Planeta Terra pode estar dentro de um “vazio” cósmico

Um estudo sobre o Planeta Terra foi recentemente apresentado por cientistas da Universidade de Portsmouth. A princípio, ele sugere que a Terra está localizada em uma região imensurável e menos densa do que o restante do universo conhecido. 

Astrônomos acreditam que uma bolha menos densa ao redor da Terra pode explicar divergências sobre a expansão do universo. Essa área, denominada de “vazio cósmico”, pode ser uma explicação para um dos maiores enigmas da cosmologia: a tensão do telescópio Hubble.

Porém, esse impasse envolve duas formas de medir a expansão do universo. De um lado, galáxias próximas indicam um ritmo acelerado. De outro, a radiação do universo primitivo aponta uma expansão mais lenta.

Hipóteses e discrepância dos dados

Assim, a hipótese propõe que a luz das galáxias chegue distorcida, já que estamos dentro de um vazio. Ocasionalmente, isso nos dá a impressão de que o universo está se expandindo mais rápido do que realmente está. 

Indranil Banik é pesquisador e diz que o modelo do vazio tem forte compatibilidade com os dados atuais, mas vem deixando menos significativo o modelo tradicional usado pelo satélite Planck.

Essa conclusão se deu com base nas oscilações acústicas de bárions (BAOs), ou seja, as marcas antigas do Big Bang e que funcionam como réguas cósmicas. Os cientistas compararam as ondas com o desvio para o vermelho das galáxias e perceberam padrões que sustentam a hipótese do vazio.


— Superfície lunar com a Terra distante e um campo estelar (Foto: reprodução/Xia Yuan/Getty Images Embed)


Cosmos pode ser diferente

Com a teoria sendo legalmente comprovada, o entendimento sobre a idade e a origem do universo terá uma mudança significativa. Isso também poderá ajustar a estimativa atual de 13,8 bilhões de anos para uma nova idade.

Os cientistas afirmam que o próximo passo será confrontar esse modelo com dados de cronômetros cósmicos, que são galáxias antigas que já não formam estrelas. Os cientistas também aguardam dados dos telescópios SPHEREx e PUNCH. Os telescópios foram enviados ao espaço pela NASA e ajudam a investigar a formação do universo e o comportamento do sol.

Dessa forma, a hipótese do vazio questiona o modelo padrão da cosmologia e propõe novas formas de compreender o universo como um todo. Ela também oferece explicações alternativas sobre a evolução do cosmos e reposiciona a Terra no cenário galáctico.

Astronautas “presos no espaço” retornarão à terra em 2025

Nesta quarta-feira (07), alguns funcionários da agência espacial da Nasa afirmaram que os astronautas Barry “Butch” Wilmore e Suni Williams só conseguirão retornar ao planeta em fevereiro de 2025. Os dois, originalmente, deveriam voltar à Terra em 12 de junho, mas a nave em que estavam sofreu um problema no sistema de propulsores e um vazamento de hélio, impedindo que o retorno acontecesse. 

Missão espacial

Wilmore e Williams embarcaram em uma cápsula “Starline” no dia 5 de junho com destino à Estação Espacial Internacional (ISS) numa missão que duraria oito dias. Mas, devido aos incidentes, a dupla teve o retorno adiado três vezes, fazendo com que a Nasa e a fabricante da “Starline”, a empresa Boeing, começassem a traçar um plano de resgate.


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Sede da Nasa em New Orleans (Foto: reprodução/MARK FELIX/AFP /AFP via Getty Images Embed)


A missão se tratava do primeiro voo tripulado da “Starline”, e os problemas acenderam o alerta na Nasa sobre a segurança da cápsula. A Boeing chegou a declarar que estava fazendo testes para entender a causa dos incidentes e uma possível solução, porém, estes testes têm causado preocupações na agência espacial. 

Segundo os funcionários, a Nasa ainda estaria insegura sobre os riscos de uma viagem de volta na cápsula “Starline” e tem procurado outras maneiras de resgatar os astronautas do espaço. Mas, apesar do dilema, a dupla de pilotos se mostrou confiante com os testes e o retorno ao planeta. 

Wilmore declarou que todas as verificações são necessárias para encontrar a solução do problema para retornar ao planeta, já Williams afirmou que acredita que a cápsula da “Starline” conseguirá levá-los de volta à Terra. 

 Plano com a concorrente

A Nasa estaria dando mais tempo para a Boeing encontrar novos dados e realizar mais testes, porém, a agência começou a pensar em um segundo plano envolvendo a empresa SpaceX. A companhia de Elon Musk planeja fazer uma missão espacial em breve e a agência americana tem pensado em utilizar a nave para resgatar Wilmore e Williams. 


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Nave da SpaceX (Foto: reprodução/Tayfun Coskun/Anadolu via Getty Images Embed)


Mas, a nave da SpaceX só retornaria para a Terra em fevereiro de 2025 e precisaria dispensar dois astronautas para conseguirem encaixar os dois pilotos presos. A Nasa decidiu esperar mais tempo para tomar a decisão, mas caso opte pela SpaceX, a Boeing sofreria um grande golpe, já que vem competindo há vários anos contra a empresa de Musk. 

A resposta da agência espacial deve ser anunciada na próxima semana, segundo os funcionários. 

