Ataque russo com mísseis atinge Kiev e deixa mortos e feridos

A Rússia realizou um ataque com mísseis e drones que atingiu Kiev, capital da Ucrânia, na madrugada desta quinta-feira (24). Ao menos nove pessoas morreram e cerca de 63 ficaram feridas, segundo as autoridades locais. Entre os feridos estão crianças e mulheres, e a ofensiva causou destruição em pelo menos quatro bairros da cidade.

O míssil utilizado no ataque foi identificado como um modelo balístico norte-coreano do tipo KN-23, segundo fontes militares ucranianas. Pelo menos 42 pessoas foram hospitalizadas, conforme informou o Serviço Estadual de Emergência da Ucrânia.

Equipes de resgate relataram à agência Associated Press que corpos foram retirados dos escombros, enquanto sobreviventes eram socorridos.

Oksana Bilozir, estudante que estava próxima a um dos locais onde ocorreu a explosão, relatou o medo após o ataque. “Honestamente, eu nem sei como tudo isso vai acabar, é muito assustador”, disse.

Nenhuma diplomacia funciona aqui.”
Oksana Bilozir

Anastasiia Zhuravlova, de 33 anos, mãe de dois filhos, relatou ter se abrigado com a família em um porão após a explosão lançar eletrodomésticos pela cozinha e estilhaçar janelas.

Impasse diplomático

Em visita oficial à África do Sul, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky retornou ao seu país antes do determinado, após os ataques. E lançou críticas em suas redes sociais à Rússia, por violar o cessar-fogo aéreo no Mar Negro acordado com os EUA em março. No entanto, o governo russo respondeu que o acordo expirou, embora declare que continua trabalhando em conjunto com os EUA por paz.


 Ataque Russo na Ucrânia (Vídeo: Reprodução/YouTube/O POVO)

Zelensky voltou a afirmar que não reconhecerá a Crimeia como território russo e que qualquer negociação dependeria de um cessar-fogo total. “Seguiremos nossa Constituição”, declarou.

EUA ameaça abandonar mediação

O ataque aconteceu logo após novas tensões diplomáticas e estagnação do acordo de paz. O presidente norte-americano Donald Trump criticou Zelensky por, segundo ele, “prolongar o campo de matança” ao se recusar a ceder a Crimeia à Rússia em um plano de paz. Para Trump, “a Crimeia foi perdida há anos e nem sequer é mais um ponto de discussão”.

Trump afirmou a repórteres que um acordo entre Zelensky e o presidente russo Vladimir Putin depende de que ambas as partes, fortes e inteligentes, se entendam. “Assim que isso acontecer, a matança vai parar”, disse.

Devido às circunstâncias, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, informou que o país pode abandonar os esforços de mediação caso não haja sinais concretos de avanço.

Não vamos continuar com esse esforço por semanas e meses a fio. Então, precisamos determinar muito rapidamente agora — e estou falando de questão de dias — se isso é viável nas próximas semanas. Se for, estamos dentro. Se não, então temos outras prioridades para focar também
Marco Rubio

A escalada da guerra

Além de Kiev, a segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, e outras localidades também foram atingidas pelos ataques russos nesta quinta-feira. O prefeito da capital, Kiev, Vitali Klitschko, confirmou que casas e veículos foram incendiados, e que muitos danos foram causados pela queda de destroços em diferentes bairros da cidade.

Vladimir Putin anuncia cessar-fogo temporário

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou neste sábado, 19 de abril, um cessar-fogo temporário na guerra contra a Ucrânia. A trégua de Páscoa, como foi chamada, deve durar 30 horas. Pelo horário de Moscou, ela começa às seis da tarde no sábado e vai até a meia-noite de segunda. Já no Brasil, essa pausa acontece do meio-dia de sábado até o fim da tarde de domingo, às seis.

Putin justificou a pausa nos combates com razões humanitárias e determinou a suspensão de todas as operações militares durante esse intervalo. Ele afirmou esperar que a Ucrânia também respeite a trégua, mas pediu que as forças russas permaneçam atentas a qualquer provocação ou possível quebra do acordo. Segundo ele, Kiev já desrespeitou mais de cem vezes os acordos para não atacar a infraestrutura energética, o que justificaria uma postura de vigilância.

