Rússia ameaça países do Ocidente com resposta severa caso bens russos sejam confiscados

Autoridades da Rússia ameaçaram o Ocidente com uma “resposta severa”, neste domingo (28). A intimidação prometeu batalhas legais “intermináveis” e medidas de retaliação se fundos russos congelados no exterior forem confiscados como meio de forçar o Kremlin a ceder parte do território ucraniano ocupado durante o conflito entre os países.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou, no aplicativo Telegram e compartilhado pela agência de notícias estatal russa Tass, que “os fundos russos devem permanecer intactos”.

Zakharova ainda defendeu que, caso ocorra de outra maneira, uma “resposta severa seguirá o roubo do Ocidente” e espera que todos os países ocidentais entendam o recado. Segundo a representante, a Rússia nunca negociaria territórios tomados da Ucrânia em troca da devolução de fundos congelados no exterior. 


A intenção dos países ocidentais é tentativa de negociação com Putin (Foto: reprodução/Getty images embed)


Bens russos no Ocidente

Aliados ocidentais de Kiev, capital da Ucrânia, discutem a possibilidade do confisco de bens russos congelados no exterior, que somam quase US$ 300 bilhões. A decisão arriscada é pensada por conta das dificuldades do financiamento da guerra na Ucrânia e na reconstrução do país futuramente. 

É estimado que US$ 282 bilhões em títulos e dinheiro vivo seguem armazenados por instituições de países do G7 (composto pelos EUA, Japão, Itália, Canadá, Reino Unido, França e Alemanha), da Austrália e da União Europeia (EU), desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Só na União Europeia estão US$ 216 bilhões sob custódia na instituição belga Euroclear.

A ameaça do confisco seria uma maneira de pressionar o presidente da Rússia Vladimir Putin para que dê uma pausa na guerra e se reúna com outros países para negociar sobre a guerra.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou separadamente que a Rússia ainda possui muito dinheiro do Ocidente que poderia ser alvo das contramedidas de Moscou. Peskov afirmou que a contestação legal contra o confisco de bens russos estarão abertas e que a Rússia “defenderá incessantemente os seus interesses”.

Estados Unidos avança na aprovação de um pacote de ajuda para Ucrânia e Israel

Nesta sexta-feira (19), a Câmara dos Estados Unidos avançou o projeto de ajuda externa para Ucrânia e Israel. Com valor elevado, o assunto vem há tempo sido debatido entre Democratas e Republicanos, e deve ter a votação de um pacote nesse sábado (20).

Sabemos que o mundo está nos observando para ver como reagimos”, disse Mike Johnson, o presidente republicano da Câmara. “Eles estão nos observando para ver se os Estados Unidos defenderão seus aliados e nossos próprios interesses em todo o mundo. E nós o faremos.

O pacote de ajuda externa a ser entregue teria o valor de US$ 61 bilhões (R$ 305 bilhões), e entrou em consideração após um voto que teve a aprovação de 165 Democratas e 151 Republicanos. Somado com outros projetos de lei a serem avaliados no sábado, o montante final pode ser de até US$ 95 bilhões (R$ 475 bilhões).


Cartaz político do Irã (Foto:Reprodução/Anadolu/Getty Images)

Israel e Irã

A votação final deve ocorreu no “início de sábado”, avaliando três projetos de assistência econômica aos países aliados dos Estados Unidos, e mais um que deve determinar sanções econômicas sobre o Irã, o novo inimigo que Israel trouxe ao conflito após o bombardeio do consulado israelense na Síria.

No entanto, ao que tudo indica, o conflito entre os dois países deve recuar, com uma desescalada causada pela pressão internacional – o aumento da guerra poderia envolver todo o Oriente Médio, causando uma crise de proporções globais, o que os aliados de Israel estão pressionando para que seja evitada.

Ucrânia e Rússia

Já a Ucrânia, que esteve em conflito aberto por ainda mais tempo, continua com a requisição de sistemas de defesa aérea para poder interceptar mísseis russos – bem como o Domo de Ferro atua em Israel.

Ainda continua a forte discussão na União Europeia sobre a questão do apoio à Ucrânia, devido a sentimentos nacionalistas priorizando os próprios fazendeiros, que sofrem da competição mais barata dos ucranianos. Em grande parte, as eleições europeias de junho devem estabelecer a posição da Europa nesse conflito.

