Ministério da Saúde divulga plano para a vacinação contra a Covid-19 em 2025

O Ministério da Saúde fez um importante anúncio sobre a vacinação contra a Covid-19 em 2025, revelando detalhes sobre o processo de imunização no país. Em um passo significativo para fortalecer o Programa Nacional de Imunizações (PNI), o Brasil contará, a partir do próximo ano, com mais um imunizante: a vacina Covovax, que foi desenvolvida pela farmacêutica Novavax. Essas informações e novas orientações foram prontamente enviadas para todos os estados, garantindo um planejamento abrangente e eficiente.

Além disso, o ministério informou que a vacinação contra a Covid-19 foi oficialmente incorporada ao calendário vacinal para gestantes e idosos. Com essa atualização, as mulheres grávidas deverão receber uma dose da vacina a cada nova gestação, enquanto os cidadãos acima de 60 anos serão vacinados com uma dose a cada seis meses. Essa medida visa proteger grupos mais vulneráveis e fortalecer a imunização em toda a população brasileira.


Publicação do Ministério da Saúde detalha informações de vacinação na legenda (Foto: reprodução/Instagram/@minsaude)


Em nota

Segundo informações do Ministério da Saúde, anteriormente, gestantes e idosos estavam incluídos apenas no grupo prioritário. Contudo, agora, a vacinação contra a Covid-19 para esses grupos se tornou uma rotina.

Isso quer dizer que, se algum dia a gestão que estiver à frente do ministério mudar o grupo prioritário, gestantes e idosos continuam tendo direito à vacina, assim como crianças, porque se tornou de rotina”, explicou o ministério em nota.

Os outros grupos prioritários receberão uma dose anualmente, enquanto os indivíduos imunocomprometidos continuarão a ser vacinados a cada seis meses.

Vacinação

Veja como ficará a vacinação:

  • Crianças de seis meses a menores de cinco anos: recebem até três doses, dependendo do esquema vacinal.
  • Gestantes: devem tomar uma dose a cada gestação.
  • Idosos (com 60 anos ou mais): recebem uma dose a cada seis meses.
  • Imunocomprometidos: também recebem uma dose a cada seis meses.
  • Outros grupos prioritários*: recebem uma dose anualmente.
  • Crianças a partir de cinco anos que não pertencem a grupos especiais e que nunca foram vacinadas: devem receber uma das vacinas contra a Covid-19 disponíveis e recomendadas para essa faixa etária.

Injeção bimestral contra HIV é negociado pelo SUS

O Ministério da Saúde está em negociação com o laboratório produtor de um medicamento preventivo contra o HIV. A proposta para a incorporação da medicação no Sistema Único de Saúde (SUS) está envolvendo o governo, médicos e o próprio laboratório. O fármaco de PrEP, princípio ativo do medicamento, em injeções bimestrais, pode impedir a infecção pelo vírus.

A possível implementação

O SUS aguarda a Fiocruz finalizar em breve o estudo que viabiliza a implementação do medicamento, que já foi aprovado em abril pela Anvisa. Do ponto de vista técnico, se for aprovado, ele passará por um estudo do governo para avaliar o custo-benefício, que conta com a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), vinculada ao Ministério da Saúde, para a incorporação de novas tecnologias no SUS.

O medicamento produzido pela farmacêutica GSK em parceria com o laboratório ViiV Healthcare. Mesmo sem o resultado da Fiocruz, os médicos e especialistas já se sentem animados com a possibilidade de termos mais uma ajuda no combate do HIV, pois o medicamento apresentou grande eficácia na África, que em altos índices da doença, em função da rejeição do uso do preservativo.

Há também a expectativa que a incorporação no SUS tenha um bom custo-benefício, pois a prevenção poderá compensar evitando tratamentos antirretrovirais, que impedem a multiplicação do HIV no organismo.


95% das pessoas em tratamento do HIV no Brasil estão indetectáveis (Foto: reprodução/X/@brasil_ahf)


Opinião de especialistas

Segundo médicos e cientistas, o medicamento não é como uma arma letal contra o HIV, mas uma ferramenta que é indispensável que é preciso ter para combater doenças.

