Justiça decreta falência da Oi e preocupa milhões de clientes

A falência do Grupo Oi, foi decretada na última segunda-feira (10), pela Justiçã do Rio de Janeiro. A empresa é uma das maiores do grupo de telecomunicações do Brasil. A decisão tomada é resultado de anos tentando recuperação judicial. A medida deve afetar diretamente acionistas, credores e também consumidores, pois a empresa ainda atende milhões de brasileiros, tanto com os serviços de internet, como também de telefonia.

A falência marca o fim de uma era para a antiga “campeã nacional” do setor, que já chegou a operar em países da Europa e da África. Agora, o controle das atividades da Oi fica sob responsabilidade de um administrador judicial, que deve garantir o funcionamento provisório dos serviços e avaliar como será feita a liquidação da companhia.

Como os clientes da empresa ficam nessa situação

Mesmo com o decreto de falência, é importante ressaltar que os clientes não precisam se preocupar com os cortes imediatos dos serviços prestados pelo Grupo. A justiça determinou que a empresa deve continuar operando, até que um novo plano de gestão seja definido. Ou seja, para os consumidores, a internet, telefone fixo e móvel devem continuar funcionando.


Grupo OI tem falência decretada (Imagem: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Os consumidores que têm contratos ativos seguem com os mesmos direitos de antes. Reclamações e problemas técnicos continuam podendo ser resolvidos pelos canais oficiais da empresa e também pelos órgãos de defesa do consumidor. O objetivo é evitar que a falência prejudique ainda mais quem depende dos serviços da operadora no dia a dia.

No entanto, os consumidores ainda assim devem ficar atentos. Pois a médio prazo, a empresa Oi será vendida em partes ou transferir os seus contratos para outras operadoras, como já aconteceu em anos anteriores. Mas, nestas situações, vale ressaltar que o cliente precisa ser avisado oficialmente e tem o direito de decidir se quer continuar com o serviço ou não.

Razões da falência

A Oi acumulava dívidas bilionárias desde 2016, quando entrou pela primeira vez em recuperação judicial. O valor da dívida ultrapassava de R$ 60 bilhões na época. Mesmo após a reestruturação de uma parte da empresa e vender operações para a Claro, TIM, Vivo as suas principais concorrentes, a Oi não conseguiu se manter financeiramente de uma forma estável.

Em 2023, a empresa pediu uma nova recuperação judicial, mas o plano não teve sucesso. O endividamento aumentou e a falta de caixa inviabilizou a continuidade das operações. A falência, segundo especialistas, era esperada e agora abre caminho para que o patrimônio da empresa seja usado para pagar credores e, possivelmente, preservar empregos e serviços essenciais.

Justiça do Rio decreta falência da operadora Oi

Na última segunda-feira (10), a 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decretou a falência da Oi, que foi uma das maiores e mais importantes empresas de telefonia e telecomunicações do Brasil.

A medida foi tomada veio depois do segundo pedido de recuperação judicial feito pela empresa em 2023. A Oi já havia entrado no processo de recuperação judicial em 2016, quando declarou uma dívida de por volta de 60 bilhões de reais. Essa decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro fez com que as ações da empresa caíssem em mais de 35% e chegassem ao valor de R$ 0,18. 

A decisão

A 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decidiu que a Oi havia falido após a empresa e o interventor da situação, o administrador judicial Bruno Rezende, declararem que a situação financeira da Oi estava em estado de insolvência dos negócios. Essa situação mostra que as dívidas da empresa são maiores do que os recursos disponíveis para quitar as despesas. 


 

Oi perde recuperação judicial (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


A Oi também enfrentava outro problema: a empresa devia R$ 1,7 bilhão além das dívidas que já constavam no processo da recuperação judicial. No primeiro semestre de 2025, a companhia registrou dívida líquida de R$ 10 bilhões, enquanto tinha somente R$ 1,15 bilhão em caixa. Por causa da decisão do TJ-RJ, as ações da Oi caíram 35,71% e o custo delas chegou a 18 centavos.

O primeiro processo

A Oi, empresa de telefonia e telecomunicações brasileira, já havia entrado com um pedido de recuperação judicial em 2016. Na época, a Oi devia cerca de 60 bilhões de reais. O processo acabou em 2022, quando a Oi vendeu suas principais operações para outras empresas de telefonia e telecomunicações, como a Telefônica Brasil, Claro, TIM e V.Tal, que eram suas rivais.

Com a venda das operações, a Oi saiu da recuperação judicial no final de 2022, mas voltou para esse mesmo estado meses depois.