O Ministério da Saúde está em negociação com o laboratório produtor de um medicamento preventivo contra o HIV. A proposta para a incorporação da medicação no Sistema Único de Saúde (SUS) está envolvendo o governo, médicos e o próprio laboratório. O fármaco de PrEP, princípio ativo do medicamento, em injeções bimestrais, pode impedir a infecção pelo vírus.
A possível implementação
O SUS aguarda a Fiocruz finalizar em breve o estudo que viabiliza a implementação do medicamento, que já foi aprovado em abril pela Anvisa. Do ponto de vista técnico, se for aprovado, ele passará por um estudo do governo para avaliar o custo-benefício, que conta com a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), vinculada ao Ministério da Saúde, para a incorporação de novas tecnologias no SUS.
O medicamento produzido pela farmacêutica GSK em parceria com o laboratório ViiV Healthcare. Mesmo sem o resultado da Fiocruz, os médicos e especialistas já se sentem animados com a possibilidade de termos mais uma ajuda no combate do HIV, pois o medicamento apresentou grande eficácia na África, que em altos índices da doença, em função da rejeição do uso do preservativo.
Há também a expectativa que a incorporação no SUS tenha um bom custo-benefício, pois a prevenção poderá compensar evitando tratamentos antirretrovirais, que impedem a multiplicação do HIV no organismo.
95% das pessoas em tratamento do HIV no Brasil estão indetectáveis (Foto: reprodução/X/@brasil_ahf)
Opinião de especialistas
Segundo médicos e cientistas, o medicamento não é como uma arma letal contra o HIV, mas uma ferramenta que é indispensável que é preciso ter para combater doenças.
O médico Alexandre Naime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em um evento de campanha informática contra o HIV, disse que esse é o momento da pressão, onde é necessário fazer pressão para que a medicação seja aprovada.
Naime revelou também que a empresa responsável pela produção vem tendo contato com o Ministério da Saúde ao longo de todo ano, para que o processo seja o mais rápido possível. O Ministério tem abordado o assunto, mas ainda não possui prazo definido para a incorporação.