Megaoperação no Complexo da Penha deixa mais de 60 mortos e 3 feridos após intenso tiroteio

Desde as primeiras horas dessa terça-feira (28), o Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, foi palco de uma megaoperação policial contra o tráfico de drogas e facção criminosa, que resultou em 64 mortos, com 18 traficantes e 4 agentes. As informações apontam que moradores sem ligação ao crime também faleceram durante o confronto.

Além disso, 3 moradores da região foram atingidos por bala perdida: um homem em situação de rua foi alvejado nas costas e levado para o Getúlio Vargas; uma mulher que estava em uma academia em Olaria também foi ferida, mas já recebeu alta; e um homem que estava num ferro-velho.

A ação da polícia envolveu 2.500 policiais designados a cumprir 100 mandados de prisão na comunidade. Os criminosos reagiram com drones-bomba e fortemente armados, 81 foram detidos, também foram apreendidos 42 fuzis, duas pistolas, nove motos e 200 quilos de drogas.


Vídeo Bom Dia Brasil (reprodução: G1/YouTube/Tv Globo)


Chefe de Segurança Pública admite dificuldade do Estado no combate ao crime organizado

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, reconheceu nesta terça-feira (28), em entrevista ao Bom Dia Rio, que o Estado enfrenta “grandes dificuldades” no combate ao crime organizado, especialmente em comunidades dominadas por facções criminosas.

Segundo o secretário, o poder das organizações criminosas é resultado de anos de ocupação territorial e armamento pesado.

Estamos lidando com grupos que se estruturaram ao longo do tempo e que têm acesso a armamento de guerra. Isso torna nossas operações extremamente complexas e arriscadas, tanto para os policiais quanto para os moradores”, afirmou Santos.

Ele também destacou que o Estado precisa reforçar a inteligência policial e a integração entre as forças de segurança.

O enfrentamento direto é apenas uma parte do problema. Precisamos de investimento contínuo em inteligência, tecnologia e ações conjuntas entre Polícia Civil, Militar e Federal. Só assim conseguiremos enfraquecer de fato essas facções”, declarou.

Rotina da população interrompida

Durante a operação, moradores relataram momentos de pânico e dificuldade para deixar suas casas. Escolas e comércios locais suspenderam as atividades, e o transporte público foi interrompido em vários pontos do complexo. Nas redes sociais, circulam vídeos mostrando o som intenso de tiros e a movimentação de veículos blindados da polícia.

A operação já é considerada a mais letal da história no estado do Rio de Janeiro. Por esse motivo, diversas vias da cidade carioca foram fechadas e linhas de ônibus sofreram alterações em suas rotas.

Polícia encontra caça-níqueis e drogas em operação realizada na Cracolândia

Nesta segunda-feira (19), a Prefeitura de São Paulo e o Governo iniciaram uma operação especial na região da Cracolândia. A operação visa fechar estabelecimentos, como bares, hotéis e restaurantes, que tenham ligação com o tráfico de drogas na região.

Os primeiros passos

Em entrevista à CNN, o vice-governador Felício Rasmuth confirmou que na última quarta-feira (14), o prefeito da cidade de São Paulo Ricardo Nunes assinou um decreto que permite o fechamento imediato de estabelecimentos que podem acarretar riscos à saúde, segurança e integridade física de pessoas e bens, o que facilitou a força-tarefa realizada nesta segunda-feira.

Segundo o vice-governador, a primeira visita foi em um bar localizado na Rua Osório, próximo a um dos antigos pontos de concentração. No local, foram encontradas drogas e caça-níqueis. Rasmuth foi questionado também sobre a dispersão dos usuários, que antigamente ficavam na Rua dos Protestantes.

Não existe espalhamento dos usuários. Os pontos de fluxo não são novos e são monitorados. Não encontramos nenhum novo ponto. Os usuários estão em hospitais e comunidades terapêuticas.

Na última semana, a Rua dos Protestantes, principal ponto de concentração dos usuários, foi esvaziada. O esvaziamento da região foi comemorado pelas autoridades como avanço nas ações de segurança pública e assistência social. Em contradição com o que foi dito pelo vice-governador, especialistas da saúde afirmam que profissionais de assistência social e da saúde não conseguiram localizar seus pacientes, portanto, o tratamento que estava sendo realizado com eles acabou sendo interrompido.


Em vídeo, o governador do estado de São Paulo Tarcísio de Freitas comenta sobre operações na região da Cracolândia (Vídeo: reprodução/X/@tarcisiogdf)

O que dizem os órgãos públicos?

Em nota, a secretaria de segurança pública de São Paulo afirma que tem atuado juntamente com a prefeitura na região para combater a criminalidade, o tráfico de drogas, fazer a adequação de vias obstruídas pelos grupos e oferecer apoio aos dependentes químicos.

A Polícia Civil realiza investigações constantes que têm resultado na apreensão de entorpecentes e na identificação de integrantes de organizações criminosas. Já a Polícia Militar mantém o policiamento ostensivo com reforço de efetivo e emprego de equipes especializadas, atuando em pontos estratégicos.

