Insônia: pesquisa mostra que alimentos ultraprocessados podem prejudicar o sono

Os alimentos são capazes de influenciar a qualidade do sono. A Universidade Sorbonne Paris Nord, na França, mostrou em seus estudos que a insônia crônica pode estar ligada ao consumo de alimentos ultraprocessados. 

A pesquisa realizou questionários com mais de 38 mil adultos, que preencheram registros de suas alimentações no período de 24 horas a cada seis meses. Os estudiosos analisaram os resultados e compreenderam que 19,4% dos participantes do experimento relataram casos de insônia crônica, enquanto 16% dos alimentos consumidos no dia eram ultraprocessados. Após o acompanhamento do grupo, o estudo identificou que o risco de insônia aumentava a cada 10% de alimentos ultraprocessados.

Como ultraprocessados foram considerados pelos pesquisadores alimentos que utilizam muitos ingredientes e aditivos que melhoram o sabor. Também estavam incluídos alimentos com matérias processadas, como gordura hidrogenada, e de origem industrial. Esses tipos de alimentos são pensados para que possam ser armazenados por bastante tempo, e com isso sofrem alterações.


Alimentos ultraprocessados devem ser consumidos com moderação. (Foto: reprodução/Freepik)

Os cientistas acreditam que a insônia é um grande desafio de saúde pública. Eles alertam que esses distúrbios do sono podem ser associados com a ansiedade e depressão, além de distúrbios físicos. 

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou em pesquisas que 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono, incluindo a insônia. O distúrbio pode ser consequência de elevados níveis de estresse ou ocorrer junto com alguns transtornos psiquiátricos. 

Dentre os sintomas, o paciente com insônia crônica possui dificuldade para iniciar o sono, resistência em ir para a cama no horário correto, além de ser difícil manter o sono e acabar despertando antes do horário desejado. Também podem aparecer fadiga, déficit de atenção, concentração ou memória, que podem levar o paciente a cometer erros, e alterações comportamentais e de humor, como agressividade e irritabilidade.

Alimentos ultraprocessados que atrapalham o sono

Para melhorar a qualidade do sono, alguns alimentos precisam ser evitados. Dentre eles estão ultraprocessados como o refrigerante, molhos prontos, embutidos, pães de forma, macarrão instantâneo e salgadinhos de pacote. 

Alimentos que auxiliam a qualidade do sono

Também existem alimentos que ajudam a melhorar as noites de sono. Os famosos chás de ervas são bons aliados que ajudam a acalmar, como o chá de camomila que é um clássico. Especialistas também indicam a ingestão de banana, abacate e leite, que auxiliam na liberação de melatonina no organismo, hormônio do sono. 

Investir em uma dieta balanceada e saudável na rotina pode tornar a hora de dormir mais tranquila. Em caso de suspeita de distúrbios de sono e insônia, o ideal é procurar um médico para iniciar o melhor tratamento para cada caso.

Novo índice mostra desafios da saúde mental no Brasil

Devido à carência de dados referentes à saúde mental no Brasil, o Instituto Cactus, em parceria com a AtlasIntel, desenvolveu uma pesquisa entre o segundo semestre de 2023 e o primeiro semestre de 2024, criando um índice de saúde mental que viabiliza uma compreensão mais profunda de sua complexidade. A pesquisa contou com mais de 2 mil participantes de todas as regiões do Brasil, com idade acima de 16 anos.

Preocupações e qualidade do sono

A pesquisa revelou dados alarmantes sobre as preocupações e a qualidade do sono dos brasileiros. Quando questionados, 73% dos entrevistados afirmaram que se sentem preocupados de forma geral. Além disso, 56% relataram perder o sono frequentemente devido às preocupações. Um dado particularmente preocupante é que 71% dos participantes dormiram menos de 6 horas em pelo menos uma noite nas últimas duas semanas.

A qualidade do sono está diretamente ligada à saúde mental e física, e a privação de sono pode agravar sintomas de ansiedade e depressão. Além disso, 62% dos entrevistados sentiram angústia intensa durante o dia, o que reflete o impacto das preocupações diárias e da falta de sono na vida cotidiana. Dos participantes, 16% foram destinados a medicamentos prescritos para tratar esses sintomas, indicando a necessidade de intervenção médica para uma parcela significativa da população.


