Novas buscas podem identificar últimas vítimas da tragédia de Brumadinho após 6 anos

Nesta semana, uma nova descoberta trouxe esperança para famílias que há seis anos vivem na incerteza. Fragmentos humanos foram encontrados em uma das áreas de busca, reacendendo a possibilidade de que, finalmente, as últimas vítimas da tragédia de Brumadinho possam ser identificadas.

Os restos foram localizados a cerca de seis quilômetros do ponto onde tudo começou. Entre eles, um fêmur com prótese, um detalhe que pode acelerar o processo de reconhecimento.

Agora, esse material está sob análise no Instituto Médico-Legal (IML), e, mais uma vez, os familiares enfrentam a dolorosa espera por respostas.

Desde aquele trágico 25 de janeiro de 2019, os bombeiros nunca desistiram. São mais de dois mil dias de trabalho incansável, vasculhando cada centímetro da lama que engoliu vidas e sonhos.

O tenente Henrique Barcelos, que acompanha as buscas desde o início, explica que o deslocamento da lama tornou tudo ainda mais difícil, movimentando também os corpos ainda não achados.


Tragédia de Brumadinho, 25 de janeiro de 2019 (Foto: reprodução/Instagram/@gustavo.m.barcelos)

Quem ainda espera ser encontrado

Três pessoas seguem desaparecidas:

  • Maria de Lurdes da Costa Bueno, 59 anos, estava em Brumadinho, Minas Gerais, para um fim de semana especial com a família. Hospedada na Pousada Nova Estância, sonhava com momentos de descanso e alegria.
  • Tiago Tadeu Mendes da Silva, 34 anos, engenheiro mecânico dedicado, havia sido transferido para a Mina do Córrego do Feijão apenas 20 dias antes da tragédia.
  • Natália de Oliveira Porto Araújo, 25 anos, jovem e cheia de esperança, queria crescer na mineração e construir uma carreira sólida.

Justiça ainda distante

A tragédia matou 272 pessoas, incluindo dois bebês que ainda estavam no ventre de suas mães. Seis anos depois, a dor das famílias se mistura à frustração com a impunidade.

No mês de março do ano de 2024, as acusações contra Fábio Schvartsman, ex-presidente da Vale, foram arquivadas pela Justiça, gerando indignação nos familiares das vítimas.

O processo continua contra apenas 15 pessoas, entre elas, 11 são gerentes da Vale e quatro representantes da Tüv Süd, a empresa responsável pelo atestado de estabilidade da barragem.

O caso ficou parado durante meses, sem qualquer movimentação processual e somente em setembro de 2024 o cômputo do prazo dos prazos processuais foi restabelecido.

Meta paga indenização milionária a Trump para encerrar disputa judicial

A Meta, empresa liderada por Mark Zuckerberg, concordou em pagar US$ 25 milhões (cerca de R$ 146,5 milhões) ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como parte de um acordo para encerrar os processos movidos pelo republicano.

O embate judicial iniciou-se após a companhia suspender as contas do então mandatário em 2021. A informação foi divulgada por veículos da imprensa americana nesta quarta-feira (29).

A proibição e o retorno

Trump foi banido do Facebook e Instagram no dia 7 de janeiro de 2021, um dia após a invasão ao Capitólio por seus apoiadores. A Meta justificou a ação afirmando que o então presidente teria incitado a violência com suas postagens.

A suspensão, inicialmente temporária, acabou se estendendo por dois anos. Apenas em 2023 a companhia anunciou a reativação dos perfis, permitindo o retorno do ex-presidente às redes.

O acordo financeiro agora coloca um ponto final nas disputas legais entre Trump e a big tech.

Reaproximação estratégica

O Wall Street Journal foi o primeiro a divulgar o acordo, posteriormente confirmado por um porta-voz da Meta à agência AFP.

O caso marca um momento de reaproximação entre Trump e os gigantes da tecnologia. Desde que reassumiu a presidência, em 20 de janeiro de 2025, o republicano tem buscado alianças estratégicas no setor.