Ucrânia derruba avião russo bombardeiro pela primeira vez na guerra

Nesta sexta-feira (19), a Ucrânia derrubou uma aeronave bombardeira russa, marcando a primeira vez na guerra que um armamento desse tipo é repelido de forma bem-sucedida. De acordo com as autoridades da Rússia, dos quatro pilotos, um foi confirmado morto, e outro está desaparecido.

Pela primeira vez, unidades de mísseis antiaéreos da Força Aérea, em cooperação com a Inteligência de Defesa da Ucrânia, destruíram um bombardeiro estratégico de longo alcance Tu-22M3“, afirmou a Força Aérea da Ucrânia em um comunicado.

A aeronave, que segundo o comandante Mykola Oleshchuk estava sendo utilizada como porta-mísseis supersônico de longo alcance para atacar cidades ucranianas, foi abatida na região de Stavropol, no sul do país. Embora as autoridades russas tenham afirmado que o avião militar caiu devido a um problema técnico, a Ucrânia posteriormente tomou crédito pelo abatimento da nave.


Resultados de bombardeio russo em área residencial na sexta (19) (Foto: reprodução/REUTERS/Mykola Synelnykov)

Bombardeios

O modelo Tu-22M3 é especificamente arquitetado para destruir alvos, tanto terrestres quanto marítimos, a partir de mísseis guiados e bombas aéreas. Trata-se do exato tipo de munição utilizada no ataque presenciado pelo território ucraniano pouco antes, na região de Dnipropetrovsk. Os mísseis, atingindo edifícios residenciais, deixaram 8 mortos e mais de 25 feridos.

A Rússia deve ser responsabilizada pelo seu terror e cada míssil, cada Shahed deve ser abatido,” disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “O mundo pode garantir isso e os nossos parceiros têm as capacidades necessárias.

Geopolítica

Com a continuidade do conflito, os ministros das Relações Exteriores do G7 concordaram em “reforçar os meios de defesa aérea da Ucrânia“. As autoridades do país esperam que isso seja a entrega de um sistema de defesa aérea, que vem sido requisitado já há muito tempo para derrubar as aeronaves da Rússia.

Entre outras medidas, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos também vai votar, nesse sábado (20), sobre a entrega de um pacote de US$ 61 bilhões (cerca de R$ 305 bilhões), que vem sido bloqueado por congressistas republicanos. Caso Washington não envie mais ajuda militar, o diretor CIA, Bill Burns, já afirmou que a Ucrânia poderá perder a guerra até o final de 2024.

Investigação apura interferência russa nas eleições da União Europeia

Nesta sexta-feira (12), o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, anunciou que promotores federais iniciaram uma investigação para apurar a existência de “interferência” russa nas eleições para o Parlamento Europeu. Caso a acusação seja verdadeira, pode afetar o processo eleitoral em toda a União Europeia.

O objetivo [da Rússia] é ajudar a eleger candidatos mais pró-russos para o Parlamento Europeu e reforçar uma certa narrativa pró-russa nessa instituição,” disse De Croo. “O enfraquecido apoio europeu à Ucrânia serve a Rússia no campo de batalha.

Uma das características principais de candidatos “pró-russos“, seria o discurso para reduzir ou eliminar o suporte dado à Ucrânia, país ainda não-pertencente à União Europeia, e cujo território continua sendo invadido pela Rússia. De acordo com o primeiro-ministro belga, foi detectada a interferência em seu território nacional, mas não os supostos pagamentos com os quais foi financiada tal rede de influência.

Beneficitários da Rússia

Entre os principais partidos políticos que podem ter sido impulsionados pela interferência russa, estão o francês Rassemblement National, o austríaco Freedom Party e o alemão AfD, entre outros. Em comum, todos criticaram o apoio da União Europeia à Ucrânia, e estão projetados para ganhar mais votos nessa eleição.

De modo a remediar a situação antes de junho, data das eleições, as investigações pediram uma reunião urgente para a Cooperação Criminal e Justiça (Eurojust) discutir o caso, que deve ser tratado na próxima quarta-feira (17) em Bruxelas.