Preocupações podem perturbar a qualidade do nosso sono (Foto: reproduçao/Freepik)

Busca por ajuda profissional

Outro aspecto crítico revelado pela pesquisa é a baixa procura por ajuda profissional. A maioria dos brasileiros, 55,8%, nunca procurou um profissional de saúde para tratar de questões relacionadas a transtornos de ansiedade. Este número é ainda maior entre os homens, com 65,4% afirmando que nunca procuraram ajuda de um profissional.

Em relação ao diagnóstico de transtornos de ansiedade, 15,3% dos brasileiros afirmaram ter sido diagnosticados por um psiquiatra, enquanto 10,7% receberam o diagnóstico de um profissional de saúde. Esses números indicam uma subnotificação potencial dos casos de transtornos de ansiedade, uma vez que muitos não buscam atendimento especializado.

Os dados refletem uma realidade preocupante e sublinham a necessidade de políticas públicas eficazes que promovam a conscientização sobre a importância da saúde mental e incentivem a busca por ajuda profissional. A criação do índice de saúde mental pelo Instituto Cactus e AtlasIntel é um passo importante para entender melhor esses desafios e buscar soluções.

Novas pistas genéticas podem auxiliar no tratamento da síndrome das pernas inquietas

A revista científica Nature Genetics publicou um novo estudo que pode ajudar no auxílio do rastreio de pistas genéricas associadas às causas da síndrome das pernas inquietas. As descobertas do artigo publicado no dia 5 de junho podem ajudar a identificar pessoas com maiores riscos no desenvolvimento da doença e também no tratamento. 

O que é a síndrome das pernas inquietas 

Descrita como um distúrbio de sono, a síndrome é relativamente comum e está relacionada aos movimentos da Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono, os ICSD3. 

Os sintomas são comumente apresentados em pessoas idosas, afetando cerca de 1 a cada 10, sendo que 2 a 3% possuem agravamento.

Alguns fatores estão ligados ao surgimento da síndrome, entre eles, depressão, ansiedade, doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes. Estudos anteriores já identificaram 22 regiões do genoma que possuem alterações associadas ao risco de desenvolver a doença, ainda assim, existem biomarcadores, como características genéticas, que podem ser usados para o diagnóstico da síndrome. 

Pensando nisso, pesquisadores do Instituto Helmholtz de Neurogenômica de Munique, da Universidade Técnica de Munique (TUM) e também da Universidade de Cambridge, reuniram e catalogaram dados de três estudos de associação dos genomas. Nos estudos, o DNA de pacientes com a doença e pacientes saudáveis foram comparados, analisando se existiriam diferenças entre os dois. Os dados foram combinados, gerando um conjunto de informações de mais de 100 mil pacientes pela condição e mais de 1,5 milhão de pessoas saudáveis. 

“Este estudo é o maior do gênero sobre esta condição comum – mas pouco compreendida. Ao compreender a base genética da síndrome das pernas inquietas, esperamos encontrar melhores formas de a gerir e tratar, melhorando potencialmente a vida de muitos milhões de pessoas afetadas em todo o mundo”, disse o co-autor e pesquisador da Universidade de Cambridge, Steven Bell. 

Tratamento 

A análise e o cruzamento dos dados coletados na pesquisa também podem ser úteis para o desenvolvimento de tratamentos. 

Mais de 140 novos loci de risco genético foram identificados com a pesquisa, um aumento em 8x para os números anteriores, para 160, inclusive três loci do cromossomo X. Durante a pesquisa, nenhuma diferença genética foi encontrada entre homens e mulheres, mesmo com a síndrome sendo mais comum em mulheres, abrindo espaço para a possibilidade de uma interação entre a genética e os hormônios. 


Cromossomos xy (Foto: reprodução/Livro Didático SEED)

Entretanto, a pesquisa identificou duas diferenças genéricas que se relacionam diretamente com receptores de glutamato 1 e 4, ligados a funções nervosas e cerebrais. Conforme os cientistas, esses genes podem ser alvos de medicamentos existentes, como anticonvulsivantes ou usados como meio para o desenvolvimento de novos tratamentos para a doença em questão. 

