Testemunhas contradizem versão oficial sobre acidente com Diogo Jota e irmão

Duas pessoas que testemunharam o acidente envolvendo os jogadores Diogo Jota, do Liverpool, e seu irmão André Silva dizem algo diferente do que está no relatório da Guarda Civil da Espanha. O acidente aconteceu no dia 3 de julho, na rodovia A-52, perto da cidade de Palacios de Sanabria. Segundo os peritos, o carro tentou fazer uma ultrapassagem e tudo indica que estava acima do limite de velocidade. As testemunhas, no entanto, não concordam com essa versão.

Testemunhas contestam versão oficial

Segundo o jornal português Correio da Manhã, um caminhoneiro identificado como José Azevedo, que diz ter testemunhado o acidente, relatou que o carro dos jogadores não parecia estar em alta velocidade. Ele afirmou que viu claramente a marca e a cor do veículo quando passou por ele, mesmo com pouca iluminação, e destacou que os ocupantes estavam dirigindo de forma tranquila. Azevedo, que trafega diariamente pela rodovia onde ocorreu a colisão, disse já ter presenciado situações perigosas na estrada, mas que, naquele caso, o comportamento ao volante parecia calmo.

Ainda de acordo com o Correio da Manhã, um segundo caminhoneiro, amigo de José Azevedo, também testemunhou o acidente e compartilhou a mesma impressão: o carro dos jogadores não estava em alta velocidade. Segundo ele, o veículo seguia de forma cuidadosa pela rodovia, momentos antes da colisão.

Segundo Rute Cardoso, esposa de Diogo Jota, os irmãos estavam a caminho de Benavente, uma vila espanhola localizada a cerca de 60 quilômetros do local do acidente. O destino final da viagem era a cidade de Santander, também na Espanha, de onde embarcariam em um barco com destino a Portsmouth, na Inglaterra.


Fotos do casamento de Diogo Jota 11 dias antes de sofrer o acidente (Foto: reprodução/X/@DSports)

Recomendações médicas e acidente

Diogo Jota normalmente viajava de avião, mas, após passar por uma cirurgia nos pulmões devido a um desconforto, recebeu orientação médica para evitar voos. A recomendação foi feita por conta das mudanças na pressão atmosférica durante o trajeto e o risco de complicações no pós-operatório. Quando um dos familiares percebeu que os irmãos não haviam chegado a Benavente, soou o alerta sobre o desaparecimento. Mais tarde, a esposa do jogador do Liverpool, com quem ele havia se casado apenas 11 dias antes, confirmou que Diogo e André estavam entre as vítimas do acidente.

Diogo Jota, de 28 anos, e André Silva, de 25, eram irmãos, portugueses e jogadores de futebol. Diogo atuava no Liverpool e havia acabado de conquistar, pela segunda vez, a Liga das Nações com a seleção de Portugal. André jogava pelo Penafiel, clube da segunda divisão portuguesa. Diogo deixa três filhos.

Testemunhas de Mauro Cid depõem ao STF sobre atos antidemocráticos

A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na manhã desta quinta-feira (22), colheu depoimentos das testemunhas de defesa vinculadas ao ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid. Por videoconferência, os ministros interrogaram os oito indicados sobre questões relacionadas aos atos praticados em Brasília, DF, em janeiro de 2023.

Uma das testemunhas de defesa, o general Edson Ripoli declarou Cid como um funcionário leal, correto e obediente aos seus comandantes.

 “Todas as missões que dei pra ele ele cumpriu muito bem. Naquele ano em que trabalhei com ele, ele foi leal e correto.” General Edson Ripoli

Além das alegações sobre a obediência de Cid, as testemunhas de defesa, também, negaram qualquer menção do ex-ajudante de ordens sobre ações que visassem impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais. 

O ministro Alexandre de Moraes permaneceu como  relator do caso. Os demais ministros que integram a primeira turma são: Cristiano Zanin, Carmen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.

As testemunhas 

Conforme o rito processual, as primeiras testemunhas a serem ouvidas são as testemunhas de acusação. Fato ocorrido na última segunda-feira (19). Na data de hoje, quinta-feira (22), foram ouvidas as testemunhas de defesa de Mauro Cid. 

Os oito indicados pelos advogados de defesa, são militares com cargos que variam de sargento a general.  São eles: Adriano Alves Teperino, Edson Dieh Ripoli, Fernando Linhares Dreus, Flávio Alvarenga Filho, João Batista Bezerra, Julio Cesar de Arruda, Luís Marcos dos Reis, Raphael Maciel Monteiro. 


