Ciclone extratropical poderá causar chuvas e frio intenso no RS

A previsão de passagem do Ciclone extratropical entre esta terça-feira (21) e sexta-feira (24) no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, deixa os moradores e autoridades em alerta, o fenômeno se formará no oceano Atlântico, e somado com a chegada de massa de ar frio de origem polar, poderão gerar instabilidade climática na região.

 Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) haverá queda de temperatura e chuvas intensas que poderão exceder os 100mm no RS, esse acontecimento se deve ao contraste de vento quente e úmido do norte e ar frio no sul.


Os estragos após rio Guaíba transbordar e invadir bairros de Porto Alegre-RS (reprodução/Anadolu/Getty Images)


Além da chuva, há previsão de rajadas de vento acima de 80km/h e tempestade de granizo, que poderão causar ainda mais transtornos para a região, castigada há 3 semanas pelas chuvas.

O INMET informa que o maior volume de chuvas no sul, se dará com o deslocamento da frente fria do sul para o norte do estado, essa frente poderá afetar nesta sexta-feira outros estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.


Previsão do Tempo para região Sul e Sudeste (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Record)

Previsão para Rio Grande do Sul

Segundo o Climatempo, na região campestre e Serra do Sul as temperaturas mínimas poderão ficar abaixo de 0 ºC.

 Na capital Porto Alegre, a previsão é para mínimas abaixo de 10 °C a partir de sexta- feira, há risco de geada para o RS e Santa Catarina.

Previsão para São Paulo e Rio de Janeiro

A previsão para São Paulo nesta terça-feira, segundo o Climatempo, é para variação de temperatura entre 16 °C e 24 °C, na quarta-feira (22) poderá subir para mínima de 17 °C e máxima de 29 °C, na sexta haverá possibilidade de chuva.  

No Rio de Janeiro, a temperatura poderá oscilar entre 19 °C e 26 °C nesta terça-feira (21), os termômetros podem baixar e haverá possibilidade de chuvas isoladas.


Destruição e mortes marcam a tragédia do RS (Reprodução/Anselmo Cunha/Getty Images)


Há três semanas o Rio Grande do Sul sofre com os estragos causados pelo maior temporal da história do estado, segundo dados da Defesa Civil, a tragédia deixou vítimas por todo o território, são 155 mortos, 806 feridos, das mais de 540 mil pessoas desalojadas, 76 mil estão em abrigos, foram resgatadas mais de 82 mil vítimas.

Primeira morte por leptospirose é confirmada no Rio Grande do Sul

O governo do Rio Grande do Sul confirmou nesta segunda-feira (20) a primeira morte por leptospirose no estado. Eldo Gross, de 67 anos, faleceu na sexta-feira (17) após sua casa ser inundada pelas chuvas na cidade de Travesseiro, no Vale do Taquari. Ele foi sepultado no sábado (18).

As enchentes que devastaram o estado causaram grandes danos materiais a residências e empresas, além de ameaçarem a saúde da população de diversas maneiras.


Voluntários ajudam a resgatar moradores após a enchente dos bairros Menino Deus e Cidade Baixa em 6 de maio de 2024 em Porto Alegre (Reprodução/Ramiro Sanchez /Getty Images Embed)


Segundo o médico Fábio José Pavan, Eldo procurou atendimento médico, foi internado e hospitalizado. Outros três casos da doença estão em tratamento, mas sem grandes complicações.

Medidas para evitar a Leptospirose

A Secretaria Estadual da Saúde recomenda algumas medidas para prevenir a doença: usar luvas e botas impermeáveis ao limpar áreas alagadas para evitar contato com água ou lama contaminada e consultar um médico se houve contato com água das enchentes. Em alguns casos, o uso preventivo de antibióticos pode ser indicado para reduzir o risco de infecção.

A leptospirose é uma doença bacteriana grave cujos sintomas incluem febre, dor muscular, náuseas, vômitos, diarreia, pele e olhos amarelados. A bactéria é transmitida pela urina de animais infectados. A contaminação ocorre pelo contato com água ou lama contaminada, principalmente por meio de lesões na pele.