Os pesquisadores acreditam na possibilidade do uso de informações básicas como idade, sexo e marcadores genéricos como método para classificar com precisão, em nove entre dez casos, às probabilidades pessoais de cada um no desenvolvimento da síndrome das pernas inquietas grave. 

Juliane Winkelmann, professora da TUM e umas das autoras principais do estudo, vibra pela possibilidade de, pela primeira vez, alcançar a capacidade de prever os riscos da síndrome das pernas inquietas.

Estudos para a criação de anticoncepcional mascilino avançam

Pílula anticoncepcional masculina já pode se tornar realidade segundo pesquisa publicada na revista científica Science. O estudo feito por pesquisadores da BCM (Baylor College of Medicine) nos Estados Unidos e publicado no último dia 23 revelou que testes realizados em ratos de uma pílula não hormonal têm se mostrado promissores. A pesquisa se baseia em uma molécula que inibe a STK 33 (serina/treonina quinase 33), uma proteína que atua na fertilidade masculina e de camundongos. Os cientistas esperam que a pílula possa levar a infertilidade reversível.A pesquisa se revelou positiva já que a infertilidade não é definitiva pois o efeito do inibidor de STK 33 é reversível. A fertilidade volta depois de o organismo passar um período sem o composto responsável pela inibição, o CDD-2807, assim os espermatozóides e sua motilidade voltam ao normal.

O estudo

Para o estudo, foram usados camundongos para testar os efeitos da pílula no organismo. Os cientistas usaram uma tecnologia conhecida como DEC-Tec (Tecnologia Química Codificadora de DNA) que serviu para examinar compostos e descobrir inibidores potentes da proteína STK 33. Assim, eles conseguiram identificar quais eram as substâncias que poderiam inibir as proteínas que causaram a infertilidade nos ratos. Depois, os cientistas geraram versões modificadas para tornar essas substâncias em mais estáveis, potentes e seletivas.Na pesquisa, o composto CDD-2807 se mostrou o mais eficaz entre os analisados. Courtney M. Sutton, coautora do estudo, conta que foram avaliadas diferentes doses e esquemas de tratamento para descobrir qual era o mais eficaz. “Determinamos a motilidade e o número de espermatozóides nos camundongos, bem como sua capacidade de fertilizar as fêmeas” revela. A conclusão chegada foi de que esse mesmo composto CDD-2807 foi o que atravessou a barreira sangue testículo e atingiu os resultados esperados.

Os métodos contraceptivos


Métodos contraceptivos são focados em mulheres. (Foto: Reprodução/Unsplash Imagens)

Os estudos de pílula anticoncepcional masculina crescem em um cenário onde a maior parte dos métodos contraceptivos são direcionados ao público feminino. Assim, as formas de proteção contra uma gravidez indesejada ficam limitadas somente à mulher Além disso, os métodos atuais não possuem 100% de eficácia contra gravidez fazendo casais recorrem à combinação de métodos diferentes.Os métodos também apresentam pouca variedade. Segundo uma pesquisa publicada em 2022 pela revista científica The Lancet, a falta de uma variedade contraceptiva mostra que faltam opções adequadas para alguns grupos populacionais. Esse problema leva casais e principalmente mulheres a ficarem com opções mais restritas para se protegerem.

Consumo diário de maconha supera o de álcool nos EUA pela primeira vez

Pela primeira vez, os americanos que consomem maconha quase todos os dias ultrapassaram aqueles que bebem álcool com a mesma frequência. Especialistas atribuem essa mudança à legalização, que tornou a maconha mais acessível e popular, incentivando o uso recreativo ao longo das últimas décadas.

Os resultados de 2022 revelam que 17,7 milhões de pessoas relataram consumir maconha diariamente ou quase diariamente, enquanto 14,7 milhões afirmaram beber álcool todos os dias ou quase todos os dias.

Esta é a primeira vez em que os estudos apontam um consumo de maconha superior ao de álcool no país. Desde o início da pesquisa em 1992 até 2022, houve um aumento de 15 vezes na taxa per capita de consumo de maconha.

