Salário mínimo de 2026 é definido em R$ 1.621 pelo governo

A manhã desta quarta-feira (10) começou com servidores do Ministério do Planejamento e Orçamento cruzando corredores com uma cifra recém-fechada na mesa. O governo confirmou que o salário mínimo de 2026 será de R$ 1.621, valor que deve aparecer no contracheque de fevereiro.

O acréscimo de R$ 103,00 sobre os atuais R$ 1.518, resulta da combinação entre a inflação acumulada até novembro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 4,18%, e a parcela permitida de ganho real, limitada pelas regras fiscais em vigor.

Como a conta fecha

O cálculo parte de dois componentes que se repetem ano após ano. De um lado está a variação do INPC divulgada nesta quarta. Do outro, está o desempenho da economia dois anos antes, no caso, a expansão de 3,4% registrada em 2024, após revisão do IBGE.

O arcabouço restringe o aumento acima da inflação dentro de uma faixa estreita, entre 0,6% e 2,5%. Com esse limite aplicado, o valor final ficou em R$ 1.620,99, arredondado para R$ 1.621, conforme determina a legislação.


Reajuste do salário mínimo com base no INPC e no PIB revisado (Foto: reprodução/X/@InfoMoney)


Impacto no Orçamento

A divulgação também mexeu nos cálculos da equipe econômica. O projeto de diretrizes orçamentárias trabalhava com um número mais alto, de R$ 1.627, o que implicaria um gasto maior em 2026.

Com o novo piso definido, a área técnica terá de ajustar projeções de despesas obrigatórias, já que o salário mínimo serve de base para benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e para repasses que acompanham sua variação anual.

Efeito para as famílias

Para quem vive com o piso, o aumento traz um respiro modesto, mas direto. O ganho de R$ 103,00 altera o orçamento de milhões de trabalhadores e beneficiários, influenciando desde a lista do mercado até o planejamento do começo do ano. Nas conversas de quem depende desse valor, a mudança já começa a entrar nas contas e nas projeções para 2026.

Os ajustes fiscais ainda serão detalhados nos próximos meses. A equipe econômica deve revisar projeções e apertar algumas contas internas, mas o número para o bolso do trabalhador já está definido. O valor que abre 2026 está confirmado: R$ 1.621 será o piso nacional a partir de janeiro.

Orçamento 2026 prevê aumento do salário mínimo e reajuste a servidores

O Governo Federal apresentou nesta sexta-feira (29) a proposta de Orçamento para 2026. A princípio, o texto foi entregue ao Congresso Nacional, que precisa aprová-lo até o fim do ano para garantir a execução das contas públicas no próximo período.

De antemão, o documento traz como eixos principais o reajuste do salário mínimo, o aumento de salários de servidores, a destinação de emendas parlamentares e a ausência de reajuste no Bolsa Família, mesmo em ano eleitoral.

Salário mínimo e meta fiscal

Com isso, o governo propõe elevar o salário mínimo de R$ 1.518 para R$ 1.631 em 2026. O aumento de 7,44% segue a política de valorização já aprovada, que garante ganho real acima da inflação limitado a 2,5% ao ano. O novo valor, no entanto, ainda depende da divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de novembro.


Governo detalha orçamento 2026 (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

Concomitantemente, a meta fiscal entra como ponto sensível, já que a equipe econômica projeta superávit de 0,25% do PIB, equivalente a R$ 34,3 bilhões. Porém, com exclusões permitidas pelo arcabouço fiscal, a previsão real indica déficit de R$ 23,3 bilhões. Dessa forma, para tentar reduzir o rombo, o governo aposta em aumento de impostos e corte de benefícios fiscais, medidas que enfrentam forte resistência no Congresso e no setor produtivo.

Reajustes e congelamentos

Em outro cenário, o orçamento reserva R$ 12,1 bilhões para reajustes já negociados com servidores do Executivo e mais R$ 4,4 bilhões para novos acordos. Sendo assim, os valores cobrem principalmente acordos firmados em 2024, que previam duas parcelas de aumento em categorias como Receita Federal e médicos de universidades federais.

Por outro lado, o governo não prevê reajuste para o Bolsa Família. A proposta destina R$ 158,6 bilhões ao programa, valor inferior ao previsto no orçamento de 2025. Atualmente, cerca de 19,2 milhões de famílias recebem o benefício, cujo valor mínimo permanece em R$ 600, com adicionais para crianças, gestantes e jovens.

