Presidente da Colômbia afirma que cortará relações com Israel se o cessar-fogo não ocorrer 

Nesta terça-feira (26), o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que romperá relações com Israel caso o cessar-fogo na Faixa de Gaza, aprovado pela Organização das Nações Unidas (ONU), não seja cumprindo.  

“Se Israel não cumprir a resolução de cessar-fogo das Nações Unidas, romperemos relações diplomáticas com Israel”, comentou o presidente em uma publicação no X, antigo Twitter, após a divulgação do documento, que foi aprovado por 14 votos a favor e somente com uma abstenção vindo dos Estados Unidos.


Comentário do presidente (Reprodução/X/@petrogustavo)

Israel Katz, ministro das relações exteriores israelenses, condenou a posição de Petro dizendo que é uma vergonha, afirmando que o colombiano apoia os terroristas do Hamas e também que Israel não cederá a pressão. O presidente replicou dizendo que a Colômbia não apoia genocídio.

Relação entre os dois países

Desde que a guerra teve seu início em outubro de 2023, os dois países encontram-sem numa tensão nas relações diplomáticas. A Colômbia foi um dos primeiros a condenar o conflito e já ameaçou cortar relações, o estado israelense interrompeu imediatamente a exportação de produtos de defesa ao país.


Prédios destruídos em Gaza (Foto: reprodução/YAHYA HASSOUNA/AFP/ Getty Images Embed)


Em fevereiro desse ano, Gustavo suspendeu a compra de armas de Israel depois que mais de 100 palestinos morreram numa investida dos soldados na Faixa de Gaza enquanto pessoas esperavam ajuda na fronteira. 

Cessar-fogo aprovado

O cessar-fogo foi aprovado na segunda-feira (25), realizada por um grupo de dez países e foi o primeiro autorizado no território palestino. A resolução determina que o conflito pare entre o mês do Ramadã, um período considerado sagrado para muçulmanos, (que se iniciou no dia 10 e termina no dia 9 de abril) e pede a libertação dos reféns e que expandam da ajuda humanitária para Gaza, além da esperança que a trégua vire permanente e a guerra acabe.

ONU comenta a Palestina sobre o ataque ao armazém em Rafah

A ONU afirmou nesta quarta-feira (13)  a Palestina que armazém de ajuda humanitária teria sido atingido em Rafah, no sul de Gaza. Ministério da Saúde palestino confirma a morte cinco pessoas durante o bombardeamento. O porta-voz comenta que ainda não se tem informações a respeito do ocorrido.


Militares israelenses reunidos na guerra(reprodução/forças de Defesa de Israel/Poder360)

Sobre o ataque

A UNRWA relatou sobre o ataque que atingiu um dos armazéns de ajuda humanitária, segundo a agência, dezenas de pessoas acabaram se ferindo e cinco morreram durante o ataque. Aal-Jazeera e Times of Israel relataram que o Ministério da Saúde de Gaza, também havia informado sobre as mortes no local. Segundo Juliette Touma, a porta-voz da agência AFP, a UNRWA usava essa instalação para a distribuição dos alimentos e também de outros itens essenciais.

Um dos fotógrafos da AFP comentou que viu quando as  vítimas chegaram  ao Hospital al-Najjar (Rafah) e que uma delas teria sido identificada como um dos funcionários da ONU. As forças armadas de Israel ainda não se pronunciaram sobre o ocorrido.

Em fevereiro, a cidade de Rafah havia sido anunciada como possível alvo de operações israelenses, se não fosse realizado alguma  nova negociação até o Ramadã. O Catar afirmou nesta terça-feira (12) que a situação é complicada.

Sobre a guerra entre Israel e Hamas

Uma crescente preocupação vem crescendo a respeito das condições humanitárias precárias em volta de Gaza. A região possui operações militares por parte de Israel desde outubro de 2023. 

A guerra se iniciou após a ocorrência de ataques pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.160 pessoas, entre elas civis. Israel em seguida realizou uma campanha militar que resultou no falecimento de 31.272 cidadãos entre eles crianças e mulheres, informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde do território.

Com a escassez de alimentos, resultantes dos 5 longos meses de guerra, 27 pessoas morreram por desnutrição e desidratação, muitos deles sendo crianças, também segundo o ministério. 