O médico Alexandre Naime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em um evento de campanha informática contra o HIV, disse que esse é o momento da pressão, onde é necessário fazer pressão para que a medicação seja aprovada.

Naime revelou também que a empresa responsável pela produção vem tendo contato com o Ministério da Saúde ao longo de todo ano, para que o processo seja o mais rápido possível. O Ministério tem abordado o assunto, mas ainda não possui prazo definido para a incorporação.

Vacina contra VSR para bebês chega à América Latina e pode ser incorporada ao SUS

A vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador de bronquiolite em bebês, chegou à América Latina através de um acordo entre a Pfizer e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). A imunização, que reduz em até 81,8% os casos graves nos primeiros meses de vida, poderá ser acessada por países da região e está em avaliação para incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.

Distribuição do imunizante será realizada pelo Fundo Rotativo da OPAS, com o objetivo de facilitar o acesso a vacinas seguras e acessíveis aos países e territórios da região, beneficiando especialmente recém-nascidos e reduzindo as internações.


— Sobre a vacina (Vídeo: reprodução/Instagram/@drogpacheco)


Proteção contra o VSR: uma nova possibilidade para bebês

O vírus sincicial respiratório (VSR) é responsável por 84% das hospitalizações de crianças com menos de um ano devido a infecções respiratórias graves, e é a principal causa de bronquiolite em bebês. O imunizante desenvolvido pela Pfizer é visto como um avanço importante para proteger o sistema imunológico dos recém-nascidos, reduzindo significativamente os riscos de complicações e internações por doenças respiratórias.

Nos estudos clínicos publicados no New England Journal of Medicine, os resultados mostraram que a vacina é eficaz em reduzir os casos graves nos primeiros meses de vida: 81,8% de redução nos três primeiros meses e 69,4% aos seis meses. Esses números reforçam o potencial da vacina para diminuir a sobrecarga no sistema de saúde e melhorar a qualidade de vida das famílias afetadas.

Distribuição facilitada pela OPAS

Para facilitar o acesso ao imunizante em toda a América Latina, a OPAS incluiu a vacina contra o VSR em seu Fundo Rotativo para Acesso a Vacinas. Esse programa, com mais de 40 anos de atuação, tem como missão oferecer vacinas seguras e de qualidade a preços acessíveis para os países da região.

O Ministério da Saúde do Brasil, por sua vez, está em processo de avaliação para possível inclusão da vacina no SUS, o que, se aprovado, permitirá a vacinação gratuita de bebês no país. A medida é vista como uma estratégia crucial para a proteção dos recém-nascidos contra a bronquiolite e outras complicações respiratórias causadas pelo VSR.

OMS implementa vacina conta Mpox

A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou na última sexta-feira (13) que a vacina MVA-BN, desenvolvida pela Bavarian Nordic, farmacêutica dinamarquesa, é o primeiro imunizante contra a chamada mpox a ser incluído na lista de pré-qualificação.

Vacina passou por avaliação

Esta inclusão mostra que o produto passou por uma avaliação e foi aprovado para uso em programas de saúde pública apoiados pela OMS e outras entidades internacionais. Com essa notícia, é esperado um aumento na aquisição e distribuição da vacina, isso visa a disponibilidade de doses em áreas com maior necessidade.

Yukiko Nakatani, enfatiza que a pré-qualificação é essencial para acelerar a aquisição contínua da vacina contra a mpox por governos e agências internacionais, como a Gavi (Aliança Mundial para Vacinas e Imunização) e a Unicef, fazendo o auxílio nas comunidades na linha de frente da emergência na África e em outros locais.


Gestante sendo vacinada (Foto: reprodução/SDI Productions/Getty Images Embed)


A vacina MVA-BN, é aplicada também em adultos com mais de 18 anos, em um esquema de duas doses, com um intervalo de duas semanas. Em situações de surto, a OMS recomenda o uso da vacina em gestantes, bebês e imunocomprometidos, mesmo fora das indicações originais.