Emendas parlamentares e fundo eleitoral

O texto prevê R$ 40,8 bilhões em emendas parlamentares, recurso usado por deputados e senadores em seus estados. O valor supera o de anos anteriores, mas ainda pode crescer durante a tramitação. Já o fundo eleitoral foi estimado em R$ 1 bilhão, bem abaixo do recorde de R$ 4,9 bilhões autorizado pelo Congresso em 2024.

Logo, o governo também planeja destinar R$ 85,5 bilhões para investimentos, com foco no Programa de Aceleração do Crescimento, ou o Novo PAC. Entretanto, por se tratar de despesa discricionária, os valores podem sofrer cortes em caso de dificuldades fiscais.

Salário mínimo tem novo valor previsto para 2025

Nos próximos dias, o atual presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve publicar um decreto de correção do salário mínimo. Com base no crescimento da economia, o valor terá um aumento de R$ 106, equivalente a 7,5%, totalizando R$ 1.518 em 2025. O reajuste entrará em vigor a partir do dia 1º de janeiro, com o primeiro pagamento previsto para fevereiro.


Votação da PL 4.614/2024 (Foto: reprodução Senado Notícia/Jonas Pereira/Agência Senado)

Novas regras para o cálculo do salário mínimo

O novo valor aprovado via projeto de lei (PL 4.614/2024), de autoria do Deputado Federal José Guimarães (PT/CE), limita o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o aumento real do salário mínimo. Baseado no pacote de corte de gastos do governo federal, as novas regras ditam que o reajuste deve ser de no máximo até 2,5% acima da inflação. O texto também frisa o crescimento real em pelo menos 0,6% independente do desenvolvimento econômico do país.

Se o salário mínimo fosse calculado pela fórmula anterior (INPC de 4,84% + variação do PIB de 3,2% de dois anos atrás), o reajuste seria para R$ 1.528, ou R$ 10 a mais por mês.

Cortes de gastos

Em 2025, as despesas do governo estarão menores. Como o salário mínimo corrige benefícios e aposentadorias, o reajuste reduzirá R$ 4 bilhões de custos. Justamente porque R$ 392 milhões equivale a R$ 1 de aumento do salário, conforme afirma cálculos do governo federal.

Embora a medida contenha as contas públicas, por outro lado, impacta o consumo das famílias brasileiras. Os desafios podem ser percebidos no salário ou múltiplos desse valor para 59,3 milhões de pessoas, que limitam seu crescimento econômico, o poder de compra e baseiam seus salários, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Diese.

Governo propõe mudanças no salário mínimo e abono salarial para reduzir gastos

O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (28), um conjunto de medidas fiscais que incluem ajustes nas regras do salário mínimo e do abono salarial. Conforme o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as mudanças fazem parte de uma estratégia para controlar as despesas públicas e, se aprovadas, podem gerar uma economia de R$ 2 bilhões para o país em 2025.

Reajuste do salário mínimo será limitado

A proposta mantém o reajuste do salário mínimo acima da inflação, mas estabelece um teto para o aumento real, limitado a 2,5% ao ano. Atualmente, o reajuste combina a inflação do ano anterior com o crescimento real do PIB de dois anos anteriores. Com a nova regra aprovada, a valorização seguiria a mesma fórmula, mas com a trava adicional.

Se essa mudança for aprovada pelo Congresso Nacional, o salário mínimo para 2025 será limitado a R$ 1.515, segundo cálculos realizados baseados nos novos critérios. A medida busca aliviar o impacto do reajuste em outras despesas vinculadas ao salário mínimo, como aposentadorias e benefícios sociais.


Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: reprodução/Instagram/@fernandohaddadoficial)


Novos critérios para o abono salarial

Outra alteração proposta afeta o abono salarial, que hoje é pago a trabalhadores com carteira assinada que recebem até dois salários mínimos (R$ 2.824). Pela nova regra, o benefício será gradualmente limitado a quem ganha até 1,5 salário mínimo por mês (R$ 1.980), reduzindo o número de beneficiários.

Segundo o governo federal, o critério atual abrange cerca de 60% dos trabalhadores formais. A mudança é justificada pela valorização do salário mínimo e pelo recente aquecimento do mercado de trabalho, que ampliaram o alcance do abono salarial.

As propostas, que ainda dependem de aprovação no Congresso Nacional, fazem parte de um esforço mais amplo para equilibrar as contas públicas sem abrir mão de políticas de valorização real do salário mínimo.

Em entrevista, Lula afirma que não irá desvincular aposentadoria do salário mínimo 

Em entrevista ao UOL nesta quarta-feira (26), o presidente Lula (PT) afirmou que não pretende desvincular o aumento das aposentadorias e de pensões do reajuste do salário mínimo. 