Israel anuncia ampliação de assentamentos na Cisjordânia 

Nesta quarta-feira (6), Israel anunciou a construção de mais de 3.400 unidades habitacionais em três assentamentos na Cisjordânia. Segundo decisão publicada no site da Administração Civil de Israel, instituição responsável pelos assentamentos israelenses na Área C da Cisjordânia, os povoados de Ma’ale Adumim, Efrat e Keidar serão ampliados.

O ministro da Defesa de Israel, o líder de extrema-direita Bezalel Smotrich, comemorou a ampliação dos três assentamentos. Em publicação em uma rede social, Smotrich escreveu: “Continuamos a construir o país! 18.515 aprovações este ano na Judéia e Samaria”. Judéia e Samaria são os nomes bíblicos da religião judaica para designar a Cisjordânia. 

O ministro Bezalel Smotrich, cujo cargo é responsável pela aprovação de novos assentamentos na Cisjordânia, já havia se pronunciado a favor do avanço israelense sobre o território.


Assentamento de Ma’ale Adumim, na Cisjordânia. (Foto: reprodução/Shutterstock)

Atentado mata israelense na Cisjordânia

Em fevereiro, um ataque a tiros deixou uma pessoa morta e outras cinco feridas na região do assentamento de Ma’ale Adumim, na Cisjordânia. Segundo relato de policiais israelenses, três homens palestinos teriam atentado contra motoristas que passavam em uma rodovia próxima ao assentamento israelense. Na ocasião, dois dos atiradores foram mortos pela polícia e um foi baleado, a identidade dos suspeitos não foi divulgada. 

Em um período de três meses, foram registrados pelo menos três atentados semelhantes na região. Nesse sentido, a ampliação dos assentamentos israelenses na Cisjordânia se mostra como uma resposta aos ataques recorrentes no território. Isso porque, o ministro da Defesa, Bezalel Smotrich, pediu para que Israel aprovasse a construção de mais assentamentos em resposta à esses atentados. 

Histórico 

Os assentamentos israelenses estão presentes na região da Cisjordânia desde o fim da Guerra dos Seis Dias, conflito árabe-israelense de 1967. Em uma reportagem da BBC de 2020, calculava-se que entre as 3 milhões de pessoas que viviam na Cisjordânia, cerca de 500 mil eram israelenses. 

No entanto, esses assentamentos estão dispersos em todo território e, por isso, palestinos locais são impossibilitados de circular em determinadas regiões que são protegidas pelo Exército de Israel. A política de assentamentos tem como efeito colateral a separação de cidades palestinas umas das outras, dificultando as conexões de transporte e o desenvolvimento de infraestrutura no território da Cisjordânia.

Israel mata mais de 100 civis que esperavam por comida em Gaza e viola leis humanitárias internacionais

Na manhã desta quinta-feira (29), as Forças de Defesa de Israel (FDI) abriram fogo em civis palestinos que estavam reunidos em volta de caminhões de ajuda humanitária, aguardando a entrega de alimentos. Até o momento, foram confirmadas 104 mortes e mais de 760 pessoas feridas.

De acordo com o Ministério da Saúde palestino, os dois números ainda devem aumentar após a contagem dos corpos e pessoas que ainda estão no local. O massacre ocorreu na rua Haroun Al Rasheed, no oeste de Gaza, e já foi condenado pelo Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina (ANP) como “hediondo”, e pelo governo do Egito como “um ataque desumano israelense” contra “civis palestinos desarmados”.

Nós consideramos atacar cidadãos pacíficos que correm para pegar parte da ajuda um crime vergonhoso e uma flagrante violação do direito internacional”, comunicou o Egito, em concordância com a Oxfam International, que denunciou o caso como uma “grave violação das leis humanitárias internacionais e da nossa humanidade”.


Palestinos em volta dos caminhões de ajuda humanitária (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)

“Massacre hediondo”

As FDI já divulgaram imagens sobrevoando o local antes do ataque, evidenciando a densidade de civis palestinos em torno dos caminhões que traziam ajuda humanitária. Após os palestinos se aproximarem dos veículos, o Exército israelense abriu fogo com tiros de drone e tanques de guerra.

Atualmente, Israel descreveu duas versões do incidente, com um comunicado das FDI afirmando que os civis morreram “como resultado do empurra-empurra, pisoteamento e atropelamento pelos caminhões“, enquanto que um oficial israelense disse à CNN que o que realmente ocorreu foi que “a multidão se aproximava das forças de uma maneira que representava uma ameaça às tropas, que responderam à ameaça com fogo real”.

