Novas imagens do Google Maps expõem os estragos da enchente do Rio Guaíba

O Google Maps lançou novas imagens de satélite atualizadas na versão mobile (para celular) que revelam a gravidade e extensão das enchentes que assolaram Porto Alegre e regiões próximas no Rio Grande do Sul.



Impacto das enchentes

As novas imagens divulgadas mostram o transbordamento do Rio Guaíba que inundou o centro histórico da famosa capital gaúcha. Nas fotos é possível ver locais emblemáticos como o Aeroporto Internacional Salgado Filho e o Beira-Rio totalmente submersos.

Outro local conhecido, um espaço comercial chamado Boulevard Lançador e também uma sede de uma exposição “Varig Experierence” onde se celebra a história da aviação brasileira, estão totalmente submersos com aviões flutuando em meio à cheia.

Cuidados pós-enchente

Mesmo com o Rio Guaíba recuando e ficando abaixo da cota de inundação, o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) continua preocupado. Eles alertam ainda para oscilações que podem acontecer como consequência de ventos e afluentes dos rios da região.

Começaram agora as operações de limpeza, em específico no Mercado Público de Porto Alegre, desde que ele foi atingido pelas enchentes e, surpreendentemente, já foram interrompidas pela probabilidade de novas chuvas intensas na região.


Aeroporto Salgado Filho ficou alagado em decorrência das chuvas
(Foto: Fraport/Divulgação)

Impacto aéreo

O Aeroporto Salgado Filho afetado pelas enchentes tem como previsão para retornar suas operações apenas em dezembro de 2024, segundo um comunicado publicado pela concessionária Fraport, a qual é a responsável pela administração do aeroporto.

A principal preocupação no momento é a pista do aeroporto, já que ainda não é possível examinar o estrago do local devido à água. Mas a concessionária afirma que será necessária cerca de R$ 1 bilhão de reais para a reconstrução completa do local.

A CNN procurou o Google para obter uma data para as imagens de satélite, mas ainda aguarda resposta.

Porto Alegre em alerta: nível do Guaíba volta a subir e ultrapassa a cota de inundação

O nível do lago Guaíba voltou a subir na noite deste domingo (02), durante tempo chuvoso. Com a chuva incessante, na madrugada desta segunda-feira (03), o nível da água ultrapassou a cota de inundação em Porto Alegre. O lago subiu mais de 30 centímetros em cerca de 5 horas, invadindo as ruas e alagando novamente as vias públicas. 

O lago havia chegado em seu ponto mais baixo do mês com 3,43 metros, de acordo com a medição da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Contudo, a partir das 00h30, o nível passou a subir e, entre 2h15 e 2h30, alcançou a margem de 3,64 metros. Sendo a cota de inundação medida em 3,60 metros junto à Usina do Gasômetro, o lago já passava da cota antes do meado da madrugada. 


Vídeo de Porto Alegre inundada na manhã desta segunda-feira, dia 3 (Reprodução/X/@metsul)


O aumento do nível da água se manteve até às 7h15, registrando 3,86 metros, segundo o Centro Integrado de Coordenação de Serviços, órgão de monitoramento da prefeitura da cidade. No entanto, registrado pela ANA às 9h15, o lago obteve uma baixa de 4 centímetros, ficando com 3,82 metros, ainda acima da cota de inundação.

Conforme a Empresa Pública de Transporte Circulação (EPTC), dos pontos alagados da capital gaúcha estão as avenidas Praia de Belas, Borges de Medeiros, Rótula das Cuias e Aureliano Figueiredo Pinto.

Por que desse aumento do nível da água?

Dois fenômenos podem ajudar a explicar o motivo da volta do aumento do nível do lago. Em primeiro está a chuva, já que foram registradas precipitações ao longo desta madrugada. Outro fenômeno foi a ajuda do vento, que chegou a uma velocidade de quase 50km/h, no sentido da Lagoa dos Patos em direção ao Guaíba. As rajadas de vento foram tão fortes, que foi possível registrar ondas pelo lago. 

No último balanço da Defesa Civil, que foi divulgado às 9h desta segunda-feira (3), mostrou que 37.154 pessoas estão em abrigos no Rio Grande do Sul. Cerca de 2,4 milhões de pessoas foram, de alguma maneira, afetadas pelos desastres das chuvas, e 580 mil estão desalojadas até o momento. O Estado contabilizou 172 mortos registrados e 42 desaparecidos.