Riscos à saúde na tragédia climática do RS

A situação no Rio Grande do Sul acende um alerta para a saúde pública. Profissionais da saúde estão preocupados com o contato da população com água suja, que pode servir de vetor para doenças como diarreia, leptospirose e dengue.

Em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, um abrigo acolhe 3.500 pessoas em três pavilhões. Médicos relatam que muitos dos desabrigados já chegam ao local com problemas de saúde potencialmente causados pelas enchentes. Em resposta à alta demanda, um pronto- atendimento 24 horas foi instalado.

Além das doenças transmitidas pela água, as doenças respiratórias também representam uma preocupação urgente no Rio Grande do Sul neste momento. O pesquisador do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz, Christovam Barcellos alerta: ”muita gente aglomerada em abrigos ou em outros lugares. O frio que está fazendo no Rio Grande do Sul, muitas pessoas perderam seus agasalhos, perderam forma de se proteger”.

As inundações também resultaram na perda de medicamentos controlados e receitas, dificultando ainda mais o trabalho das equipes de saúde.

Inter terá treinos no interior de São Paulo

Após muito tempo parado sem treinar, o elenco do Internacional retomou as atividades no campo da PUCRS, em Porto Alegre, durante uma semana. Nesta segunda-feira, o time gaúcho chegou em Itu, interior do estado de São Paulo, para poder dar continuidade aos trabalhos. O técnico Eduardo Coudet irá comandar por 20 dias de treino na estrutura do Hotel Otho até a volta aos gramados na próxima semana contra a equipe do Belgrano, partida válida pela fase de grupos da Sul-Americana.

Recuperar a condição física

Rafael Santos Borré, atacante do Internacional, no desembarque da delegação colorada em Itu, São Paulo (Foto: Reprodução/Ricardo Duarte/ S.C. Internacional)

 Nesta terça-feira, a comissão técnica do Inter prepara um período para que os atletas recuperem seu condicionamento físico depois de muito tempo parado.O resort que o time do Internacional irá ficar, é o mesmo que abrigou a seleção do Japão na Copa do Mundo de 2014, mas a direção avalia a possibilidade de antecipar o retorno a Porto Alegre O planejamento do time gaúcho é passar 20 dias no interior paulista para recuperar, além da parte física, mas também a parte técnica dos jogadores. Mesmo ficando esse tempo em Itu, o CT da base colorada deverá ser o local de treinos após o retorno mesmo não tendo a mesma qualidade do CT Parque Gigante, mas o local daria conta de receber os treinos do clube.

 Locais dos jogos

Alfredo Jaconi vai receber jogo do Inter — (Foto: Reprodução/Fernando Alves/Juventude)

 Com estádio Beira-Rio com 0 condições de jogo, o Internacional procurou outros lugares para poder jogar as próximas partidas. O Colorado irá receber o time do Delfin no Alfredo Jaconi, casa do Juventude no dia 8 de junho, e a partida contra o Belgrano será na Arena Barueri no dia 28 de maio, partidas essas que serão válidas pela fase de grupos da Sul-Americana.  Em relação ao clube voltar a jogar no seu estádio, isso irá levar um bom tempo, pois tudo foi destruído, principalmente o gramado, que o time prevê em torno de 90 a 120 dias para recuperar a grama, que era considerada a melhor do Brasil.

Especialistas alertam sobre saúde mental em meio a tragédia no Rio Grande do Sul; entenda

O estado do Rio Grande do Sul vem enfrentando momentos difíceis diante de tantas perdas nas últimas semanas e dias. Porém, um dos desafios muitas vezes negligenciado é o cuidado com o estado emocional das vítimas. Por isso, os especialistas alertam a respeito do assunto. E sabendo a importância de manter a saúde mental dessas pessoas, uma força-tarefa com mais de 300 profissionais do SUS foi montada. Esses profissionais são de vários estados do país, inclusive do próprio Rio Grande do Sul e eles prestaram um primeiro atendimento às vítimas das enchentes gratuitamente.

