Autoridades da Rússia ameaçaram o Ocidente com uma “resposta severa”, neste domingo (28). A intimidação prometeu batalhas legais “intermináveis” e medidas de retaliação se fundos russos congelados no exterior forem confiscados como meio de forçar o Kremlin a ceder parte do território ucraniano ocupado durante o conflito entre os países.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou, no aplicativo Telegram e compartilhado pela agência de notícias estatal russa Tass, que “os fundos russos devem permanecer intactos”.
Zakharova ainda defendeu que, caso ocorra de outra maneira, uma “resposta severa seguirá o roubo do Ocidente” e espera que todos os países ocidentais entendam o recado. Segundo a representante, a Rússia nunca negociaria territórios tomados da Ucrânia em troca da devolução de fundos congelados no exterior.
A intenção dos países ocidentais é tentativa de negociação com Putin (Foto: reprodução/Getty images embed)
Bens russos no Ocidente
Aliados ocidentais de Kiev, capital da Ucrânia, discutem a possibilidade do confisco de bens russos congelados no exterior, que somam quase US$ 300 bilhões. A decisão arriscada é pensada por conta das dificuldades do financiamento da guerra na Ucrânia e na reconstrução do país futuramente.
É estimado que US$ 282 bilhões em títulos e dinheiro vivo seguem armazenados por instituições de países do G7 (composto pelos EUA, Japão, Itália, Canadá, Reino Unido, França e Alemanha), da Austrália e da União Europeia (EU), desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Só na União Europeia estão US$ 216 bilhões sob custódia na instituição belga Euroclear.
A ameaça do confisco seria uma maneira de pressionar o presidente da Rússia Vladimir Putin para que dê uma pausa na guerra e se reúna com outros países para negociar sobre a guerra.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou separadamente que a Rússia ainda possui muito dinheiro do Ocidente que poderia ser alvo das contramedidas de Moscou. Peskov afirmou que a contestação legal contra o confisco de bens russos estarão abertas e que a Rússia “defenderá incessantemente os seus interesses”.