A Bélgica é a sede das instituições europeias, temos uma responsabilidade e nossa responsabilidade é defender que o direito de todos os cidadãos a um voto livre e seguro possa ser mantido,” afirmou o primeiro-ministro belga.


Protestos nos Estados Unidos, em 2017, contra a interferência da Rússia nas eleições (Foto: reprodução/Eduardo Munoz Alvarez/AFP)

Influência Russa

Neste mesmo ano, em março, a República Tcheca também denunciou uma rede de influência que havia sido financiada pela Rússia no seu território, e que então foi desmantelada. Mas até mesmo esse incidente não foi o primeiro de um país acusar a Rússia de interferir com o processo eleitoral internacional.

Já faz tempo que nações ocidentais tem acusado a Rússia de interferir com as suas eleições. Desde às eleições estadunidenses de 2016, quando investigações posteriores revelaram que a agência Glavset, em Saint Petersburg (Rússia), havia criado milhares de contas em redes sociais e atingido milhões de usuários de modo a espalhar a desinformação em favor de Donald Trump.

Em todos os casos, a Rússia negou as acusações.

Rússia ataca instalações de energia na Ucrânia e deixa mais de 200 mil pessoas sem luz 

Nesta quinta-feira (11), mísseis e drones disparados pela Rússia atingiram uma usina de eletricidade perto de Kiev, na Ucrânia, deixando mais de 200 mil pessoas sem energia elétrica. Ainda não há confirmação sobre mortos ou feridos. 

De acordo com a informação obtida pela agência de notícias Reuters, o ataque teria destruído completamente a usina de Trypilska, que é movida à carvão, deixando milhares de pessoas sem luz nas regiões de Odesa, Kharkiv, Zaporizhzhia, Lviv e Kiev. 

Ao todo, cerca de 80 mísseis e drones russos foram lançados contra a Ucrânia nesta quinta-feira (11), desses, 18 mísseis e 39 drones foram abatidos pela Defesa Aérea do país. 

Presidente ucraniano pede ajuda do Ocidente 

Cerca de 10 mísseis foram lançados na cidade de Kharkiv, localizada a cerca de 30km da fronteira com a Rússia, forçando a empresa que fornece energia elétrica na Ucrânia a cortar o fornecimento de eletricidade para mais de 200 mil pessoas. 

Após o ataque, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu ajuda ao Ocidente através do aplicativo de mensagens Telegram, condenando o ataque como “terrorista”. “Precisamos de defesa aérea e outros apoios de defesa, não de discussões longas e fechadas”, escreveu  Zelensky. 


Volodymyr Zelensky solicita ajuda do Ocidente para lidar com a crise de energia que assola o país após os ataques russos desta quinta-feira (11). (Foto: Reprodução/Ukrainian Presidency)

Os apelos da Ucrânia por suprimentos  de defesa aérea ao Ocidente foram intensificados desde que as tropas russas renovaram seus ataques aéreos de longo alcance ao sistema de energia ucraniano em março deste ano. 

A guerra

A guerra entre Rússia X Ucrânia já se alastra a mais de dois anos, com início em fevereiro de 2022, as tropas russas invadiram o território ucraniano sob pretexto de que estariam realizando uma “operação militar especial”

No entanto, o conflito que teve início em 2022, na verdade possui uma escalada desde 2014 quando a Rússia anexou a Crimeia, originalmente pertencente aos ucranianos, como posse de seu território. Nesse contexto, desde esta anexação, um acúmulo de tropas russas passaram a rondar a fronteira entre os dois países. Nesse contexto, após uma tentativa de integração com a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), iniciada pelo atual presidente ucraniano,  Volodymyr Zelensky, o volume de militares russos na fronteira entre os dois países passou a crescer cada vez mais. De acordo com Vladimir Putin, presidente da Rússia, a participação ucraniana na OTAN representava uma “ameaça a segurança” de seu país e exigiu que a Ucrânia fosse permanentemente impedida de ingressá-la.

NASA faz transmissão ao vivo de astronauta voltando à Terra após mais de 200 dias

Neste sábado (6), a NASA realizou uma transmissão ao vivo no X (antigo Twitter) divulgando o retorno da astronauta Loral O’Hara à Terra após 204 dias no espaço. O evento marca o encerramento de uma pesquisa de 6 meses na Estação Espacial Internacional (ISS), e foi acompanhado de outros tripulantes.

