Lacoste apresenta coleção de Inverno 2025 no Brasil com estética esportiva e sofisticada

A Lacoste acaba de lançar no Brasil sua coleção Outono-Inverno 2025, apresentada originalmente na Paris Fashion Week sob direção criativa de Pelagia Kolotouros. A chegada reforça a estratégia global da marca francesa de aproximar o público brasileiro de suas peças desfiladas, mantendo o equilíbrio entre herança esportiva e elegância contemporânea.

Releitura dos clássicos e nova identidade estética

A coleção revisita os clássicos da grife, especialmente a icônica polo criada por René Lacoste, para reconstruí-los em silhuetas modernas, alongadas e de cortes precisos. Entre as peças destacadas estão saias plissadas, blazers de construção leve, casacos acolchoados, vestidos de linhas fluidas e a nova versão da bolsa “Lenglen”, que surge em formatos atualizados. 


Bolsa “Lenglen” (Foto: reprodução/Richard Bord/Getty Imagens Embed)


As modelagens ampliadas e o jogo entre volumes, camadas e linhas retas marca o fio condutor desta temporada, que busca unir o espírito esportivo da Lacoste com um olhar mais urbano e sofisticado. A proposta é entregar peças que transitam com naturalidade entre trabalho, lazer e movimento cotidiano  preservando a estética sofisticada que marcou o desfile em Paris. 


Desfile da Lacoste durante o Paris Fashion Week (Foto: reprodução/Richard Bord/Getty Imagens Embed)


Paleta, materiais e influências da temporada

A cartela de cores aposta em tons clássicos e atemporais, como branco, creme, camelo e verde-escuro, contrastados por pontos de cor mais vibrantes, como o rosa intenso. Os materiais reforçam a intenção de unir performance e elegância: lã merino extra fina, malhas 3D sem costura, cetim plissados e flanelas leves dão nova textura ao guarda-roupa de inverno.

A coleção explora fluidez e movimento, mantendo a versatilidade como centro da construção das peças, uma assinatura da nova fase criativa da marca. O resultado é um inverno que aposta menos no peso e mais na leveza funcional, encontrando equilíbrio entre tecnologia têxtil e tradição artesanal.


Desfile da Lacoste durante o Paris Fashion Week (Foto: reprodução/Richard Bord/Getty Imagens Embed)


Expansão no Brasil e impacto no mercado fashion

Disponível em lojas selecionadas, e-commerce da marca e na parceria especial com a NK Store, a coleção Outono-Inverno 2025 reforça o Brasil como mercado estratégico para a Lacoste. 

A presença simultânea nos canais físicos e digitais aproxima consumidores do universo parisiense da grife e fortalece a narrativa de que a Lacoste vive um momento de consolidação global, renovando sua identidade sem perder o DNA esportivo. 

O lançamento também acompanha um movimento maior da moda internacional, que tem ampliado sua atuação na América Latina, reconhecendo o potencial e o interesse crescente do público regional por peças que combinam estilo, tradição e funcionalidade.

Olivier Rousteing deixa a Balmain após 14 anos e encerra uma era na moda

Olivier Rousteing anunciou sua saída como diretor criativo da Balmain, após 14 anos à frente da casa parisiense, cargo que assumiu em abril de 2011, aos 25 anos. Sua entrada havia marcado dois marcos: ele era o diretor criativo mais jovem de uma grande maison francesa desde Yves Saint Laurent na Dior, e o primeiro homem negro a ocupar esse posto em uma casa tradicional francesa em todas as categorias de design. 

No comunicado oficial, Rousteing expressou: “Estou profundamente orgulhoso de tudo o que conquistei e infinitamente agradecido à minha equipe excepcional na Balmain, minha família escolhida, em um lugar que foi meu lar durante os últimos 14 anos.” A proprietária da marca, a firma de investimentos Gatari Mayhoola for Investments, disse que esta era uma decisão mútua e que em breve anunciará sua nova estrutura criativa. 

A era que se encerra

Durante sua gestão, Rousteing revitalizou o legado de Pierre Balmain, combinando luxo clássico com referências urbanas, cultura pop e estética digital. Sua visão levou a marca de um público restrito à cultura global, transformando a Balmain em sinônimo de glamour, poder e juventude. A propriedade da marca, o grupo Gatari Mayhoola for Investments, classificou a decisão como “mútua” e anunciou que um novo modelo criativo será divulgado em breve.