Medidas também estão sendo executadas pela secretaria em conjunto com com ações da Secretaria Estadual de Saúde e da Secretaria de Desenvolvimento Social.

Esse conjunto de ações permitiu a diminuição crescente do número de dependentes químicos na região e a requalificação de vias que antes eram tomadas pelo fluxo.

O vice-governador afirma que o governo e a prefeitura de São Paulo estão trabalhando em conjunto para observar possíveis novos pontos de tráfico.

Oruam é solto pela polícia após abrigar foragido da Justiça em sua casa

O rapper Oruam foi solto pela polícia na manhã desta quarta-feira (26) por volta das 10h40. O artista foi enquadrado por “favorecimento pessoal” mas deixou a delegacia após assinar um termo circunstanciado. Oruam – nome artístico para Mauro Davi dos Santos Nepomuceno – é filho de Marcinho da VIP, que está preso por homicídio, tráfico e formação de quadrilha. Além disso, o pai do rapper também é apontado pelo ministério público como um dos chefes do Comando Vermelho.

Investigação na casa de Oruam

Oruam foi levado para a delegacia enquanto a polícia realizava uma busca em sua casa no Joá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, por conta de um episódio ocorrido no fim do ano passado, quando Oruam realizou disparos em um condomínio fechado em São Paulo.


Oruam deixa a delegacia (Reprodução/TV Globo)

Oruam estava em uma casa em SP, com diversas pessoas, em uma espécie de festa. Instigado por outros, pegou uma arma calibre 12 e realizou um disparo”, descreveu o delegado.

No entanto, enquanto realizavam a busca, a polícia encontrou Yuri Pereira Gonçalves, amigo do rapper, que estava foragido da justiça por tráfico de drogas e organização criminosa. O traficante possuía uma pistola 9mm com kit-rajada e munição. Por isso, Oruam foi enquadrado por “favorecimento pessoal”.

Oruam deixa a delegacia

Por volta das 10h40 da manhã, Oruam deixou a delegacia após assinar um termo circunstanciado. Além disso, o rapper afirmou que o amigo não é traficante e a bala usada no dia dos disparos no condomínio em São Paulo era de borracha.

Ele não é traficante. Ele é uma pessoa normal e é meu amigo. Eu não sabia que ele estava foragido. Naquele dia, era bala de borracha”, disse Oruam.

Vale lembrar que a investigação realizada hoje não tem relação com a prisão do rapper na semana passada, dia 20, após dar um “cavalo de pau” na frente de uma viatura da Polícia Militar. Na ocasião, Oruam foi preso mas pagou a fiança de 60 mil e foi solto.


Oruam mostra o dedo médio após pagar a fiança e deixar a delegacia na semana passada (Foto: Dilson Silva / AgNews)

Durante a sua saída da delegacia na manhã de hoje, o rapper afirmou que iria “voltar tranquilo para casa” e que o seu álbum recém lançado está “bombando” do jeito que ele queria.

Conheça Diddy: magnata do Hip-hop preso acusado de tráfico sexual

Na última segunda-feira (16), Sean ‘Diddy’ Combs, também conhecido como Puff Daddy ou P. Diddy, foi preso em um hotel em Manhattan, Nova Iorque, e levado sob custódia. O produtor musical, rapper e empresário de 54 anos enfrenta sérias acusações, incluindo agressão física, abuso e tráfico sexual.

O advogado de Diddy, Marc Agnifilo, declarou que a prisão é “injusta” e defendeu a inocência de seu cliente, afirmando que ele não tem nada a esconder. Mesmo se declarando inocente, o pedido de fiança de Diddy foi negado duas vezes pela Justiça, o que o mantém detido no Metropolitan Detention Center, no Brooklyn, aguardando o início do julgamento.


Sean ‘Diddy’ Combs no palco do Billboard Music Awards de 2022 (Foto: reprodução/Ethan Miller/Getty Images Embed)


A trajetória de Diddy

Sean John Combs nasceu no Harlem, bairro de Manhattan, Nova Iorque, e iniciou sua carreira musical como estagiário na Uptown Records, em 1990. Na gravadora, ele rapidamente se tornou diretor artístico na empresa. Porém, após ser demitido em 1993, ele fundou sua própria gravadora, a Bad Boy Records.

Com a Bad Boy, Diddy conquistou notoriedade na indústria musical sendo referência do Hip-hop da Costa Leste dos Estados Unidos, especialmente com o sucesso do rapper Notorious B.I.G., considerado um dos melhores rappers de todos os tempos. Mesmo após a trágica morte de Biggie, Diddy continuou relevante na indústria musical, colaborando com diversos artistas como Mary J. Blige, Usher, Lil’ Kim, TLC, Mariah Carey e Boyz II Men. Ele também alcançou sucesso solo, ganhando Grammys pelo single “Can’t Nobody Hold Me Down” e pelo álbum “No Way Out”.

