EUA retêm petroleiro e levantam dúvida sobre ato de guerra

O governo dos Estados Unidos (EUA) apreendeu nesta quinta-feira (11) um navio petroleiro venezuelano perto da costa da Venezuela, em uma operação considerada inédita pelas autoridades norte-americanas, que alegam que a embarcação estaria envolvida em uma rede internacional de comércio ilegal de petróleo.
A operação foi confirmada na última quarta-feira (10), durante um evento na Casa Branca no qual Donald Trump anunciou a apreensão. Navios venezuelanos vinham sendo monitorados pelas autoridades americanas diante da acusação de que o presidente Nicolás Maduro comandaria um cartel de tráfico de drogas. O episódio amplia a tensão entre Washington e Caracas, já que o governo venezuelano classificou a medida como uma violação de sua soberania e acusou os Estados Unidos de agir de maneira arbitrária em águas próximas ao país.

Motivo da apreensão do navio

De acordo com autoridades americanas, o petroleiro foi apreendido por já constar em listas de embarcações sancionadas pelos Estados Unidos. O governo alega que o navio operava em rotas usadas para transportar petróleo venezuelano sob sanções e que poderia ter carregamentos ligados ao Irã, embora não tenham sido divulgados detalhes sobre as evidências que sustentam essas acusações.
As autoridades dos EUA afirmam ainda que a operação foi autorizada por um mandado judicial federal destinado a interromper o envio de petróleo considerado irregular. Washington também relaciona o caso a suspeitas de que redes ligadas ao governo de Nicolás Maduro participariam de atividades ilícitas, o que Caracas nega. Até agora, a Casa Branca não apresentou explicações públicas mais amplas sobre os motivos da apreensão.

Vídeo divulgado pela Casa Branca mostra a operação de apreensão do petroleiro (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Venezuela responde à apreensão

O governo da Venezuela condenou a apreensão do petroleiro e classificou a ação como um ato de pirataria internacional. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que os Estados Unidos violaram a soberania do país ao interceptar uma embarcação que, segundo Caracas, navegava legitimamente em águas próximas ao território venezuelano. O governo também acusou Washington de promover uma escalada deliberada de tensão na região.

Caracas negou as acusações americanas de envolvimento em comércio ilegal de petróleo e afirmou que a operação tem motivação política. O governo de Nicolás Maduro sustentou que os Estados Unidos buscam justificar medidas punitivas contra a Venezuela e acusou a administração Trump de utilizar pretextos para atacar economicamente o país. A chancelaria venezuelana pediu apoio internacional e declarou que tomará medidas diplomáticas para contestar a apreensão.

A Casa Branca afirmou que pretende levar o navio para território americano e apreender a carga de petróleo, medida que reforça a tensão diplomática entre os dois países. A decisão indica que Washington deve manter a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, enquanto Caracas promete recorrer a instâncias internacionais para contestar a operação.

Governo Trump promete iniciar perfuração e mineração em região de Alasca

O governo Trump comunicou nessa segunda-feira (2), que há uma tentativa de romper as proteções federais a regiões do Alasca que são ricas em recursos naturais. O objetivo é conseguir criar uma base de perfuração e mineração dessas áreas, para conseguir captar esses recursos.

Essa ação, que faz parte da agenda de Donald Trump, de obtenção da maior quantidade de bens naturais, gera polêmica, pela região explorada ser rica em fauna, servindo de habitat natural de várias espécies.

O presidente dos Estados Unidos declarou que está trabalhando para eliminar as barreiras federais que protegem áreas do Alasca, estimada em milhões de hectares.

O plano de Trump

Essa tentativa de derrubar as proteções se deve a uma de suas políticas, que visa perfurar e minerar a maior quantidade de regiões que podem entregar recursos naturais importantes para a economia do país.


Donald Trump saindo da Casa Branca (Foto: reprodução/Celal Gunes/Anadolu/Getty Images Embed)


O Secretário do Interior, Doug Jones, disse que o governo de Joe Biden ultrapassou o nível máximo de autoridade ao proibir a perfuração de petróleo em uma grande parte da Reserva Nacional de Petróleo do Alasca, que possui um tamanho de 9,3 milhões de hectares. Essa tentativa de restaurar a permissão para explorar as terras foi elogiada por funcionários da área de perfuração.

A região do Alasca

A Reserva Nacional de Petróleo do Alasca é uma região ecologicamente sensível, localizada por volta de 960 quilômetros ao norte de Anchorage, cercada pelo Mar de Chukchi, em seu lado oeste, e o Mar de Beaufort, no norte. Essa terra é lar de várias espécies, como ursos-cinzentos, ursos-polares, renas, diversos tipos de aves migratórias, entre outras. Ela é também a maior área de terras públicas dos Estados Unidos.