O designer também consolidou a Balmain como um fenômeno da mídia. Criou o conceito de “Balmain Army”, um coletivo de celebridades e influenciadores entre eles Kim Kardashian, Rihanna, Beyoncé e Kendall Jenner que ajudaram a moldar a imagem moderna da marca nas redes sociais. Essa estratégia transformou a maison em um ícone digital e o próprio Rousteing em uma celebridade global, aproximando a moda de um público mais diverso e conectado.

A saída acontece em meio a um movimento de renovação no mercado de luxo, com várias maisons revisando suas lideranças criativas. O desafio agora será manter a relevância e o impacto conquistados, enquanto a Balmain busca um novo caminho após mais de uma década marcada por ousadia, identidade e espetáculo.


Comunicado oficial postado no perfil de Oliver Rousteing (Foto: reprodução/Instagram/@oliver_rousteing) 


Legado de Olivier Rousteing

Rousteing deixa para trás um legado que transcende o design: ele reposicionou a Balmain como um símbolo de diversidade, inclusão e reinvenção. Sua estética, marcada por bordados exuberantes, couro, brilho e ombros estruturados, mesclou o glamour parisiense com o vigor das ruas. Ele redefiniu o luxo, tornando-o mais acessível culturalmente e mais conectado ao espírito de seu tempo.

Além da inovação estética, sua trajetória foi uma afirmação política e pessoal. Como o primeiro homem negro e abertamente gay à frente de uma maison francesa, Rousteing se tornou uma figura de resistência e representatividade. Usou sua voz para debater temas como racismo, elitismo e identidade, inspirando jovens criadores em todo o mundo e expandindo as fronteiras da moda tradicional.

Ele também foi pioneiro na criação de desfiles-espetáculo que aproximaram o público do universo da moda. Eventos como o realizado no Stade Jean-Bouin, em 2021, uniram performance, música e tecnologia, antecipando o modelo híbrido que dominaria as passarelas após a pandemia. 


Ultimo desfile do diretor criativo pela Balmain no Paris Fashion Week (Foto: reprodução/ Peter White/Getty Imagens Embed) 


O que vem a seguir

A saída ocorre em um momento de renovação acelerada no mundo da moda, com diversas maisons revisitando suas estratégias criativas e de liderança. A marca enfrenta o desafio de manter o impulso global conquistado, enquanto se prepara para um “novo capítulo”, como já sugerido pela Mayhoola.  Outro ponto é que, embora 14 anos pareçam longos para os parâmetros atuais, manter-se relevante e inovador por tanto tempo em moda de luxo representa tanto um sucesso quanto um desgaste natural da trajetória criativa.

A Balmain agora terá que definir quem será o próximo a assumir o papel ou qual será o novo modelo de direção criativa, se centralizado ou com uma equipe coletiva. Os próximos desfiles e coleção serão fundamentais para sinalizar a nova direção. Para Rousteing, esta saída abre espaço para novos projetos, seja extensão de sua marca pessoal, colaborações, ou mesmo incursões além da moda tradicional  e muitos vão acompanhar o que ele fará no “próximo capítulo”.

Hermès apresenta nova coleção no Paris Fashion Week

No sábado, 4 de outubro, a Hermès assumiu as passarelas de Paris para mostrar sua nova coleção com apostas para o verão do próximo ano. Sob a direção criativa da designer de moda Nadège Vanhee-Cybulski, a marca surpreendeu ao montar uma passarela com demasiada areia. O cenário apresentado, contrastando perfeitamente com as propostas para o verão, reproduzindo um clima único e repleto de referências.

Desfile com passarela inovadora em Paris

A semana da moda de Paris contou com a apresentação de diversas marcas que compartilharam com o público suas novas coleções, apostando em tendências para primavera/verão de 2026. Em meio aos grandes nomes do mundo da moda, um dos que compareceram foi a marca Hermès, que foi fundada em Paris por um artesão alemão, Thierry Hermès. Sob o comando criativo de Nadège Vanhee-Cybulski, designer que está à frente da marca desde 2014, Hermès toma a frente das passarelas parisienses em um cenário único e extraordinário.