Fatores impulsionadores
Os especialistas identificam dois principais impulsionadores para esse aumento: a legalização e a maior aceitação pública do consumo. Metade dos estados americanos permite o uso de maconha para fins medicinais ou recreativos, e 25 dos 50 estados legalizaram o uso medicinal e recreativo da droga.


Pelo menos metade dos estados nos EUA têm legalização da maconha (Fotografia: Reprodução/Freepik/Freepik)

Com a legalização em diversos territórios, as pessoas se sentem mais confortáveis para admitir o consumo, o que pode ter influenciado nos resultados. Apesar do aumento no consumo diário, os dados revelam que, de maneira geral, o consumo de álcool ainda é mais frequente, embora não com a mesma intensidade que o da maconha.

Reclassificação da maconha
A Agência de Combate às Drogas dos Estados Unidos (DEA) está em processo de reclassificação da maconha, sugerindo que a droga seja enquadrada como menos nociva. Atualmente, a maconha é categorizada juntamente com substâncias como heroína e LSD. Com a reclassificação, ela seria comparada a compostos como anabolizantes e cetamina.

Regulamentações estaduais
Nos EUA, os estados têm autonomia para estabelecer suas próprias regulamentações sobre o consumo de maconha. Em metade deles, o uso recreativo e medicinal é permitido, enquanto nos demais a permissão varia entre uso medicinal exclusivamente ou nenhuma permissão.

Nesta quarta-feira (22), a DEA divulgou propostas de regras para reclassificar a maconha no Registro Federal dos EUA, abertas para comentários.

Pesquisa aponta os dois melhores exercícios para baixar a pressão arterial 

Em pesquisa realizada recentemente foi possível observar a existência de exercícios ideais para a diminuição de pressão arterial. Tal estudo apontou exercícios mantidos em posição estática como os melhores pretendentes da eficácia, dispensando aqueles mais frenéticos como corrida e pesos. 

Pesquisa

Publicando um artigo para o The Conversation, Jamie Edwards, professor de Fisiologia do Exercício pela Universidade do Leste de Londres, em parceria com Alex Walker, professora de Terapia Esportiva da mesma instituição, falaram sobre os resultados da pesquisa analisada. Conforme tais resultados, aqueles exercícios que envolvem contrair um músculo ou grupo muscular mantendo-o estático para comprimento do mesmo, também conhecido como exercícios isométricos, ajudam a reduzir a pressão arterial.  

Durante a pesquisa, Edwards observou cerca de 270 ensaios clínicos randomizados envolvendo mais de 15 mil participantes, tendo assim a constatação de que o melhor jeito para ter a pressão arterial reduzida era realizando em média três sessões isométricas por semana. O grupo participante do material também apresentou resultados positivos e significativos na função, estrutura e mecânica do coração, desempenho do sistema nervoso autônomo e saúde do sistema vascular. 

“Cada sessão consistiu em quatro séries de dois minutos de exercícios isométricos, com um período de descanso de um a quatro minutos entre cada uma. A redução resultante da pressão arterial foi comparável à observada em pessoas que tomam medicamento padrão para a pressão arterial”, apresentaram os autores. 


Prática de agachamento estático (Foto: reprodução/ Freepik)

Salientando, o professor Jamie Edwards também escreveu que “todas essas mudanças são importantes para uma boa saúde cardiovascular e menor risco de doenças”. Ainda segundo os autores, a natureza única de manter uma contração muscular estática pode ser o fator decisivo pelo qual a isomeria pode ser tão eficaz. Com o comprimento dos vasos sanguíneos e depois a liberação da retenção isométrica, leva-se um maior fluxo sanguíneo para os vasos antes comprimidos.  

“Nossos ligamentos desempenham um papel essencial na estabilização das articulações quando nos movemos. Mas lesões podem acontecer se colocarmos muita pressão em um ligamento, como uma aterrisagem desajeitada com uma perna ao saltar. Mas os nossos músculos desempenham um papel importante na redução da força colocada nos nossos ligamentos, ajudando a criar estabilidade em torno de uma articulação”, expuseram no artigo.  

