Anvisa mantém uso de PMMA apenas para fins médicos

A Anvisa concluiu recentemente uma reavaliação sobre o uso do polimetilmetacrilato (PMMA) e decidiu manter sua autorização apenas para indicações médicas específicas, excluindo qualquer aplicação com finalidade estética. A revisão foi motivada por uma solicitação do Conselho Federal de Medicina (CFM), que sugeriu a suspensão da comercialização do produto no Brasil devido a sérias preocupações com a saúde pública.

Uso restrito a indicações médicas

Segundo a agência, o PMMA pode ser utilizado apenas em casos como correções de deformidades de pele ou perda de volume facial e corporal por razões clínicas, sempre com prescrição médica e estrito acompanhamento. O uso estético, como para aumento de glúteos sem justificativa médica, permanece proibido. A aplicação em pacientes com lipodistrofia associada ao uso de antirretrovirais, por exemplo, é permitida, desde que respeitado o limite de 60 mL por glúteo.

A Anvisa também destacou que há indícios de subnotificação de efeitos adversos relacionados ao uso inadequado do PMMA, o que reforça a necessidade de atuação dos conselhos profissionais para coibir práticas irregulares e perigosas. A substância, por ser não absorvível, pode causar complicações graves e duradouras, como inflamações, granulomas, necroses e até óbitos, exigindo máxima cautela.


Procedimento estético (Foto: reprodução/Vitapix/Getty Images Embed)


O alerta da Anvisa sobre o PMMA

A agência inspecionou os dois fabricantes com produtos registrados no país — LINNEA SAFE e BIOSSIMETRIC — e confirmou que ambos seguem as boas práticas de fabricação. No entanto, a Anvisa reforça que a aplicação do PMMA deve ser feita exclusivamente por médicos ou cirurgiões-dentistas habilitados, devido aos riscos graves envolvidos. Essa medida é crucial para a segurança dos pacientes e para evitar complicações.

Por fim, a Anvisa reafirma que o uso do PMMA fora das indicações aprovadas não é regulamentado e representa um risco significativo à saúde pública, sendo responsabilidade dos conselhos profissionais fiscalizar e orientar os profissionais da área sobre as diretrizes corretas.

Conselho Federal de Medicina solicitou à ANVISA a proibição do uso de PMMA como preenchimento

O Conselho Federal de Medicina (CFM) pediu à ANVISA a proibição do uso de polimetilmetacrilato (PMMA) em procedimentos estéticos. O requerimento foi entregue nesta terça-feira (21) durante a reunião. A utilização da substância é permitida pela ANVISA para preenchimentos cutâneos, mas não é indicado para uso estético.

O que é PMMA?

A PMMA, sigla utilizada para o polimetilmetacrilato, é um componente plástico que tem sido muito utilizado em preenchimentos estéticos e manuseado não apenas por médicos, mas de forma clandestina em clínicas irregulares. O polimetilmetacrilato pode ser encontrado em produtos como lentes de contato e implantes de esôfago.

Mortes envolvendo o uso de PMMA

Os procedimentos que utilizam PMMA têm se tornado muito populares. No dia 14 deste mês uma mulher de 46 anos foi encontrada morta em sua casa em Pernambuco após ser submetida a um procedimento estético chamado “harmonização de bumbum”. A família de Adriana informou que o procedimento foi feito com PMMA.


Adriana morreu aos 46 anos após procedimento utilizando PMMA (Foto: reprodução/G1)

Em junho do ano passado, a influenciadora Aline Maria Ferreira morreu após realizar um procedimento para aumentar os glúteos. A mulher de 33 anos foi internada no dia 23 para realizar o procedimento, a aplicação de PMMA nos glúteos. Segundo o marido, a cirurgia foi rápida e Aline logo foi liberada para voltar para sua casa em Brasília. No entanto, no dia seguinte Aline começou a ter febre. O quadro piorou nos próximos dias, Aline foi internada e morreu em um hospital em Brasília (DF).


Influenciadora de 33 anos morreu após procedimento com PMMA (Foto: reprodução/UOL)

O uso de PMMA no Brasil

Segundo a ANVISA, o polimetilmetacrilato deve ser utilizado somente como um reparador e não para procedimentos estéticos. No Brasil, o órgão exige registro para o uso da substância, que só pode ser manuseada por profissionais habilitados. No entanto, as regras para o uso da PMMA são muito violadas no país, como consta o documento entregue pelo CFM à ANVISA.

As tentativas têm se mostrado infrutíferas, sendo incapazes de restringir o uso de produtos à base de PMMA a pequenas quantidades e com fins reparadores. O uso em grandes volumes e com fins estéticos vem aumentando vertiginosamente, inclusive por profissionais não médicos, causando imenso dano à população”

Documento entregue pelo Conselho à ANVISA.