Hermès desfilando no Paris Fashion Week (Foto: reprodução/Instagram/@hermes)

Durante o Paris Fashion Week, algumas marcas optaram por inovar na maneira de fazer um desfile, deixando de lado a passarela comum e entregando inovação que atrai a atenção do público e contrasta com os visuais usados pelas modelos. A marca Hermés, em sua apresentação, demonstrou entender quando o assunto é criatividade. Buscando referência no sul da França, a passarela repleta de areia trazia um visual praiano, mas, na verdade, a representação semelhante a uma cavalgada perto da água representa a região sul do país, onde cavalos nativos são usados de maneira tradicional para pastorear rebanhos de búfalos.

Estilos apresentados na nova coleção

Para a nova coleção, a diretora Nadège Vanhee-Cybulski trouxe diferentes visuais às passarelas, mas uma peça que foi bastante recorrente foi couro, que se fez presente de diferentes maneiras, nas saias, botas, calças, vestidos e jaquetas, passeando pela apresentação nas mais variadas cores. O que mostra uma escolha inteligente como aposta de tendência, pois esse tecido é um clássico, entrando no gosto do mais variado público, transmitindo um clássico com modernidade e assertividade.

Além disso, um outro destaque foi uma peça em que as modelos usavam abaixo dos seios que remetia a uma selaria, também feita no material de couro. A estratégia é interessante e orna com a referência entregue pela marca na escolha da passarela com areia.


Hermès desfilando no Paris Fashion Week (Foto: reprodução/Instagram/@hermes)

Nos visuais, a sobreposição também é vista com frequência, além disso, as peças traziam recortes diversos, emitindo uma sensualidade ao visual desfilado pelas modelos. Um grande destaque do desfile foram as tonalidades que começavam em tons terrosos como bege, subiam para o marrom e ainda foram entregues peças com tons mais escuros como vermelho, azul, roxo e preto. Contudo, a marca não ficou presa apenas nas tonalidades, mas também trouxe propostas que continham diferentes estampas.

Nicole Kidman retoma posto de embaixadora da Chanel

Mais de duas décadas depois de estrelar a icônica campanha do perfume Chanel N°5, dirigida por Baz Luhrmann, Nicole Kidman retorna como embaixadora da maison, desta vez ao lado da atriz Ayo Edebiri. O anúncio foi feito pouco antes do primeiro desfile de Matthieu Blazy à frente da marca, marcando o início de um novo capítulo na história da maison.

Look da atriz

Nicole fez sua estreia como embaixadora no desfile de Blazy, optando por um look que equilibra elegância e modernidade: uma camisa branca oversized, exibindo a nova identidade visual do logo da maison, combinada com jeans largos. A escolha do visual reflete o espírito da nova coleção e antecipa a estética que a Chanel pretende destacar nesta temporada, ao mesmo tempo em que celebra o retorno da atriz à maison.


Nicole durante o desfile da Chanel (Foto: reprodução/ Dominique Charriau/Getty Images Embed)

A presença de Kidman remete ao desfile da primavera de 2005, quando o então diretor criativo Karl Lagerfeld transformou o evento em uma experiência cinematográfica com tapete vermelho e paparazzi simulados. Na ocasião, a atriz chamou atenção da mídia e consolidou sua posição na história da marca, mostrando como celebridades podem transformar desfiles de moda em acontecimentos culturais de grande repercussão.

Legado e expectativas

Nicole Kidman retoma seu posto na maison em um momento marcado por grande expectativa, justamente com Matthieu Blazy assumindo como diretor criativo. Sua presença no desfile não só celebra a continuidade do legado da Chanel, mas também reforça a ideia de que a atriz continua sendo uma referência de elegância e influência no mundo da moda, capaz de traduzir a sofisticação da marca em cada aparição pública.


Nicole ao lado de Karl Lagerfeld em 2005 (Foto: reprodução/KMazur/WireImage/Getty Images Embed)

Matthieu Blazy, que já havia trabalhado com Nicole no passado, destacou a relação especial da atriz com a marca, afirmando: “Do inesquecível filme de Baz Luhrmann aos inúmeros looks de tapete vermelho, Nicole sempre fez parte da história da casa. Livre e em constante transformação, ela é para mim a personificação da mulher Chanel. Ter trabalhado com Nicole no passado e agora reunir-me a ela na Chanel é a realização de um sonho”, acrescentando que seu entusiasmo reflete a admiração contínua pelo talento e elegância da atriz.