Declarações ucranianas

Mas autoridades ucranianas afirmaram que a Rússia não cumpriu a pausa. O presidente Volodymyr Zelensky disse que drones russos foram detectados nos céus ucranianos às cinco e quinze da tarde, ou seja, quarenta e cinco minutos antes do início da trégua. De acordo com ele, a defesa aérea do país precisou agir para conter os ataques.


Soldados ucranianos (Foto: reprodução/x/@g1)

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, lembrou que em março o país já havia aceitado uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de trinta dias, mas que a Rússia recusou. Agora, Moscou propõe apenas trinta horas. Sybiha disse que a Ucrânia continua aberta ao acordo mais duradouro.

Ministério da defesa russo

O Ministério da Defesa da Rússia declarou que cumprirá a trégua, contanto que a Ucrânia também a respeite. Já a União Europeia respondeu com desconfiança, ressaltando que, se realmente quisesse, Moscou teria o poder de encerrar o conflito a qualquer momento.

Ainda no sábado, 246 soldados russos foram trocados por 246 prisioneiros ucranianos. Houve também a liberação de feridos em situação delicada. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump e o secretário de Estado Marco Rubio disseram que o país deixará de tentar mediar um acordo de paz caso não haja avanços concretos nos próximos dias.

Rússia x Ucrânia: Novos ataques deixam mortos e feridos, aumentando tensões

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, utilizou suas redes sociais para informar sobre um novo ataque russo realizado na noite de ontem, quarta-feira (16), que resultou em vítimas fatais. Os ataques ocorreram em cidades localizadas no leste e no sudeste ucraniano.

Zelensky relata que entre os mortos está uma jovem de 17 anos, a quem ele se refere como Veronika. Além dos quatro mortos, há 28 feridos, incluindo quatro crianças. Destes, 16 ainda permanecem internados em hospitais da cidade.  

As cidades atingidas foram Dnipro e Odessa, onde, segundo Zelensky, vários prédios residenciais ficaram danificados. Nas cidades de Sumy, Kharkiv e Donetsk houve ataques aéreos, incluindo mísseis balísticos russos.


Publicação de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia (Foto: reprodução/X/@ZelenskyyUa)

Em sua publicação, o presidente ucraniano reforça o pedido de ajuda à comunidade internacional para conter os ataques realizados por Moscou e finaliza dizendo que “a Rússia usa todos os dias e todas as noites para matar”.

Ajuda da comunidade internacional

Na última semana, líderes de países europeus se reuniram para discutir sobre apoio financeiro e militar à Ucrânia. Entre eles, os ministros de defesa do Reino Unido, John Healey, e da Alemanha, Boris Pistorius. 

Os dois países prometeram ajuda ao presidente ucraniano que, somados, ultrapassam o valor de US$ 36 bilhões de dólares. Reforçando apoio ao país do leste europeu e se posicionando contra a Rússia de Vladimir Putin.


Publicação do Departamento de Defesa ucraniano sobre a ajuda da Alemanha (Foto: reprodução/X/@DefenceU) 

Além do Reino Unido e da Alemanha, a Noruega também oferecerá ajuda financeira e militar à Ucrânia. Incluindo sistemas de radar, drones e minas antitanques.

Proposta para um cessar-fogo

Em meio a guerra Rússia/Ucrânia que já dura mais de três anos, o presidente americano Donald Trump tem procurado mediar uma proposta de cessar-fogo permanente entre os dois países envolvidos diretamente no conflito. 

No entanto, enquanto líderes de países europeus acusam Vladimir Putin de prolongar o conflito, Trump declarou na última segunda-feira (14), que Zelensky “iniciou uma guerra que não poderia vencer”. Retratando-se em seguida e reconhecendo que a guerra fora iniciada por Moscou.

No mesmo dia, Volodymyr Zelensky convidou Donald Trump para visitar as cidades devastadas pelos bombardeios e reforçou o pedido de um cessar-fogo, alertando que os ataques russos nunca foram interrompidos. 

O conflito entre Rússia e Ucrânia segue sem acordos de Paz, aumentando o número de feridos e vítimas fatais nos dois países.

Mísseis russos atingem cidade na Ucrânia e deixam mais de 30 mortos

Neste domingo (13), por volta das 10h15 no horário local, a cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia, foi atingida por dois mísseis lançados pela Rússia. Segundo informações das autoridades locais, o ataque ocorreu provocou a morte de ao menos 30 pessoas, além de deixar mais de 80 feridos.