A aproximação entre Trump e os magnatas do Vale do Silício se tornou evidente durante sua posse, que contou com a presença de nomes como Elon Musk e o próprio Zuckerberg.


Donald Trump (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)

Mudanças na Meta sob nova gestão política

Nas últimas semanas, o CEO da Meta tem tomado decisões que indicam um alinhamento com o novo governo.

Entre as principais medidas estão o relaxamento de políticas contra desinformação, a descontinuação de programas voltados para diversidade e a nomeação de aliados do presidente para cargos estratégicos dentro da empresa.

A mudança de postura de Zuckerberg e a recente indenização sugerem que a Meta está reposicionando sua estratégia para navegar no novo cenário político dos EUA.

A indústria da tecnologia, que antes era vista como antagonista da administração Trump, agora parece estar construindo novas pontes de diálogo e colaboração.

Queda de helicóptero em fazenda no sul de Minas deixa três vítimas

Na tarde desta segunda-feira (27), três pessoas faleceram após a queda de um helicóptero de pulverização utilizado nas lavouras de uma fazenda em Cruzília, no sul de Minas Gerais.

A tragédia foi confirmada pela Polícia Militar e pelo proprietário da propriedade, Amauri Pinto Costa.

Vítimas eram funcionários da fazenda e o piloto

Segundo Amauri, as vítimas foram identificadas como Fernando, o piloto da aeronave; Lúcio André Duarte, 40 anos, gerente da fazenda e Elaine Moraes Souza, auxiliar administrativa e esposa de Lúcio.

Apesar das informações prestadas pelo dono da propriedade, as identificações ainda não tiveram confirmação oficial das autoridades.

Trabalhadores da fazenda afirmaram que ouviram um barulho estranho pouco antes da queda do helicóptero, que estava adaptado para pulverização agrícola. A aeronave voltava de uma viagem em outra fazenda quando o acidente ocorreu.


Lúcio André Duarte e Elaine Moraes Souza (Foto: reprodução/Instagram/@sbcomunicacoes)

Amauri afirmou que o piloto era natural de Goiânia e prestava serviço de pulverização na região. Os outros dois passageiros foram levados a convite do piloto. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil foram acionadas para atender a ocorrência e fazer a perícia no local do acidente.

A Polícia Militar informou que o trabalho pericial será importante para identificar as causas da queda e confirmar quem foram as vítimas.


Fernando, piloto da aeronave (Foto: reprodução/Instagram/@fullflap.aviacao)

Aeronave adaptada para uso agrícola

O helicóptero acidentado era um modelo Robinson R44 II, fabricado em 2009, registrado sobre o prefixo PR-TIB. Ele tinha capacidade para três pessoas e era de propriedade de uma cooperativa de crédito na cidade de Goiânia.

Sendo operado por piloto da HDG Escola de Aviação Civil, a aeronave tinha autorização para voos noturnos e aeroagrícola, não era, porém, habilitada para realizar táxi aéreo. O acidente do helicóptero atingiu a comunidade local fortemente.

O acidente suscitou também uma reflexão com relação à segurança das aeronaves adaptadas para operações de campo. E durante os amigos e familiares das vítimas choram as perdas das suas, as investigações continuam para elucidar o ocorrido e evitar novas tragédias.

Assassinato de Rubens Paiva segue em análise no STF

Passadas mais de cinco décadas, o caso do assassinato de Rubens Paiva, ex-deputado brasileiro, permanece em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), aguardando uma decisão que pode reabrir as investigações contra os militares acusados de sua morte.

Em novembro do ano passado, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, solicitou um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso, mas a manifestação ainda não foi entregue.

Ações e controvérsias

Os militares acusados enfrentam acusações graves: homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha armada.

A defesa, no entanto, recorreu a tribunais superiores para encerrar o caso, argumentando que os crimes deveriam ser protegidos pela Lei da Anistia, sancionada em 1980. Essa lei foi criada para perdoar crimes políticos e conexos cometidos tanto por opositores quanto por agentes do regime militar.