Anvisa aprova vacina em casos excepcionais

No Brasil, a vacina vem sendo autorizada em caráter excepcional e temporário pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilancia Solitaria). Com a última renovação, a dispensa de registro do imunizante permanece valida até fevereiro de 2025.

A medida tomada pela OMS visa facilitar a importação da vacina contra a doença. Que voltou a configurar uma emergência de saúde global devida à disseminação da nova forma da MPXV, vírus este responsável pela enfermidade. Na África, continente onde a Variante foi reportada pela primeira vez, já consta com 24873 casos e 643 óbitos.

Já no Brasil, desde janeiro até as primeiras semanas de setembro, o número de registros é de 1015 casos, contra 853 de todo o ano de 2023, e mais 426 casos estão sob investigação.

Mpox: Entenda como o vírus se transmite e quais são os grupos de maior risco

No último mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o vírus Mpox, anteriormente conhecido como varíola dos macacos, uma emergência sanitária global. O surto, que teve início em partes da África, especialmente na República Democrática do Congo, foi impulsionado por uma nova cepa do vírus. Casos também foram identificados na Suécia e na Tailândia, gerando preocupação mundial.

A disseminação rápida e as incertezas sobre os modos de transmissão têm gerado dúvidas. O vírus, que pode ser transmitido por contato íntimo e sexual, também pode se espalhar por superfícies contaminadas e contato com animais. Especialistas alertam sobre o risco para profissionais da saúde e pessoas em contato direto com infectados.

Modos de transmissão e contágio

De acordo com Rosamund Lewis — líder técnica da equipe de resposta ao Mpox da OMS — a forma como o vírus circula está em constante evolução. Embora o surto de 2022 tenha sido amplamente associado ao contato sexual, o Mpox também pode se espalhar por interações de pele a pele e objetos contaminados, como roupas de cama. As gotículas respiratórias e interações face a face prolongadas também são investigadas como possíveis vias de transmissão.


Em alguns casos, o uso de máscaras é recomendado para evitar a transmissão da monkeypox —
(Foto:Reprodução/Moment/Iryna Veklich/Getty Images Embed)


Até o momento, não há evidências de que pessoas assintomáticas possam espalhar o vírus. No entanto, especialistas acreditam que pessoas infectadas podem ser contagiosas dias antes de apresentarem sintomas.

Grupos de maior risco

Os grupos mais vulneráveis ao Mpox incluem profissionais da saúde, indivíduos que compartilham moradia com infectados e pessoas com múltiplos parceiros sexuais. O risco é especialmente alto na África Central, com destaque para a República Democrática do Congo. Além disso, crianças, pessoas imunocomprometidas e gestantes enfrentam maiores chances de desenvolver formas graves da doença.

Estudos indicam que o vírus pode ser mais perigoso para crianças, especialmente as menores de 15 anos, e para pessoas com HIV não tratado, que têm sistemas imunológicos debilitados. Embora a cepa mais recente ainda não tenha sido detectada nos Estados Unidos, a vigilância e a vacinação continuam sendo essenciais para controlar novos surtos.

Vacinação e prevenção

As autoridades de saúde reforçam a importância da vacinação para grupos específicos. O CDC recomenda que homens que têm relações sexuais com homens, transgêneros e não binários sejam vacinados. O esquema vacinal prevê duas doses, e estudos mostram que a imunização pode reduzir significativamente o risco de infecção, mesmo que a proteção completa ainda esteja sob investigação.


Por enquanto, a melhor maneira de conter o surto e evitar novas infecções é garantir o acesso à vacina, especialmente nas áreas mais afetadas, como a África Central — (Foto:Reprodução/Getty Images)


Por enquanto, a melhor maneira de conter o surto e evitar novas infecções é garantir o acesso à vacina, especialmente nas áreas mais afetadas, como a África Central.