Relatos de vítimas da tragédia 

As enchentes que assolam milhares de pessoas no RS destruíram casas, ruas, carros e tudo que muitas pessoas tinham. A dona de casa Margareth Santos Moraes diz “(…)A gente sente falta da casa da gente, do cantinho. A gente já é pobre, ainda perde pouco que a gente tem, entendeu? Faz com que o emocional fique ruim. (…) Eu me senti em uma guerra. (…) sem saber para qual lado ir”, descrevendo seus pensamentos diante do ocorrido.


Enchentes no Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Nelson Almeida/Getty Images Embed)


A PUC de Porto Alegre está acolhendo 250 pessoas, uma delas é a Santa Edith Lopes que também contou um pouco do que passou em meio às enchentes. “Foi difícil porque eu moro ali há 50 anos. Eu fiquei com água já pelo pescocinho. Eu sou pequena mas consegui pegar minhas gatinhas, meu cachorro, o velho que não queria vir, queria ficar cuidando da casa lá”, conta Santa.

Importância do apoio psicológico

O professor de Psicologia na PUC/RS, Christian Haag Kristensen, destacou sobre a importância do apoio psicológico. Dizendo: “A pessoa tem medo, está em choque, ansiosa e pode se sentir culpada muitas vezes até porque sobreviveu e outra pessoa, não”. Além disso, o professor diz que em um primeiro momento o tratamento envolve escutar as vítimas de maneira não invasiva. “(…) não pode forçar a pessoa a falar e, muito menos ainda, ficar forçando a pessoa a se lembrar de forma repetida sobre a tragédia”, afirma Christian.

Débora Noal, psicóloga e coordenadora da Força Tarefa do SUS que conta com 300 profissionais do SUS, também destacou a importância do apoio emocional. “Quando tem essa sensação de apoio, acolhimento, afeto, troca, amparo, em algumas semanas, a própria rede faz com que ela sinta que tem ferramentas suficientes para poder subverter esse momento de dor”, explica. Citando ainda desastres anteriores que mostraram que as pessoas que receberam apoio psicológico logo nas primeiras semanas tiveram menos chances de desenvolver um quadro mais grave no futuro.

Crimes em RS causam revolta nos moradores

O primeiro alerta vermelho de volume elevado de chuva emitido pela Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) fora gerado no dia 29 de abril. Todavia, dois dias antes, Vale do Rio Pardo, uma região central do Estado, já contava com chuvas fortes e granizo.

A catástrofe afetou mais de 2,3 milhões de gaúchos, e fora divulgado um total de 155 mortes.

Diversos brasileiros comoveram-se com o estado destas pessoas, e fizeram doações, além de auxiliar como podiam: seja indo diretamente ao estado para fornecer ajuda manual, ou então, divulgar em redes sociais e doar.

Todavia, mesmo com a solidariedade de milhares de cidadãos ao redor do país, a polícia prendeu um total de 130 pessoas desde o início da calamidade.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), 48 foram presos por crimes patrimoniais (como roubos e furtos) e 49 foram presas em abrigos. É desconhecido o motivo das demais prisões.

Furto à loja

Foi divulgado em vídeo nas redes sociais, pela comerciante e empresária Marinez Silva Hauenstein, que sua loja no Arroio do Meio, fora totalmente roubada.

A unidade seria utilizada para o recomeço da família, pois, das cinco lojas de variedades da família, quatro foram completamente perdidas por conta das enchentes.

O estrago só foi notado dias depois, visto ser inviável chegar no local, por conta do nível da água.

Segundo a família, mais de R$ 20 mil em itens foram levados, somando um prejuízo de R$ 2 milhões.


Empresária mostra furto à sua loja (Vídeo/Reprodução/X/@damadanoite14)


Infelizmente, o roubo que a família de Marinez sofreu não foi um caso isolado.