Embora o STF tenha considerado a Lei da Anistia constitucional em julgamentos anteriores, o MPF sustenta que os crimes imputados aos acusados não podem ser enquadrados na anistia por serem considerados crimes contra a humanidade.

Segundo o MPF, esses delitos são imprescritíveis e devem ser julgados independentemente do tempo transcorrido.


Rubens Paiva e seu filho, Marcelo Rubens Paiva em imagem digitalmente restaurada (Foto: reprodução/Instagram/@colorindohistoria)

O papel da Corte Interamericana de Direitos Humanos

A Corte Interamericana de Direitos Humanos determinou que o país tem a obrigação de investigar e punir os responsáveis por graves violações de direitos humanos, o que, segundo o MPF, também se aplica ao caso Rubens Paiva.

Os procuradores argumentam que os crimes atribuídos aos agentes do Estado durante a ditadura configuram um ataque sistemático à população civil e uma grave violação de direitos humanos.

A continuidade desse processo envolve mais do que apenas a análise técnica de leis ou decisões passadas. Trata-se de assegurar o direito à justiça e à verdade, fundamentais para a consolidação da democracia brasileira.

Conforme apontaram os procuradores no recurso, esses direitos são ainda mais significativos em países que passaram por transições de regimes autoritários para democracias, como o Brasil.

O que está em jogo

A decisão do STF poderá determinar se o país dará um passo em direção à responsabilização por crimes do passado ou se continuará permitindo que casos como o de Rubens Paiva permaneçam sem resolução.

A demora na manifestação da PGR e a complexidade do caso mostram o quanto é difícil, mas necessário, lidar com as feridas abertas da ditadura.

Estados movem ação judicial contra ordem de Trump sobre cidadania

Pouco depois de assumir a presidência, Donald Trump emitiu uma ordem executiva que causou uma verdadeira tempestade política e judicial nos Estados Unidos. A medida, intitulada “Protegendo o Significado e o Valor da Cidadania Americana”, busca restringir a cidadania automática para filhos de imigrantes indocumentados ou com vistos temporários nascidos no país.

Com uma canetada, Trump reviveu um dos debates mais polêmicos da história americana: quem realmente pode ser considerado cidadão dos Estados Unidos?

A decisão não tardou a gerar reações. Governos estaduais, associações civis e cidadãos preocupados com os impactos desse decreto se uniram para lutar contra o que muitos chamam de ataque direto à Constituição.

A reação imediata: uma avalanche de processos

Na manhã seguinte à publicação do decreto, 18 estados, o Distrito de Colúmbia e a cidade de São Francisco ingressaram com ações judiciais para impedir a aplicação da ordem.

Procuradores-gerais estaduais, muitos filhos ou netos de imigrantes, se manifestaram veementemente contra a proposta, argumentando que ela é inconstitucional e viola os valores fundamentais da democracia americana.

Matthew Platkin, procurador-geral de Nova Jersey, foi um dos primeiros a se pronunciar:
“Presidentes têm poder, mas não são reis. A Constituição é clara: qualquer pessoa nascida em solo americano é cidadã deste país. Não permitiremos que Trump reescreva a história e prive centenas de milhares de crianças de seu direito à cidadania.”

William Tong, procurador-geral de Connecticut e filho de imigrantes chineses, fez um relato emocional durante uma coletiva de imprensa. “A 14ª Emenda não é ambígua. Ela é a garantia de que os Estados Unidos são uma terra de oportunidades. Eu mesmo sou um cidadão americano por direito de nascimento, e não vou assistir calado enquanto tentam apagar essa conquista de tantas famílias como a minha”, declarou.

O que a medida propõe

O decreto executivo busca reinterpretar a Cláusula de Cidadania da 14ª Emenda, que desde 1868 garante que todas as pessoas nascidas nos Estados Unidos sejam reconhecidas como cidadãs, independentemente do status imigratório de seus pais. Segundo a ordem, a cidadania não será mais automática em duas situações específicas:

  1. Quando a mãe da criança está nos Estados Unidos de forma irregular e o pai não é cidadão americano nem residente permanente legal.
  2. Quando a mãe está nos EUA com um visto temporário (como de estudante, turista ou trabalho) e o pai também não é cidadão ou residente permanente.