Emma Watson surpreende ao comparecer para assistir desfile em Paris

A semana da moda de Paris reuniu diversas marcas de diferentes partes do mundo para apresentar suas novas coleções. Para prestigiar os desfiles que aconteceram nesses últimos dias, muitas celebridades marcaram presença na capital da moda. Emma Watson está entre os nomes que se fizeram presentes em Paris, a atriz compareceu para assistir à apresentação da marca Miu Miu.

Emma Watson prestigiando desfile da Miu Miu

Nesta última segunda-feira (6), Miu Miu sobe à passarela da semana de moda em Paris para apresentar a nova coleção com apostas para primavera/verão de 2026. Na ocasião, algumas celebridades como a empresária Kylie Jenner, a atriz Nina Dobrev e a também atriz Emma Corrin marcaram presença para prestigiar o desfile da marca. Além delas, uma grande surpresa ao público foi a presença da atriz britânica Emma Watson, que ficou conhecida por seu papel na saga de filmes do Harry Potter.


Atriz Emma Watson (Foto: reprodução/Instagram/@miumiu)

A atriz foi um grande destaque para o dia, já que ela possui uma vida pessoal privada conhecida por fazer poucas aparições públicas. Na recente ocasião, o visual escolhido pela ativista foi casual, mas mantendo o estilo e usando algumas peças da marca italiana que ela foi prestigiar. Emma utilizou um vestido branco curto, para sobrepor a peça, foi escolhida uma camisa aberta de tecido veludo com cor marrom. Nos pés, um sapato preto da Miu Miu com detalhes em fivelas e como acessório, uma bolsa preta e pulseira no pulso.

Miu Miu na semana da moda de Paris

A marca italiana conhecida por suas vestimentas que transferem inovação subiu às passarelas sob o comando criativo da designer Miuccia Prada, apresentando na capital da moda sua nova coleção com apostas para o verão do próximo ano. Miu Miu é uma marca que não costuma passar despercebida no mundo da moda, suas roupas exalam personalidade e nesse desfile a estilista coloca algumas peças no foco da apresentação.


Desfile da Miu Miu no Pris Fashion Week (Foto: reprodução/Instagram/@miumiu)

Para a nova coleção, a peça em foco em alguns looks foi o avental. Segundo a designer responsável pela direção criativa da marca, as peças entregues refletem no trabalho feminino com suas experiências e diversidades. Pensando nisso, o avental foi trazido por ser uma presença constante em diferentes formas de trabalho. Com isso, a marca emite que o foco dessa nova coleção foi demonstrar um olhar artístico ao trabalho, trazendo essas peças com estilo e levando o conceito para o mundo da moda.

Chanel apresenta desfile com primeira coleção assinada por Matthieu Blazy

A semana da moda de Paris está caminhando para seu encerramento, nesta última segunda-feira (6), aconteceu o penúltimo dia de apresentações e chegou a vez de Chanel tomar a frente das passarelas parisienses mostrando sua nova coleção com apostas para primavera/verão do próximo ano em uma estreia triunfal de Matthieu Blazy, o novo diretor criativo da marca.

Matthieu Blazy novo diretor criativo

O designer de moda nascido em Paris iniciou a sua carreira profissional ainda jovem, quando se formou pela escola de moda de La Cambre, localizada em Bruxelas. Enquanto ainda era um estudante, ele começou a trilhar seu caminho de entrada para o mundo da moda, conseguindo um estágio na Balenciaga. Além disso, o estilista continuou sua trajetória profissional trabalhando com grandes nomes da moda, tendo estado em marcas como Margiela e Céline. Contudo, foi em 2020 que ele foi anunciado como novo diretor criativo da Bottega Veneta.


Desfile Chanel em estreia de Matthieu Blazy (Foto: reprodução/Instagram/@niiiiiniic)

No ano passado, em meados de junho, o público foi surpreendido com a saída repentina de Virginie Viard da direção criativa da Chanel após cinco anos à frente do posto. Em frente às grandes especulações de quem seria o próximo a assumir a marca de luxo francesa, alguns nomes foram levantados como possíveis sucessores, mas foi em dezembro do mesmo ano que a marca oficializou a notícia de que Matthieu Blazy seria o mais novo diretor criativo.Mas foi neste ano que o público pode sentir como serão os próximos anos de Chanel sob a nova direção. Com a recente apresentação na semana da moda de Paris, o designer demonstrou seu talento e criatividade, sem fazer com que a marca francesa perdesse sua essência.