Outros crimes acometidos

Abrigos

Um dos primeiros casos a serem comentados na mídia, e que fora resolvido com a criação de abrigos especificamente para mulheres e crianças, foi o de crimes sexuais cometidos nestes locais que deveriam fornecer segurança às vítimas.

O governo do estado comunicou que a segurança dos abrigos fora reforçada, com equipes fixas e rondas diárias nos locais. Estes abrigos atendem 77 mil pessoas desamparadas pelo ocorrido, e daí a importância de uma vigia tão criteriosa.

Até o momento, 49 pessoas foram presas por conta de incidentes nestes abrigos.

Drogas em doações

Na última sexta-feira (17/05), um pai e um filho, o qual estavam com comidas que seriam entregues aos desabrigados, foram presos em flagrante por tráfico de drogas pela Polícia Civil do RS, devido uma conjuntura a qual já vinha sendo vigiada pela 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (DIN) do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc).

E em Santa Catarina, foi apreendido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) 1kg de crack e 52kg de cocaína, que estavam em um caminhão que levava doações para o Rio Grande do Sul.


Caminhão de doação tenta adentrar Rio Grande do Sul com mais de 50kg de drogas (Foto: Reprodução/X/@NP_Oficial)

O motorista, preso em flagrante, disse que as drogas seriam entregues em um posto de gasolina antes do local em que as doações seriam entregues.

O governo do estado persiste com as investigações dos crimes e tomada de ações para controle dos mesmos, como, por exemplo, o bloqueio de 18 perfis falsos que fingiam ser autoridades ou entidades sociais para desviar doações.

Enquanto o governo trabalha para que estes casos se cessem, e tentam ir atrás dos culpados, a população anseia para que estas situações não se repitam tão brevemente, uma vez que a sensação de impotência e desamparo é evidente em seus relatos.

Bombeiros enfrentam montanhas de entulho em busca de vítimas no RS

Após as devastadoras enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, a cidade de Cruzeiro do Sul agora luta contra o tempo e o terreno para localizar possíveis vítimas soterradas sob 15 mil km² de entulhos. As enchentes, causadas pela transbordação do Rio Taquari, resultaram em um cenário de destruição com profundidades de detritos alcançando até sete metros.


Imagens de destruição e bombeiros à procura de corpos em RS(Reprodução/TV Globo)

Resgate em condições extremas

Os bombeiros, auxiliados por cães farejadores e drones, vasculham incansavelmente a área em busca de sobreviventes ou corpos. Recentemente, o resgate de uma mulher e de uma criança de 11 anos entre os entulhos ressaltou a gravidade da situação. “Só com os cães a gente consegue chegar nos lugares exatos onde tem essa indicação, e a gente consegue trabalhar fazendo essas buscas”, explica o Major Michael Magrini, do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina.


Companhia Especial de Busca e Salvamento, em Porto Alegre (Reprodução/André Ávila/Agência RBS)

Recuperação e solidariedade

Enquanto isso, em Porto Alegre e outras áreas afetadas, a comunidade começa a limpar o que foi deixado para trás pelas águas. No bairro Menino Deus, moradores enfrentam a dolorosa realidade de perderem seus bens, muitos dos quais agora se encontram inutilizáveis nas calçadas. “Tudo é lixo. Tudo quebrado, tudo demolido. Não se aproveita nada”, lamenta o motorista Joel Vargas.

O Departamento Municipal de Limpeza Urbana mobilizou 3.500 garis e um extenso arsenal de veículos pesados para lidar com as 910 toneladas de resíduos já acumulados. O diretor-geral do DMLU destaca o esforço contínuo: “Temos 3.500 garis trabalhando em três turnos e um maquinário muito pesado sendo usado na remoção dos resíduos.”


Entulho toma conta de Cruzeiro do Sul, no Vale do Rio Taquari, onde bairros inteiros foram postos abaixo (Reprodução/Jornal Nacional)

Em meio a essa devastação, as histórias dos sobreviventes emergem, trazendo à tona o sentimento de abandono de uma comunidade que se sente esquecida. Com relatos de perdas irreparáveis, a população local clama por mais atenção e recursos para reconstruir suas vidas e suas comunidades.