Resultados eficazes

Um dos resultados vistos na pesquisa foi a ajuda na resolução dos desequilíbrios musculares. Sabendo-se que é comum os músculos serem mais fortes de um lado do corpo do que no outro, por consequência da lateralidade, isso aumenta o risco de lesões e desempenhos de atletas, sendo que os exercícios isométricos — unilaterais — como agachamento dividido ou prancha lateral, podem ajudar a reduzir a diferença de força entre os membros, por visarem uma parte do corpo. 

Foi visto que estes exercícios também melhoram o desempenho, melhorando a força em posições fixas específicas, ocorrendo por causa da capacidade que tais exercícios tem de ativar músculos ou grupo musculares específicos, ajudando assim o desenvolvimento da força necessária para suportar a carga colocada sobre o corpo durante o exercício e a vida cotidiana.  

Nos estudos que investigaram os benefícios dos exercícios isométricos para a saúde cardíaca, em sua maioria, exigiram que os participantes apenas fizessem oito minutos de exercícios por sessão. Colocado em proporção, isso equivale cerca de quatro séries de isometria, com cada sessão sendo realizada por dois minutos e tendo um descanso de um a quatro minutos entre as séries. Outros estudos também já apontaram que esses exercícios só precisam ser realizados três vezes por semana durante três semanas para que mudanças significativas sejam notadas. 

Os exercícios isométricos são frequentemente usados como parte de programas de reabilitação de fisioterapia e terapia esportiva para pessoas em recuperação de lesões musculoesqueléticas. Isso porque podem ser realizados com mobilidade limitada e onde a dor pode ser um fator limitante. Como os exercícios isométricos são realizados em posição estática, podem ser mais toleráveis do que exercícios que exigem muito movimento”, disseram.  

Além disso, os professores, pesquisadores e autores do artigo indicaram iniciar a prática desses exercícios com agachamentos na parede (estar com as costas pressionadas contra a parede enquanto finge estar sendo numa cadeira) e ainda, pranchas (apoiar-se nos antebraços e na ponta dos dedos dos pés, elevando o estômago e mantendo-se nivelado). É recomendado também consultar um profissional de saúde antes de mudar o plano de exercícios pré-determinado.  

Câncer pode ser detectado mais de sete anos antes do diagnóstico

No último dia 15, A revista científica Nature Communications publicou um estudo inusitado de pesquisadores da Oxford Population Health. De acordo com essa descoberta, certas proteínas presentes no sangue podem mostrar que casos de câncer podem desenvolver daí a cerca de sete anos.

A técnica “proteômica”

A “proteômica” foi utilizada para realização do estudo. Nessa técnica, os pesquisadores podem analisar um grande conjunto de proteínas em amostras de tecidos de uma única vez, possibilitando perceber a forma da interação entre elas e detectar diferenças importantes delas nas diferentes amostras de tecidos.

Os pesquisadores começaram avaliando amostras de sangue coletadas de mais de 44 mil pessoas, por meio de um banco de informações de saúde britânico, o UK Biobank. Cerca de 4,9 mil desenvolveram câncer posteriormente à coleta.


Banco de Informações de saúde britânico (Reprodução/instagram/@ukbiobank)


Através da proteômica, os cientistas analisaram 1.403 proteínas de cada participante, comparando resultados dos que não tiveram diagnóstico oncológico com os que desenvolveram a comorbidade. Foram identificadas 618 proteínas diferentes nas amostras dos futuros pacientes oncológicos, ligadas a 19 tipos diferentes da doença. Um total de 107 proteínas já podia ser observado cerca de sete anos anteriores ao diagnóstico.

O que tornou ainda mais significativo o estudo foi a constatação de 182 proteínas, três anos antes da confirmação da enfermidade. Essas são, provavelmente, as com maior potencial de se tornarem biomarcadores oficiais para sinalização precoce de tumores, através de um exame de sangue.


