IBGE divulga menor taxa de desemprego para o 1º trimestre desde 2012

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (30) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domícílios (PNAD) Contínua, que aponta a taxa de desemprego no Brasil em 7% no primeiro trimestre de 2025. 

O IBGE considera esta a menor taxa de desocupação para o período desde o início do cálculo, em 2012. O último trimestre de 2024, encerrado em dezembro, apresentou taxa de 6,2%, o que corresponde a 0,8 ponto percentual (p.p) a menos que o atual. No entanto, o primeiro trimestre de 2024 apontou uma taxa de desemprego mais alta, de 7,9%. 


Imprensa brasileira destaca a menor série histórica (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

São 7,7 milhões de brasileiros desempregados, um aumento de 13,1% (cerca de 891 mil pessoas) em comparação ao trimestre anterior. No entanto, esse número mostra uma redução de 10,5% (909 mil pessoas a menos) em comparação ao mesmo período em 2024. 


Tabela comparativa da taxa de desocupação no Brasil de 2012 a 2025 (Foto: reprodução/IBGE)

Metodologia do cálculo

A PNAD Contínua é uma pesquisa que acompanha flutuações e a evolução da força de trabalho com vistas ao estudo do desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Ela possui informações reunidas com indicadores mensais que são gerais para o Brasil e trimestrais que incluem todos os níveis de pesquisa.

Basicamente, o estudo divide a população em dois grupos: maiores de 14 anos (aptos para trabalhar) e menores de 14 anos (não aptos para trabalhar). 

Dentro do grupo de pessoas aptas para trabalhar, surgem mais dois grupos: pessoas na força de trabalho e pessoas fora da força de trabalho.

O grupo das pessoas dentro da força de trabalho é dividido em desocupados e empregados. O número de desocupados dividido pelo total de pessoas na força de trabalho resulta na taxa de desemprego. 

Comparação de índices trimestrais e anuais

O número de pessoas ocupadas é de 102,5 milhões de brasileiros, 1,3% (1,3 milhão de pessoas a menos) no trimestre e 2,3% (2,3 milhões de pessoas) a mais no ano. O nível de ocupação está em 57,8%, ou seja, pessoas em idade de trabalhar no Brasil (14 anos ou mais) estão empregadas. 

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, o aumento da taxa de desocupação no trimestre é um desempenho típico dos inícios de ano. Geralmente, contratos de empregados temporários admitidos durante o período de Natal se encerram no primeiro trimestre. A especialista avalia que o índice de 7% ainda evidencia o aquecimento do mercado. 


O aumento da taxa de desemprego é costumeiramente esperado em um início de ano (Foto: reprodução/X/@rvitoria)

O IBGE apurou que o rendimento médio real habitual do brasileiro no trimestre que findou em março foi de aproximadamente R$ 3.410 mensais, dentro da lista de trabalhos na referência da pesquisa. Este foi o novo recorde da série histórica, com crescimento de 1,2% no trimestre e 4% no ano. 

A pesquisa estimou que a massa de rendimentos, que representa os valores recebidos por todos esses trabalhadores, se manteve estável em R$ 345 bilhões no trimestre e cresceu 6,6% no ano, o que representa mais de R$ 21,2 bilhões.

Trabalhadores com e sem registro

Apesar do aumento do nível de desocupação, o número absoluto de empregados com carteira assinada atingiu 39,4 milhões de pessoas, o que manteve a estabilidade no trimestre e um crescimento de 3,9% (mais de 1,5 mil pessoas) no ano. 

Os empregados sem carteira assinada somam 13,5 milhões de pessoas. Este índice mostra uma redução de 5,3% (751 mil pessoas) no trimestre, mas estabilidade no índice anual. 

Esses valores somam um crescimento de 3% de trabalhadores com e sem carteira assinada no setor privado, o que corresponde a um total de 53,1 milhões de pessoas.