Governo do RS anuncia R$2,5 mil para famílias em extrema pobreza

Em entrevista coletiva nesta sexta (17), Eduardo Leite, governador do estado do Rio Grande do Sul, anunciou o início do pagamento do programa “Volta por cima”, onde famílias na faixa de extrema pobreza inscritas no Cadastro Único e que foram vítimas das enchentes que invadem o estado em maio, receberão 2,5 mil reais. A previsão é que 47 mil famílias serão contempladas.

“Volta por cima” não foi criado após a tragédia em 2024 no RS

O programa existe desde o ano passado, em setembro, quando o Rio Grande do Sul sofreu com cheias intensas em razão do ciclone extratropical. Em 2023, aproximadamente 1.726 famílias de 22 municípios, recorreram ao projeto. O número teve crescimento expressivo em comparação com a tragédia climática de 2024, onde quase todos as cidades foram atingidas.

“Nós já efetuamos e estamos efetuando hoje o depósito para sete mil famílias neste cartão”, explica Eduardo Leite. As sete mil famílias “são aquelas que as prefeituras já apresentaram o cadastro e que estão desabrigadas”.

Além dessas, outras 40 mil famílias serão pagas através do serviço até 24 de maio.

Pix SOS RS

Apesar de parecidos, o Pix SOS RS e o Volta por cima tem públicos diferentes, o Pix atenderá as famílias que não são de extrema pobreza mas que ficaram desabrigados ou desalojados e que ganham até 3 salários mínimos, as vítimas receberão 2 mil reais. Os pagamentos começam nesta sexta-feira (17) em Encantado e Arroio do meio, cidades do RS.

Famílias que se encaixam no programa Volta por Cima, não poderão receber o Pix SOS RS.

Reconstrução do Rio Grande do Sul


Roca Sales, cidade do Rio Grande do Sul, vista de cima após alagamentos (Foto: reprodução/ NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images)


O Plano Rio Grande, como foi chamado pelo governo, tem o objetivo de reconstruir o estado. Entre as medidas, foi anunciada a inauguração do Centro Administrativo de Contingência, um espaço de trabalho temporário para os servidores, já que o local anterior foi afetado pelas cheias em Porto Alegre. O novo centro começará a operar oficialmente hoje.

Leite também anunciou a formação de um Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática, com o objetivo de desenvolver “ações para adaptação e resiliência climática do estado do Rio Grande do Sul”.

O Estado ainda contará com estruturas habitacionais definitivas e provisórias, e uma nova secretaria, onde a Secretaria de Parcerias e Concessões vai dar lugar a  Secretaria da Reconstrução Gaúcha. A secretária irá funcionar no formato de uma “assessoria especial de gestão de riscos”, segundo o governador.

O governo federal também disponibilizou programas de habitação e recebimento de recursos para as famílias gaúchas.

Pacientes no RS podem ficar sem transplantes devido ao fechamento de aeroporto

No momento, o Rio Grande do Sul está fora da rede de envio e recebimento de órgãos e tecidos para transplantes do RS, devido aos temporais que afetaram o estado no último mês, e ocasionaram no fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na capital do estado. O aeródromo, que está interditado desde 3 de maio, era o principal local de transporte para transplantes no Rio Grande do Sul, de acordo com a Secretaria de Saúde do estado em informe à BBC News Brasil. Hoje, o RS possui cerca de 2,7 mil pacientes na fila de transplante.

“As ofertas provenientes da Central Nacional de Transplantes foram suspensas devido à falta de acesso ao aeroporto Salgado Filho. Contamos atualmente com apenas duas pistas de acesso a aeronaves nos municípios de Caxias do Sul e Canoas” conteúdo da nota do governo

conteúdo da nota do governo

Tragédia no RS

Os temporais já resultaram em centena de mortes e devastaram cerca de grande parte das cidades no estado. Segundo o chefe da divisão de Regulação Hospitalar do Rio Grande do Sul, Rogério Caruso, a medida provisória pode afetar pessoas que aguardam pela intervenção.