UK Biobank Centre (Foto: reprodução/Christopher Furlong/Getty Images embed)


De acordo com os achados, os tipos de câncer mais relacionados às proteínas são o de fígado, o linfoma não Hodgkin, a leucemia, o mieloma múltiplo, o de rim, o de pulmão, o de esôfago, o colorretal, o de estômago, o de mama, o de próstata, o de bexiga, o de cabeça e pescoço e o de cérebro.

Os estudos precisam continuar

Em comunicado, Keren Papier, epidemiologista da Oxford Population Health e primeira autora do estudo, enfatizou a necessidade do aprofundamento dos estudos para descobrir quais proteínas são as mais confiáveis e para criar o protocolo de exames a serem incorporados na prática clínica.

“Para salvar mais vidas do câncer, precisamos entender melhor o que acontece nos estágios iniciais da doença. Os dados de milhares de pessoas com câncer revelaram percepções realmente interessantes sobre como as proteínas em nosso sangue podem afetar o risco de câncer. Agora precisamos estudar essas proteínas em profundidade para ver quais delas podem ser usadas de forma confiável para a prevenção”

Keren Papier

 Iain Foulkes, diretor executivo de Pesquisa e Inovação da Cancer Research UK, destacou a importância de se investir nesses tipos de pesquisas para detecção dos primeiros sinais de alerta da doença. Ainda, segundo ele, as terapias preventivas são o caminho definitivo para longevidade com qualidade, sem temer o câncer.

Mortalidade em pacientes de câncer raro pode ser prevista com ajuda de marcador proteico

Patologistas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) publicaram um trabalho no periódico “Frontiers in Immunology” que demonstra que uma molécula de uma proteína sintetizada por células tumorais pode auxiliar a prever a evolução clínica do paciente com câncer.

A molécula em questão é a mesotelina, produzida por células tumorais do mesotelioma. Segundo o estudo, a proteína poderia ser também um potencial alvo terapêutico para a doença. Para Vera Luiza, uma das autoras do artigo, ao inibir a mesotelina os pesquisadores perceberam que é possível conter o crescimento tumoral a partir da diminuição da proliferação celular.

Mesotelioma pleural

O desenvolvimento da doença acontece principalmente quando o organismo é exposto com frequência ao amianto (asbesto). Suas fibras destroem as células mesoteliais da membrana que reveste o pulmão, a pleura e, a partir da ação conjunta entre as células dessa camada e as células de defesa do sistema imunológico (os macrófagos), o câncer se desenvolve.


O amianto era utilizado, principalmente, em produtos de construção (Foto: reprodução/Selim Arda Eryilmaz/Unsplash)

Segundo a equipe de pesquisadores, a doença não costuma se manifestar até após dos 50 anos de idade. Além disso, ela acomete mais homens do que mulheres, especialmente aqueles que trabalham ou já trabalharam em empresas que faziam/fazem o uso do asbestos em caixas d´água, telhas e pisos.

Vera Luiza comenta que o tumor tem implicações jurídicas também, pois ao receber um laudo de mesotelioma maligno, além de auxiliar os médicos que estão cuidando do caso, o paciente possui uma fundamentação para a abertura de um possível processo trabalhista.

Atuação da mesotelina

Os cientistas mostraram que a mesotelina remodela a matriz imunológica do microambiente tumoral. A proteína aumenta a produção de colágeno tipo I e recruta diferentes células do sistema imunológico, o que resulta no estabelecimento de uma barreira antitumoral, que inibe a migração das células malignas e restaura o cenário imunológico do paciente, explica Capelozzi. Com essa ação, há a diminuição do risco de morte dos afetados pela doença.

7 setores que são tendências para diversificar seus investimentos

O cenário de investimento evolui rapidamente, sendo impulsionado por uma combinação de fatores macroeconômicos, avanços tecnológicos e mudanças nas tendências de consumo. Aqueles que investem ou que tem a intenção em investir precisam manter no radar todos esses aspectos e ter em mente de que é um mercado que exige rapidez e criatividade.

Esses pontos não só refletem, como também modelam as atitudes de consumidores trazendo também importantes inovações para diversos setores da indústria. Nos anos anteriores, presenciamos uma explosão tecnológica que revolucionou o comportamento de cada consumidor, onde as pessoas não ficaram só mais conectadas, mas também mais informadas e conscientes, fazendo com que as empresas se adaptassem o quanto antes para sobreviverem nesse novo cenário e se tornar um negócio de sucesso.