Diante disso, o CFM pediu a suspensão imediata da venda e produção de preenchedores feitos à base de polimetilmetacrilato.

A ANVISA confirmou que recebeu o requerimento e disse que irá avaliar o documento.

Maira Cardi: entenda o PMMA e os riscos associados ao inchaço no rosto da influenciadora

Conhecida por seu trabalho como coach de emagrecimento e estilo de vida saudável, a empresária e influenciadora Maíra Cardi utilizou as redes sociais para relatar a experiência que teve com a aplicação de polimetilmetacrilato (PMMA) na face. Biocompatível e não absorvível, a substância pode causar danos permanentes no organismo.

O procedimento foi realizado em 2009 e os efeitos colaterais surgiram recentemente na face da personalidade. Nesta semana, com o rosto inchado, Maíra usou o Tik Tok para anunciar, dentre outros detalhes, que terá que fazer uma cirurgia na bochecha para a retirada da substância.

O PMMA

O polimetilmetacrilato é um polímero plástico líquido que não é absorvido pelo corpo e fica implantado nele. A substância pode permanecer “inativa” por um tempo, mas com o passar dos anos causar problemas graves. Além disso, tem o potencial de provocar imediatamente um problema vascular, como embolia pulmonar, mas quando permanece silenciosa no organismo por anos, sem possibilidade de ser removida, age como um plástico líquido implantado no corpo. Dessa forma, pode ficar inativa até que gere uma reação inflamatória.


PMMA é utilizado como preenchedor (Foto: reprodução/Dr. Vitor Nunes/Vitor Nunes Cirurgia Plástica)

Outros famosos que utilizaram

Algumas personalidades fizeram a aplicação de PMMA, como a cantora Gretchen, o campeão de ‘A Fazenda 13’ Rico Melquiades, e a ex BBB Gabi Martins. Um dos casos mais difundidos foi o de Andressa Urach, que também aplicou quantidades máximas de hidrogel nas pernas para o aumento de volume das coxas, em 2009. Somente 5 anos depois, em 2014, a modelo passou por um grave processo infeccioso generalizado, que quase a levou à morte.

Máira Cardi fala do PMMA (Vídeo: reprodução/TikTok/@cardinigro)

Caso fatal

Em julho deste ano, Aline Maria Ferreira, de 33 anos, morreu após passar por um procedimento estético nos glúteos em uma clínica de Goiânia. A influenciadora teria realizado a aplicação de PMMA e foi internada alguns dias depois na UTI, onde permaneceu até falecer em decorrência de uma infecção generalizada. Grazielly da Silva Barbosa, empresária que realizou o procedimento na jovem, exercia funções de biomédica na própria clínica de estética, sem possuir diploma e especialização na área.


Aline Maria Ferreira, 33 anos, era influenciadora digital (Foto: reprodução/Redação Rádio Pampa)

O que a medicina diz sobre a substância

A médica Eliane Palermo, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), alertou em entrevista à CNN: “Eu defendo que ele tenha no mínimo uma regulamentação muito rígida em relação ao uso, em quantidades muito pequenas para cicatrizes ou coisas inestéticas, que o risco seria, de repente, compensado pelo problema”. Ela ressaltou, porém, que a utilização para fins estéticos como aumento do glúteo, por exemplo, não são permitidos pela Anvisa. A especialista também falou sobre possíveis casos de insuficiência renal em pacientes jovens que fizeram o procedimento, algo que está sendo investigado pelas entidades médicas.

O cirurgião plástico Cláudio Cardoso de Castro, professor da UERJ e membro da Academia Nacional de Medicina (ANM) liderou um estudo sobre os efeitos do uso do PMMA no organismo e afirma que a retirada do produto é muito difícil, pois não é possível distingui-lo de outros tecidos do corpo. “Uma substância como essa pode sair do lugar, provocar infecções, cair na circulação”, afirmou o médico em entrevista para o G1. 

Maíra Cardi mostra procedimento estético malsucedido feito há 15 anos

Na última terça-feira (05), a coach e influenciadora Maíra Cardi revelou ter se submetido, há 15 anos, a um procedimento estético com PMMA (polimetilmetacrilato), uma substância conhecida por seus riscos à saúde. A declaração foi feita para esclarecer as especulações de uma possível gravidez, surgidas após mudanças em seu rosto, que está mais arredondado—a um efeito colateral da rejeição ao PMMA.

Declaração de Maíra Cardi

Maíra Cardi revelou a situação em seu TikTok, com a mesma informação compartilhada nos stories do Instagram. Na declaração, ela explicou que passará por uma cirurgia para remover o PMMA, procedimento que será realizado por um cirurgião especializado em reconstrução facial. Segundo Maíra, além das questões estéticas, a intervenção é fundamental para que ela possa engravidar com segurança, agora que é casada com Thiago Nigro e já tem dois filhos de relacionamentos anteriores.