A regra se aplica apenas a crianças nascidas a partir de 30 dias após a emissão do decreto, ou seja, a partir de 19 de fevereiro de 2025.


A polêmica em torno da 14ª emenda e o futuro de crianças nascidas nos EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Uma geração sem direitos

Se mantida, a ordem de Trump pode afetar mais de 150 mil crianças que nascem anualmente nos Estados Unidos nessas condições. Na prática, essas crianças seriam privadas não apenas de um documento de cidadania, mas também de direitos fundamentais, como acesso à educação, saúde e oportunidades de emprego no futuro.

Para as organizações de direitos civis, como a ACLU (American Civil Liberties Union), a medida cria uma subclasse de pessoas nascidas nos EUA, mas tratadas como estrangeiras em sua própria terra.

“Negar cidadania a recém-nascidos não é apenas inconstitucional; é desumano. Isso contraria os valores que tornaram os Estados Unidos uma nação forte e diversa”, declarou Ant.

A Cláusula de Cidadania da 14ª Emenda foi criada na esteira da Guerra Civil Americana como parte do esforço para garantir direitos aos afro-americanos libertados da escravidão. Antes disso, decisões como Dred Scott v. Sandford negaram cidadania para americanos afrodescendentes.

O que a 14ª Emenda fez foi corrigir essas injustiças históricas e reafirmar que o lugar de nascimento determina o pertencimento à nação.

Desde então, a cidadania ao abrigo do jus soli tem sido defendida por juristas e confirmada pela Suprema Corte em vários precedentes, um dos quais é Wong Kim Ark, em 1898, filho de imigrantes chineses, que lutou para garantir a cidadania ao abrigo do jus soli, apesar de seus pais não serem cidadãos americanos.

Especialistas afirmam que a tentativa de Trump de reinterpretar a 14ª Emenda ignora não apenas essa história, mas também os valores centrais da sociedade americana.

“O princípio do jus soli – cidadania pelo local de nascimento – não é apenas uma cláusula jurídica, é o nosso compromisso moral, de todos, com a igualdade e a inclusão”, observou um recente documento do American Immigration Council.

Outros ataques aos direitos civis

A polêmica ordem de Trump é apenas uma das várias medidas anunciadas em seus primeiros dias de governo. Outra proposta controversa envolve a criação do Departamento de Eficiência Governamental, liderado por Elon Musk, e mudanças que enfraquecem proteções trabalhistas para servidores públicos. Para críticos, essas medidas representam uma agenda agressiva e autoritária, destinada a concentrar poder no Executivo.

O decreto de Trump já enfrenta desafios legais e é quase certo que o caso chegue à Suprema Corte, onde os juízes decidirão se a medida pode ou não entrar em vigor. Até lá, a luta judicial promete ser intensa, com mobilizações de estados, organizações de direitos civis e cidadãos.

Para muitas famílias de imigrantes, esta batalha é pessoal. É uma luta não apenas por documentos, mas pela dignidade e pela garantia de que seus filhos terão o mesmo direito de sonhar e prosperar que gerações anteriores tiveram. “Estamos defendendo não apenas nossos filhos, mas o futuro deste país”, disse uma mãe de origem mexicana em um protesto realizado em Nova York.

Enquanto o debate segue nos tribunais e nas ruas, uma coisa é clara: a questão da cidadania por nascimento vai além da política. É uma conversa sobre o que significa ser americano, e sobre o compromisso com os valores de igualdade, inclusão e justiça que moldaram os Estados Unidos.

Presidente Donald Trump retira Estados Unidos da OMS

No primeiro dia de seu mandato, o presidente republicano Donald Trump assinou diversos decretos presidenciais, transmitidos ao vivo mundialmente. Entre as medidas adotadas estão: a saída dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS), o congelamento de contratações no setor público, exceto para as Forças Armadas, o retorno obrigatório dos trabalhadores federais ao regime presencial, um decreto para que as autoridades tratem do custo de vida no país, a retirada do Acordo de Paris e uma ordem para que o governo federal promova a liberdade de expressão e impeça a censura.

