Em entrevista à Variety, Guillermo del Toro reforçou sua marca autoral ao declarar que sua versão de Frankenstein será totalmente livre de inteligência artificial e efeitos digitais. O cineasta destacou que pretende resgatar a essência do cinema artesanal, privilegiando cenários construídos manualmente, pinturas e texturas reais para dar forma ao universo sombrio da obra de Mary Shelley. Segundo ele, a proposta é afastar simulações e atalhos tecnológicos em favor da autenticidade de um cinema “à moda antiga”.
Com estreia mundial marcada para o Festival de Veneza e uma exibição posterior no Festival de Toronto, o longa já é tratado como um dos trabalhos mais ambiciosos de sua carreira. A produção promete unir o visual gótico característico de Del Toro a uma narrativa de forte impacto emocional, explorando temas como paternidade, identidade e empatia.
O compromisso de Del Toro com o cinema “feito à mão”
Mesmo em um cenário dominado por tecnologias digitais, Guillermo del Toro optou por minimizar o uso de efeitos visuais e fundos em tela verde em “Frankenstein”. Ele prefere dar destaque a ambientes físicos e concretos, desenvolvidos manualmente com pinturas, construções artesanais e texturas autênticas criadas por artistas..
Esse posicionamento reflete a crença de Del Toro na autenticidade emocional e estética que apenas o artesanato pode transmitir, fundada em experiências sensoriais que efeitos digitais muitas vezes não alcançam. Ao escolher esse caminho, ele busca enriquecer a narrativa com uma profundidade visual tangível que converse com seu estilo visceral e humano.
Trailer oficial do filme “Frankenstein”, dirigido por Guillermo del Toro (Vídeo: reprodução/YouTube/Netflix Brasil)
Contexto e expectativas para a adaptação
Apresentado como um “projeto dos sonhos” por Del Toro, “Frankenstein” adapta o romance clássico com um elenco potente, incluindo Oscar Isaac como Victor Frankenstein e Jacob Elordi como o Monstro, que substituiu Andrew Garfield por conflitos de agenda.
A nova versão busca mesclar horror gótico com profundidade emocional e simbólica, abordando temas como perdão, empatia e arrependimento. Em lugar de focar exclusivamente em sustos, Del Toro quer humanizar a criatura, ampliando o debate sobre criação, abandono e afeto. A produção mundial terá sua estreia no Festival de Veneza, seguida por uma exibição nos cinemas norte-americanos em 17 de outubro, com foco em qualificação para o Oscar. No Brasil, o público o verá nas telonas a partir de 23 de outubro, com distribuição nacional pela O2 Play, antes da estreia global na Netflix em 7 de novembro.