Líderes internacionais criticam ataque

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, usou as redes sociais para comentar a situação da cidade, destacando que as equipes de resgate continuam atuando no local.

Zelensky também criticou a ação e argumentou que a Rússia deve ser punida.

“O que é necessário é uma atitude em relação à Rússia que um terrorista merece”, declarou.

O presidente francês, Emmanuel Macron, usou a rede social X para comentar o ataque, responsabilizando diretamente a Rússia.

Segundo ele, está evidente que apenas os russos desejam a continuidade do conflito, demonstrando total desrespeito pela vida humana, pelas leis internacionais e também pelos esforços diplomáticos liderados por Donald Trump.

Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, também manifestou seu apoio ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky após os bombardeios em Sumy. Em publicação nas redes sociais, afirmou estar profundamente abalado pelos ataques russos contra civis e prestou solidariedade às vítimas e seus familiares.

Starmer destacou o empenho de Zelensky na busca por paz e reforçou que Vladimir Putin deve aceitar, sem exigências, um cessar-fogo total e imediato.


Veículos destruídos por ataque de mísseis (Foto: Reprodução/Ukrainian Emergency Service/AP)

Trump condena ações da Rússia

Durante uma coletiva realizada na última segunda-feira (7), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou sua insatisfação com a guerra na Ucrânia e criticou a atuação da Rússia, acusando o país de “atacar o território ucraniano de maneira descontrolada”.

Quando foi questionado sobre a ausência de tarifas recíprocas contra a Rússia, o presidente justificou dizendo que, devido à guerra, o país não tem mantido relações comerciais com os russos.

Na sequência, ele criticou os ataques recentes à Ucrânia, classificando-os como “horríveis”. Também disse estar insatisfeito com os acontecimentos, ressaltando que a situação era preocupante.

Apesar das tensões, Trump afirmou que um cessar-fogo está próximo e revelou que os Estados Unidos planejam se reunir com representantes russos e ucranianos para discutir os rumos da guerra.

Rússia e Ucrânia: novos ataques resultam em incêndios e vítimas

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky usou as redes sociais para denunciar um novo ataque russo direcionado à cidade de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, na quarta-feira (02). Segundo Zelensky, um míssil russo atingiu a região, ferindo pessoas e matando outras quatro. Todos eram civis. 

Em sua publicação, o presidente da Ucrânia, classifica os ataques como “terror” e solicita pressão mundial, principalmente dos EUA e da União Europeia (UE) para barrar as ações praticadas por Vladimir Putin, a quem ele se refere como Moscou, por ser a capital da Rússia. 

Desde o início da guerra Rússia/Ucrânia, em fevereiro de 2022, Volodymyr Zelensky tem utilizado constantemente suas redes sociais para denunciar ataques contra o seu país,  além de solicitar apoio da comunidade mundial e de organizações multilaterais para um cessar-fogo. 


https://twitter.com/ZelenskyyUa/status/1907465750904025189
Publicação de  Volodymyr Zelensky sobre os ataques recentes contra Kharkiv (Reprodução/X/@@ZelenskyyUa

Outros ataques russos 

Algumas cidades ucranianas também sofreram ataques aéreos russos. Segundo informou o governador de Kharkiv, Oleh Syniehubov, em um período de uma hora, foram lançados 17 drones drones Shahed contra a cidade de Kiev, causando vários incêndios em instalações locais.

Os drones Shahed foram projetados pelo Irã e são conhecidos como “drones Kamikaze” ou “drones suicidas”. São veículos não tripulados, projetados para atacar vários alvos terrestres ao mesmo tempo. A Rússia utiliza o modelo Shahed 136, também conhecido como Geran-2. Esse tipo de armamento pode ser lançado via terrestre, através de um tanque militar. 

Zelensky também relatou uma série de ataques contra outras regiões do país. 


Informações sobre os ataques russos contra a Ucrânia (Reprodução/Youtubr/@CNNbrasil)

Conforme informações do presidente ucraniano, em um curto período de tempo, 74 drones foram lançados pela Rússia, destes 54 eram do tipo Shahed e 14 atingiram a cidade de Kharkiv. As regiões de Odesa e Sumy, incluindo uma subestação de energia, foram alvejadas. A cidade de Nikopol, no sul do país, próxima a Dnipro, também teve sua  subestação atingida. 