A mudança de cenário, trouxe consumidores mais preocupadas com o meio ambiente, tornando-os consumidores mais críticos e dando preferência a um mercado que se preocupa cada vez mais com o meio ambiente e mais responsável.

O que são e como identificar as tendências no mercado financeiro?

Os investidores geralmente acompanham de perto essas tendências para identificar oportunidades de crescimento, diversificação de portfólio e proteção contra riscos específicos. Sites e fóruns especializados e confiáveis bem como as plataformas de investimentos trazem informações e análises de dados, estatísticas e relatórios sobre o mercado, auxiliando os investidores sobre a melhor forma de investir com segurança. Acompanhar e observar os movimentos dos grandes líderes da indústria, além de acompanhar eventos e feiras do setor de interesse em investir pode trazer importantes informações para a tomada de decisão no momento de aplicar. 

As tendências de investimento referem-se às direções ou padrões percebidos no comportamento dos investidores em relação aos ativos financeiros ou setores específicos. Essas tendências são influenciadas por uma variedade de fatores, incluindo condições econômicas, avanços tecnológicos, mudanças regulatórias, preferências dos consumidores e eventos globais.Essas tendências podem abranger uma ampla gama de áreas, desde classes de ativos tradicionais, como ações e títulos, até setores emergentes, como criptomoedas, tecnologia disruptiva e energias renováveis.

Além disso, tendências relacionadas a questões ambientais, sociais e de governança (ESG), sustentabilidade, inovação tecnológica e mudanças demográficas também desempenham um papel importante na definição das tendências de investimento. É importante notar que as tendências de investimento podem ser voláteis e podem mudar ao longo do tempo à medida que novas informações e eventos influenciam o mercado financeiro. Trazemos sete principais setores que são tendência de investimento neste ano.

Tecnologias Disruptivas – Setores como inteligência artificial, computação quântica, biotecnologia e energias renováveis continuam a atrair investimentos significativos. Empresas que lideram inovações nessas áreas têm o potencial de gerar retornos substanciais para os investidores.

Criptomoedas e Blockchain – O interesse em criptomoedas e tecnologia blockchain continua forte em 2024. Além do Bitcoin e Ethereum, novos projetos e aplicações estão surgindo, especialmente nas áreas de finanças descentralizadas (DeFi) e tokenização de ativos.

Digitalização e Transformação Digital – A pandemia acelerou a digitalização em todos os setores, e isso se reflete nas oportunidades de investimento. Empresas que oferecem soluções digitais, como fintechs, saúde digital, educação online e logística automatizada, estão atraindo grande interesse dos investidores.

Energias Renováveis e Sustentabilidade – Com o crescente foco na mitigação das mudanças climáticas e na transição para uma economia de baixo carbono, investimentos em energias renováveis, armazenamento de energia, mobilidade elétrica e soluções sustentáveis ​​podem permanecer em alta.

Setor Imobiliário Alternativo – Com as mudanças no estilo de vida e no trabalho impulsionadas pela pandemia, o mercado imobiliário está passando por transformações. Investimentos em propriedades residenciais alternativas, como residências para idosos, espaços de coworking e habitação sustentável, estão em ascensão.

Sustentabilidade e ESG – Investimentos alinhados com critérios ambientais, sociais e de governança (ESG), estão ganhando cada vez mais destaque. Os investidores estão buscando empresas comprometidas com práticas sustentáveis e responsáveis, o que pode impulsionar o crescimento de setores como energia limpa, reciclagem e tecnologias verdes.

Saúde e Bem-Estar – Com o envelhecimento da população e um foco renovado na saúde mental e física, investimentos em empresas de saúde e bem-estar, incluindo telemedicina, dispositivos médicos inovadores e nutrição funcional, estão atraindo atenção considerável.

Mercados Emergentes – Investidores estão cada vez mais voltando sua atenção para mercados emergentes, onde o crescimento econômico e as oportunidades de investimento podem ser especialmente atrativos. Países como Índia, Brasil, Indonésia e Nigéria estão no radar de muitos investidores globais.