Reino Unido inicia teste da nova vacina BNT116 contra câncer de pulmão

No Reino Unido, um avanço significativo na luta contra o câncer de pulmão foi registrado com a administração da nova vacina BNT116. Janusz Racz, um britânico de 67 anos, tornou-se o primeiro paciente a testar essa vacina inovadora desenvolvida pela BioNTech, uma empresa alemã de biotecnologia. Esta vacina utiliza a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), semelhante à usada em algumas vacinas contra a COVID-19, para instruir o sistema imunológico a atacar células cancerígenas com maior precisão e menor impacto nas células saudáveis.

Objetivo da vacina

O objetivo da vacina BNT116 é treinar o sistema imunológico para identificar e combater células tumorais específicas que expressam marcadores comuns no câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC). Essa abordagem tem o potencial de reduzir significativamente os efeitos colaterais associados a tratamentos tradicionais, como a quimioterapia, que costuma afetar tanto células cancerígenas quanto saudáveis. De acordo com Siow Ming Lee, líder do estudo e professor de Oncologia Médica na University College London:

“Esperamos que esta vacina ofereça uma oportunidade para melhorar ainda mais os resultados para nossos pacientes com NSCLC, seja em estágios iniciais ou avançados.”

Siow Ming Lee

A vacina BNT116 da BioNTech ensina o sistema imunológico a identificar e combater células de câncer de pulmão (Foto: reprodução/Aaron Chown/PA Images/Getty Images Embed)


O ensaio clínico inicial, do qual Racz participa, faz parte de um estudo internacional envolvendo 130 pacientes em 34 centros de pesquisa em sete países. Esse estudo visa avaliar a segurança e a eficácia da vacina. Racz, que trabalha com inteligência artificial e foi diagnosticado com câncer de pulmão após um exame de imagem, expressou sua esperança em relação ao tratamento:

“Espero que esta vacina forneça uma defesa eficaz contra as células cancerígenas. Minha participação na pesquisa não só pode beneficiar minha saúde, mas também ajudar outras pessoas no futuro”

Janusz Racz

Cally Palmer, diretora nacional de oncologia do NHS England, ressaltou o impacto potencial dessas inovações. “Vacinas como esta têm o potencial de ser revolucionárias ao oferecer uma nova forma de imunizar as pessoas contra o câncer“, afirmou.

Palmer acredita que, ao combinar a vacina com os tratamentos padrão atuais, como imunoterapia e quimioterapia, o tratamento do câncer de pulmão pode avançar significativamente em termos de eficácia e segurança.

Esperança no tratamento

O câncer de pulmão continua a ser a principal causa de morte por câncer no mundo e a introdução de vacinas como a BNT116 representa uma esperança renovada na luta contra essa doença devastadora. Com a evolução das pesquisas e o desenvolvimento de novas terapias, a vacina BNT116 pode proporcionar uma melhoria significativa na qualidade de vida e no prognóstico dos pacientes.

OMS e Sinergium Biotech desenvolvem vacina de RNA mensageiro contra gripe aviária H5N1

Nesta segunda-feira, (29), a OMS revelou uma nova iniciativa para criar vacinas contra a gripe aviária em países com baixa renda, utilizando tecnologia de RNA mensageiro. O projeto é conduzido por uma farmacêutica argentina.

A doença H5N1 foi diagnosticada pela primeira vez em 1996. No entanto, desde 2020, os surtos em aves aumentaram exponencialmente, e o número de mamíferos infectados pelo vírus, incluindo bovinos, também cresceu significativamente nos Estados Unidos.


Vacina sendo aplicada (Foto: reprodução/instagram/sinergiumbiotech)

FAO preocupado com a doença

Na semana passada, a Agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) alertou que a evolução da gripe aviária na região Ásia-Pacífico, marcada pelo aumento das transmissões para humanos e o surgimento de uma nova variante do vírus, pode se tornar “alarmante”.