Asteroide de tamanho similar ao Everest passará pela terra nesta quinta-feira 

Nesta quinta-feira (27), o asteroide 2011 UL21 deverá passar bem próximo da Terra. Segundo cientistas, ele possui 2,3 km de diâmetro e está viajando em uma velocidade de 93.000 km/h no espaço. Apelidado de “Assassino de Planetas”, o objeto é um dos maiores que já chegaram perto da Terra e recebeu a classificação de “potencialmente perigoso” devido ao seu tamanho similar ao do Monte Everest. 

Embora tenha recebido essa classificação, as chances de uma colisão contra o planeta são mínimas. Sua passagem acontecerá em uma distância considerada pelos cientistas 17 vezes maior do que a distância entre a Terra e a Lua, tornando a chance de impacto baixa.

O asteroide 2011 UL21

Segundo informações divulgadas por especialistas, a Terra e o asteroide vivem uma “ressonância 11:34” que influencia na passagem do objeto próximo ao planeta. Eles explicam que a cada 11 órbitas do asteroide ao redor do Sol, a Terra completa 34, fazendo com que os dois corpos sempre se aproximem a cada 34 anos terrestres. 


Representação de um asteroide (Foto: reprodução/Jonathan Knowles/Getty Images Embed)


Mas, diferente de nosso planeta, o asteroide completa sua órbita ao redor do Sol a cada três anos. Esse movimento de translação é feito de forma inclinada devido à influência da gravidade de Júpiter, a influência é responsável também por desviar outros asteroides para a Terra. 

Cientistas apontam também que, se existisse uma chance de colisão com a Terra, o impacto do asteroide seria menor do que o de Chicxulub, responsável pela perda de quase 70% da vida no planeta e pela extinção dos dinossauros há 66 milhões de anos. Porém, ele ainda causaria danos enormes e significativos a nível continental. 

Como assistir e outro evento 

O Virtual Telescope Project irá transmitir o evento ao vivo a partir das 16h no horário de Brasília e a olho nu, o objeto só poderá ser visto com a utilização de um telescópio, sendo que estima-se que sua próxima passagem aconteça somente em 2089.  


Cometa passando pelo céu (Foto: reprodução/Javier Zayas Photography/Getty Images Embed)


O UL21 não é o único asteroide que passará perto da Terra essa semana, no sábado (29), o 2024 MK deverá se aproximar a cerca de 290 mil km do planeta. Ele chegará mais perto do que a Lua e também não oferece riscos de colisão, e poderá ser visto com a utilização de binóculos ou telescópio, mais precisamente no Hemisfério Sul, enquanto no Hemisfério Norte só será possível enxergar a rocha quando ela começar a se afastar da Terra.

Cientistas investigam como a desaceleração do núcleo da terra pode nos afetar

A revista Nature publicou nesta quarta-feira (12/06), uma nova análise efetuada por cientistas da Universidade do Sul da Califórnia, a qual detecta que, devido o retardar do núcleo da Terra quando comparado ao exterior do planeta, é possível que os dias tornem-se mais extensos. Segundo os cientistas, essa desaceleração do núcleo interno vem ocorrendo desde 2010.

Um dos co-autores da pesquisa, e também professor na USC, John Vidale, relatou em comunicado à imprensa que ficou boquiaberto ao ver, pela primeira vez, os sismogramas que insinuam essa modificação. Os sismogramas são registros em papel, efetuados pelos sismógrafos, os quais mostram os movimentos do solo, em outras palavras, os terremotos. Os cientistas da faculdade planejam mapear o trajeto do núcleo interno, a fim de especificar a causa de seu movimento.

Vidale relata que após verificar o mesmo padrão em diversas averiguações, o resultado foi inelutável; a mudança, de fato, ocorrerá. Porém, será difícil de perceber, dado que o dia ficará mais longo em um milésimo de segundo.

A pesquisa

O resultado final foi obtido através de estudos sobre os abalos sísmicos na Terra. Com uma repetição de 121 terremotos entre 1991 e 2023, foram analisados os dados das Ilhas Sandwich do Sul, bem como as informações dos testes nucleares soviéticos gêmeos, de cerca de 1971 e 1974.

A avaliação dos dados abalos sísmicos foi imprescindível, pois, os pesquisadores foram capazes de compreender que estes abalos encaminham ondas de choque pelo planeta, o que faz com que o estado e local das camadas sejam modificadas, mesmo que ligeiramente.

É destaque da inspeção que o agito do núcleo externo, do ferro líquido ao seu redor, é o motivo do regresso, constituindo um campo magnético da Terra.

O núcleo da Terra

Esta é a camada interna do planeta, estando abaixo do manto, tendo em sua composição, especialmente, ferro e níquel. É dividida entre os núcleos externo e interno. O interno possui uma espessura de cerca de 3.480km, podendo atingir uma temperatura de 6.000ºC.


Camadas da Terra (Foto: Reprodução/Pinterest/@gdrtony)

Além do estudo atual, o núcleo de nosso planeta gera outras análises, como a que foi efetuada em 2023 pelos sismólogos Yi Yang e Xiaodong Song, da Universidade de Pequim, que assistem o evento desde 1995. Song e Yang são os responsáveis pelo artigo disseminado pela revista Nature Geoscience, onde, com reconhecimento e registros, é dito que o planeta Terra está girando mais rapidamente que seu núcleo.