O IBGE constatou que a taxa de informalidade ficou com 38% da população ocupada, ou seja, cerca de 38,9 milhões de trabalhadores. O percentual era de 38,6% no trimestre anterior e de 38,9% no mesmo período de 2024. 

Dentro do setor público, houve uma redução de 2,3% (289 mil pessoas) de empregados no trimestre, mas um aumento de 3,7% (444 mil pessoas) no ano. 

Os brasileiros que trabalham por conta própria totalizam 25,9 milhões. Este índice mostra estabilidade no trimeste e um aumento de 2% (496 mil pessoas) no ano. 

Grupos sem ocupação

O IBGE segue o padrão internacional ao classificar como desocupadas pessoas que estão em busca de emprego. A força de trabalho, que soma o número de desocupados ao número de empregados, soma 110,2 milhões no trimestre que se encerrou em março. 

Desta forma, 67 milhões de brasileiros estão fora da força de trabalho. Esse número corresponde a um aumento de 1,2% no trimestre, mas estabilidade no ano. Esse valor reflete a quantidade de pessoas de 14 anos ou mais que estão desempregadas e que não estão procurando emprego ou disponíveis para o trabalho, tais como aposentados, adolescentes em idade escolar, donas de casa e desalentados. 

Os desalentados são um grupo de pessoas que desistiram de buscar um emprego por falta de esperança de encontrar uma vaga, falta de qualificação ou oportunidades onde vivem. Esse grupo corresponde a 3,2 milhões de pessoas no país, 6,6% a mais no trimestre, mas 10,2% a menos no ano. 

Neste caso, a PNAD estima que o Brasil tem 18,5 milhões de pessoas subutilizadas, ou seja, brasileiros que têm condições de trabalhar, mas não têm uma ocupação ou têm um número de horas de trabalho insuficiente.

No primeiro trimestre de 2025, a taxa de subutilização foi de 15,9%. Em comparação ao trimestre anterior (15,2), houve um crescimento de 0,6 p.p., mas em comparação ao mesmo período de 2024 (17,9%), houve uma redução de 2,0 p.p.


Tabela comparativa da taxa de subutilização no Brasil – trimestres de dezembro a fevereiro de 2012 a 2025 (Foto: reprodução/IBGE)

As pessoas que participam de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, podem configurar em qualquer um dos grupos da pesquisa. Por exemplo, trabalhadores informais são contabilizados como pessoas ocupadas. 

Resumão

Confira a seguir a síntese dos índices apurados pela PNAD Contínua:

  • Taxa de desocupação: 7%
  • População desocupada: 7,7 milhões
  • População ocupada: 102, 5 milhões
  • População fora da força de trabalho: 67 milhões
  • População desalentada: 3,2 milhões
  • Empregados com carteira assinada: 39,4 milhões
  • Empregados sem carteira assinada: 13,4 milhões
  • Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
  • Trabalhadores domésticos: 5,7 milhões
  • Trabalhadores informais: 38,9 milhões
  • Taxa de informalidade: 38%

A amostra da PNAD Contínua por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.

A próxima divulgação da PNAD Contínua Mensal, referente ao trimestre encerrado em abril, será no dia 29 de maio.

Dólar e inflação aumentam, mas economia cresce e desemprego caí

Na última sexta-feira do ano, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os índices de desemprego, empregos de carteira assinada, e o IPCA-15. Estes dados econômicos são muito relevantes para compreender como foi o ano para o país, em especial para a economia, e como o ano deve iniciar. Apesar do número positivo da queda do desemprego, os preços estão aumentando cada vez mais.

Os dados de economia divulgados pelo IBGE

O teto da inflação ultrapassou a meta definida pelo Banco Central, tendo crescido 0,34% em dezembro, e fechado o ano com uma alta de 4,71%. Os gastos que mais impactaram o bolso da população foram com alimentos, bebidas e despesas pessoais, como educação e saúde.