Saída da Organização Mundial da Saúde (OMS)

Em julho de 2020, durante a pandemia de Covid-19, os Estados Unidos se retiraram da OMS pela primeira vez sob a liderança de Trump, que argumentou que os custos pagos à organização eram desproporcionais em relação a outros países. Em 2021, no entanto, o presidente Joe Biden restaurou o vínculo dos EUA com a OMS logo no início de seu mandato.

No último dia 20, Trump anunciou novamente a saída do país da OMS, alegando má gestão da organização, ineficiência na adoção de medidas urgentes e cobranças financeiras injustas. “A OMS nos roubou”, declarou Trump no Salão Oval ao assinar os decretos executivos.

Por outro lado, Tarik Jašarević, representante da OMS, lamentou a decisão e pediu que o presidente reconsiderasse, destacando o impacto global que essa medida pode causar na vida das pessoas.


Decretos assinados por Donald Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)


Relação com o Brasil

Durante a cerimônia de posse, Trump respondeu a perguntas sobre a relação dos Estados Unidos com o Brasil e outros países da América Latina. O presidente afirmou que pretende manter boas relações com a região, destacando que “eles dependem mais dos Estados Unidos do que os Estados Unidos deles”.

Matéria por Cindy Lima (Lorena r7)

Israel e Hamas chegam a um cessar-fogo após 17 meses de guerra

Depois de um longo e doloroso período de 17 meses de conflito, que deixou um saldo devastador de quase 48 mil mortes, Israel e Hamas finalmente chegaram a um acordo de cessar-fogo. O pacto, anunciado nesta quarta-feira (15), e previsto para entrar em vigor no próximo domingo (19), reacende a esperança de paz para milhões de pessoas afetadas pela violência.

O cessar-fogo não é apenas uma trégua temporária, mas um esforço para criar um caminho para o fim definitivo do conflito. Entre os pontos principais do acordo estão a libertação de reféns de ambos os lados e a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza.


Cessar-fogo entre palestinos e israelenses (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

O início do resgate

Na primeira fase do acordo, o Hamas se comprometeu a libertar 33 reféns israelenses e estrangeiros, em troca de centenas de palestinos presos em Israel. Para muitas famílias, a notícia traz alívio, mas também a angústia de esperar pela libertação de todos os cativos.

“Estamos muito felizes, mas isso é só o começo. Queremos que todos os reféns voltem para casa”, desabafou Arnon Cohen, amigo de dois israelenses capturados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro de 2023.

Em frente ao Museu de Arte de Tel Aviv, no chamado “Praça dos Reféns”, amigos e familiares dos cativos celebram a notícia, enquanto mantêm a pressão sobre o governo israelense para garantir o retorno de todos.

No lado palestino, a população de Gaza também recebeu o anúncio com esperança e alívio. Em Khan Younis, uma das cidades mais destruídas pelos bombardeios, os moradores se reuniram para expressar otimismo com a trégua.

“Queremos apenas viver em paz, sem bombardeios ou destruição. Espero que possamos voltar às nossas casas e recomeçar”, disse Abdallah Al-Baysouni, deslocado após a ofensiva israelense.

Outro ponto celebrado pelos palestinos é o aumento da ajuda humanitária prometida no acordo. Gaza enfrenta uma crise severa, e muitos moradores dependem de alimentos, remédios e outros itens básicos para sobreviver.


Destruição da cidade de Gaza, cessar-fogo entre Israel e Hamas (Foto: reprodução/Pinterest/@usnewspe)

Detalhes do acordo

O cessar-fogo, mediado por Catar, Egito e Estados Unidos, inclui várias etapas, entre elas, Israel começará a retirar suas tropas de Gaza em fases, mas manterá controle em áreas estratégicas, como a fronteira com o Egito, para impedir o contrabando de armas. Assim como haverá uma entrada significativa de alimentos, medicamentos e outros suprimentos essenciais no território.