Temporais atingem o estado do Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Getty Images Embed/
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“Infelizmente, isso coloca em risco a vida de algumas pessoas. Há pessoas que aguardam na fila (dos transplantes), mas não têm risco imediato (de morte). Outros (pacientes) podem correr risco imediato.”

Rogério Caruso, chefe da divisão de Regulação Hospitalar do estado

O médico relatou que medida temporária foi uma decisão do governo local, em razão do fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho. Em entrevista a BBC News, ele informou a decisão tomada e explicou o motivo.

“A gente informou que enquanto o aeroporto não estivesse funcionando, não teríamos como receber (órgãos). A não ser que haja oferta de um voo da Força Aérea Brasileira (FAB)”

Rogério Caruso, chefe da divisão de Regulação Hospitalar do estado

O transporte interestadual de órgãos e tecidos é realizado em voos comerciais por intermédio do convênio estabelecido entre governo federal e companhias aéreas, entretanto, quando não há voos que cumpram à especificidade do transplante, o órgão é levado em voos distintos da FAB.

Averiguando a capacidade do estado na captação de órgãos

Segundo o Ministério da Saúde, o RS é o quinto estado que mais realizou transplantes no país, no ano anterior, com cerca de 733 procedimentos.

“O Rio Grande do Sul recebe muitas ofertas de outros Estados porque a gente tem equipes que fazem quase todos os tipos de transplantes possíveis. Se surge um órgão em algum Estado do Nordeste, mas não há uma equipe lá que possa fazer o procedimento, esse órgão é ofertado a quem tem condições de fazê-lo. Por isso, recebemos muitos”

Rogério Caruso, chefe da divisão de Regulação Hospitalar do estado

Ainda não há dados de quantos pacientes foram afetados durante o período de enchentes no estado. A tragédia climática afetou a realização de transplantes a serem realizados dentro e fora do RS, como também, alterou o funcionamento de hospitais, e proporcionou o bloqueio de estradas.


Ruas alagadas no Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Getty Images Embed/
Getty Images)


“Com o auxílio da rede aeroviária nacional, foram disponibilizados helicópteros que favorecem o transporte não só de órgãos e tecidos, mas também, de pacientes que necessitam acesso a outros locais do Estado”

nota da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul à BBC News Brasil

Nesta quarta-feira (15), o governo do estado do Rio Grande do Sul, permitiu reiniciar a captação de órgãos para transplantes dentro do RS.

Sabesp mobiliza recursos para ajudar Rio Grande do Sul em enchentes

A Sabesp, empresa de saneamento básico do Estado de São Paulo, está mobilizando recursos para ajudar o Rio Grande do Sul a enfrentar as graves enchentes que assolam o estado. Serão enviados 18 conjuntos de bombas de escoamento, com capacidade de transferir cerca de mil litros de água por segundo, o suficiente para encher uma piscina olímpica em apenas 30 minutos.

Histórico de Uso e Logística

Essas bombas já foram utilizadas em ações de macrodrenagem durante a crise hídrica de 2014 na Região Metropolitana de São Paulo, quando auxiliaram no Sistema Cantareira ao bombear água do volume morto para áreas mais altas. Agora, essas mesmas bombas serão transportadas para o Rio Grande do Sul: quatro delas por aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e as outras 14 por rodovias, com apoio do Exército. A previsão é que os equipamentos cheguem a Canoas e Porto Alegre na sexta-feira, 17 de maio.

O diretor-presidente da Sabesp, André Salcedo, informou que a equipe técnica da empresa já está no local, identificando os melhores pontos para a instalação das bombas. “Precisamos trabalhar na redução do volume de água para que as equipes possam iniciar a reconstrução das cidades”, afirmou Salcedo. As bombas, sendo flutuantes, ajustam-se ao nível da água, o que facilita o trabalho e evita a necessidade de deslocamento constante.