Tragédia no RS causa perda de 200 mil veículos e prejuízo de R$8 bilhões

Um mês após o início das devastadoras enchentes no Rio Grande do Sul, cerca de 200 mil veículos foram perdidos, causando um prejuízo financeiro estimado em R$ 8 bilhões para o setor automobilístico. Além da crise econômica, o desastre também impõe desafios à política ambiental do governo estadual, com o risco de contaminação da água.

Setor automobilístico

As inundações em decorrência das fortes chuvas são responsáveis pela perda de cerca de 200 mil automóveis do Rio Grande do Sul, estima a consultoria Bright Consulting. Ainda de acordo com a organização, o setor de indústrias automobilísticas também foi impactado. 

As fortes chuvas e inundações resultaram na perda de aproximadamente 200 mil automóveis no Rio Grande do Sul, conforme estimativa da consultoria Bright Consulting. A frota total do estado é de 2,8 milhões de veículos.

O impacto nas vendas de carros novos também foi considerável. De acordo com a Bright, o mercado nacional apresentou um decréscimo de 5,4% na semana passada, em parte devido à falta de compradores gaúchos.

A reposição dos veículos perdidos nas inundações exigirá um período de pelo menos 20 meses, segundo estimativa da consultoria. Além disso, estima-se que 3 mil veículos novos estocados em concessionárias também tenham sido inutilizados pela água.

As enchentes no Rio Grande do Sul causaram um estrago significativo no setor automobilístico. O presidente do Sincodiv-Fenabrave RS, Jefferson Fürstenau, estima a perda de mil veículos 0km, com um prejuízo total de R$ 200 milhões a R$ 250 milhões. Esse valor inclui os custos com carros seminovos, depredação de prédios, mobiliário e sistemas elétricos das concessionárias.


Carros danificados, galhos e destroços são vistos em Cruzeiro do Sul após as enchentes que atingiram a região no estado do Rio Grande do Sul. Foto: Reprodução/ Nelson ALMEIDA/ Getty Images Embed)


Danos ambientais 

A alagação dos carros não causa apenas perdas econômicas, mas também gera preocupação ambiental. A professora Karina Ruschel, da PUC-RS, alerta para o risco de corrosão de materiais e vazamento de combustíveis, como gasolina e etanol, em que os veículos não recebam a destinação adequada.

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura ainda não tem um panorama completo da situação, pois os níveis dos rios ainda estão altos e muitos veículos seguem submersos. No entanto, o órgão já publicou uma nota orientando os municípios sobre a destinação dos resíduos das enchentes.

Consequências para a economia

 A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) contabilizou 8,2 mil automóveis com indenizações comunicadas, totalizando mais de R$ 557 milhões. O valor do reparo depende do nível de dano, tempo submerso e tecnologia do veículo. Modelos mais simples podem ter maior chance de recuperação.

A perda total ou parcial será definida pelas seguradoras ou pelo Sincodiv-Fenabrave RS. Segundo André Moreira Cunha, da UFRGS, o setor automobilístico será “muito afetado no curto prazo”. Nem todas as apólices cobrem inundações, o que significa que muitos proprietários terão que arcar com o prejuízo sozinhos. Como consequência disso, a  inadimplência deve aumentar, agravando o cenário econômico local. A recuperação dependerá de políticas públicas para reconstrução do estado.

No momento, não há um plano governamental para auxiliar na recuperação dos veículos danificados. Aqueles com perda total serão leiloados pelas seguradoras ou desmontados para fornecimento de peças. O futuro do setor se mostra nebuloso, com perdas ainda em avaliação e a necessidade de medidas urgentes para amenizar os impactos negativos.

Gremistas esgotam metades dos ingressos em retorno do time na libertadores

Mais de um mês fora de campo por conta da tragédia causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o Grêmio voltará a jogar na próxima quarta-feira (29) contra The Strongest, no Couto Pereira, em comunicado a equipe gaúcha informou na tarde deste sábado (25), que a metade dos ingressos já foram adquiridos. 

16 mil Entradas já vendidas

Impossibilitado de fazer jogos em seu estádio por conta do alto nível da água, que afetou duramente as estruturas do imortal, o time decidiu sediar suas próximas partidas no estádio do Coritiba, a carga total de é de 32 mil ingressos, até o comunicado da equipe gaúcha, já teriam sido vendido 16 mil entradas, significando que metade já teria sido adquirida pelos torcedores. 