Também voltaram à Terra o astronauta russo Oleg Novitskiy (não da NASA, mas sim da Roscosmos), e a participante Marina Vasilevskaya, que é a primeira mulher da Bielo-Rússia após ter sido selecionada para o projeto “Belarusian Woman in Space” em 2022. Os dois passaram 14 dias no espaço durante este voo, mas no total Novitskiy já contabilizou 545 dias registrados no espaço, durante quatro voos.

Os três realizaram a descida na espaçonave Soyuz MS-24, e pousaram de paraquedas na estepe do Cazaquistão, a sudeste da cidade de do Dzhezkazgan, aproximadamente às 4:15 da manhã (horário de Brasília). Além de ser transmitida nas redes sociais (X e YouTube), a cobertura ocorreu no site da agência espacial e no seu aplicativo, NASA+.



Campanha Artemis

Loral O’Hara já afirmou em uma palestra TEDx de 2015 que sempre quis ser uma astronauta, desde ao menos os 8 anos de idade. Em junho de 2017, foi selecionada pela NASA a integrar na turma de próximos tripulantes. Em setembro de 2023, ela foi lançada ao espaço.

Em seu tempo trabalhando para a agência espacial, Loral integrou em vários projetos relacionados à Campanha Artemis, que pretende trazer os Estados Unidos de volta à Lua antes do final da década. Entre as suas colaborações, O’Hara realizou o extenso monitoramento de saúde cardíaca, tratamentos de câncer e técnicas de fabricação espacial durante sua estadia no laboratório em órbita.

Corrida espacial

São pesquisas científicas de valor crescente em anos recentes, com a volta da corrida pela avanço tecnológico no setor astronômico. Trata-se do único setor onde os Estados Unidos (NASA) e a Rússia (Roscosmos) ainda mantém projetos colaborativos após a invasão da Ucrânia.

Além desses dois países, a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) recentemente pousou uma sonda na Lua, sinalizando que vários países podem estar na disputa para dominância da última fronteira. São importantes menções também a Índia, e a China, dois países que podem ultrapassar os EUA na corrida espacial.

Rússia aumenta tensões em Kiev com o acionamento de mísseis balísticos

Nesta quinta-feira (28), a autoridade ucraniana local afirmou que o governo de Kiev (capital da Ucrânia) vai reforçar a sua segurança após nova onda de ataques russos utilizando mísseis balísticos. A ofensiva tem como alvo o sistema de energia do país, desde a semana passada, e parece representar uma “vingança” contra bombardeios que Kiev promoveu nas regiões russas.

Peço aos moradores de Kiev que permaneçam calmos. Não entrem em pânico. Estamos usando medidas preventivas para que Kiev e seus residentes sejam defendidos de forma confiável,” afirmou Serhiy Popko, chefe da administração militar de Kiev, no Telegram.

Além disso, também foi confirmado que o conselho de defesa da cidade vai aumentar a segurança em torno de reuniões e avaliar o risco de eventos públicos. Outra preocupação é a de que agentes russos e “outros elementos inimigos” possam estar tentando infiltrar na cidade.


Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia (Foto:Reprodução/AFP/Folha)

Geopolítica

Devido à ameaça russa, a Ucrânia logo está novamente requisitando o apoio de países aliados do Ocidente, principalmente no fornecimento de sistemas de defesa e munições que poderiam interceptar os mísseis balísticos da Rússia. No entanto, tanto os Estados Unidos quanto a União Europeia estão limitados por fatores importantes: as suas próprias economias, e o ano de eleição.

Nos EUA, a disputa política pode ser observada até mesmo em casos como o do conflito de Israel e Hamas, que levou o país a ser acusado de abusar de seus poderes no Conselho de Segurança da ONU para favorecer seus próprio interesses em vez da resolução do conflito. Já na Europa, a questão do fornecimento de armas à Ucrânia chegou a ser frustrado por causa do mercado de grãos.

De fato, uma das pautas dos fazendeiros europeus que recentemente se manifestaram pelo bloco, além de irem contra às regulações de sustentabilidade da União, também reclamaram da invasão de produtos ucranianos em seus países. Estes grãos e cereais, precarizados, baratos, e desregulados, facilmente superavam a competição europeia, atrapalhando a produção nacional de países como a Polônia, que parou de fornecer armamentos à Ucrânia.