Na semana passada, a Rússia atacou a região de Belgorod, mais precisamente a cidade de Popovka, fronteiriça com a Rússia. O alvo, uma barragem usada pelo exército ucraniano para abastecer cidades da região, foi explodida por um bomba com o peso equivalente a três toneladas. O ataque causou inundações e danos a produção agrícola.  

Ajuda da OTAN

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), uma aliança político-militar, atualmente formada por 32 países, prometeu ajuda militar à Ucrânia, no valor de 21 bilhões de dólares. 

Em discurso, na data de ontem, quarta-feira (02), o secretário geral  da organização, Mark Rutte, informou que a “aliança precisa combater as ameaças que enfrentamos”, referindo-se aos ataques russos contra a Ucrânia, uma guerra em atividade há mais de três anos.


Discurso de Mark Rutte em Bruxelas, Bélgica (Reprodução/X/@NATO)



Em meio a ajudas financeiras tanto da OTAN quanto da União Europeia, a Ucrânia segue aguardando um acordo de cessar-fogo com a Rússia, mediado pelos EUA. Mas, até o momento, sem avanços ou resoluções significativas. 

Rússia ataca região central da Ucrânia com míssil, causando dezenas de mortes

Na madrugada de hoje, um míssil russo atingiu a cidade de Poltava, na região central da Ucrânia, resultando em pelo menos 51 mortos e mais de 200 feridos. O ataque devastou uma instituição educacional e um hospital, aumentando a pressão internacional sobre Moscou.

Autoridades ucranianas classificam o ataque como “terrorismo puro”, enquanto líderes mundiais condenam a escalada de violência e discutem novas sanções contra a Rússia.


Bombardeio com drones (Vídeo:Reprodução/YouTube/CNN)

Detalhes do ataque e operações de resgate

Por volta das 2h da manhã desta quarta-feira, moradores de Poltava foram despertados por uma explosão que destruiu parcialmente um complexo educacional e um hospital adjacente. Equipes de resgate trabalharam intensamente para salvar vítimas presas nos destroços, conseguindo resgatar várias pessoas com vida. As autoridades locais declararam estado de emergência e mobilizaram todos os recursos disponíveis para atender os feridos e buscar desaparecidos.

O presidente ucraniano, Volodímir Zelensky, condenou veementemente o ataque, classificando-o como “pura maldade e terrorismo”. Ele pediu uma resposta firme da comunidade internacional contra as ações russas e ressaltou a necessidade de reforçar as defesas aéreas do país. Líderes mundiais expressaram solidariedade à Ucrânia e condenaram a escalada de violência. O governo dos Estados Unidos, por exemplo, descreveu o ataque como uma demonstração da brutalidade do presidente russo, Vladímir Putin.

Repercussão internacional e possíveis desdobramentos

A comunidade internacional reagiu com indignação ao ataque em Poltava. Líderes de diversos países condenaram a ação russa e discutem a implementação de novas sanções econômicas contra Moscou. O secretário-geral da ONU, António Guterres, convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para abordar a escalada do conflito e buscar soluções diplomáticas.

Especialistas em relações internacionais alertam que o ataque pode intensificar ainda mais as tensões na região e levar a uma resposta militar mais contundente por parte da Ucrânia e de seus aliados ocidentais. Enquanto isso, organizações humanitárias estão mobilizadas para prestar assistência às vítimas e aos deslocados pelo conflito, que já ultrapassam milhões desde o início das hostilidades.

“Horror e repulsa”: Ex-presidente da polônia escreve carta aberta a Donald Trump após discussão

O ex-presidente da Polônia e líder sindical, Lech Walesa, que exerceu papel de líder durante a derrubada do comunismo no país, publicou em seu facebook nessa segunda-feira (3) uma carta ao presidente Donald Trump. A carta, que foi assinada por 39 ex-prisioneiros políticos poloneses, expressa “horror e repulsa” pela discussão do americano com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O desentendimento ocorreu no Salão Oval da Casa Branca, em Washington D.C, na sexta-feira (28).


Volodymyr Zelensky e Donald Trump (Foto: reprodução/Doug Mills/The New York Times)

Discussão na Casa Branca

Em reunião transmitida ao vivo na sexta-feira (28), Donald Trump acusou Zelensky de ser desrespeitoso com os Estados Unidos, ingrato pelo auxílio que recebeu do país, além de arriscar a Terceira Guerra Mundial. A fala deixou dúvidas sobre a continuidade do apoio de Washington à Ucrânia na guerra contra a Rússia que completou três anos em fevereiro.