Renato comenta estado da equipe

Atualmente o clube está treinando em São Paulo no CT Joaquim Grava, do Corinthians, durante uma coletiva realizada lá o treinador Renato Portaluppi em conjunto ao presidente Alberto Guerra, o treinador comunicou as dificuldades para o retorno do Grêmio em competições longe de Porto Alegre e sabendo o cenário em que a capital e o estado se encontram no momento. 


Arena do Grêmio segue alagada (Foto: reprodução/Amanda Perobelli/Reuters)

Está sendo muito difícil essa parte psicológica. Eles (jogadores) estão com a cabeça aqui, têm treinado, mas sempre na preocupação com o nosso povo, com a família deles. A maioria tirou a família de lá, então a saudade deles também é imensa” começou o professor. 

O gaúcho também deixou claro que sente que sua equipe está saindo prejudicada tanto de maneira física e psicológica por conta da tragédia, informando conservas com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues Gomes. 

“O Grêmio está e vai ser prejudicado, os clubes não têm culpa, eles tão jogando, tanto na parte física quanto na técnica, e o Grêmio está praticamente um mês sem jogar, a desigualdade é muito grande. Tenho conversado com o presidente, mas é entre ele e a CBF. A cabeça dos jogadores está muito ruim. Somente quem está lá sabe o sofrimento que o povo tem passado” disse Portaluppi, segurando às lágrimas. 


Renato Portaluppi(esquerda) e Alberto Guerra(direita) em entrevista (Foto: reprodução/Vini Alves/Grêmio FBPA)

Imortal Retorna a campo

Atualmente o lanterna do grupo com três pontos, o Grêmio enfrentará a equipe boliviana The Strongest, atualmente com 10 pontos, já está classificado para as oitavas, nesta quarta-feira, às 19h. 

Contando com essa partida o imortal, terá 3 partidas para disputar, enquanto os visitantes jogaram sua última rodada na fase de grupo    

Segunda onda de chuvas causa novos prejuízos em Porto Alegre

A chuva que atingiu Porto Alegre nesta quinta-feira (23) inundou bairros após subir pelos bueiros de diversas ruas da cidade. A população foi pega desprevenida pelas chuvas e inundações e foram necessários resgates e o bloqueio de vias, causando novamente inúmeros prejuízos.  No entanto, a chuva tem recuado nas últimas horas.


Volta das chuvas no Rio Grande do Sul (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)

Regiões afetadas

A prefeitura da Capital afirma que tiveram problemas nas zonas Central, Norte e Sul em bairros como Centro Histórico, Cidade Baixa, Praia de Belas, Ipanema, e demais cidades afetadas, que continuam sendo contabilizadas.

O Corpo de Bombeiros usou botes para retirar pessoas de suas casas que ficaram ilhadas devido à inundação nos bairros Cavalhada e Hípica, na região Sul da Capital, que ainda não haviam registrado alagamentos durante a última enchente. 

Outros bairros do Centro como Menino Deus, Praia de Belas e Cidade Baixa voltaram a ter problemas com a água e, os imóveis que já haviam sido limpos, voltaram a inundar.


Avenida Sarandi após enchentes em Porto Alegre (Foto: reprodução/RBS TV)

Já na região Norte, uma parte do asfalto da Avenida Sarandi cedeu durante as enchentes de ontem e deixou a via totalmente destruída, bem como o talude de contenção do Arroio das Pedras ao lado. A região não foi alagada durante a última enchente

Motivo das enchentes

Maurício Loss, diretor do Departamento Municipal de Água e Esgoto do município de Porto Alegre, diz que os alagamentos foram resultados de um volume muito grande de chuvas em uma parcela pequena de tempo e, consequentemente, as galerias responsáveis por escoar a água estão entupidas devido à quantidade de lixo e barro acumulados depois da cheia de Guaíba. Loss nega que o sistema de drenagem da cidade tenha “colapsado”. 

Ainda de acordo com ele, equipes do DMAE estão usando caminhões-fato para ajudar na limpeza de lugares atingidos e ajudar na drenagem da água.

O diretor ainda apontou outro problema: a restrição no funcionamento das casas de bombeamento, que são responsáveis por jogar de volta ao Guaíba a água na cidade. A restrição acontece por motivos de segurança, uma vez que são elétricas e, caso inundem, podem causar risco à população. 

Contrariando as previsões, chuva se intensifica em Porto Alegre

O Diretor Geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto de Porto Alegre, Maurício Loss, informou nesta quinta-feira (23), que o volume de chuva na cidade está fora do previsto e, também, alertou os moradores daqueles bairros previamente atingidos pelas cheias, para monitorarem o ritmo das águas e saber o momento de procurarem um lugar seguro. Maio já é o mês mais chuvoso desde 1916.