Esse incidente, junto com a ofensiva sobre Rafah, demonstra que Israel tem cada vez mais avançado sobre locais onde ajuda humanitária poderia chegar aos palestinos, cortando o acesso a suprimentos, e vias de escape.


Palestinos indo ao mar para recuperar ajuda humanitária (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)

Israel vs. Ajuda Humanitária

O bloqueio israelense de ajuda humanitária chegou a tal ponto que palestinos famintos (que no total podem representar 2,2 milhões em Gaza, segundo a ONU) chegaram a ir ao mar tentar recuperar uma parte dos suprimentos que caíram de um avião nesta última segunda (26).

Tratando-se de ajuda humanitária, em raros casos países são forçados a entregá-la por ar, devido à ineficiência e custo alto do transporte, além do risco claro em dirigir uma embarcação aérea sobre uma zona de conflito. No entanto, foi justamente desse modo que os suprimentos tiveram de ser entregues, uma vez que as tropas israelenses passaram a bloquear grande parte da ajuda terrestre. Com o incidente desta manhã, a precaução parece ser justificada.

O incidente está sobre revisão“, disseram as Forças de Defesa de Israel. Os hospitais locais, Al Shifa, Kamal Adwan, e Al Awda, afirmaram que muitas das vítimas estão chegando já mortas, e com grande atraso por causa de escombros bloqueando o caminho das ambulâncias. O número de mortos e feridos ainda deve ser atualizado pelo Ministério da Saúde palestino após a contagem final.

Silvio Almeida discursa sobre a criação do Estado Palestino na ONU

Em seu discurso na ONU, Silvio Almeida repudia a punição coletiva que Israel vem fazendo em Gaza e defende a criação do Estado palestino. Em meio a autoridades estrangeiras, o ministro disse que espera que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ratifique que a ocupação dos territórios palestinos por Israel é ilegal.

Crítica feita por Silvio em seu discurso

Durante a 55ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o Ministros dos Direitos Humanos, Silvio Almeida criticou durante seu discurso a proporção de força usada por Israel na Faixa de Gaza, além de pedir pela criação de um Estado Palestino visando à paz.

Perante delegações estrangeiras, abrangendo representantes tanto governamentais quanto não governamentais, Almeida expressou sua esperança de que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ratifique que a ocupação de Israel nos territórios palestinos é ilegal e contraria os preceitos institucionais.

Almeida disse no seu discurso que não pode deixar de registrar sua profunda indignação com o que está acontecendo em Gaza, que em mais de uma oportunidade condenou os ataques ofensores pelo Hamas e demandou a libertação de todos os reféns imediatamente.


Silvio Almeida e Lula. (Foto: reprodução/Marcelo Camargo).

O ministro também defendeu a criação de um Estado Palestino livre e soberano, sendo assim  uma condição imprescindível para à paz. Silvio considera ser dever do Conselho prestigiar a busca da solução pacífica dos conflitos e se opor a qualquer forma de neocolonialismo.

Brasil foi selecionado para integrar o Conselho

No último mês de outubro, o Brasil foi selecionado para um período de três anos como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, composto por 47 nações.

Durante sua fala, o ministro delineou as principais metas de sua administração e enfatizou que a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realocou o Brasil em fóruns multilaterais, no que se refere à pauta dos Direitos Humanos.

Para Silvio Almeida o Conselho deve aprofundar seus trabalhos no campo de combate ao discurso de ódio e à desinformação, que vem afligindo a democracia e a convivência no interior das sociedades entre os povos.

Israel bombardeia abrigo da ONG Médicos Sem Fronteiras

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) atua na região da Faixa de Gaza para auxiliar os feridos pela guerra entre Israel e o Hamas. Na terça-feira (20), um abrigo em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, utilizado pela organização para cuidar de cidadãos palestinos, foi bombardeado pelo exército israelense. O ataque resultou em dois mortos e seis feridos.

A atuação da ONG na guerra

A MSF foi fundada na década de 1970 com o objetivo de auxiliar países em estado de calamidade. Presente na Faixa de Gaza desde o início do conflito, a MSF afirmou que o local bombardeado pelo exército israelense servia de abrigo para suas equipes e familiares. A Médicos Sem Fronteiras declarou que as vítimas do ataque eram familiares da equipe que estava no local para auxiliar os feridos.

