Putin diz que não quer tropas ocidentais em meio ao conflito com a Ucrânia

As tensões entre Rússia e Ucrânia atingiram níveis alarmantes desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. As raízes do conflito remontam ao fim da Guerra Fria e à expansão da OTAN para o leste europeu, vista pela Rússia como uma ameaça à sua segurança.

A anexação da Crimeia em 2014 e o apoio russo aos separatistas no leste da Ucrânia intensificaram as fricções, culminando na invasão em larga escala.

Pronto para guerra nuclear

Em resposta à intensificação da guerra e ao fornecimento de armamento ocidental à Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin alertou sobre a prontidão do país para uma guerra nuclear. Essa postura reaviva a doutrina nuclear russa, que prevê o uso de tais armas em cenários que ameacem a estrutura do estado.


Dados apontam que Rússia produz três vezes mais armamento do que EUA e Europa juntos (Foto: reprodução/Inna Varenytsia/Reuters)

A disputa territorial entre Rússia e Ucrânia é um dos principais pontos de atrito, sendo que cerca de 20% do território ucraniano já está ocupado e agora é alegado como território russo. Isso também inclui a Crimeia, anexada em 2014.

Putin busca garantias de segurança para conter a expansão da OTAN para o leste europeu e impedir a entrada da Ucrânia na aliança militar. As exigências russas incluem a neutralidade da Ucrânia e a desmilitarização da fronteira com a OTAN.

Posicionamento dos líderes

As posições dos líderes dos dois países divergem consideravelmente. Putin, por um lado, afirma que a Rússia está preparada para uma guerra nuclear, mas que a decisão não é precipitada.

Defendendo negociações sobre a Ucrânia e a segurança europeia no pós-Guerra Fria, o presidente russo rebate a chancela do Kremlin sobre o uso de armas nucleares, afirmando que “armas existem para serem usadas“.

Do outro lado, Joe Biden demonstra profunda preocupação com o uso de armas nucleares por parte da Rússia, rejeitando a sugestão de um cessar-fogo que congele a guerra e defendendo o apoio militar e humanitário à Ucrânia para conter a expansão russa e fortalecer sua posição antes das negociações.

Os possíveis desdobramentos da guerra são alarmantes. A intensificação do conflito com o uso de armamento mais pesado e sofisticado é um risco real, assim como a possibilidade de um conflito direto entre a OTAN e a Rússia, com consequências imprevisíveis.

Aliado de Putin nega que Rússia teve como alvo comitiva de Zelensky em Odessa

Em meio às tensões entre Rússia e Ucrânia, Dmitry Medvedev, importante aliado do presidente Vladimir Putin, declarou na quinta-feira (7) que a Rússia não tinha como alvo a delegação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky durante o ataque com mísseis ao porto de Odessa, ocorrido na quarta-feira (6).

Negativa de alvo intencional


Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, afirmou que, se a delegação ucraniana fosse o alvo, Moscou teria atingido diretamente essa meta, destacando que era evidente para todos que não havia um ataque planejado à carreata.

Esta declaração contradiz a preocupação expressa por autoridades ucranianas sobre a possibilidade de um ataque deliberado contra a comitiva de Zelensky e do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis. Apesar do posicionamento Russo, a Ucrânia não descarta a possibilidade de um ataque premeditado.

Incidente durante inspeção portuária

O incidente ocorreu enquanto os líderes ucraniano e grego estavam inspecionando instalações de cereais na cidade do Mar Negro, quando a Rússia lançou um ataque à infraestrutura portuária. O míssil atingiu uma área a cerca de 500 metros de onde Zelensky e Mitsotakis estavam presentes, gerando preocupações sobre a segurança das delegações durante visitas oficiais em meio ao conflito na região. Ambos os chefes de Estado confirmaram ter testemunhado o ataque durante uma coletiva de imprensa, no qual cinco pessoas foram mortas, segundo informações militares ucranianas.