Lula sobre o salário mínimo

O presente da República declarou que enquanto for presidente não desvinculará o aumento das aposentadorias e de pensões do reajuste do salário mínimo. Após indagação sobre pretender impedir que reajustes de pensões previdenciárias e do BPC respeitasse a correção inflacionária e aumento do PIB, ele ainda acrescentou que o aumento real do salário mínimo não seria um gasto.  

“A palavra salário mínimo é o mínimo que uma pessoa precisa para sobreviver. Se eu acho que vou resolver a economia brasileira apertando o mínimo do mínimo, eu estou desgraçado, eu não vou pro céu, eu ficaria no purgatório”, exprimiu.  

O presidente ainda defendeu o reajuste das aposentadorias e a correção do mínimo pela inflação e aumento do Produto Interno Bruto (PIB), afirmando que precisa garantir que as pessoas tenham condições dignas de viver.  

“O crescimento do PIB é para você distribuir entre os 213 milhões de brasileiros e eu não posso penalizar a pessoa que ganha menos”, ressaltou. 


Presidente Lula em entrevista para colunistas da UOL (Foto: reprodução/ Canal UOL)

Lula também comentou sobre a visão do mercado em relação a isso, declarando que o mercado sempre “precifica desgraça” e que está constantemente trabalhando para não dar certo. Contudo, o presidente afirma que a economia irá crescer mais do que os especialistas determinaram em previsão. Ele ainda salientou a importância do lucro dos empresários: 

“Você acha que eu quero que o empresário dê prejuízo? Eu não sou doido. Se der prejuízo, vou perder empregos. Eu quero que ele tenha lucro. Mas eu quero que ele tenha cabeça como teve Henry Ford, que disse: ‘Eu quero que meus trabalhadores ganhem bem para eles poderem comprar os produtos que eu fabrico’. Se essa filosofia predominasse na cabeça de todo mundo, esse país estava maravilhoso”.

Presidente Lula

Comentários sobre a economia

Lula também comentou sobre o Banco Central. O presidente disse que o diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, é altamente preparado, mas que ele ainda não está pensando na sucessão do Banco e que chegará o momento onde apresentará o nome.  

Ainda em declarações sobre o Banco Central, o presidente volta a criticar a taxa de juros do país, que se mantém em 10,5% desde a última reunião.  

“Não venham com chorumelas, porque eu fui presidente 8 anos. O Meirelles tinha total autonomia. Eu preciso respeitar a função do Banco Central. A pergunta que faço é: a BC tem de manter a taxa de 10,5% com inflação a 4%?”

Presidente Lula

Lula também reiterou não ser possível cuidar só da inflação e que a estrutura criada no cenário econômico impede uma meta de crescimento justa, ainda questionando se podemos avançar. Ele ainda disse que o governo vai analisar os gastos para saber se existem gastos onde não deveriam existir, considerando a necessidade de se manter a política de investimentos e sem levar em conta o nervosismo do mercado. 

Salário mínimo em 2025 deve aumentar para R$1.502, com alta de 6,37% do valor atual

O salário mínimo de 2025 será de R$1.502, segundo o projeto da Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) apresentado nesta segunda-feira (14). O valor aumentou em 6,37% sobre o piso atual (R$1.412).

Aumento do salário mínimo

O valor decidido pelo governo segue a política de valorização do salário mínimo, decretada por Lula e aprovada no ano passado..A alta do percentual para o ano que vem é decorrente do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país e da inflação de 2024. 

A projeção pode sofrer alterações até o fim do ano dependendo se a inflação deste ano for maior ou menor que o previsto pelo governo ou por conta de possíveis revisões do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o PIB de 2023. 

Meta fiscal

O governo também propôs zerar a meta fiscal nas contas públicas. Até o ano passado, a meta projetada para 2025 era um superávit de 0,5%  e de 1% para 2026. No entanto, na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) disse à imprensa que o governo estava visando manter uma meta “factível” para o ano que vem. “Nós estamos esgotando o tempo para fazer as contas necessárias para fixar uma meta factível à luz do que aconteceu de um ano para cá”, afirmou.


 Fernando Haddad durante cerimônia no Palácio do Planalto no dia 26 de março de 2024 (foto: reprodução/Ton Molina/NurPhoto/Getty Images Embed)


A ideia de zerar a meta fiscal para 2025 é para estabilizar as despesas e reduzir a dívida do Estado. Assim, para 2026 o governo prevê um superávit de 0,25% e de 0,5% em 2027. Para manter o superávit de 0,5% do PIB proposto no ano passado, o Estado teria que arrecadar mais do que gastar. Em outras palavras, o governo teria que investir menos em políticas públicas para conseguir reservar dinheiro, algo que, no momento, não está no radar de Lula.