A Médicos Sem Fronteiras havia emitido um comunicado no dia do ataque pedindo ajuda para evacuar os pacientes de um hospital que fica próximo ao abrigo. Segundo a ONG, 145 pessoas, entre elas pacientes e médicos ou enfermeiros, estão presas desde 15 de fevereiro sem nenhum tipo de energia elétrica e com pouca comida após um ataque feito por Israel na região.


Israel informou que a operação dentro do hospital foi feita para resgatar corpos de reféns israelenses (Vídeo: reprodução/YouTube/cnnbrasil)

Situação da guerra no mundo

Recentemente, o presidente brasileiro Lula comparou as atitudes de Israel com o Holocausto. A fala do chefe de Estado incomodou o país em guerra, Israel, e o colocou como persona non grata. Mas, além disso, há uma pressão internacional para que Benjamin Netanyahu coloque um cessar-fogo no conflito que está causando um genocídio no povo palestino.

Até os Estados Unidos, aliado histórico de Israel, estão a favor de um cessar-fogo, mesmo que temporário. O próprio Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, afirmou ter conversado com o chefe de Estado israelense para colocar um fim na guerra contra o Hamas. O governo norte-americano já havia pedido para que o exército israelense não conduzisse nenhum ataque sem que houvesse a garantia de não ferir civis.

Israel cobra desculpas de Lula por comparações de Faixa de Gaza ao Holocausto

Israel continua a cobrar para que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), peça desculpas por sua fala, que comparou o contemporâneo bombardeio e tratamento geral de civis palestinos, por parte das Forças de Defesa de Israel (IDF) na Faixa de Gaza, ao Holocausto conduzido pelos nazistas alemães contra os judeus na Segunda Guerra Mundial. Foi uma comparação que transformou Lula em persona non grata (“não bem-vinda”) no país criticado.

O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico,” Lula afirmou em discurso no final de semana. “Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus.”

Nesta terça-feira (20), seguindo a resposta do primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi a vez do ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, afirmar nas redes sociais que a comparação é “promíscua” e “delirante“.

Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas,” escreveu Katz. “Até então – continuará sendo persona non grata em Israel!


Fala do ministro das Relações Exteriores israelenses (Foto: reprodução/Twitter/@Israel_Katz)

Israel e judeus

Em contraste com parte da fala, vários judeus brasileiros já partiram para a defesa do presidente Lula, incluindo o grupo Vozes Judaicas por Libertação, que chegaram a afirmar a importância de não oprimir outros povos como antes foram oprimidos, e perpetuarem o ódio.

A contradição do povo judaico ser ora vítima e agora algoz é palpável, tenebrosa e desalentadora. Lula externou o que está no imaginário de muitos de nós,” afirmaram em nota divulgada. “Apoiamos as colocações do presidente Lula e cobramos que a radicalidade de suas palavras seja colocada em prática.”

Para explicar tal diferença, vale lembrar que Israel, embora seja um Estado judaico, não é representativo de todos os judeus. Dentro de seu próprio território, existem israelenses que se recusam a integrar no exército por “objeção de consciência”, como Tal Mitnick, que foi condenado à prisão militar por sua recusa. Nesse contexto, também se explica porque o governo Lula descartou a possibilidade de pedidos de desculpas a Netanyahu, e continua reprovando suas ações, que caracteriza como “genocídio“: criticar Israel e criticar os judeus, em sua visão, são coisas completamente diferentes.

Ainda assim, o Holocausto é considerado por muitos como uma tragédia única e incomparável. Na Segunda Guerra Mundial, historiadores não-negacionistas tendem a concordar que morreram cerca de 6 milhões de judeus, enquanto que no atual conflito da Faixa de Gaza, podem ser até 29 mil palestinos mortos, de acordo com dados do Ministério da Saúde do local. Trata-se de uma diferença de escala significativa, embora existam semelhanças na proporção elevada de civis mortos, incluindo mulheres e crianças.

Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é ultrapassar uma linha vermelha. Israel luta por sua defesa e garantia do seu futuro até a vitória completa,” já declarou Netanyahu, após o discurso de Lula.