Entenda mais sobre o bombardeio que ameaçou os chefes de Estado da Ucrânia e Grécia (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)


Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e aliado próximo de Putin, negou que as delegações tenham sido alvos intencionais, enquanto o Ministério da Defesa russo afirmou que o objetivo do ataque era um hangar que abrigava drones navais ucranianos. O incidente destaca as crescentes tensões entre os dois países e a instabilidade na região, especialmente nas áreas portuárias do Mar Negro, que têm sido alvo frequente de ataques russos desde julho passado.

O Porto de Odessa

O Porto de Odessa desempenha um papel crucial nas exportações ucranianas de cereais através do Mar Negro, destacando sua importância estratégica para a economia do país. Além da inspeção das instalações portuárias, a visita do presidente Volodymyr Zelensky e do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, incluiu uma homenagem às vítimas de um recente ataque russo. O ataque, ocorrido no último fim de semana, visou uma zona residencial da cidade, resultando na morte de pelo menos 12 pessoas, incluindo cinco crianças.

Ucrânia vai preparar nova contraofensiva, segundo Zelensky

Neste sábado (24) ocorrerá o aniversário de dois anos da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, e às vésperas, o conflito parece prestes a se intensificar. Em entrevista, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirma que uma nova contraofensiva está sendo preparada para cumprir os objetivos não alcançados em outras missões.

É claro que prepararemos uma nova contraofensiva, uma nova operação”, disse Zelensky em comentário publicado na quinta-feira (22). Ele ainda adicionou que o campo de batalha ao Leste “não é um impasse”, mas que a situação é simplesmente “muito complicada“, e que, até o momento, o “único sucesso” de Putin nos últimos nove meses foi a tomada da cidade de Avdiivka.

Atualmente, a Rússia detém 18% do território ucraniano, e tem planos de continuar a investida militar ao menos até chegar em Luhansk e Donetsk, que é seu objetivo declarado. No entanto, múltiplos especialistas políticos duvidam que o líder russo se limite na expansão territorial caso chegue a esse ponto.


Joe Biden anunciou 500 novas sanções à Rússia nesta sexta-feira (Foto: reprodução/BBC News)

Guerra injusta

Para justificar o caminho que o conflito tem seguido, Zelensky apontou a diferença no armamento das duas forças armadas. Segundo o presidente ucraniano, boa parte da sua desvantagem na guerra é explicada pelo fato de que a artilharia russa tem um alcance de cerca de 40 quilômetros, enquanto que a artilharia ucraniana só possui metade desse alcance. A Rússia pode atacar sem ser arriscar suas tropas.

É uma espécie de guerra injusta,” argumentou Zelensky. Por isso, a Ucrânia reforça a necessidade que o país tem de armas de longo alcance, que vem requisitando de seus aliados há meses. Porém, o suporte americano ainda está travado em debates no Congresso no momento, por conta de disputas partidárias e mudança de foco com a aproximação das eleições estadunidenses de 2024.

Aliados e inimigos

Com o passar da guerra, a fronteira do conflito sofreu várias alterações por questões geopolíticas. Os produtos da agricultura ucraniana causaram crises de concorrência em algumas partes da Europa, levando países como a Polônia, antes um forte aliado, a se distanciar e retrair o apoio antes dado.

Em contrapartida, embora os Estados Unidos estejam com dificuldades para oferecer maior suporte, o país ainda está se posicionando firmemente contra a Rússia. Nesta sexta (23), o presidente Joe Biden invocou mais 500 sanções econômicas para forçar o líder russo Vladimir Putin a pagar um preço “ainda mais alto” por suas ações recentes.

O conflito iniciado em 2022, longe de representar apenas os interesses de um país invadido, leva em conta que a Ucrânia é uma das poucas barreiras entre a Rússia e o resto da Europa no Ocidente. E ao que tudo indica, embora as forças ucranianas já estejam fatigadas, a guerra ainda deve continuar.