Antes dos ensaios clínicos, a Sinergium Biotech precisará comprovar a viabilidade das vacinas candidatas, conforme a OMS. Após obter os dados pré-clínicos, a tecnologia, material e experiência serão compartilhados com produtores em outros países para acelerar o desenvolvimento das vacinas e melhorar a preparação para uma possível pandemia.

mRNA no combate à gripe aviária

O Programa de Transferência de Tecnologia, lançado em 2021 em resposta à crise da COVID-19, envolve 15 países e tem como objetivo fornecer a nações de baixa renda ou em desenvolvimento os recursos necessários para a produção de vacinas baseadas em mRNA. Esta tecnologia inovadora funciona através da introdução de instruções genéticas no organismo, que instruem as células a produzir proteínas do vírus. Isso permite que o sistema imunológico reconheça e neutralize o vírus de forma mais eficaz.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a nova iniciativa focada na gripe aviária H5N1 exemplifica a importância do Programa de Transferência de Tecnologia de mRNA. Segundo ele, a iniciativa visa não apenas melhorar a capacidade de resposta a surtos de doenças, mas também fortalecer a infraestrutura de saúde global para enfrentar futuras pandemias, promovendo uma maior equidade no acesso às tecnologias de vacinas.

Brasil não está mais na lista dos países com mais crianças sem imunização

Nesta segunda-feira (15), a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o UNICEF (Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância) divulgaram um relatório, cujos dados comprovam que o Brasil deixou de fazer parte da lista dos 20 países com maior incidência de crianças não vacinadas.

A lacuna vacinal da DTP1 (protege contra difteria, tétano e coqueluche) passou de 687 mil em 2021 para 103 mil em 2023. A DTP3 reduziu de 846 mil em 2021 para 257 mil em 2023.


Brasil comemora resultado do avanço no processo vacinal (Reprodução/Instagram/@minsaude)


Ministério da Saúde vestiu a camisa da vacinação

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o reconhecimento confirma que a retomada das coberturas vacinais destacou-se positivamente.

Nós revertemos esse cenário. Em fevereiro de 2023, logo que assumimos a gestão, demos largada no Movimento Nacional pela Vacinação, um grande pacto para a retomada das coberturas vacinais. O Zé Gotinha viajou pelo Brasil, levando a mensagem de que vacinas salvam vidas“.

Nísia Trindade

Ministra da Saúde fala sobre o avanço da imunização no Brasil (Reprodução/Instagram/@minsaude


A chefe de saúde da UNICEF no Brasil, Luciana Phebo, destacou que é fundamental continuar avançando, com o objetivo de encontrar e imunizar cada menina e menino, que ainda não recebeu as vacinas. Para isso, os esforços devem ultrapassar os muros das unidades básicas de saúde e alcançar escolas, CRAS e outros espaços, onde estejam essas crianças.

Nem todo país vacinou suas crianças

O panorama mundial não tem o mesmo motivo para comemorar. Em comparação com os níveis de 2019, antes da pandemia, a imunização infantil estagnou, deixando 2,7 milhões de crianças a mais não vacinadas ou com imunização incompleta.

Catherine Russell, Diretora Executiva do UNICEF, salientou que “fechar a lacuna de imunização requer um esforço global, com governos, parceiros e líderes locais investindo em cuidados primários de saúde e trabalhadores comunitários para garantir que todas as crianças sejam vacinadas e que a saúde geral seja fortalecida“.

Russell completou que há uma continuidade da tendência de muitos países em não vacinar um número excessivo de crianças.

Estudo revela por que algumas pessoas não contraem COVID-19 mesmo após exposição

Durante a pandemia, uma questão que permanecia era o porquê algumas pessoas contraíam o vírus várias vezes, enquanto outras escapavam. Em uma colaboração entre University College London, Wellcome Sanger Institute e Imperial College London, pesquisadores usaram o primeiro “ensaio de desafio” controlado para o COVID-19 no mundo, onde alguns voluntários foram deliberadamente expostos as SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19, para entenderem o processo.

Voluntários expostos ao vírus

Os voluntários estavam saudáveis e não vacinados, e sem um histórico prévio de COVID-19, permitiram serem expostos a uma dose extremamente baixa da cepa original do Covid, por meio de um spray nasal. O monitoramento foi realizado de perto por uma unidade de quarentena, realizando testes regulares e amostras coletadas para estudar a resposta ao vírus em um ambiente altamente controlado e seguro.