Sobre o futuro da cidade, ainda não está claro quem administrará a região após o conflito. Israel descarta o retorno do Hamas ao poder e também rejeita a Autoridade Palestina como única responsável.

Uma guerra marcada pela dor

O conflito teve início em outubro de 2023, devastou a Faixa de Gaza e matou mais de 46 mil pessoas, entre as quais mulheres e crianças. Em Israel, 1.200 pessoas foram mortas. Apesar do avanço das negociações, existem ainda muitas incertezas. A comunidade internacional está pressionando no sentido de uma solução duradoura, mas os desafios para o cumprimento do acordo são imensos.

Para os envolvidos, o cessar-fogo constitui uma chance para interromper o ciclo de violência. “É um pequeno passo para o futuro de paz”, disse o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman.

Enquanto isso, em Tel Aviv e no Gaza, famílias aguardam ansiosamente um fim ao conflito que leva de volta seus entes queridos e concede a ambas as populações a possibilidade de reconstruir suas vidas.

Alexandre de Moraes mantém Bolsonaro sem passaporte e barra viagem para posse de Trump

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (16), rejeitar mais uma vez o pedido de Jair Bolsonaro (PL) para recuperar seu passaporte e viajar para os Estados Unidos. O ex-presidente queria participar da posse de Donald Trump, marcada para o próximo dia 20, mas a Justiça não viu motivos para liberar o documento. Essa é a quarta tentativa de Bolsonaro de reaver o passaporte, e, mais uma vez, o pedido foi negado.

Motivo para retenção do passaporte

Bolsonaro teve o passaporte apreendido em fevereiro de 2024 como parte da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Essa operação, chamada Tempus Veritatis, da Polícia Federal, investiga se o ex-presidente, aliados e militares próximos estiveram envolvidos em um plano para mantê-lo no poder.

Desde então, o STF argumenta haver risco de fuga. Moraes reforçou, na decisão, que Bolsonaro deu sinais de que poderia tentar deixar o país. O ministro citou declarações públicas de Bolsonaro, nas quais ele sugeriu que poderia buscar asilo político em outro país para escapar de uma eventual responsabilização no Brasil.

Moraes também destacou que Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, teria apoiado a ideia de fuga e ajudado a intermediar convites para a cerimônia de posse de Trump.

“O cenário que fundamentou a proibição de saída do país, com entrega do passaporte, continua a indicar a possibilidade de evasão do indiciado Jair Messias Bolsonaro, para se furtar à aplicação da lei penal”, escreveu Moraes.

Polêmica do convite

Um dos argumentos apresentados pela defesa de Bolsonaro foi o convite para a posse de Trump. Segundo os advogados, o evento teria grande importância simbólica e fortaleceria os laços entre os dois países. Contudo, o “convite” apresentado ao STF era um e-mail enviado para Eduardo Bolsonaro de um endereço desconhecido, sem informações como horário ou programação do evento.

Moraes considerou a prova insuficiente. “Não foi apresentado nenhum documento oficial que comprove o convite do presidente eleito dos EUA ao requerente Jair Messias Bolsonaro”, afirmou o ministro.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com Moraes. Para o procurador-geral Paulo Gonet, a viagem de Bolsonaro seria de interesse particular e não justificaria uma exceção às medidas cautelares que restringem sua saída do país. “O requerente não ocupa função oficial que justifique sua presença no evento, nem apresentou motivo urgente e indispensável para a viagem”, pontuou Gonet.


Jair Messias Bolsonaro e Donald Trump durante a cúpula do G20 no Japão, em 2019 (Foto: reprodução/Pinterest/@nataliarlm)

Argumento da defesa de Bolsonaro

A defesa de Bolsonaro argumenta que ele está sendo alvo de uma perseguição política e a retenção do passaporte é desnecessária. Eles alegam que a viagem aos Estados Unidos seria importante para reforçar laços políticos e diplomáticos com Trump.

No entanto, a narrativa tem sido criticada. Até aliados de Bolsonaro admitem ser pouco provável que Moraes aceitasse o pedido. Nos bastidores, a rejeição está sendo usada como mais uma oportunidade para reforçar a ideia de “perseguição” por parte do STF, um discurso frequente entre apoiadores do ex-presidente.