Vladimir Putin afirma que Rússia está perto da cura do câncer

Na quarta-feira (14), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou na televisão que os cientistas de seu país estão próximos de desenvolver uma vacina que combaterá o câncer. O líder da maior nação do mundo declarou que, em breve, o imunizante estará disponível para todos que precisarem. A cura para essa doença tem sido buscada por anos por diversos países e instituições.

Desenvolvimento da vacina russa

Vladimir Putin deu seu discurso durante um fórum sobre futuras tecnologias, em Moscou. O presidente ainda afirmou que espera que o imunizante tenha tanto sucesso que as pessoas possam usá-lo de maneira individual. O comandante não especificou para qual tipo de câncer sua vacina será utilizada, nem deu nenhum tipo de prazo para que ela seja liberada para o público.

Hoje em dia, o câncer é a segunda principal causa de morte no mundo todo, sendo as doenças cardiovasculares a primeira causa. Em 2022, mais de dez milhões de pessoas morreram por causa da doença no ano todo. A título de exemplo, isso significa que uma a cada seis mortes tem algo relacionado à doença, e aproximadamente 70% dessas mortes ocorrem em países pobres.


Em ano eleitoral, opositor de Putin é encontrado morto na prisão (Vídeo: reprodução/YouTube/tvcultura)

Esforço global

Combater o câncer não é uma prioridade apenas do país comandado por Vladimir Putin; todas as nações do mundo estão atrás de uma cura para esta doença. O Reino Unido chegou a firmar um acordo com a empresa BioNTech para realizar testes em pacientes que possuem melanoma e reunir dez mil pessoas até 2030. As empresas Moderna e Merck estão desenvolvendo um imunizante que já comprovou ser eficaz para diminuir pela metade a chance de morte depois de três anos de tratamento.

Já estão disponíveis imunizantes para doenças como HPV e Hepatite B, doenças que podem levar ao câncer. A Rússia já provou ter uma boa equipe de cientistas quando, durante a pandemia de Covid-19, o país conseguiu desenvolver sua própria vacina e vender para outros países que queriam combater a doença.

Morre na prisão aos 47 anos o russo Alexei Navalny, principal opositor de Putin 

Nesta sexta-feira (16), o ativista russo Alexei Navalny morreu na prisão após se sentir mal no serviço penitenciário na região de Yamalo-Nenets, na Rússia, a cerca de 65 quilômetros a norte do Círculo Polar Ártico, onde cumpria pena desde 2021. Segundo autoridades, Navalny passou mal após caminhada e perdeu a consciência. O governo russo informou que não tem conhecimento sobre a causa da morte. 


Alexei Navalny sendo preso em 2021 ao retornar da Alemanha (Foto: reprodução/Instagram/@navalny)

Perseguição política 

Alexei Navalny era um ativista político, advogado e preso político, ficou conhecido por satirizar o presidente Vladimir Putin e acusar seu governo de corrupção. Já liderou diversas manifestações contra o governo russo e lutava constantemente pela democracia e liberdade de expressão. 

Em 2016, ele anunciou sua candidatura à presidência, no entanto, a Comissão Eleitoral Central da Rússia disse não poderia concorrer por uma condenação na judicial, foi considerado culpado por fraude e recebeu a sentença de cinco anos de prisão. 

Em 2020, durante um voo para Moscou, Navalny desmaiou no corredor d avião que fez pouso de emergência na cidade de Omsk e passou dois dias no hospital até ser levado para Alemanha para tratamento. 

Na Alemanha, os médicos chegaram à conclusão que o ativista tinha sido envenenado, deixando-o em coma induzido por duas semanas, Navalny levou algumas semanas para recuperar a fala e os movimentos do corpo. O governo russo negou envolvimento no envenenamento. 

Após sua recuperação, Alexei voltou para Rússia e foi preso e sentenciado a mais de 30 anos de prisão por acusações que o mesmo nega e afirmava ter motivação política. 