Foto da Reserva Nacional de Petróleo do Alasca (Foto: reprodução/X/@MarioNawfal)

As reservas foram criadas no início do século XX e inicialmente serviram como base de suprimentos para a Marinha. No ano de 1976, o Congresso permitiu que as terras federais pudessem servir como meio de obtenção de recursos que fosse permitido o desenvolvimento comercial da região. Entretanto, foi demandado pelo governo que a perfuração de petróleo fosse equilibrada com a conservação da fauna e flora.

Preço do petróleo pode subir com o conflito entre Israel e Irã

No último sábado (13), Israel foi atacado por mais de 300 mísseis Iranianos, dos quais, 99% foram interceptados, de acordo com militares Israelenses. O ataque teria sido em virtude de um ataque de Israel, em 1º de abril, a um complexo diplomático do Irã na Síria. O preço subiu na sexta (12), mas normalizou nesta segunda (15).


Ataque israelesne ao consulado iraniano em Damasco na Síria, em 1º de abril de 2024 (Foto: reprodução/Ammar Ghali/Anadolu/Getty Images embed)


O Estreito de Ormuz

O Estreito de Ormuz é uma via navegável na fronteira sul do Irã. Petróleo bruto e produtos petrolíferos como a gasolina, representando mais de 25% do comércio marítimo global de petróleo, são transportados pelo Ormuz diariamente. Há um receio de que o ataque do Irã possa interromper esse fluxo. Na pior das hipóteses, o Irã poderia atacar os navios petroleiros.

Dessa forma, é a lei de oferta e procura. Com a diminuição da oferta do produto, o preço tende a aumentar.

Embora o Irã produza uma quantidade significativa de petróleo, seu maior mercado é a China. Ainda assim, o mercado global poderia ser abalado. Na falta do produto Iraniano, a China teria que concorrer com outros países para conseguir os suprimentos.

O olhar de todo o mundo se volta para o conflito

Apesar de todas as especulações, o preço do ouro negro apareceu um pouco mais baixo no dia de hoje. Na realidade ele se manteve, pois o preço aumentou antes do ataque do último sábado. Como os drones lançados pelo Irã se limitaram a alvos militares, não causando mortes de civis, a apreensão do mercado de que uma retaliação iraniana poderia provocar uma queda na oferta de petróleo, diminuiu.

De qualquer forma, qualquer clima de tensão na região vai influenciar o comércio petrolífero. Um contra-ataque mais pesado de Israel poderia agravar o conflito na região. Os EUA e outros países estão pressionando o governo israelense para que reaja de forma mais moderada.

Novo satélite é lançado para medir emissores de metano na atmosfera

Apoiado pelo Google, da Alphabet Inc., e pelo grupo Environmental Defense Fund, um satélite que tem como principal missão identificar a emissões de metano do setor de petróleo e gás, foi lançado na última segunda-feira.

O satélite MethaneSAT agora se junta a uma crescente frota de satélites cuja função principal é monitorar as mudanças climáticas e ajudar a encontrar possíveis soluções.

No entanto, ele não é o único do tipo atualmente em atividade. A Agência Espacial Europeia possui outro rastreador baseado em satélite, chamado GHGSat, que já vem fornecendo dados sobre as emissões de metano. No entanto, o objetivo do MethaneSAT é disponibilizar um campo de visão mais amplo do que o fornecido pelas soluções atualmente disponíveis.

Outros satélites tem função parecida


Satélite tem como objetivo monitorar emissões (reprodução/X/@MethaneSAT)

De acordo com o fundo de defesa ambiental, os dados fornecidos poderão ajudar a trazer mais responsabilidade na hora da prestação de contas das 50 empresas de petróleo e gás que se comprometeram na COP28, cúpula climática realizada em dezembro do ano passado em Dubai. Naquela ocasião, as empresas se comprometeram a zerar as emissões de metano e eliminar a queima rotineira de gás.

O satélite foi resultado de uma colaboração entre a agência espacial da Nova Zelândia e a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Seus dados estarão disponíveis ainda este ano, com o Google Cloud fornecendo os recursos necessários para o processamento das informações.

American Petroleum Institute se pronuncia

Agora, de acordo com o American Petroleum Institute, grupo que representa o setor do petróleo, os dados emitidos por terceiros não devem ser usados para fins regulatórios. Isso vem em um momento em que os dados deste satélite podem auxiliar os Estados Unidos e a União Europeia a definir suas próximas regulamentações sobre o metano.

Agora, com o satélite em órbita, os primeiros dados não devem demorar a serem disponibilizados ao público, e podemos ter uma noção da situação.