Na carta escrita por Lech Walesa, o ex-presidente diz considerar as expectativas de Trump em relação a demonstração de respeito e gratidão pelo auxílio dos Estados Unidos durante a invasão russa “ofensiva”. “Gratidão é devida aos heróicos soldados ucranianos que derramaram sangue em defesa dos valores do mundo livre”, diz na carta.


Ex-presidente da Polônia Lech Walesa (Foto: reprodução/Czarek Sokolowski/AP/Euronews)

Durante a reunião no salão oval, Trump e o vice-presidente JD Vance atacaram Zelensky e levaram a relação dos Estados Unidos, que é o aliado mais importante da Ucrânia durante a guerra, a uma decadência histórica. Segundo uma autoridade dos EUA, o ucraniano foi instruído a deixar a Casa Branca.

Na carta de Walesa, o ex-presidente também comentou sobre a atmosfera da Sala Oval “Nos lembrou os interrogatórios da Segurança do Estado e os tribunais comunistas que bem conhecemos.”

Além disso, Walesa pediu aos EUA que cumpram as garantias de segurança dadas à Ucrânia após a dissolução da União Soviética em 1994 “Essas garantias são incondicionais: não há uma palavra sobre tratar tal ajuda como troca econômica”, diz o documento.

O presidente da Polônia, Andrzej Duda disse no sábado (1) que Zelensky deveria continuar a negociar com os Estados Unidos.

A carta na íntegra

“Excelentíssimo Senhor Presidente,

Assistimos com horror e repulsa à sua conversa com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Consideramos ofensivas as suas expectativas quanto à demonstração de respeito e gratidão pela ajuda material fornecida pelos Estados Unidos à Ucrânia, que luta contra a Rússia. A gratidão pertence aos heroicos soldados ucranianos que derramam seu sangue na defesa dos valores do mundo livre. São eles que, há mais de 11 anos, morrem na linha de frente em nome desses valores e da independência de sua pátria, atacada pela Rússia de Putin.

Não compreendemos como o líder de um país que simboliza o mundo livre pode não enxergar isso.O que também nos chocou foi a atmosfera na Sala Oval durante essa conversa, que nos lembrou os interrogatórios da Segurança do Estado e os tribunais comunistas que bem conhecemos. Promotores e juízes, a serviço da onipotente polícia política comunista, também nos diziam que tinham todas as cartas na mão, enquanto nós não tínhamos nenhuma. Exigiam que cessássemos nossas atividades, argumentando que, por nossa causa, milhares de inocentes estavam sofrendo. Retiraram-nos a liberdade e os direitos civis porque nos recusamos a cooperar com o regime e a expressar gratidão a ele. Estamos estarrecidos ao ver que o senhor tratou o Presidente Volodymyr Zelensky da mesma forma.

A história do século 20 mostra que, sempre que os Estados Unidos tentaram manter distância dos valores democráticos e de seus aliados europeus, isso acabou se tornando uma ameaça para os próprios EUA. O Presidente Woodrow Wilson compreendeu isso quando decidiu que os Estados Unidos deveriam ingressar na Primeira Guerra Mundial, em 1917. O Presidente Franklin Delano Roosevelt também entendeu essa lição quando, após o ataque a Pearl Harbor, em dezembro de 1941, decidiu que a guerra em defesa da América deveria ser travada não apenas no Pacífico, mas também na Europa, em aliança com os países atacados pelo Terceiro Reich.Recordamos que, sem o Presidente Ronald Reagan e o comprometimento financeiro dos Estados Unidos, não teria sido possível desmantelar o império da União Soviética. Reagan tinha plena consciência de que milhões de pessoas sofriam sob o jugo da Rússia soviética e de seus estados subjugados, incluindo milhares de prisioneiros políticos, que pagavam com sua liberdade pelo compromisso com os valores democráticos. Sua grandeza estava, entre outras coisas, no fato de não hesitar em chamar a URSS de “Império do Mal” e em travar uma luta decisiva contra ela. Vencemos, e hoje uma estátua do Presidente Ronald Reagan ergue-se em Varsóvia, em frente à Embaixada dos EUA.

Senhor Presidente, ajuda material — militar e financeira — não pode ser comparada ao sangue derramado pela independência e liberdade da Ucrânia, da Europa e de todo o mundo livre. A vida humana é inestimável, seu valor não pode ser medido em dinheiro. A gratidão pertence àqueles que fazem o sacrifício de sua liberdade e sangue. Para nós, membros do movimento Solidariedade e ex-prisioneiros políticos do regime comunista servil à Rússia soviética, isso é evidente.