Segundo os índices de desemprego, a taxa de desocupação baixou para 6,1%, o menor patamar da história desde 2012, quando se iniciou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Além disso, foram abertos mais de dois milhões de postos de empregos formais.

Aumento da taxa Selic

Em uma tentativa de frear o acréscimo pelo qual o país passou, o Banco Central elevou a taxa Selic para 12,25% na última reunião do Copom, além de ter sido deliberado novas adições para o próximo ano.

A decisão não foi bem aceita pelo presidente Lula e pela ala do PT, que passaram o ano criticando as decisões, como ter mantido a taxa em 10,5%. Em junho, o presidente havia dito que o mercado financeiro foi o enfoque para que o Banco Central mantivesse os juros na reunião que houve com o Copom.

Lula afirmou que seu governo investe no povo brasileiro, enquanto que o BC optou por focar no sistema financeiro, “nos especuladores que ganham dinheiro com os juros”.


O presidente Lula critica decisões do Banco Central (Vídeo: Reprodução/X/@lazarorosa25)

Reação do mercado financeiro perante a economia

A conduta não foi bem recebida no mercado financeiro, e economistas criticaram o modo como a equipe econômica agiu perante as contas públicas. Segundo estes, houve um pessimismo perante o corte incisivo nos gastos que não ocorreu, o que fez com que se duvidasse se o arcabouço fiscal seria ou não cumprido.

Essa incerteza causou um aumento no dólar de mais de 25%, fazendo-o atingir a alta de R$ 6,27. A fim de brecar a ação, o BC fez uma intervenção recorde na moeda estadunidense em dezembro, por meio de leilões.

As expectativas do mercado sobre o IBOVESPA também não foram atendidas, com o índice tendo caído mais de 10% em 2024; nesta sexta-feira, a queda fechou em 0,67%, com 120.269 pontos.

Mesmo com aumento de internet, mais de 22 milhões de brasileiros não possuem acesso

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (pesquisa Pnad Contínua), responsável por unir as características socioeconômicas da população brasileira medidas, por meio do acesso à internet e televisão, divulgou ontem (16), que mais de 22 milhões de domicílios no Brasil não possuem acesso à internet.


IBGE relata motivos pelos quais brasileiros não possuem internet (Foto: reprodução/Pinterest/@marketinggruporedes)

O acesso à internet

Realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a última pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira (16), relatando que o acesso à internet cresceu 1% de 2022 para 2023, simbolizando 3,6 milhões de residências.

Ademais, a área residencial rural diminuiu sua diferença de acesso para com a área urbana, com um crescimento rápido.

No ano passado, 22,4 milhões de pessoas foram consideradas como excluídas digitalmente pelo IBGE, dado que 5,9 milhões de residências não utilizavam internet.

A principal razão para tal número se dá por nenhum residente saber usar a internet, seguido do preço, e por não ser preciso usar a internet naquela casa.

Acesso ao streaming e TV por assinatura

Enquanto que de 2022 para 2023 as residências tiveram um acréscimo de uso de internet por modem de 81,2% para 83,3%, os televisores estão em mais de 85% das casas, tanto da área urbana, quanto da rural.

Foram averiguados 78,3 milhões de domicílios, 73,9 milhões possuem televisor, sendo 95,1% na zona urbana, e 88,5% na rural. O sinal analógico ou digital, de 2023 para 2022 teve uma queda de 3,6%, o que representa 88% das residências com televisão.

Leonardo Quesada, analista desta pesquisa, relatou que mesmo com a queda do sinal da televisão aberta, foi visto um aumento de serviços de streaming ou de televisão por assinatura.

De todas as casas, 25,2% das casas possuem acesso à televisão por assinatura, sendo 26,2% na área urbana, e 17,4% na rural, que teve uma queda em 3,2 milhões desde 2016.

Quanto às plataformas de streaming, 42,1% das residências possuem acesso, sendo que 6,1% não tem acesso à TV aberta, tv pela internet ou por assinatura, o que em 2022 era de 4,7%.