Em entrevista ao UOL nesta quarta-feira (26), o presidente Lula (PT) afirmou que não pretende desvincular o aumento das aposentadorias e de pensões do reajuste do salário mínimo.
Lula sobre o salário mínimo
O presente da República declarou que enquanto for presidente não desvinculará o aumento das aposentadorias e de pensões do reajuste do salário mínimo. Após indagação sobre pretender impedir que reajustes de pensões previdenciárias e do BPC respeitasse a correção inflacionária e aumento do PIB, ele ainda acrescentou que o aumento real do salário mínimo não seria um gasto.
“A palavra salário mínimo é o mínimo que uma pessoa precisa para sobreviver. Se eu acho que vou resolver a economia brasileira apertando o mínimo do mínimo, eu estou desgraçado, eu não vou pro céu, eu ficaria no purgatório”, exprimiu.
O presidente ainda defendeu o reajuste das aposentadorias e a correção do mínimo pela inflação e aumento do Produto Interno Bruto (PIB), afirmando que precisa garantir que as pessoas tenham condições dignas de viver.
“O crescimento do PIB é para você distribuir entre os 213 milhões de brasileiros e eu não posso penalizar a pessoa que ganha menos”, ressaltou.
Lula também comentou sobre a visão do mercado em relação a isso, declarando que o mercado sempre “precifica desgraça” e que está constantemente trabalhando para não dar certo. Contudo, o presidente afirma que a economia irá crescer mais do que os especialistas determinaram em previsão. Ele ainda salientou a importância do lucro dos empresários:
“Você acha que eu quero que o empresário dê prejuízo? Eu não sou doido. Se der prejuízo, vou perder empregos. Eu quero que ele tenha lucro. Mas eu quero que ele tenha cabeça como teve Henry Ford, que disse: ‘Eu quero que meus trabalhadores ganhem bem para eles poderem comprar os produtos que eu fabrico’. Se essa filosofia predominasse na cabeça de todo mundo, esse país estava maravilhoso”.
Presidente Lula
Comentários sobre a economia
Lula também comentou sobre o Banco Central. O presidente disse que o diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, é altamente preparado, mas que ele ainda não está pensando na sucessão do Banco e que chegará o momento onde apresentará o nome.
Ainda em declarações sobre o Banco Central, o presidente volta a criticar a taxa de juros do país, que se mantém em 10,5% desde a última reunião.
“Não venham com chorumelas, porque eu fui presidente 8 anos. O Meirelles tinha total autonomia. Eu preciso respeitar a função do Banco Central. A pergunta que faço é: a BC tem de manter a taxa de 10,5% com inflação a 4%?”
Presidente Lula
Lula também reiterou não ser possível cuidar só da inflação e que a estrutura criada no cenário econômico impede uma meta de crescimento justa, ainda questionando se podemos avançar. Ele ainda disse que o governo vai analisar os gastos para saber se existem gastos onde não deveriam existir, considerando a necessidade de se manter a política de investimentos e sem levar em conta o nervosismo do mercado.