Taxa de US$ 100 mil para visto H-1B nos EUA gera polêmica

A taxa de US$ 100 mil para visto H-1B nos EUA foi anunciada pelo governo do presidente Donald Trump e deve impactar profissionais estrangeiros especializados em tecnologia, ciência, saúde e engenharia. A medida visa priorizar trabalhadores norte-americanos, mas já provoca críticas de empresas e especialistas que alertam para possíveis efeitos negativos no mercado de trabalho e na competitividade do país.

O que é a taxa de US$ 100 mil para visto H-1B nos EUA

O H-1B é um visto temporário concedido a estrangeiros que possuem formação universitária ou experiência profissional altamente especializada. Ele permite que empresas norte-americanas contratem trabalhadores estrangeiros quando não encontram candidatos qualificados no mercado interno.

Muito disputado, o programa recebe centenas de milhares de inscrições todos os anos, mas o número de concessões é limitado por cotas estabelecidas pelo governo. Grandes companhias de tecnologia, como Google, Microsoft e Amazon, estão entre as principais beneficiárias do H-1B, já que dependem desses profissionais para desenvolver inovações e manter projetos em andamento.


Presidente Donald Trump (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)


Repercussão da taxa de US$ 100 mil para visto H-1B

Especialistas afirmam que a taxa de US$ 100 mil para visto H-1B pode reduzir o número de profissionais qualificados entrando no país, levando muitos a buscar oportunidades em locais com políticas migratórias mais flexíveis, como Canadá, Reino Unido e Austrália. Além disso, há receio de que a medida prejudique a competitividade das empresas norte-americanas, especialmente no setor de tecnologia, onde a escassez de mão de obra qualificada é crítica.

Enquanto a proposta ainda precisa ser regulamentada, a discussão sobre a taxa de US$ 100 mil para visto H-1B nos EUA reacende o debate sobre políticas migratórias, proteção de empregos locais e a necessidade de manter os Estados Unidos competitivos em setores estratégicos da economia global.

Os especialistas também apontam que, se aprovada, a medida pode gerar impactos significativos na atração de profissionais altamente qualificados, reduzir a inovação em empresas de tecnologia e ciência, e até influenciar decisões de investimento estrangeiro no país. Além disso, organizações do setor alertam que a cobrança elevada pode criar obstáculos burocráticos, atrasar projetos estratégicos e aumentar os custos operacionais, prejudicando a capacidade das companhias norte-americanas de competir com outros mercados que oferecem condições mais favoráveis para talentos internacionais.

Governo dos EUA aprova nova taxa e encarece visto de turismo

O governo dos Estados Unidos confirmou a aprovação de uma nova tarifa de US$ 250 (equivalente a aproximadamente R$ 1.390) direcionada a turistas que buscam obter o visto de entrada no país. Essa cobrança extra foi integrada a um pacote tributário que recebeu sanção do então presidente Donald Trump no início de julho. No entanto, uma data específica para a implementação dessa medida ainda não foi determinada.

Nova tarifa pode dobrar custo do visto dos EUA

Com a inclusão dessa nova tarifa, o custo total para a emissão do visto americano poderá mais do que dobrar em relação aos valores praticados atualmente. Essa alteração impactará diretamente brasileiros e outros viajantes internacionais com planos de visitar os EUA. A legislação pertinente prevê que o montante dessa taxa poderá ser ajustado pela então secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem, e que, em determinadas condições, o valor pago poderá ser reembolsado.

O visto é uma autorização formal concedida por um país a cidadãos estrangeiros, permitindo sua permanência por um período específico, seja para fins de turismo, estudo, trabalho ou outras finalidades. Para iniciar o processo de solicitação, é indispensável possuir um passaporte válido, documento que serve como identificação internacional do viajante e registra suas entradas, saídas e os vistos concedidos.


Notas de dólares (Foto: reprodução/Boy_Anupong/Getty Images Embed)


Processo segue igual, mas taxa pode passar de US$ 400

Apesar da aprovação da nova taxa, o procedimento padrão para a solicitação do visto permanece o mesmo. O interessado deve preencher o formulário online DS-160, efetuar o pagamento da taxa consular vigente, agendar a entrevista no consulado ou embaixada, e comparecer com todos os documentos exigidos. Com a adição da nova cobrança, o custo final total do processo poderá ultrapassar os US$ 400. Essa iniciativa do governo norte-americano faz parte de um esforço mais amplo para incrementar a arrecadação e fortalecer o controle migratório. Especialistas aconselham que quem planeja viajar para os EUA nos próximos meses acompanhe de perto as atualizações sobre a entrada em vigor dessa nova tarifa.

EUA compra 70% do aço brasileiro, mas tarifa de Trump pode afetar vendas

Entre janeiro e março deste ano, quase 70% das exportações brasileiras de aço e alumínio foram para os Estados Unidos. Porém, mesmo com a taxa de 25% imposta ao aço e alumínio brasileiro, o Ministério do Comércio diz que o Brasil tem alternativa.

Portanto, do total de 2,9 milhões de toneladas de aço e alumínio produzidas no primeiro trimestre de 2025, 70% – ou seja, 2 milhões – foram para os Estados Unidos. Em 2024, o Brasil exportou 4,1 milhões de toneladas de aço para os EUA. Isso posicionou o país como o segundo maior fornecedor do material, de acordo com dados do Departamento de Comércio norte-americano. Ficando atrás apenas do Canadá.  

Brasil somou 1,5 bilhão em exportações para os EUA

Dados divulgados nesta segunda-feira (7) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, mostram que o Brasil atingiu US$ 1,5 bilhão em exportação para os Estados Unidos.  

Contudo, o ministério prevê uma desaceleração nos próximos meses, principalmente pelo temor do mercado financeiro global, causado pela taxação do presidente Trump. Ainda de acordo com o ministério, o Brasil tem alternativas e não fica dependente dos EUA para exportação de aço.  


Donald Trump taxou em 25% o aço brasileiro (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Impacto das taxas na economia brasileira

A taxa de 25% sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio não deve causar um impacto significativo na economia. Segundo especialistas, o Brasil possui alternativas viáveis, como redirecionar as exportações para outros mercados ou priorizar o aumento do consumo doméstico de aço.   

Diferentemente de países como México e Canadá, o Brasil apresenta uma certa independência do mercado americano, podendo fazer mais negócios com países parceiros.  

Trump taxa mais de 100 países

Donald Trump impôs tarifas recíprocas a mais de 100 países, variando de 10% a 50%, como parte de sua política de proteção à indústria americana. Países como China, União Europeia e Canadá foram impactados, gerando instabilidades comerciais globais e a queda das bolsas de valores por todo o mundo.  

As tarifas, embora descritas como “recíprocas”, afetaram produtos como aço, alumínio e automóveis e, no caso de países dependentes das exportações para os EUA, essa medida pode enfraquecer suas economias.