Desfile de estreia em Paris

Chanel chega às passarelas de Paris Fashion Week com desfile que transmite a nova fase da marca, não perdendo suas principais características que trazem a elegância com foco na feminilidade, mas inovando esse olhar com uma nova perspectiva, demonstrando visuais clássicos com o toque da juventude e modernidade. Com trilha sonora e em um cenário de tirar o fôlego que continha planetas suspensos por todo o lugar e com um público repleto de celebridades, as modelos desfilaram brilhantemente pela passarela com vestimentas que mostravam uma variedade de cores, passeando de tons neutros até cores vibrantes. Além das vestimentas, diversos visuais carregavam como acessório bolsas que são itens de grande visibilidade vendidos pela marca. 


Desfile Chanel em estreia de Matthieu Blazy (Foto: reprodução/Instagram/@niiiiiniic)

O primeiro desfile do estilista para a marca era um dos mais aguardados para essa semana da moda. A apresentação demonstrou que o estilista entendeu a essência da marca, trazendo clássicos da Chanel de maneira moderna que consiga atender e atrair o público jovem que acompanha a marca. Nos visuais, a alfaiataria se fez presente com caimentos leves sob o corpo em uma proposta social. Além disso, o brilho e a pluma também se fizeram presentes nas apostas entregues pela marca. 

Na apresentação da marca, que atraiu atenção apenas para as vestimentas, as modelos desfilaram sem nenhuma maquiagem no rosto, em uma estratégia para que o rosto não sobressaísse as roupas. Na nova coleção, além de entregar modernidade, os clássicos conjuntos da Chanel não poderiam ficar de fora da estreia de Matthieu Blazy, sendo uma das peças de maior sucesso da marca, o estilista trouxe alguns conjuntos a nova coleção entregando as peças com o seu toque e novo olhar.

Miu Miu transforma avental em símbolo de contestação no verão 2026

Durante a Semana de Moda de Paris, a Miu Miu apresentou sua coleção de verão 2026 e escolheu o avental como a peça central. A marca, comandada por Miuccia Prada, usou o tema para provocar uma reflexão sobre o conservadorismo atual e o papel da mulher na sociedade. O que antes era visto como um símbolo doméstico agora ganha um novo significado, tornando-se uma forma de liberdade, atitude e questionamento sobre as expectativas impostas às mulheres.

Do lar à passarela

Depois de transformar a minissaia plissada em um sucesso mundial, a Miu Miu voltou a provocar com o avental. A peça, que sempre foi associada à vida doméstica e à obediência, aparece na passarela com uma nova proposta. Nas mãos de Miuccia Prada, o avental se transforma em um símbolo de resistência e ironia, questionando o ideal de mulher tradicional e a valorização do papel feminino restrito ao lar.


Modelo desfilando pela Miu Miu (Foto:reprodução/Instagram/@miumiu)

A coleção mistura delicadeza e força, unindo babados, transparências e recortes que sugerem uma feminilidade menos previsível. As modelos surgiram com pouca maquiagem, cabelos bagunçados e estampas que lembram toalhas de mesa antigas, criando uma estética propositalmente despretensiosa. Tudo parece cuidadosamente pensado para transmitir a ideia de uma mulher que não se encaixa em moldes e que não tem medo de desafiar as regras. A Miu Miu mostra que o feminino pode ser múltiplo e contraditório, e é justamente aí que reside sua potência.

Ferramenta de desconstrução

As peças também brincam com os limites entre o desejo e a crítica. Aventais de couro usados sobre biquínis mostram como a coleção provoca ao misturar sensualidade e desconstrução. Miuccia questiona até que ponto o que usamos é realmente uma escolha pessoal ou apenas uma forma de atender às expectativas sociais. Essa dualidade entre o que é mostrado e o que é escondido faz o público refletir sobre a relação entre aparência e identidade.