Em um estudo mais recente publicado na revista Nature, amostras de tecido do meio do caminho entre o nariz e a garganta, bem como amostra de sangue de 19 voluntariados, foram coletadas antes e após a exposição ao vírus. A análise das amostras foi realizada com tecnologia de sequenciamento de célula única, permitindo um acompanhamento detalhado da evolução da doença no organismo.


Cientistas realizando teste em laboratório (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Kobus Louw)


Resultado da exposição

Os 16 voluntários foram divididos em três grupos, sendo que seis deles contraíram o Covid-19 de forma leve (grupo de infecção sustentada), três apresentaram infecção transitória com testes positivos intermitentes e sintomas limitados (grupo de infecção transitória) e os outros sete permaneceram negativos e sem sintomas (grupo de infecção abortada).

Este estudo forneceu a primeira confirmação de infecção abortada, o que anteriormente era algo que não tinha comprovação. Com o estudo foi descoberto que todos os participantes, independente do grupo, compartilharam algumas respostas imunes especificas. Como por exemplo, nos voluntários transitoriamente infectados foi observado um acúmulo imediato de células imunes no nariz um dia após a infecção. Estas descobertas oferecem novos insights sobre a resposta imunológica e a resistência ao SARS-Cov-2.

Gene protetor

Foi identificado o gene HÇA-DQA2, sendo expresso em níveis mais altos em voluntários que não desenvolveram a infecção, sugerindo que ele possa ser um marcador de proteção. Esta descoberta se torna fundamental para compreender como nossos corpos reagem a novos vírus, especialmente nos primeiros dias de infecção. Esta pode ajudar a identificar pessoas protegidas com a COVID-19 grave e a desenvolver tratamentos e vacinas mais eficazes. Comparando os dados dos indivíduos não expostos com os de vacinados ou infectados naturalmente, a pesquisa visa melhorar a preparação para futuras pandemias.

Vacina da AstraZeneca contra COVID-19 é retirada do mercado após 3 bilhões de doses distribuídas

Após uma trajetória marcada por mais de 3 bilhões de doses fornecidas, a vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford está sendo retirada do mercado. A decisão, anunciada pela empresa farmacêutica, surge em meio a uma mudança nas prioridades comerciais devido ao surgimento de novas variantes do coronavírus.

A AstraZeneca expressou seu orgulho pelo papel desempenhado pela vacina, mas destacou que a decisão de retirá-la do mercado foi motivada por fatores comerciais. A empresa observou que a demanda agora se concentra em vacinas mais recentes e atualizadas, em resposta às novas variantes.

Embora a vacina tenha sido creditada por salvar milhões de vidas durante a pandemia, sua reputação foi abalada por relatos de coágulos sanguíneos raros e, em alguns casos, fatais. Este efeito colateral, embora raro, levou muitos países a buscar alternativas.

Desenvolvimento e decisão de retirada do mercado

Desenvolvida em tempo recorde por cientistas da Universidade de Oxford, a vacina foi inicialmente saudada como uma solução acessível e de fácil armazenamento para a pandemia. No entanto, sua utilidade foi questionada à medida que novas variantes do vírus surgiram e a eficácia da vacina contra elas foi posta em dúvida.


A vacina, denominada Vaxzevria, foi desenvolvida em colaboração com a Universidade de Oxford, sediada no Reino Unido (Foto: Reprodução/Freepik/Freepik)


A AstraZeneca ressaltou em seu comunicado que estimativas independentes indicam que mais de 6,5 milhões de vidas foram preservadas somente no primeiro ano de aplicação da vacina. A empresa enfatizou que seus esforços foram amplamente reconhecidos e considerados essenciais para combater a pandemia global.

A decisão de retirar a vacina do mercado foi motivada pela disponibilidade de novas doses de outros imunizantes, levando a uma queda na demanda. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também anunciou a retirada da autorização de comercialização da vacina nos países da União Europeia.

A vacina no Brasil

No Brasil, a vacina, conhecida localmente como Fiocruz/AstraZeneca, teve seu registro aprovado em março de 2021 e desempenhou um papel importante na campanha de vacinação do país.