Corrida contra o tempo

Loss comentou que as equipes da prefeitura da capital gaúcha vêm trabalhando para potencializar o funcionamento das casas de bomba que drenam a água. Os bairros Menino Deus e Cidade Baixa foram os mais atingidos pelas cheias desde o início da atual tragédia. Portanto, vêm recebendo maior atenção das equipes.

“Nossas equipes também seguem atuando na limpeza das redes com caminhões hidrojato para tirar todo aquele material, aquele lodo, aquela areia que ficou acumulado nos últimos alagamentos”.

Maurício Loss

O elevado volume de chuva, o acúmulo de lixo nas ruas e redes pluviais e restrições no funcionamento de casas de bombeamento prejudicaram a saída da água, explicou Maurício Loss.

Rio Guaíba sobe 14 centímetros em 5 horas

A chuva voltou a cair na madrugada desta quinta-feira. Em cinco horas, o nível do Rio Guaíba subiu 14 centímetros. No início da tarde, já havia baixado um pouco.

Algumas ruas de Porto Alegre voltaram a ficar alagadas no final da manhã de hoje, mesmo com a baixa do Guaíba. A Avenida Cristóvão Colombo, na região central da cidade, voltou a ser invadida pela água.


Região central de Porto Alegre (Foto: reprodução/instagram/@jornalhojemdia)

Moradores do sul, extremo sul e ilhas da capital foram avisados pela prefeitura para não voltarem para casa. A administração, em nota, justificou o pedido, frente à possibilidade de uma nova elevação no nível do Guaíba, naquela localidade.

As aulas nas redes pública e privada dessa sexta-feira (24) foram suspensas devido a essa situação. A Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) divulgou 86 ocorrências de alagamento, com 55 ruas e avenidas totalmente bloqueadas e 23 parcialmente bloqueadas.

Porto Alegre fecha contrato emergencial para o descarte de toneladas de lixo em Gravataí

Um acordo de emergência foi estabelecido entre a Prefeitura de Porto Alegre e um aterro localizado em Gravataí, na região metropolitana, para a disposição de 70 mil a 180 mil toneladas de resíduos sólidos.

A quantidade de detritos a ser encaminhada para o aterro equivale, no mínimo, a 233 aeronaves Boeing 747 carregadas de entulho. Para executar essa operação, foi necessário mobilizar um grande número de trabalhadores, incluindo 3,5 mil garis e 400 colaboradores do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU).


Um aterro em Gravataí é contratado por Porto Alegre para receber uma quantidade de entulho equivalente a “233 Boeings” (Fotografia: Reprodução/Camilla Germano/Correio Braziliense)

O objetivo é transferir o acúmulo de detritos retirados das vias da capital gaúcha para a cidade vizinha. Em áreas como Sarandi, diversas residências foram severamente afetadas, resultando na remoção de móveis de todos os cômodos. Em outras regiões, como a Cidade Baixa, comerciantes perderam todos os seus bens.

Uma infraestrutura robusta foi montada para a retirada dos detritos, incluindo 168 veículos pesados, 30 retroescavadeiras, 60 contêineres, 150 carrinhos de mão, 300 vassouras, além de caminhões-pipa, caminhões-toco, equipamentos de hidrojateamento e cavalos mecânicos.

Orientações à População

Segundo Carlos Alberto Hundertmarker, diretor do DMLU, as orientações foram dadas à população para que deixasse os móveis danificados nas ruas. Ele detalhou que estão utilizando veículos de áudio para guiar os moradores das áreas afetadas a depositar os itens danificados nas vias públicas. Adicionalmente, ele mencionou que os caminhões da equipe estão operando continuamente para recolher os materiais.

Desafios e Solidariedade

Hundertmarker acrescentou que uma quantidade significativa de moradores ainda não retornou à cidade e outros ainda não iniciaram os trabalhos de limpeza. Ele salientou que diversas residências foram despojadas de todos os seus bens, o que torna este período excepcionalmente desafiador. Por esse motivo, a equipe está executando a coleta dos resíduos diariamente.

Armazenamento temporário e impacto ambiental

Quatro áreas na cidade são designadas como “bota-espera”, onde o entulho é armazenado temporariamente antes de ser enviado para Gravataí. O aterro em Gravataí atua como um ponto de transição para esses resíduos, aguardando uma decisão sobre seu destino final.