Investigações continuam

Enquanto isso, o cerco judicial contra Bolsonaro e seus aliados se intensifica. Em novembro de 2024, o ex-presidente e mais 39 pessoas foram indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A Procuradoria-Geral da República está analisando se formalizará uma denúncia contra os investigados. Caso isso aconteça, o STF terá que decidir se aceita ou não as acusações, o que pode levar a um processo criminal contra Bolsonaro.

Para Moraes, a gravidade dos crimes investigados e as condições pessoais de Bolsonaro justificam a manutenção das medidas restritivas. “A retenção do passaporte é essencial para garantir a aplicação da lei penal e a efetividade da investigação criminal”, declarou o ministro.


Alexandre de Moraes revoga devolução de passaporte para ex-presidente Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Processo em andamento e Bolsonaro no país

Bolsonaro continua proibido de deixar o Brasil enquanto o processo segue em andamento. O ex-presidente enfrenta um cenário cada vez mais complicado, com investigações avançando e aliados próximos também sob suspeita.

Embora a defesa de Bolsonaro insista em sua inocência, as decisões do STF mostram que a Justiça brasileira está focada em impedir qualquer tentativa de fuga ou de desestabilização do andamento das investigações.

Para seus apoiadores, Bolsonaro é vítima de perseguição política; para seus críticos, o ex-presidente está colhendo as consequências de suas ações. A tensão entre o ex-presidente e o STF ainda deve render novos capítulos em breve.

Elon Musk enfrenta novas acusações da SEC em caso envolvendo compra do Twitter

O bilionário Elon Musk, uma das figuras mais controversas do mundo dos negócios, está novamente no centro de um embate com a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC). Desta vez, a disputa judicial envolve supostas irregularidades na aquisição do Twitter, agora chamado de X, realizada em 2022.

O motivo das acusações

Segundo a SEC, Musk violou normas do mercado financeiro ao não informar, dentro do prazo legal, a compra de uma participação significativa de 5% nas ações do Twitter. A legislação exige que esse tipo de movimentação seja divulgada em até 10 dias, mas Musk teria demorado 21 dias para fazer o anúncio. A agência alega que o atraso causou um impacto econômico negativo nos investidores, já que o preço das ações subiu mais de 27%, após a revelação da aquisição.

Além de exigir uma multa, a SEC busca que Musk devolva os lucros obtidos com a suposta violação. O processo foi aberto em um tribunal federal de Washington.

A defesa de Musk

Alex Spiro, advogado do empresário, rebateu as acusações com veemência. Ele classificou a ação como “infundada” e acusou a SEC de perpetuar uma perseguição contra Musk. Em uma declaração, Spiro afirmou que o atraso no preenchimento do formulário exigido pela Seção 13(d) da legislação é uma infração administrativa de pouca relevância, caso seja comprovada.

Musk, por sua vez, não economizou as críticas à agência. Em um post na rede social X, o magnata chamou a SEC de uma “organização falida” e questionou o foco das investigações, dizendo que há crimes reais sendo ignorados, enquanto ele é perseguido.

Histórico de conflitos com a SEC


Securities and Exchange Commission ,SEC (Foto: reprodução/Pinterest)

Esta não é a primeira vez que Musk enfrenta problemas com a Comissão de Valores Mobiliários. Em 2018, ele foi acusado de fazer declarações enganosas sobre a possibilidade de tornar a Tesla, uma empresa privada, o que resultou em um acordo judicial. Desde então, a relação entre Musk e a agência tem sido marcada por tensões constantes.

Em 2023, o magnata também foi alvo de apelos de parlamentares para que fosse investigado por possíveis fraudes relacionadas à sua empresa Neuralink. Apesar disso, Musk continua a desafiar a SEC publicamente, alimentando uma narrativa de confronto entre o empresário e os reguladores.