Netanyahu e o conflito

Somando todos os seus seis mandatos, Banjamin Netanyahu tem governado sobre Israel como primeiro-ministro por mais de 16 anos. Atualmente, é considerado uma figura política controversa, no último sábado (17), retornaram os protestos em Tel Aviv, que haviam sido postos em pausa com o conflito, contra seu governo – também por suas falas radicais, uma das quais também invocou o Holocausto.

Em outubro de 2015, Netanyahu já chegou a dizer que Hitler não queria exterminar judeus e sim apenas os expulsar da Europa, mas Haj Amin al-Husseini, um líder palestino muçulmano, lhe deu a ideia do Holocausto meses antes da Segunda Guerra Mundial. Tal afirmação foi gravemente atacada por historiadores, que apontaram que o encontro desses dois indivíduos apenas ocorreu cinco meses depois de a exterminação em massa de judeus já ter iniciado, e que o discurso só servia como uma tentativa de tirar a responsabilidade de Hitler e atrelá-la aos palestinos para justificar sua ideologia.

Entre as críticas sofridas pela fala, Angela Merkel, chanceler da Alemanha, recusou as acusações e reafirmou a responsabilidade do próprio país pelo massacre ocorrido. Por alguns especialistas políticos, a fala de Netanyahu chegou a tratar da tragédia como um escudo e ferramenta para atacar seus inimigos políticos, minimizando o Holocausto. No entanto, a controvérsia não foi suficiente para impedir que ele se reelegesse novamente, continuando seus projetos militares, muitos dos quais entrarem em ação durante esse conflito.

Nesta terça-feira, a fala do ministro Israel Katz, parte do gabinete de Netanyahu, usou este ponto para justificar as ações de Israel, e descartar qualquer “genocídio” apontado pelo presidente Lula, afirmando que “se não tivéssemos um exército, eles teriam assassinado mais dezenas de milhares.

Hoje a guerra continua, apesar dos protestos em Tel Aviv contra o primeiro ministro israelense, e o bloqueio de ajuda humanitária contra o qual Lula protestou também deve ser mantido pelo governo na Faixa de Gaza. As fatalidades constam, na última atualização, em aproximadamente 1.400 israelenses e 28.500 palestinos.

Colômbia comandará libertação de reféns sequestrados pelo Hamas 

Nesta quarta-feira (31), Gustavo Petro, presidente da Colômbia, aceitou comandar uma negociação para a libertação dos reféns que estão mantidos sob sequestro pelo Hamas desde o início da guerra no Oriente Médio, em 7 de outubro de 2023. 

No último dia 11 de janeiro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enviou uma carta a Gustavo Petro solicitando que o Estado colombiano forneça “todos os esforços” para liderar esta “comissão de paz”. 

Em resposta, o presidente da Colômbia aceitou comandar a negociação e repudiou a guerra entre Israel X Hamas.  “Considero prioritário que se avance rapidamente para o fim das hostilidades e iniciar conversas para obter a libertação de todos os reféns”, escreveu Petro. 

“Proponho que avancemos na criação de uma Comissão de Paz composta por diversos países, para garantir essas libertações e alcançar o objetivo maior de acabar com a violência entre Israel e a Palestina”, concluiu o presidente colombiano.


Gustavo Petro, presidente colombiano, aceita liderar Comissão de Paz para libertar sequestrados pelo Hamas (Foto: Reprodução/Vannessa Jimenez/Reuters)

Colômbia apoia ação contra Israel por genocídio 

No último dia 10, a Colômbia apoiou a ação movida pela África do Sul contra o Estado de Israel por genocídio contra o povo palestino. A ação foi apresentada na Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, por suposta violação da Convenção de 1948.

Em nota, o presidente colombiano ressaltou ser “muito claro que as ações e medidas adotadas pelo governo de Israel constituem atos de genocídio”. Além disso, Petro elogiou a postura tomada pelo governo da África do Sul afirmando ter sido um “passo corajoso na direção certa”.

Petro já ameaçou romper relações com Israel

No início da guerra, em outubro de 2023,  as relações diplomáticas entre a Colômbia e Israel se estremeceram após declarações trocadas de ambos os lados. Margarita Manjarrez, embaixadora da Colômbia em território israelense, chegou a ser convocada a prestar esclarecimentos após críticas do presidente colombiano contra os ataques de Israel à Faixa de Gaza.  

