios sobre o comportamento exemplar dos dois durante o tempo em que estiveram detidos.
Caso os argumentos sejam aceitos, eles podem conseguir liberdade imediata ou, ao menos, se tornarem aptos a pleitear liberdade condicional. Essa audiência estava prevista para abril, mas foi adiada pelo juiz Michael Jesic por preocupações com a segurança dos réus no processo.
Recomendação de nova sentença e oposição do atual promotor
Em outubro de 2024, o então promotor de Los Angeles, George Gascón, recomendou a revisão das sentenças dos irmãos, considerando novas evidências de abusos sofridos por eles na infância e seu bom comportamento na prisão. Gascón sugeriu que as penas fossem alteradas para 50 anos a prisão, o que os tornaria elegíveis para liberdade condicional imediata, já que ambos tinham menos de 26 anos na época do crime.
No entanto, o atual promotor, Nathan Hochman, que assumiu o cargo após Gascón, se opõe à medida. Ele argumenta que os irmãos ainda não assumiram responsabilidade pelas mortes e, portanto, não deveriam ter a pena reduzida.
Irmãos Menendez retornam ao tribunal (Foto: reprodução/Instagram/@aventurasnahistoria)
Entenda o caso
O crime ocorreu em 1989, em Beverly Hills. Lyle e Erik assassinaram os pais, que estavam assistindo televisão na sala de casa. Inicialmente, alegaram que o crime teria relação com a máfia, devido à carreira do pai como executivo da indústria musical.
Durante o julgamento, a versão apresentada mudou: os dois afirmaram que eram vítimas de violência sexual e emocional por parte do pai, e que a mãe teria sido omissa. A defesa alegou que o crime foi cometido em um momento de desespero, após anos de sofrimento.
A promotoria, por outro lado, sustentou que os irmãos agiram por interesse financeiro, buscando antecipar o acesso a uma herança avaliada em cerca de 14 milhões de dólares (aproximadamente R$ 82 milhões). O júri não aceitou o argumento de legítima defesa e os condenou a duas penas de prisão perpétua, sem direito à liberdade condicional.