Navalny com sua esposa e filhos (Foto: reprodução/Instagram/@navalny)

Vida na prisão 

Após ser preso a vida de Navalny ficou mais difícil, o advogado se preocupava com sua saúde fisíca e pela sua vida, sentia muitas dores pelo corpo, era privado do sono, pois era acordado de hora em hora para falar com a câmera de sua cela para terem certeza que não havia fugido. Já fez greve de fome com medo de ser envenenado novamente. E no dia 6 de dezembro o russo foi dado como desaparecido, uma vez que seus advogados foram proibidos de vê-lo para logo após descobrirem que Alexei tinha sido transferido para a prisão Lobo Polar, conhecida por ser uma das prisões mais rigorosas da Rússia, onde ficam os prisioneiros de alta periculosidade.  

Um porta-voz de Navalny diz a transferência para um local remoto e inóspito foi para isolá-lo, tornar sua vida mais difícil e dificultar o acesso de seus advogados e aliados. 

Alexei Navalny deixa esposa Yulia Navalny e dois filhos. 

Serviço de Inteligência Militar da Ucrânia assegura bombardeio de navio russo na Crimeia

O exército ucraniano conseguiu atingir um dos navios de guerra da Rússia durante ataque massivo ocorrido na costa da Crimeia nesta quinta-feira (1). No vídeo fornecido pelas autoridades locais, é possível ver drones indo em direção ao seu alvo – uma embarcação denominada como Ivanovets, que supostamente possuía mísseis guiados. Logo em seguida, o navio é atingido ao ficar apenas com a proa – sua parte frontal – visível na água. Até o momento, nem Ministério da Defesa da Rússia ou o Kremlin se posicionam a cerca do acontecimento.

Este não foi o único ataque ocorrido na Crimeia

Na última quarta-feira (31), a Ucrânia chegou a lançar cerca de 20 mísseis em direção à mesma península para o plano intitulado “limpeza da Crimeia da presença russa”. No entanto, os materiais foram rapidamente repelidos pela força russa. Os destroços dos mísseis teriam atingido alguns prédios e estabelecimentos na cidade de Sebastopol, mas, de acordo com informações fornecidas por autoridades russas, não houve nenhum ferido.  


Imagem de um drone marítimo utilizado pelas forças militares ucranianas (Foto: reprodução/BBC/G1)

As Forças Armadas da Ucrânia ainda chegaram a compartilhar a informação de que um dos mísseis teria atingido o campo de aviação de Belbek – fato que foi comemorado por Mykola Oleshchuk, comandante da instituição.

“Os aviadores ucranianos definitivamente voltarão para casa, para seu campo de aviação. Enquanto isso, agradeço a todos os que contribuíram para a limpeza da Crimeia da presença russa.” escreveu Oleshchuk. No entanto, mesmo tendo sido atingido, o governo russo assegurou que o material não causou nenhum tipo de dano nos “equipamentos de aviação” presentes no local.

Sobre o conflito Ucrânia – Rússia atualmente

Este ataque foi apenas um dos diversos já ocorridos na Crimeia nos últimos tempos e configura-se como uma contraofensiva ucraniana diante ao governo russo. A Rússia vem realizando uma série de bombardeios em localidades da Ucrânia como, por exemplo, o ataque ocorrido em dezembro de 2023 nas cidades de Kiev, Kharkiv e Lviv. Já do outro lado, os ataques estratégicos da Ucrânia à península têm por objetivo de enfraquecer as operações e forças militares inimigas.

Vale lembrar que a Crimeia é originalmente parte da Ucrânia, mas está sob ocupação russa desde 2014 – realizado na época por tropas alicerçadas pelo Kremlin, mas não reconhecido por outros países como ato legal. O conflito entre os países já acontece desde o início de 2022 e apresenta uma série de questões territoriais e debates geopolíticos.

CEO da Microsoft alerta para risco de “colapso da ordem mundial” após ataque cibernético russo

No início deste mês, a Microsoft foi alvo de um ataque cibernético perpetrado por hackers russos, resultando em uma violação nos sistemas da gigante de tecnologia. O CEO da Microsoft, Satya Nadella, expressou sérias preocupações durante uma entrevista à NBC News, alertando sobre o risco iminente de um “colapso da ordem mundial” se as nações não se unirem para estabelecer uma “Convenção de Genebra” cibernética.