Consequências da inundação

À medida que o nível das águas do Guaíba diminui de forma gradual, os moradores de Porto Alegre expressam sua preocupação com o odor forte que emana dos peixes mortos, da variada fauna e dos insetos. A lama e o lodo ainda persistem ao redor das áreas inundadas. Durante a última semana, equipes de limpeza removeram uma quantidade significativa de detritos, totalizando mil toneladas.

Devido à inundação de várias partes da cidade, os profissionais enfrentam dificuldades para realizar suas atividades, pois só têm acesso às áreas que não foram afetadas pela água. Seis bairros estão completamente inalcançáveis.

Nível do Guaíba diminui mas Porto Alegre enfrenta mau cheiro e resíduos

Com a diminuição gradual do nível das águas do Guaíba, moradores de Porto Alegre relatam um forte mau cheiro, causado por restos mortais de peixes, outros animais, insetos e animais peçonhentos.

A lama e o lodo ainda cobrem as áreas inundadas. Só na última semana, os garis removeram mil toneladas de resíduos. Com muitos pontos da cidade ainda submersos, os profissionais só conseguem atuar onde há acesso. Seis bairros permanecem completamente inacessíveis.


Garis recolheram uma quantidade de resíduos correspondente a mil toneladas em Porto Alegre (Foto: reprodução/Diego Vara/Reuters)

Carlos Alberto Hundertmarker, diretor do Departamento de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU), afirmou que os garis estão organizados em 21 grupos, cada um responsável por uma área da cidade, em uma força-tarefa inédita.

Segundo ele, a rotina dos trabalhadores é pesada, e a área do Mercado Público é uma das mais críticas. O DMLU também está preocupado com a grande quantidade de resíduos que precisará ser descartada.

Retomada do abastecimento de água

Paralelamente, as autoridades intensificam os esforços para retomar o abastecimento de água. Na capital, cinco dos seis sistemas já voltaram a operar, embora com vazão reduzida devido à turbidez da água do Guaíba. Apenas a Estação de Tratamento de Água das Ilhas ainda não está funcionando.

A recuperação do sistema Moinhos de Vento é considerada essencial, pois abastece 150 mil pessoas, incluindo algumas das regiões mais nobres da cidade e sete dos principais hospitais.

Drenagem lenta

A drenagem das áreas ainda submersas é uma prioridade. Com apenas nove das 23 estações de bombeamento de água pluvial funcionando, o escoamento é lento. A chegada de 18 bombas flutuantes de alta capacidade, enviadas pela Sabesp, ajudará no trabalho. Nove dessas bombas ficarão na capital; uma já está em operação no bairro Sarandi.

O restante do equipamento deve ser instalado ao longo desta semana. Os bairros Humaitá e a região do Aeroporto Salgado Filho também receberão as bombas inicialmente. Em outras cidades, como Canoas e São Leopoldo, bombas já estão em funcionamento.

Primeira morte por leptospirose

No Vale do Taquari, a cidade de Travesseiro registrou a primeira morte por leptospirose desde o início das tempestades. A Secretaria Estadual de Saúde confirmou a informação, divulgada pelo vice-prefeito Tiago Weizenmann. Outros três casos da doença estão sendo monitorados. A vítima, Eldo Gross, de 67 anos, morreu na sexta-feira.

Inter critica CBF por falta de apoio e revela prejuízo milionário com paralisação do Brasileirão

Devido à inesperada paralisação do Brasileirão pela CBF, o Internacional estima um prejuízo de R$ 35 milhões. Essa quantia significativa é resultado direto da perda de estrutura em Porto Alegre, além da necessidade de mudança de sede para jogos e treinos. A situação gera grande insatisfação no clube, que se sente prejudicado pela falta de apoio e sensibilidade da CBF.

Demanda por soluções e transparência:

Em resposta à paralisação, o Colorado apresenta uma lista de demandas com a estimativa detalhada do prejuízo, buscando garantir sua competitividade no cenário futebolístico. As necessidades urgentes do clube incluem reparos no Estádio Beira-Rio e no Centro de Treinamentos e hospedagem para treinos e jogos. O time precisa arcar com os custos de transporte, alimentação e acomodação para treinar e jogar em outros estados, quando atuar como mandante.