Na época, as autoridades israelenses  anunciaram a suspensão de exportações de “materiais de segurança” à Colômbia. A medida gerou declaração de Gustavo Petro  nas redes sociais repudiando a represália de Israel e chegou a ameaçar suspender as relações exteriores contra o Estado israelense.

Palestina vence Hong Kong e conquista vaga inédita na Copa da Ásia

Nesta terça-feira (23), de uma maneira emocionante, a Palestina venceu Hong Kong por 3 a 0, e conseguiu avançar pela primeira vez para as oitavas de final da Copa da Ásia. Além de ganhar, o time precisava de uma combinação de resultados para conseguir classificar na competição.

Os responsáveis por balançarem as redes foram os atacantes Oday Dabbagh, que marcou duas vezes, e Zaid Qunbar. Depois da partida, jogadores e torcedores palestinos presentes no Estádio Abdullah bin Khalifa comemoraram o momento considerado histórico.

Jogadores da Palestina comemoram um dos gols pela Copa da Ásia (Foto: reprodução/Playmaker/MB Media/Getty Images)

A classificação

A Palestina chegou a esboçar uma classificação no segundo lugar do Grupo C, porém, o gol nos acréscimos dos Emirados Árabes Unidos contra o Irã, na derrota por 2 a 1 dos sauditas, conseguiram desbancar o time do técnico Makram Daboud no saldo de gols.

Mesmo com a colocação final, a Palestina conseguiu avançar para a próxima fase devido ao regulamento da competição, que permite a classificação de quatro das melhores seleções que terminem no terceiro lugar da fase de grupos.

Grupo C

O Irã ficou com a primeira colocação, com 9 pontos; os Emirados dos Árabes Unidos vêm em seguida com 4 pontos; Palestina em terceiro com 4 pontos; e Hong Kong em quarto, com 0 pontos.

Estreantes nas oitavas de final

Nesta terça-feira (23), a seleção da Síria venceu a Índia por 1 a 0 e foi outro time a garantir vaga no mata-mata da Copa da Ásia.

A Síria terminou a fase de grupos na terceira colocação no grupo B, com quatro pontos, atrás de Uzbequistão (cinco), e Austrália (sete). A Índia ficou com zero pontos. A seleção da síria marcou um gol e sofreu outro nessas três partidas.

As outras seleções que se classificaram foram Catar, Tajiquistão, Austrália, Uzbequistão, Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.

Operação mortal do Hamas mata 24 militares israelenses

O Exército de Israel afirmou que 24 soldados morreram, nesta terça-feira, durante um ataque terrestre na Faixa de Gaza. A operação foi a mais mortal para o exército israelense até agora. 

Explosão do tanque

Com uma única explosão, 21 militares que estavam em um tanque foram mortos por uma granada. Outros três soldados foram assassinados horas antes do ataque contra o tanque de guerra israelense. 

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel Daniel Hagari disse que uma granada foi lançada de um foguete e atingiu um tanque de guerra que protegia os combatentes israelitas próximo de dois edifícios. Ainda segundo o porta-voz, os dois prédios explodiram provavelmente por conta de explosivos que os palestinos instalaram.


Militares israelenses durante operação na Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Reuters/CNN)

O conflito ocorreu na região central da Faixa de Gaza, próximo ao kibutz de Kissufim, ao lado israelense da fronteira. De acordo com Hagari, os soldados mortos eram todos reservistas e estavam em uma operação para o oferecer um retorno seguro para os moradores da cidade do sul de Israel, depois de grande parte dos moradores terem evacuado o local desde o começo da guerra.

O presidente de Israel Isaac Herzog disse em sua conta no X (antigo Twitter) que o país enfrentou uma “manhã insuportavelmente difícil”. Ele acrescentou e prestou suas condolências aos feridos e mortos. “Em nome de toda a nação, consolo as famílias e rezo pela cura dos feridos“, escreveu no post.

Mortos em Israel

As Forças de Defesa de Israel afirmam que 217 militares israelenses morreram desde a invasão terrestre no dia 27 de outubro do ano passado. No total, 545 soldados perderam a vida desde o primeiro ataque do Hamas, que ocorreu no sul de Israel. 

A guerra entre as duas nações começou depois que o Hamas invadiu, matou 1.300, sendo a maioria civis, e fez cerca de 240 israelenses de reféns.