Modelo desfila pela Miu Miu na PFW (Foto:reprodução/Instagram/@miumiu)

Mesmo com referências delicadas, como babados e microvestidos, o resultado final é maduro, corajoso e cheio de atitude. A coleção reforça que ser feminina não significa ser frágil e que a moda pode ser uma ferramenta de expressão e questionamento. Ao encerrar o desfile com um leve sorriso, Miuccia Prada confirma mais uma vez seu talento em transformar o comum em discurso, usando a passarela como espaço de reflexão sobre o papel da mulher e os códigos do próprio universo fashion.

Valentino Verão 2026: Alessandro Michele acende as faíscas da esperança em Paris

Em um dos desfiles mais poéticos e hipnotizantes da temporada, Alessandro Michele apresentou sua coleção “Fireflies” (Vagalumes) para a Valentino Verão 2026, transformando a passarela parisiense em um verdadeiro palco de luz e imaginação. Entre tecidos que capturam a luz como se guardassem pequenas faíscas, bordados delicados que lembram vaga-lumes cintilando na noite e silhuetas que equilibram rigidez e suavidade, Michele conduziu o público por uma narrativa de esperança, resistência e encantamento. Inspirado em um texto de Pier Paolo Pasolini, o estilista propõe um olhar sensível para a beleza que persiste mesmo em tempos sombrios, lembrando que, assim como os vaga-lumes, as pequenas luzes da criatividade e da imaginação continuam a brilhar, desafiando a escuridão e reacendendo a percepção do mundo com poesia e delicadeza.

O retorno do color blocking e a delicadeza das contradições

O color blocking retorna com força na coleção, mas filtrado pelo olhar singular de Michele. Blocos de azul com amarelo, roxo com dourado e rosa com azul surgem em camisarias, saias lápis e calças ajustadas. A alfaiataria clássica se mistura a tecidos laminados e bordados luminosos, criando a sensação de uma luz pulsante costurada nos tecidos. Cada look traduz um diálogo entre tradição e imaginação, mostrando como a moda pode ser uma ponte entre passado, presente e futuro, entre rigor e poesia. Se havia dúvida sobre o retorno do color blocking, Michele tratou de dissipá-las. Em meio a sua alfaiataria com perfume vintage, surgiram blocos de cor vibrantes — azul com amarelo, roxo com dourado, rosa com azul — compondo uma harmonia visual que parecia dançar entre o rigor e a liberdade. A camisaria, protagonista da coleção, apareceu ao lado de saias lápis e calças ajustadas, evocando os anos 1940 e o contexto da Segunda Guerra Mundial, pano de fundo do texto de Pasolini citado no desfile.


Desfile da coleção “Fireflies” (Vagalumes) para a Valentino Verão 2026 (Vídeo: reprodução/Instagram/@eriveltonalbino_stylist)

A escolha de Michele por revisitar esse período não é casual. Ao resgatar formas e memórias, o estilista propõe uma reflexão sobre o que permanece aceso no tempo — e como a moda pode ser, ela mesma, um gesto de resistência estética. As cores vivas e os bordados luminosos criam uma sensação de vida pulsante, como se cada look carregasse pequenas centelhas de luz costuradas à superfície dos tecidos.

Romantismo maduro e faíscas de desejo

Com “Fireflies”, Michele revela uma faceta mais contida e madura de sua assinatura, sem perder o romantismo que o caracteriza. Vestidos retos, drapeados esculturais e ombros marcados dividem espaço com brilhos metálicos, tecidos laminados e bordados que captam a luz como vaga-lumes em movimento. Os acessórios simbólicos, como colares e brincos em forma de vaga-lumes, acendem cada look com um toque lúdico e sofisticado, sintetizando a poética da coleção e finalizando o desfile com a mensagem central de Michele: a moda pode reacender o olhar para a beleza, mesmo em tempos de escuridão, despertando encantamento, reacendendo a imaginação e provocando emoções. Cada faísca de criatividade ilumina o cotidiano e inspira esperança, traduzindo elegância, sensibilidade e poesia em movimento.

Matéria do portall LorenaR7 por Ana Beatriz ACM

Hermès transforma passarela em deserto na Paris Fashion Week

Nesse fim de semana, foi a vez da marca de luxo Hèrmes anunciar sua coleção de primavera/verão 2026 na semana de moda de Paris. Contendo 57 peças nas tonalidades de marrom e creme, a diretora criativa Nadège Vanhee-Cybulski trouxe um cenário temático e um desfile inesquecível para os amantes da grife, que acabou se tornando uma das mais comentadas do evento.