Estádio Beira-Rio alagado (Foto: reprodução/Getty Images embed)


Preparação para o confronto contra o Belgrano

Apesar dos desafios impostos pela paralisação, o Inter segue em ritmo acelerado de preparação para o confronto contra o Belgrano, pela fase de grupos da Copa Sul-Americana. O Estádio Novelli Junior foi o palco escolhido para receber a partida, que acontecerá no dia 28 deste mês. Para garantir um bom desempenho na partida, o técnico Eduardo Coudet e sua comissão técnica programaram um período de 20 dias de intensos treinos.

O Internacional segue em ritmo acelerado de preparação com a pré-temporada em andamentos, o clube tem possibilidades em Alfredo Jacon, Caxias do Sul e Criciúma.


Logo da Confederação Brasileira de Futebol (Foto: reprodução/Getty Images embed)


Falta de diálogo e descaso da CBF

A postura da CBF em relação à paralisação do Brasileirão e à situação dos clubes gaúchos gera grande insatisfação. Até o momento, a entidade não se dignou a realizar um aporte sequer para os clubes gaúchos, nem mesmo a estudar a situação do futebol no estado. Essa falta de apoio se torna ainda mais inaceitável diante da receita bruta de R$ 1,172 bilhão alcançada pela CBF em 2023, com um superávit de R$ 238 milhões (aumento de 66% em relação ao ano anterior).

Além da questão financeira, a postura da CBF gera incômodo pela falta de diálogo e descaso com os clubes gaúchos. Antes de atender ao apelo de 15 clubes pela paralisação do Brasileirão, a entidade recebeu dois ofícios com pedidos, mas não deu nenhuma resposta. Inter e demais clubes gaúchos se organizavam para um terceiro documento antes do anúncio da paralisação na noite de quarta-feira.

Governo brasileiro adota plano de estudo alemão para prevenir alagamentos no RS

O governo federal, através do ministro dos Transportes, Renan Filho, informou que está lançando um importante plano de ação para mitigar os impactos dos alagamentos no Rio Grande do Sul. 

A iniciativa envolve a contratação de um estudo abrangente, que abordará tanto obras de infraestrutura quanto medidas ambientais. O foco principal é melhorar o escoamento das águas das chuvas em todos os rios que deságuam no Guaíba, além de conter o acúmulo de águas na região de Porto Alegre.

Este esforço coordenado visa não apenas proteger a população local, mas também fortalecer a resiliência da região diante dos últimos eventos climáticos extremos.

O ministro salientou ainda que a determinação foi de contratar a agência de desenvolvimento alemã que, nas décadas de 1960 e 1970, liderou a implementação do sistema de diques para controlar as águas nas proximidades da capital gaúcha.

Objetivos centrais do estudo

O estudo a ser contratado será estruturado em três principais áreas de foco:

  • Estratégias para controlar o fluxo de água nas regiões montanhosas e nos vales, como os das bacias dos rios Taquari e Antas, visando evitar o transbordamento e a consequente inundação.
  • Propostas para incrementar a capacidade de escoamento das águas do Guaíba e da Lagoa dos Patos em direção ao oceano, a fim de reduzir o risco de alagamentos nas áreas costeiras.
  • Medidas para fortalecer o sistema de diques existente em Porto Alegre e aprimorar os procedimentos de manutenção, garantindo assim uma proteção mais eficaz contra enchentes na capital e arredores.

Etapas do projeto

Segundo o ministro, na primeira parte do projeto, o foco está na criação de barreiras para evitar novas inundações e assim começar o processo de reconstrução das vegetações e a realocação da população que mora a beira rio.

Para a segunda parte do projeto, o estudo vai visar a criação de um canal entre a Lagoa dos Patos e o mar para escoamento em casos de cheias, além de aumentar a vazão do Rio Guaíba.

Na terceira parte do projeto, o foco está nas avaliações e possíveis correções no sistema de diques que protegem a capital, além de projeções para condições meteorológicas extremas que possam vir.


Cidades do RS são tomadas pelas águas dos Rios que transbordaram com o excesso de chuvas (Foto: reprodução/Jefferson Bernardes/Getty Images Embed)


Tragédia das cheias no Rio Grande do Sul

As enchentes que aconteceram no fim de abril e início do mês de maio, causaram perdas e danos a população e até o momento foram registradas 151 mortes, além de 104 pessoas que permanecem desaparecidas, segundo relatório da Defesa Civil mais recente. 

Mais de 600 mil pessoas estão desalojadas, divididas entre abrigos e casas de conhecidos ou família e segundo dados levantados pelo governo, cerca de 460 dos 497 municípios do estado foram afetados pelas chuvas, enchentes e inundações.