A Câmara dos Deputados deu início, na terça-feira (19), à instalação de uma subcomissão especial para discutir a possível extinção da escala de trabalho 6×1 no Brasil. A coordenação da subcomissão ficará a cargo da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), enquanto a relatoria será conduzida por Luiz Gastão (PSD-CE). A proposta busca analisar os efeitos sociais e econômicos da jornada de seis dias de trabalho com apenas um dia de descanso, atualmente adotada em diversos setores produtivos.
A subcomissão foi criada na Comissão de Trabalho da Câmara, e Erika Hilton deve apresentar o planejamento das atividades ainda nesta terça-feira. A deputada defende a abertura do debate como um passo importante na construção de um modelo mais justo e equilibrado para os trabalhadores brasileiros.
Deputados buscam alternativas à jornada tradicional
A escala 6×1, regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é considerada por muitos especialistas um modelo exaustivo, sobretudo em atividades operacionais e de atendimento. A subcomissão foi criada para ouvir representantes de trabalhadores, empregadores, juristas, médicos e especialistas em saúde ocupacional, com o objetivo de avaliar propostas que possam substituir ou flexibilizar essa jornada.
Segundo Erika Hilton, a revisão do modelo atual pode representar uma mudança histórica no direito trabalhista brasileiro. Segundo a deputada, o objetivo da subcomissão será assegurar relações de trabalho mais justas, conciliando bem-estar dos trabalhadores com a sustentabilidade econômica dos setores afetados.
Relatoria quer equilíbrio entre direitos e viabilidade econômica
Designado relator da subcomissão, Luiz Gastão reforçou que o debate não deve ser pautado por radicalismos, mas por dados, evidências e diálogo entre todas as partes interessadas. Ele já adiantou que pretende propor audiências públicas em diversas regiões do país para ouvir a realidade de trabalhadores e empresários.
A expectativa é que o relatório final da subcomissão traga sugestões de ajustes na legislação trabalhista, com base nos estudos e nas contribuições colhidas ao longo das próximas semanas. O tema promete gerar intensos debates entre representantes sindicais, parlamentares e entidades do setor produtivo, especialmente diante da atual recuperação econômica e da busca por modelos mais sustentáveis de trabalho.