Declaração de Maíra Cardi (Vídeo: reprodução/TikTok/@cardinigro)

Maíra Cardi explicou que está enfrentando um processo inflamatório, o que tem causado inchaço em seu rosto e comprometido a circulação sanguínea, podendo, em casos mais graves, levar ao necrosamento dos tecidos. A influenciadora mencionou também outros casos conhecidos, como o de Andressa Urach, que aplicou PMMA nos glúteos e teve complicações graves.

Além disso, ela ressaltou que ainda não tem uma previsão exata sobre o resultado de sua cirurgia, incluindo se será possível remover todo o PMMA ou se o procedimento deixará cicatrizes. No entanto, ela destacou que, no momento, sua principal preocupação é com sua saúde, mais do que com questões estéticas.

A influenciadora também anunciou que compartilhará sua trajetória para resolver as complicações do PMMA por meio de uma série de vídeos em sua conta no TikTok, incluindo registros do pós-operatório.

O caso de Andressa Urach

Ainda em 2014, Andressa Urach ganhou bastante atenção devido às complicações graves que sofreu após o uso de PMMA (polimetilmetacrilato), uma substância sintética injetável utilizada em procedimentos estéticos. Inicialmente, ela aplicou o produto nos glúteos e nas coxas para aumento de volume, mas, ao longo do tempo, enfrentou uma série de problemas, incluindo inflamações severas e infecções que colocaram sua vida em risco.

Devido às complicações, Andressa passou por várias cirurgias de retirada do PMMA, enfrentando um longo e doloroso processo de recuperação. Em entrevistas, ela revelou que o procedimento resultou em internações e até em risco de amputação de membros, o que a levou a alertar o público sobre os perigos do uso de substâncias permanentes em intervenções estéticas.

Vale ressaltar que o PMMA não é proibido no Brasil, pois pode ser utilizado em casos específicos, como em pacientes com HIV para tratar a lipodistrofia. No entanto, alguns profissionais acabam aplicando a substância para outros fins estéticos, que não são recomendados devido à sua alta durabilidade e aos riscos envolvidos, como evidenciado nos casos de Maíra e Andressa.

PMMA: o que é essa substância e como é usada na medicina

A morte da influenciadora digital e modelo fotográfica Aline Maria Ferreira da Silva, de 33 anos, na semana passada gerou um alerta sobre os perigos de certos procedimentos que prometem realçar a beleza. Aline morreu após aplicar PMMA, ou polimetilmetacrilato, na região dos glúteos. Substância, muito utilizada em preenchimentos, mas não recomendada para procedimentos estéticos segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC) e de Dermatologia (SBD).

A Anvisa permite que a substância seja usada para corrigir defeitos onde há necessidade de volume, e também é utilizada como matéria-prima para lentes intraoculares, dentes artificiais e cimento ósseo. Mas a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica não recomenda o PMMA para fins estéticos.

O que é a PMMA?

O PMMA um componente plástico com diversas utilizações na área de saúde e em outros setores produtivos. Nesta área da medicina é geralmente utilizado como gel para preencher espaços na superfície da pele, via preenchimento cutâneo. Segundo a Anvisa, nesse sentido, sua aplicação é autorizada apenas para duas finalidades.

É autorizada o uso do PMMA para correção da distrofia causada pelo excesso ou perda de gordura em determinadas partes do corpo de pacientes com HIV/AIDS (lipoatrofia) devido ao uso de antirretrovirais e à criação de preenchimentos faciais e corporais voltados à correção de distúrbios e depressões na pele graças aos bioplásticos, uma técnica de implantação biologicamente compatível que permite a correção de irregularidades sem cirurgia.


Substância PMMA (Foto: reprodução/freepik)

O que dizem os especialistas

Segundo o Fantástico, em entrevista com Marcelo Sampaio, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ele explica que a substância é não absorvida, o corpo não consegue degradar o polímero, é um plástico, existem produtos melhores a serem usados, para a remoção desse produto.

Marcelo ainda completa dando um exemplo, como o acido hialurônico, que você pode derreter essa substância e tirar esse produto do contato com o corpo, mas com o PMMA isso só é possível cirurgicamente, ou seja, significa dizer que o produto é removido do tecido.

Embora o ácido hialurônico seja uma opção aprovada por especialistas para fins estéticos, Marcio Serra, diretor da Associação Brasileira de Dermatologia, também ressalta a importância de buscar um profissional qualificado para a aplicação, podendo existir a possibilidade de uma necrose, caso o procedimento seja feito por pessoas sem experiências.

A proprietária da clínica, Grazielly da Silva Barbosa, se apresentava como biomédica, mas não tinha registro no Conselho Profissional Biomedicina, segundo a polícia. Ela foi presa e o estabelecimento fechado. Conforme o prontuário de Aline, o diagnóstico de embolia é uma das hipóteses para explicar o que agravou o estado de saúde da influenciadora.