Apelamos para que os Estados Unidos cumpram as garantias que fizeram, juntamente com o Reino Unido, no Memorando de Budapeste de 1994, no qual se comprometeram expressamente a defender a integridade territorial da Ucrânia em troca da entrega de seu arsenal nuclear. Essas garantias são incondicionais: não há qualquer cláusula que estabeleça a ajuda como um acordo comercial.”

A embaixada dos Estados Unidos em Varsóvia informou que perguntas sobre a carta deveriam ser feitas à assessoria de imprensa da Casa Branca, que não comentou sobre a carta em pedido via e-mail.

Lideranças do Ocidente reafirmam apoio à Ucrânia e a Zelensky

Uma reunião acalorada no Salão Oval da Casa Branca nexta sexta-feira (28) entre Volodymyr Zelensky, Donald Trump e J.D. Vance, provocou a reação imediata de autoridades do Ocidente em favor do presidente ucraniano e seu país. A Ucrânia sofre graves consequências de uma guerra contra a Rússia desde 24 de fevereiro de 2022. 

O presidente francês Emmanuel Macron afirmou que existe um agressor nesta guerra, que é a Rússia, e um povo sendo atacado, que é o ucraniano. Macron constatou terem tomado uma decisão acertada ao defender a Ucrânia desde o início do conflito, bem como ao sancionar o país russo. Por isso, devem continuar a fazê-lo. Agradeceu aos países que têm oferecido apoio ao país atacado e fez questão de citar os Estados Unidos, o Canadá e o Japão. Em seguida, reforçou que é preciso respeitar aqueles que estão lutando por sua dignidade, independência, filhos e pela segurança de toda a Europa. 

Autoridades internacionais apoiam ucranianos publicamente

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou Zelensky por sua dignidade e o encorajou a continuar sendo forte, corajoso e destemido. A líder afirmou que a Europa continuará trabalhando para que a paz se estabeleça de forma justa e duradoura. 

“Você não está sozinho, querido presidente.”

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia

Seguindo o exemplo da líder europeia, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, declarou que o governo canadense permanecerá ao lado da Ucrânia e seus cidadãos na conquista pela paz. Trudeau fez uma postagem na rede social X (ex-Twitter) e destacou a coragem e resiliência daquele povo em sua luta por democracia, liberdade e soberania, em uma luta que importa a todos.


Primeiro-ministro canadense define invasão da Rússia à Ucrânia como ilegal e injustificável (Foto: Reprodução/X/@JustinTrudeau)

Analistas geopolíticos ficam chocados

O encontro entre Zelensky e o governo americano causou consternação e surpresa, por fugir das práticas diplomáticas amigáveis adotadas pelos governos ao redor do mundo até hoje. O analista geopolítico da Globo News, Guga Chacha, confessou estar em choque e disse: “Isso nunca ocorreu. Eles, literalmente, brigaram. O Trump e o Zelensky brigaram. O Trump tratando o Zelensky como inimigo, um criminoso.” O professor da Fundação Getúlio Vargas e colunista do Estadão, Oliver Stuenkel, chamou a atenção para a necessidade da Europa dar suporte militar à Ucrânia de maneira imediata e rápida, transformando o apoio público em ajuda concreta para garantir a sobrevivência do país. 


Legendado: veja íntegra da discussão entre Donald Trump, Volodymyr Zelensky e J.D. Vance (Vídeo: Reprodução/YouTube/Metrópoles)

De acordo com a rede de notícias Reuters, o chanceler alemão Olaf Scholz viarajá para Londres no próximo domingo (2) para participar de um encontro de líderes da União Europeia para discutir a resposta que será dada à pressão de Donald Trump sobre a situação na Ucrânia. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, receberá líderes da Itália, Polônia e outros aliados, e possivelmente Volodymyr Zelensky também, para conversar sobre os gastos de defesa e segurança da região. 

Rússia recusa tropas europeias na Ucrânia e reforça postura contra interferência ocidental

O aviso foi feito nesta terça-feira (25), pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, fazendo com que a possibilidade de interferência externa no conflito aumentasse. A polêmica foi causada pela declaração de Donald Trump de que tanto ele, como Vladimir Putin, concordariam em relação à tropas de paz na Ucrânia, desde que um acordo de paz para o fim da guerra fosse assinado.