Assistência Técnica e Humanitária

Além dos equipamentos, a Sabesp está enviando 57 profissionais ao Rio Grande do Sul. Esses especialistas atuarão na recuperação de instalações danificadas pelas chuvas, como estações de tratamento, e na distribuição de água potável para a população afetada.


Estadio do Gremio em meio a inundação (Foto: Getty Images Embed/Getty Images)


As enchentes no Rio Grande do Sul resultaram em 151 mortes até a quinta-feira, 16 de maio. Em Porto Alegre, o nível do Rio Guaíba caiu para abaixo de 5 metros pela primeira vez desde segunda-feira, 13 de maio, mas a expectativa é que as águas recuem ainda mais. O cenário nas áreas onde a água já baixou é devastador, com esgoto a céu aberto, mau cheiro e a presença de animais mortos.

Esperança e Reconstrução

A Sabesp e outras autoridades locais trabalham incansavelmente para mitigar os impactos das enchentes e auxiliar na recuperação das comunidades afetadas. A esperança é que, com a diminuição do volume de água, as equipes possam avançar na reconstrução e normalização da vida nas áreas atingidas.

Governo brasileiro adota plano de estudo alemão para prevenir alagamentos no RS

O governo federal, através do ministro dos Transportes, Renan Filho, informou que está lançando um importante plano de ação para mitigar os impactos dos alagamentos no Rio Grande do Sul. 

A iniciativa envolve a contratação de um estudo abrangente, que abordará tanto obras de infraestrutura quanto medidas ambientais. O foco principal é melhorar o escoamento das águas das chuvas em todos os rios que deságuam no Guaíba, além de conter o acúmulo de águas na região de Porto Alegre.

Este esforço coordenado visa não apenas proteger a população local, mas também fortalecer a resiliência da região diante dos últimos eventos climáticos extremos.

O ministro salientou ainda que a determinação foi de contratar a agência de desenvolvimento alemã que, nas décadas de 1960 e 1970, liderou a implementação do sistema de diques para controlar as águas nas proximidades da capital gaúcha.

Objetivos centrais do estudo

O estudo a ser contratado será estruturado em três principais áreas de foco:

  • Estratégias para controlar o fluxo de água nas regiões montanhosas e nos vales, como os das bacias dos rios Taquari e Antas, visando evitar o transbordamento e a consequente inundação.
  • Propostas para incrementar a capacidade de escoamento das águas do Guaíba e da Lagoa dos Patos em direção ao oceano, a fim de reduzir o risco de alagamentos nas áreas costeiras.
  • Medidas para fortalecer o sistema de diques existente em Porto Alegre e aprimorar os procedimentos de manutenção, garantindo assim uma proteção mais eficaz contra enchentes na capital e arredores.

Etapas do projeto

Segundo o ministro, na primeira parte do projeto, o foco está na criação de barreiras para evitar novas inundações e assim começar o processo de reconstrução das vegetações e a realocação da população que mora a beira rio.

Para a segunda parte do projeto, o estudo vai visar a criação de um canal entre a Lagoa dos Patos e o mar para escoamento em casos de cheias, além de aumentar a vazão do Rio Guaíba.

Na terceira parte do projeto, o foco está nas avaliações e possíveis correções no sistema de diques que protegem a capital, além de projeções para condições meteorológicas extremas que possam vir.


Cidades do RS são tomadas pelas águas dos Rios que transbordaram com o excesso de chuvas (Foto: reprodução/Jefferson Bernardes/Getty Images Embed)


Tragédia das cheias no Rio Grande do Sul

As enchentes que aconteceram no fim de abril e início do mês de maio, causaram perdas e danos a população e até o momento foram registradas 151 mortes, além de 104 pessoas que permanecem desaparecidas, segundo relatório da Defesa Civil mais recente. 

Mais de 600 mil pessoas estão desalojadas, divididas entre abrigos e casas de conhecidos ou família e segundo dados levantados pelo governo, cerca de 460 dos 497 municípios do estado foram afetados pelas chuvas, enchentes e inundações.