Terror

Do outro lado do conflito, a Rússia está novamente movimentada para escalar o conflito, e com sentimento elevado. Em grande parte, isso ocorre por causa do ataque terrorista que ocorreu em Moscou na outra sexta-feira (22), o qual embora tenha sido reivindicado pelo Estado Islâmico, foi cooptado por outras narrativas.

Pensamos que a ação foi preparada por islamistas radicais e que, claro, foi facilitada pelos serviços especiais ocidentais, e que os serviços especiais ucranianos estão diretamente envolvidos,” disse Alexander Bortnikov, chefe do serviço de segurança russo, e Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, concordou. “Obviamente foi a Ucrânia.

No total, 143 russos faleceram devido ao ataque terrorista. Nesta quarta-feira (27), ataques russos à Kharkiv deixaram quatro mortos e trinta feridos na região. Em resposta, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky requisitou caças F-16. Em resposta a isso, Vladimir Putin afirmou que vai abater os jatos caso sejam fornecidos pela Otan.

Nenhum dos dois países divulgou o número oficial de mortos, mas estimativas da inteligência dos Estados Unidos afirmam que pode ser até 700 mil perdas até o momento, somando os dois lados do conflito.

EUA desencorajam ataques ucranianos contra a Rússia

Após uma reportagem do Financial Times, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, comentou em nome do país que os EUA não encoraja e nem permitem ataques dentro da Rússia.

Segundo o jornal, os Estados Unidos pediram que a Ucrânia suspendesse os ataques à infraestrutura energética da Rússia, alertando que os ataques com drones podem aumentar os preços globais do petróleo e provocar retaliações.

Motivo da interrupção

A Rússia continua sendo um dos mais importantes exportadores de energia do mundo, apesar das sanções ocidentais impostas ao seu setor de petróleo e gás.

Joe Biden, atual presidente dos EUA, está enfrentando uma campanha de reeleição dura e importantíssima. O aumento da gasolina, por exemplo, é visto como ponto negativo. Por esses e outros motivos os EUA estariam ficando cada vez mais frustrado com os ataques. Kirby não comentou diretamente o que foi divulgado pelo jornal, mas reforçou que Washington tem uma política de longa data de não incentivar as forças ucranianas a realizar ataques dentro da Rússia.

Ataque terrorista


Tiroteio em local de concerto nos arredores de Moscou (Foto: reprodução/Embed from Getty Images)


Nesta sexta (22), a Rússia sofreu um ataque onde um grupo de ao menos quatro pessoas com armas de fogo dispararam contra civis que aguardavam um show da banda russa de rock Picnic, dentro de um Shopping próximo à Moscou. Pelo menos 62 pessoas morreram e mais de 145 ficaram feridas. Apesar da guerra entre Ucrânia e Rússia, quem assumiu a culpa pelo ataque foi o Estado Islâmico, através de um canal no Telegram.

As imagens são simplesmente horríveis e difíceis de assistir e nossos pensamentos obviamente estarão com as vítimas deste terrível, terrível ataque a tiros”, disse John Kirby sobre a tragédia, apesar do claro posicionamento a favor da Ucrânia na guerra. “Há algumas mães, pais, irmãos, irmãs, filhos e filhas que ainda não receberam a notícia. E este será um dia difícil. Portanto, nossos pensamentos estão com eles”, acrescentou.

O governo ucraniano negou o envolvimento no ataque e o governo brasileiro lamentou o episódio e repudiou o ato de terrorismo. Não há registros de brasileiros entre as vítimas.

Atentado em Krasnogorsk, na Rússia, mata dezenas e deixa centenas de feridos

A casa de shows Crocus City Hall, localizada em Krasnogorsk, cidade próxima a Moscou, foi alvo de tiros e explosões durante um evento em que a banda de Rock Picnic seria a atração seguinte.

Noite de terror

Uma pessoa sobrevivente à tragédia disse que os homens já entraram atirando e, na sequência, jogaram um coquetel molotov. O incêndio foi inevitável. Com o impacto das chamas e dos disparos, a estrutura do teto do local ficou comprometida, podendo desabar a qualquer momento.  Crocus City Hall é um espaço que reúne shopping, restaurantes e casa de shows. 50 equipes de ambulâncias prestaram socorros às vítimas e três helicópteros jogaram água no local.