“Sim, ele aceita isso. Perguntei diretamente a ele e ele não tem problemas com isso”, disse Trump a jornalistas.

Peskov, porém, não se opôs ao presidente norte-americano, mas frisou que a posição da Rússia não se alterou. “Há uma posição sobre esse assunto que foi expresso pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Lavrov. Não tenho nada a acrescentar a isso e nada a comentar. Deixo isso sem comentários”, disse o porta-voz.


Presidente Trump assina ordens executivas em Mar-a-Lago em Palm Beach, Flórida (Foto: reprodução/Joe Raedle/Getty Images Embed)


Moscou considera a presença da Otan uma provocação 

Para Moscou, qualquer presença militar ocidental na Ucrânia é considerada uma provocação aberta. Na semana passada, Lavrov advertiu que qualquer envio de tropas estrangeiras, mesmo sob bandeira neutra, seria considerada “uma ameaça direta” à soberania russa.

Os russos temem que eventual entrada de tropas europeias ou tropas de aliados dos Estados Unidos aumentem ainda mais a conflagração, arrastando a guerra para um confronto direto com o atlântico norte, que Moscou tenta evitar a todo custo.

Caminho para a paz ainda parece distante

A guerra na Ucrânia já dura mais de dois anos, e as tentativas de paz seguem emedadas em interesses políticos e estratégicos.

Enquanto os países ocidentais pressionam por negociações diplomáticas e fornecer apoio militar à Ucrânia, a Rússia se apoia na afirmação de que qualquer solução precisa respeitar suas condições.

Segundo especialistas, as declarações de Trump e a resposta russa mostram que um cessar-fogo continua muito distante de se tornar uma realidade.

O mundo, portanto, continua atento e espera por novos desdobramentos que levem a afirmações mais convincentes, além daquelas que sempre foram colocadas como betoneira em busca de um caminho para a paz.

Rússia afirma ter recuperado grande parte do território de Kursk

A Rússia anunciou, na última quarta-feira (19), que conseguiu retomar cerca de 800 km² de território na região de Kursk, localizada no oeste da Rússia. Segundo autoridades, aproximadamente 65% do total foi ocupado pela Ucrânia desde a invasão que começou em 2024.

Rússia recupera territórios

O chefe da principal diretoria operacional do Estado-Maior, Sergei Rudskoi, relatou ao jornal Krasnaya Zvezda que, desde fevereiro do ano passado, o Kremlin tem avançado em todas as direções, o que forçou a Ucrânia a adotar uma posição defensiva diante de uma grande ocupação russa que recuperou um território significativo.

Rudskoi também acrescentou que a Rússia agora tem o controle de 75% de três regiões: Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson. Além de 99% da região de Luhansk. A autoridade afirmou esses territórios são legalmente da Rússia e não serão devolvidos à Ucrânia.

Conforme sua declaração:

“O ano passado foi um ponto de virada na obtenção de nossos objetivos. O regime de Kiev não será mais capaz de mudar significativamente a situação no campo de batalha. O inimigo perdeu grande parte da capacidade de produzir as armas, equipamentos e munições necessárias. A mobilização é geralmente forçada.”

O chefe da diretoria operacional destacou que o futuro do conflito não dependia mais da Ucrânia, mas sim da disposição do Ocidente em negociar uma nova arquitetura de segurança europeia que considerasse os interesses da Rússia.


Veículo russo destruído na região de Kursk, em meio à invasão ucraniana (Foto: reprodução/Yon Dobronosov/AFP)

Guerra entre Rússia e Ucrânia

Em fevereiro de 2022, a Rússia invadiu a Ucrânia após reconhecer a independência das cidades de Lugansk e Donetsk. Em outubro de 2024, após milhares de mortes, a guerra na Ucrânia entrou em um momento de extrema tensão, agravada quando Vladimir Putin, presidente da Rússia, ordenou que um míssil hipersônico fosse utilizado durante a invasão.

O lançamento ocorreu após a Ucrânia atacar o território russo usando armamentos produzidos por potências ocidentais, como os Estados Unidos, Reino Unido e França.

O presidente Vladimir Putin declarou que as forças russas estão avançando efetivamente, e que em breve o país alcançará os seus objetivos na Ucrânia.

Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são invadir a região de Donbass e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam desde agosto.