As tendências de investimento são padrões percebidos no comportamento dos investidores em relação aos diferentes ativos financeiros e setores da economia, e entender essas tendências pode ajudar os investidores a tomar decisões mais informadas e estratégicas. No entanto, é importante manter uma abordagem equilibrada e diversificada ao investir, considerando tanto o potencial de retorno quanto os riscos associados a cada classe de ativos.

Uso excessivo de tecnologia afeta alimentação dos adolescentes

Apesar da tecnologia servir a muitos propósitos positivos e auxiliar em tarefas simples do cotidiano, porém, essa ferramenta revolucionária e global, também trouxe consigo um grande perigo: a piora na forma como os adolescentes têm se alimentado. E umas das principais causas nessa queda de qualidade na dieta da nova geração, é o tempo de uso de tela que tem aumentado nos últimos tempos.

Adolescente usando duas telas (reprodução/GettyImages Embeed/
Ute Grabowsky)


Um assunto que exige atenção

Em uma pesquisa publicada recentemente, pesquisadores buscaram identificar indicadores que relacionassem o tempo de uso excessivo de diferentes telas, a qualidade da dieta em adolescentes e características do entorno escolar. A sondagem foi realizada com o público adolescente, de cerca de 30 escolas estaduais de Curitiba, capital do Paraná, na qual foi registrado o tempo permanecido em frente a alguns tipos de tela, como televisão, videogame e portáteis. A qualidade da dieta foi avaliada pela frequência de consumo de alimentos e a renda do entorno escolar foi obtida do Censo. Nessa investigação, verificou-se que de 1,2 mil adolescentes, 50,9% do sexo masculino, 74,4% tiveram tempo excessivo de tela.

Adolescentes usando celular (reprodução/GettyImages Embeed/
Ute Grabowsky)


Resultados do exagero

O desfecho foi bastante expressivo, liderando o ranking de excesso de tempo de telas encontra-se a TV (56,5%), diretamente ligada à pior qualidade da alimentação. Depois, observou-se que o videogame (22,0%) foi menor no sexo feminino, associado à pior qualidade da alimentação, à menor renda do entorno escolar, e à pior classificação do ambiente construído para atividade física. O que também chamou a atenção foram as telas portáteis telas (53,2%), das quais a categoria demonstrou grande potencial de aumento, com a renda na região escolar. Diante dos resultados obtidos, conclui-se que o uso excessivo de TV e de telas portáteis foi amplamente praticado por adolescentes, com diferentes variáveis demográficas e contextuais associadas de acordo com o tipo de dispositivo utilizado.

Adolescente com tecnologia (reprodução/GettyImages Embeed/
Mr Vito)


Conselhos de uma especialista

É aí que mora o perigo. Segundo a opinião de especialistas da área da saúde, o desequilíbrio no modo como são utilizadas as telas, sem horário e sem regras, prejudica a dieta dos adolescentes, como também afeta a rotina de exercícios físicos e altera o funcionamento biológico do corpo. Segundo a nutricionista Serena del Fávero, do Hospital Israelita Albert Einstein, uma péssima alimentação pode desencadear em uma série de doenças como obesidade, influenciar o risco de doenças crônicas, como problemas cardiovasculares, diabete tipo 2 e alguns tipos de câncer.

“Além disso, o consumo de nutrientes inadequados pode afetar o crescimento e o desenvolvimento físico, além de comprometer a função cognitiva e o desempenho acadêmico”

Nutricionista Serena del Fávero

E as consequências não param por aí. Os problemas que se iniciam hoje podem ter grandes resultados negativo no futuro.

“Uma dieta de má qualidade na adolescência não afeta apenas a saúde atual, mas também estabelece as bases para problemas de saúde futuros”

Nutricionista Serena del Fávero

Diante disso, o importante é encontrar o ponto de equilíbrio e saber maneirar na forma e no tempo como se utiliza as telas. Conforme a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), ter saúde é estar no estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença, então, o ideal é manter esse trio em plena harmonia com boas práticas de saúde e não correr riscos.