Tiroteio em espaço de eventos na Rússia (Vídeo: reprodução/YouTube/The Telegraph)

Pior atentado da Rússia em 20 anos, contabiliza até o momento, 40 mortos e 100 feridos, inclusive crianças. De acordo com investigação do Ministério Público, foi um ato terrorista. O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, se solidarizou com as vítimas do atentado: “Uma terrível tragédia ocorreu hoje no Crocus City”. “Sinto muito pelos entes queridos das vítimas.”

Há cerca de dois anos, a Ucrânia foi invadida pela Rússia, desencadeando uma guerra. O assessor da presidência ucraniana, Mykhailo Podolyak, no entanto, nega o envolvimento do país nos atos de terrorismo em Krasnogorsk.

A Rússia teria sido avisada

De acordo com as agências de notícia Russa, a embaixada dos EUA no país teria avisado, no início desse mês,  que extremistas estariam arquitetando um ataque no local. Medidas de segurança já foram tomadas para evitar novos ataques. A prefeitura reforçou a segurança nos aeroportos, além de cancelar todos os eventos desse final de semana.

O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, informou que o presidente Vladimir Putin está sendo informado sobre o que está acontecendo no local.  

Vladimir Putin é reeleito na Rússia e permanecerá no poder até 2030

Vladimir Putin assegurou sua permanência no poder na Rússia, após vencer as eleições presidenciais com uma margem considerável de votos. Com aproximadamente 87% dos votos, Putin confirmou seu favoritismo, consolidando seu quinto mandato como presidente. Essa vitória garante sua liderança no país até 2030, após ter alterado a Constituição em 2020 para estender seu período de governo até 2036. Há 24 anos no poder, Putin é o presidente mais longevo da Rússia desde Stalin.

Eleição sem competição real

O cenário eleitoral na Rússia não apresentou competidores significativos contra Putin. Os outros candidatos, todos deputados, foram considerados figuras sem real chance de vitória, já que suas posições políticas e votações no Parlamento demonstravam apoio ao atual presidente. Com a ausência de uma oposição genuína, Putin assegurou sua continuidade no poder com uma margem expressiva de votos.


Zelensky questiona a legitimidade das eleições russas (vídeo: reprodução/X/Metrópoloes)

Processo eleitoral e desafios

As eleições russas ocorreram ao longo de três dias para acomodar a vasta extensão territorial do país, com mais de 8 milhões de pessoas votando online. A votação também incluiu áreas disputadas, como os territórios ocupados por tropas russas na Ucrânia. O processo ocorreu em meio a relatos de vandalismo em locais de votação e uma atmosfera de repressão política, com a recente morte de Alexei Navalny, líder da oposição, ainda fresca na mente do público.

A morte de Alexei Navalny, figura proeminente da oposição russa e crítico declarado de Putin, gerou uma comoção significativa. Seu velório testemunhou uma demonstração notável de solidariedade, com longas filas formadas para prestar homenagem a Navalny. Esse evento reflete uma possível mudança na disposição das pessoas em desafiar as restrições políticas, mesmo em meio a um ambiente repressivo.

Poder e política externa

Putin é o presidente russo mais longevo desde Josef Stalin, com 24 anos de mandato. Sua liderança política se consolidou em um ambiente de crescente repressão à oposição e controle da mídia. Além disso, Putin enfrenta desafios significativos na política externa, com tensões crescentes entre a Rússia e o Ocidente, especialmente em relação à guerra na Ucrânia. Sua retórica nacionalista e seu compromisso com a expansão da influência russa na região têm provocado preocupações internacionais.

Trajetória de Putin ao poder

Vladimir Putin assumiu como líder interino em 31 de dezembro de 1999, quando Boris Yeltsin renunciou. Ele foi eleito presidente pela primeira vez em maio de 2000. Em 2008, Dmitry Medvedev se tornou presidente, mas Putin permaneceu como primeiro-ministro. Putin voltou a ser eleito presidente em 2012 e reeleito em 2018. Após uma modificação constitucional, Putin pode permanecer no cargo até 2036. As eleições russas estão ocorrendo atualmente, com as urnas fechando no domingo, 17 de março, e o resultado previsto para segunda-feira, 18 de março.