Próximos passos

Enquanto o caso se desenrola nos tribunais, o impacto dessas acusações sobre a reputação de Musk e suas empresas continua sendo observado de perto. Por outro lado, ele também tem recebido apoio de figuras políticas influentes, como o recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump, que anunciou Musk como líder de um novo Departamento de Eficiência Governamental.

A trajetória de Musk é marcada por inovações e polêmicas, e este episódio parece ser mais um capítulo em uma história de desafios legais e embates com instituições reguladoras. O mundo agora aguarda para ver se ele conseguirá sair mais uma vez por cima, ou se, finalmente, terá que enfrentar consequências mais severas por suas ações.

Governo garante PIX livre de tributos e revoga novas regras de fiscalização

Após uma avalanche de informações falsas, sugerindo uma possível taxação, o governo tomou medidas para tranquilizar a população, revogando as novas regras de fiscalização e reforçando a proteção desse meio de pagamento tão popular. PIX, ferramenta que revolucionou a forma como milhões de brasileiros fazem pagamentos e transferências, continua gratuito e acessível.

Como tudo começou

No início deste ano, a Receita Federal decidiu atualizar as normas de monitoramento financeiro, incluindo o PIX nas mesmas regras que já valiam para cartões de crédito e depósitos bancários.

A ideia era acompanhar movimentações financeiras acima de R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas, como forma de combater fraudes e sonegação fiscal. No entanto, não demorou para que boatos começassem a circular nas redes sociais, afirmando que o governo iria taxar o PIX. A repercussão foi imediata.


Governo revoga ato de monitoramento do Pix (Vídeo: reprodução/CNN Brasil)

O que o governo decidiu fazer

Diante do impacto das fake news, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que as novas regras seriam revogadas. O governo também decidiu criar uma Medida Provisória (MP) para garantir que o PIX nunca poderá ser tributado, e que os consumidores não serão prejudicados com cobranças adicionais em pagamentos feitos por meio desse sistema.

Essa MP também impede que lojas ou prestadores de serviço cobrem preços diferentes dependendo da forma de pagamento. Em outras palavras, quem optar por pagar com PIX terá o mesmo preço que quem paga em dinheiro.

Por que o PIX não será taxado

Segundo Haddad, o PIX é uma transferência direta entre contas e não envolve operações de crédito, como acontece com cartões de crédito e débito. É uma solução prática e eficiente que, além de ser gratuita, tem promovido inclusão financeira, permitindo que milhões de brasileiros façam transações de forma segura e rápida, sem depender de dinheiro em espécie.

Além de revogar as normas, o governo se comprometeu a tomar medidas contra a desinformação. A Advocacia-Geral da União (AGU) vai acionar a Polícia Federal para investigar a origem dos boatos, enquanto os Procons Estaduais serão mobilizados para proteger consumidores de práticas abusivas.

O governo também avalia lançar campanhas educativas para esclarecer dúvidas e reforçar a confiança no PIX, que já se consolidou como um dos meios de pagamento mais utilizados no Brasil.

E agora, o que volta a valer

Com a revogação das normas, tudo volta a ser como era antes. O monitoramento financeiro retorna aos limites anteriores: movimentações acima de R$ 2 mil para pessoas físicas e R$ 6 mil para empresas continuarão sendo reportadas pela Receita Federal, mas apenas pelos grandes bancos varejistas.

As fintechs e instituições de pagamento, que tinham sido incluídas nas novas regras, ficam isentas dessa obrigação.

O PIX e seu papel na economia brasileira

Desde que foi lançado em 2020, o PIX mudou a forma como fazemos transações financeiras. É rápido, fácil e gratuito, características que o tornaram indispensável para pessoas e empresas. Hoje, ele é usado por mais de 80% da população economicamente ativa, mostrando sua força e aceitação em todo o país.

Garantir que o PIX continue gratuito não é apenas uma questão prática, mas também uma forma de proteger a inclusão financeira e promover a modernização do sistema financeiro brasileiro.

A mensagem do governo é clara: o PIX permanece gratuito, seguro e acessível. As ações contra fake news e a revogação das normas mostram o compromisso de proteger o que já se tornou um símbolo de inovação e inclusão no Brasil.