Amplitude do ataque e ameaças à ordem Mundial

Nadella enfatizou que o ataque não foi apenas uma afronta à Microsoft, mas uma ameaça global, com Estados-nações visando uns aos outros e, alarmantemente, atingindo alvos civis. Durante o ataque de janeiro, hackers russos conseguiram acessar uma “porcentagem muito pequena” de contas de e-mail corporativas, incluindo as de membros da equipe de liderança, segurança cibernética e departamento jurídico.


Ataque cibernético (Foto: reprodução/Olhar Digital)

Apelo urgente à união das potências globais

“Estamos enfrentando uma ordem mundial muito nova. É uma quebra da ordem mundial que não vimos antes”, destacou Nadella durante a entrevista. Ele instou as três potências principais – Estados Unidos, Rússia e China – a se unirem urgentemente contra ataques cibernéticos e a estabelecerem uma Convenção de Genebra cibernética, análoga à convenção original de 1949 que delineia como civis e soldados devem ser tratados durante a guerra.

Chamado antigo por novas regras internacionai

A Microsoft tem defendido a necessidade de uma Convenção de Genebra “cibernética” há anos. Já em 2017, Nadella afirmava em um documento político que o mundo precisava de novas regras internacionais para proteger o público contra ameaças de Estado-nação no ciberespaço.

Desafios globais e a busca por soluções

A comunidade internacional agora enfrenta o desafio de desenvolver medidas concretas para fortalecer a segurança cibernética global e prevenir futuros ataques que possam ter ramificações devastadoras para a ordem mundial. O chamado de Nadella destaca a urgência de uma ação conjunta para proteger as instituições e os civis no cenário cada vez mais complexo do ciberespaço.

Putin afirma que míssil americano derrubou aeronave russa com prisioneiros ucranianos

O presidente do território russo, Vladmir Putin, revelou que um míssil Patriot americano foi responsável por derrubar a Aeronave II-76, um veículo militar da Rússia, na região de Belgorod. O transporte continha 65 prisioneiros ucranianos, e não foram notificados sobreviventes da queda.


Destroços de aeronave russa (Foto: reprodução/ Comitê de Investigação da Rússia)


Detalhes do incidente

Durante um anúncio para televisão, Putin afirmou para toda população que um sistema de fabricação americano estava por trás incidente que ocorreu no dia 24 de janeiro. “O avião foi derrubado, já foi confirmado com certeza, por um sistema Patriot estadunidense”, confirmou o presidente.

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Defesa da Rússia em um comunicado depois do ocorrido, os soldados ucranianos que estavam aprisionados na aeronave seriam trocados por outros prisioneiros russos. Três membros do Ministério e seis tripulantes também estavam presentes na Aeronave II-76.

Ainda no mesmo comunicado do Mistério, foi informado que o avião foi abatido por misseis lançados pelos ucranianos, na região de Kharkiv, localizada com proximidade à fronteira.

Questão internacional

O governo ucraniano ainda não fez um pronunciamento a respeito da queda, porém, algumas autoridades do território possuem dúvidas se a aeronave realmente tinha soldados capturados como passageiros. Putin declarou que a Rússia está insistindo em uma investigação de nível internacional, embora não existam organizações dispostas a realizar a tarefa.

Assim, Volodymyr Zelensky, o presidente da Ucrânia, também realizou uma solicitação sobre uma averiguação internacional dos fatos, entretanto confirmou que seria difícil conseguir algum resultado, uma vez que Moscou é responsável por ter controle total da localidade do incidente.

Os Patriots são definidos como mísseis que são guiados de modo terra-ar, com a possibilidade de visar aeronaves ou até mesmo serem utilizados como defesa de eliminação de mísseis. Em 2022, os Estados Unidos forneceram dispositivos desse sistema para o território ucraniano.