Magnata do Hip-Hop

Além de seu impacto na música, Diddy expandiu seus negócios para outras áreas. Ele é proprietário da Revolt TV, um canal de televisão focado em música e cultura, e possui as marcas de roupas e acessórios Sean John e Sean by Sean Combs. Também tem investimentos em startups tecnológicas e é embaixador das marcas de bebidas Ciroc e DeLeon. Em 2022, a Forbes listou Diddy como o terceiro artista do Hip-hop a se tornar bilionário, com uma fortuna estimada em 1 bilhão de dólares, ficando atrás apenas de JAY-Z.

Acusações graves e futuro incerto

Diddy enfrenta uma acusação federal detalhada em um documento de 14 páginas, que o descreve como líder de uma organização criminosa responsável por abusar e explorar sexualmente mulheres durante anos. Segundo o processo, ele obrigava supostamente as vítimas a participar de orgias movidas a drogas, ameaçando-as com violência ou com a retirada de apoio financeiro caso resistissem.

As primeiras denúncias vieram à tona em novembro de 2023, quando sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura, entrou com um processo alegando que foi traficada, abusada fisicamente e estuprada durante o relacionamento de uma década com o magnata. O caso foi rapidamente encerrado com um acordo financeiro no dia seguinte, sem que Diddy assumisse qualquer culpa.

Desde então, outras acusações surgiram. De acordo com relatos, Diddy organizava festas chamadas de “Freak Offs”, onde as mulheres, muitas vezes sob efeito de drogas, eram forçadas a realizar atos sexuais que eram gravados e utilizados para chantageá-las. Um vídeo de 2016, recentemente divulgado, mostra o rapper agredindo Cassie em um hotel de Los Angeles.

Se condenado por todas as acusações, Diddy pode enfrentar penas que variam de 15 anos até prisão perpétua, colocando em risco toda a sua trajetória como um dos maiores nomes do Hip-hop e empresário de sucesso.

Mãe e irmão de Djidja Cardoso são réus por tortura seguida de morte, tráfico e outros 12 crimes

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte da ex-sinhazinha do boi garantido, Djidja Cardoso. Ademar Farias Cardoso Neto e Cleusimar Cardoso Rodrigues, mãe e irmão da vítima, serão indiciados por tortura com resultado de morte, tráfico de drogas e mais 12 crimes. Além destes, mais 11 pessoas também irão responder pelo crime, é o que declarou o delegado do caso responsável pelas investigações, Cícero Túlio, nesta quarta-feira (20). 

Djidja Cardoso faleceu no último dia 28 sob suspeita de overdose de cetamina, um anestésico injetável poderoso também conhecido como Ketamina. Ela, a mãe e o irmão faziam parte de uma seita criada por eles, denominada “Pai, Mãe, Vida”. A mãe dizia ser a representação de Maria de Nazaré,  o irmão, Jesus Cristo, e a vítima seria Maria Madalena. O uso recreativo da droga, os faziam acreditar em uma “elevação espiritual”. Eles faziam uso dos anestésicos há pouco mais de um ano, com o passar do tempo, eles começaram a ter alucinações devido ao uso excessivo. Por vezes, a mãe, Cleusimar, fazia questão de gravar a família em casa durante a aplicação da droga. 



O vídeo mostra Djidja e o irmão, Ademar Farias Cardoso sob o efeito do anestésico (Foto: reprodução/Instagram/@djidjacardoso)

Réus

Desde o início das investigações, 10 pessoas foram presas: 

  • Clausimar Cardoso Rodrigues – mãe de Djidja.
  • Ademar Farias Cardoso Neto – o irmão de Djidja .
  • Hatus Silveira, ex- personal de Djidja.
  • Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro do salão de Djidja.
  • Caudiele Santos da Silva – maquiadora do salão. 
  • Verônica da Costa Seixas, gerente do mesmo salão.
  • Bruno Roberto, ex-namorado de Djidja. 
  • Dois funcionários da clínica veterinária que forneciam o anestésico sem a obtenção de receita 
  • José Máximo de Oliveira, dono da clínica veterinária 

A maquiadora e Claudiele Santos da Silva, o maquiador Marlisson Vasconcelos Dantas e um dos funcionários envolvidos no caso, estão em prisão domiciliar cedido pela Justiça do Amazonas. 

O delegado do caso, fará uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (20) para falar sobre o fim das investigações. 



Família acreditava ser reencarnação de Jesus, Maria de Nazaré e Madalena (Vídeo: reprodução/Instagram/@crimesdobrasil)

Quem foi Djidja Cardoso? 

Dilemar Cardoso, conhecida pelo nome artístico Djidja Cardoso, nasceu em 3 de fevereiro de 1992. Durante cinco anos foi sinhazinha do tradicional evento Festa do Boi Garantido, que ocorre em Parintins. Também era proprietária de um salão de beleza, Belle Femme em Manaus.

De acordo com o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML), Djidja teria falecido por um edema cerebral que comprometeu o funcionamento do coração e respiração. O resultado final da necrópsia deve ficar pronto ainda este mês.