Passarela vira deserto

A inspiração central da coleção veio de uma região selvagem no sul da França chamada Camargue, famosa por suas dunas que possuem uma leve aparência de deserto, além de cavalos brancos, pântanos e ambientes rústicos. Com a intenção de trazer o espírito equestre para a cidade, ela utilizou isso como ponto de partida para o desfile, com detalhes que lembram selas e equipamentos para cavalgar.


Detalhes da nova coleção da Hèrmes (Foto: reprodução/Instagram/@hermes)

Na coleção, os amantes da grife podem encontrar tops de couro, vestidos com costas “racer-back”, casacos de ceda, bermudas de couro, saias lápis e casacos longos. As peças são tanto de couro macio, quanto de camurça e seda e as estampas são antigas, mas reinterpretadas. Acessórios também chamaram a atenção, como lenços e bolsas em diferentes estilos.

A direção criativa da marca

Nadège Vanhee-Cybulski, uma estilista francesa, está no comando da Hèrmes desde 2014, quando foi anunciada como substituta de Christophe Lemaire. Valorizando o trabalho artesanal e as técnicas manuais da grife, ela presa pelas raizes equestres, destacando isso na coleção de primavera/verão 2026, reinterpretando para o presente e futuro.


Desfile da Hèrmes na PFW (Vídeo: reprodução/Instagram/@hermes)

Dentre os comentários sobre o desfile, o tópico que mais chamou a atenção entre os amantes da Hèrmes foram as cores utilizadas na vez. Marrom e tons neutros como aveia, oliva, bege, caqui e alguns detalhes em vermelho, que se destacavam perfeitamente nas peças. Segundo as redes da marca, a coleção é descrita como “uma viagem da terra até o mar, raios de um sol vermelho e o respiro do azul do mediterrâneo”.

Matéria do portal LorenaR7 por Eliza Lopes

Glenn Martens estreia no prêt-à-porter da Maison Margiela durante a Paris Fashion Week

Durante a Paris Fashion Week, realizada nesta sexta-feira (04), Glenn Martens, novo diretor criativo da grife Maison Margiela, apresentou sua primeira coleção de prêt-à-porter à frente da marca. Ao som de uma bela e imperfeita orquestra composta apenas por crianças — uma escolha simbólica que reforça a ideia de que a beleza pode existir também na imperfeição —, Martens revelou sua genialidade e personalidade nas passarelas do universo da moda.

Show de Margiela

O estilista belga, que já havia estreado na maison em julho com uma elogiada coleção de alta-costura, deu continuidade à sua proposta estética, agora em uma versão mais comercial. Assim como Martin Margiela, Glenn Martens é formado pela renomada Academia Real de Belas Artes da Antuérpia, e é conhecido por sua ousada manipulação de materiais e desconstrução de formas tradicionais. Para esta coleção, Martens trouxe uma variedade de elementos que dialogam com a estética da couture: plásticos, couro, jeans e corpetes que simulam fitas adesivas enroladas ao corpo dividiram espaço com estampas de papel de parede, vistas na parte final do desfile.

Um dos códigos visuais mais icônicos da Maison Margiela — os quatro alinhavos que prendem discretamente as etiquetas das roupas — foi reinterpretado de forma performática como um acessório preso à boca das modelos. Já o tradicional sapato Tabi, outro símbolo da marca, apareceu em versões com bico mais fino, renovando sua identidade.


Apresentação desfile de Maison Margiela por Glenn Martens (Reprodução/Instagram/@Ellebrasil)

Coleção

A coleção representa uma versão mais diluída, mas ainda marcante, do preciosismo artesanal apresentado na alta-costura. Com essa estreia no prêt-à-porter, Glenn Martens reafirma sua habilidade de traduzir a vanguarda criativa da Margiela para o cotidiano, sem abrir mão da ousadia e da reflexão estética que marcam o legado da maison.


Modelo para desfile de Maison Margiela em PFW (Reprodução/Instagram/@bella.feoli)

Modelo para desfile de Maison Margiela em PFW (Reprodução/Instagram/@bella.feoli)


Com uma estética provocadora e fiel às raízes da Maison, Martens mostra que tradição e inovação podem coexistir, consolidando seu nome como uma das vozes mais relevantes da moda atual.