Publicação sobre a audiência ocorrida nesta data, quinta-feira (22), no STF (Vídeo: reprodução/X/@JovemPanNews)

Mauro Cid e mais outros sete, foram indiciados pela Procuradoria Geral da República (PGR) e tornados réus pela Primeira Turma do STF em 26 de março (2025). Entre os crimes estão:  tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Rito processual

Um dos réus na ação é o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, que poderá apresentar, também, suas testemunhas de defesa perante o STF. Ao todo, segundo consta, são 82 testemunhas relacionadas aos oito réus do núcleo 1 ou núcleo crucial. 

Nas audiências, o interrogatório é conduzido pelos advogados, porém, ministros e procuradores gerais também realizam perguntas a fim de colher o maior número de informações possíveis para a elucidação dos fatos.

Finalizado os depoimentos de todas as testemunhas, tanto de defesa quanto de acusação, os réus deverão ser ouvidos. Só então, a Primeira Turma do STF poderá optar pela absolvição ou condenação deles. 

Julgamento de Trump no caso da atriz pornô entra na fase de argumentos e testemunhas

O julgamento envolvendo Donald Trump e a atriz de filmes adultos Stormy Daniels teve seu júri escolhido na última sexta-feira (19). Foram escolhidos 12 jurados e seis suplentes. O processo entra nesta segunda-feira (22) na fase de apresentação de argumentos por parte da acusação e testemunhas. Será o primeiro de quatro julgamentos criminais envolvendo o ex-presidente por esconder nos livros contábeis pagamentos feitos à estrela pornô durante sua campanha em 2016. A expectativa é de que o julgamento dure cerca de seis semanas.

As testemunhas do caso

O juiz do caso, Juan Merchan, completou a formação de jurados no caso de Trump. Foram quatro dias de seleção, 200 candidatos e uma complicação na fase final na escolha do júri. Duas candidatas pré-selecionadas começaram a chorar durante o interrogatório final e foram dispensadas e substituídas. 

Com essa etapa completada, agora a promotoria e a defesa irão apresentar o caso ao júri selecionado para, depois, ouvirem o relato da primeira testemunha de acusação, que se espera que seja David Pecker, o ex-editor do tabloide National Enquirer. Dentre as testemunhas-chave do caso também estão a atriz Stormy Daniels, que teria recebido dinheiro de Trump por seu silêncio, e Michael Cohen, o ex-advogado de Trump cujo nome está implicado na fraude nos livros contábeis.


David Pecker chefiou a editoria do tabloide de 1999 a 2020 e teria informações privilegiadas do esquema de pagamentos de Trump (Foto: reprodução/Karjean Levine/Getty Images embed)


De acordo com a promotoria, Pecker é um amigo antigo de Trump e se reuniu com ele e Cohen na Trump Tower em 2015 para discutirem o uso do periódico na qual era editor para suprimir histórias negativas a respeito de Trump, comprando direitos exclusivos de publicação das mesmas, mas nunca divulgando-as.

Tanto Pecker quanto a American Media forneceram detalhes sobre o pagamento feito por Michael Cohen a Stormy Daniels após o advogado ser intimado pelo FBI em abril de 2018, disseram os promotores. Pecker recebeu imunidade em troca de seu testemunho sobre o que sabia sobre o pagamento.

Relembre detalhes do caso

Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos em 2016. Durante a parte final de sua campanha, segundo a acusação, Trump tentou abafar uma relação sexual extraconjugal que teve dez anos antes com a estrela pornô Stormy Daniels, cujo verdadeiro nome é Stephanie Clifford. O candidato teria pagado US$ 130 mil (cerca de R$ 660 mil na cotação atual) para comprar o silêncio da atriz.

Donald Trump maquiou o pagamento como se fossem os honorários de seu advogado. Portanto, o ex-presidente está sendo julgado por esconder o valor nos registros contábeis do que seria uma despesa de campanha, já que dinheiro desembolsado por Trump teria como fim esconder uma informação que poderia prejudicá-lo nas urnas.


Uma repercussão negativa do julgamento de Trump pode afetar sua campanha nas eleições presidenciais deste ano (Foto: reprodução/Alex Wong/Getty Images embed)


E Daniels não teria sido a única a receber dinheiro de Trump por seu silêncio. A ex-modelo da Playboy Karen McDougal disse à American Media, liderada na época por Pecker, que Trump lhe pagou U$ 150 mil em 2016 para esconder um caso que tiveram em meados dos anos 2000. Trump nega ter tido um caso com ela e não foi acusado desse suposto pagamento, mas a promotoria irá usar o depoimento de McDougal para oferecer contexto sobre a prática de Trump enterrar notícias negativas a seu respeito. 

Trump também se declarou inocente das 34 acusações criminais de falsificação de registros comerciais, que podem levar a uma sentença de mais de 100 anos de prisão. A intenção dos promotores é provar que Trump pretendia infringir a lei para garantir uma condenação ao ex-presidente que, se julgado culpado, pode ter sua campanha nas eleições americanas severamente afetadas.