Putin diz que avião militar russo foi derrubado pela Ucrânia

Vladimir Putin disse que o avião militar russo Ilyushin Il-76, que caiu perto da fronteira com a Ucrânia e matou 74 pessoas que estavam a bordo, foi derrubado por forças ucranianas, “de propósito ou por engano”. A aeronave transportava 65 soldados ucranianos que foram capturados e seriam trocados por prisioneiros de guerra russos. Durante as acusações, Putin não apresentou provas, mas afirmou que é óbvio que o fizeram”.

Ucrânia não nega, mas diz que não foi avisada do avião

O governo ucraniano não confirmou ou negou as acusações russas sobre ter derrubado o avião. No entanto, a versão deles é de que não foram avisados com antecedência de que uma aeronave transportando soldados da Ucrânia estaria sobrevoando a região de fronteira naquele momento. Além disso, foi dito que existiam discrepâncias em uma lista veiculada pela mídia russa acerca de quem seriam os soldados no avião.


Vídeo mostra momento em que avião russo que transportava prisioneiros de guerra é atingido (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Putin afirmou que é impossível ter ocorrido um “fogo amigo”, visto que os sistemas russos têm mecanismos de defesa para evitar esse tipo de situação: “Não importa o quanto o operador pressione o botão, nossos sistemas de defesa aérea não funcionariam”, disse. Ele ainda acrescentou que os mísseis disparados provavelmente são americanos ou franceses, mas que isso ainda seria apurado.

Assessor ucraniano fala em campanha de desinformação

Mykhailo Podolyak, assessor do presidente da Ucrânia, disse que os comentários de Vladimir Putin são apenas uma campanha de “desinformação barata”. Segundo ele, os russos estão cometendo erros em termos de regras e costumes de guerra. Ainda em sua visão, essas declarações da Rússia têm o objetivo de tirar o direito ucraniano de receber mísseis de países aliados para seus sistemas de defesa.

Rússia muda tática e Ucrânia é surpreendida com ataque de mísseis

Nesta terça-feira (23), ucranianos foram surpreendidos com um ataque de mísseis russos. As autoridades do país falam em ao menos 4 mortos e 60 feridos. Os ataques foram feitos contra as cidades de Kiev (capital) e Kharkiv, a primeira e segunda maior cidade da Ucrânia, respectivamente. Metade dos mísseis lançados foram destruídos.

Mudança de tática

Desde o início do ano, os russos mudaram a tática de guerra contra os ucranianos, propagando ondas com mísseis diversos, o que enfraquece o sistema de defesa aérea ucraniano. De acordo com a Força Aérea ucraniana, na madrugada desta terça-feira (23), os russos lançaram 41 mísseis de modelo cruzeiro e balísticos, sendo 21 deles destruídos pela defesa aérea.

Neste ataque não foram empregados drones, frequentemente utilizados para saturar o sistema de defesa antes do lançamento dos mísseis. Até setembro de 2023, Kiev afirmava abater cerca de 80% dos mísseis, percentual que está mudando desde a mudança da ofensiva russa.



Contudo, na semana passada os russos tiveram uma derrota significativa. Um avião radar A-50, extremamente caro e de difícil reposição, foi abatido sobre o mar de Azov por um míssil ucraniano.

Dezenas de feridos

Em Kharkiv, região mais atingida pelos ataques, pelo menos três pessoas morreram e 42 ficaram feridas, de acordo com o governador, Oleg Sinebugov, e um gasoduto foi atingido e explodiu. Já em Pavlograd, na região central de Dnipropetrovsk, houve uma pessoa ferida e outra morta, conforme informações de autoridades locais.

O prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov, disse à televisão local que 30 prédios residenciais foram atingidos. As buscas por sobreviventes também estão acontecendo, informou Terekhov. Já o prefeito de Kiev, Vitalii Klitschko, informou que 20 pessoas, entre elas três crianças, ficaram feridas e que edifícios não residenciais pegaram fogo.