Primeira morte por leptospirose é confirmada no Rio Grande do Sul

Ana Livia Menezes Por Ana Livia Menezes
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Foto destaque: Uma pessoa atravessa uma rua inundada do centro da cidade devido às fortes chuvas dos últimos dias de 14 de maio de 2024 em Porto Alegre (Reprodução/ Jefferson Bernardes/Getty Images Embed)

O governo do Rio Grande do Sul confirmou nesta segunda-feira (20) a primeira morte por leptospirose no estado. Eldo Gross, de 67 anos, faleceu na sexta-feira (17) após sua casa ser inundada pelas chuvas na cidade de Travesseiro, no Vale do Taquari. Ele foi sepultado no sábado (18).

As enchentes que devastaram o estado causaram grandes danos materiais a residências e empresas, além de ameaçarem a saúde da população de diversas maneiras.


Voluntários ajudam a resgatar moradores após a enchente dos bairros Menino Deus e Cidade Baixa em 6 de maio de 2024 em Porto Alegre (Reprodução/Ramiro Sanchez /Getty Images Embed)


Segundo o médico Fábio José Pavan, Eldo procurou atendimento médico, foi internado e hospitalizado. Outros três casos da doença estão em tratamento, mas sem grandes complicações.

Medidas para evitar a Leptospirose

A Secretaria Estadual da Saúde recomenda algumas medidas para prevenir a doença: usar luvas e botas impermeáveis ao limpar áreas alagadas para evitar contato com água ou lama contaminada e consultar um médico se houve contato com água das enchentes. Em alguns casos, o uso preventivo de antibióticos pode ser indicado para reduzir o risco de infecção.

A leptospirose é uma doença bacteriana grave cujos sintomas incluem febre, dor muscular, náuseas, vômitos, diarreia, pele e olhos amarelados. A bactéria é transmitida pela urina de animais infectados. A contaminação ocorre pelo contato com água ou lama contaminada, principalmente por meio de lesões na pele.

Riscos à saúde na tragédia climática do RS

A situação no Rio Grande do Sul acende um alerta para a saúde pública. Profissionais da saúde estão preocupados com o contato da população com água suja, que pode servir de vetor para doenças como diarreia, leptospirose e dengue.

Em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, um abrigo acolhe 3.500 pessoas em três pavilhões. Médicos relatam que muitos dos desabrigados já chegam ao local com problemas de saúde potencialmente causados pelas enchentes. Em resposta à alta demanda, um pronto- atendimento 24 horas foi instalado.

Além das doenças transmitidas pela água, as doenças respiratórias também representam uma preocupação urgente no Rio Grande do Sul neste momento. O pesquisador do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz, Christovam Barcellos alerta: ”muita gente aglomerada em abrigos ou em outros lugares. O frio que está fazendo no Rio Grande do Sul, muitas pessoas perderam seus agasalhos, perderam forma de se proteger”.

As inundações também resultaram na perda de medicamentos controlados e receitas, dificultando ainda mais o trabalho das equipes de saúde.

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