Walter Salles é destaque em homenagem da Academia do Oscar

O cineasta Walter Salles foi um dos homenageados no evento da Academy Museum Gala 2025, realizado neste sábado (18), em Los Angeles. O diretor de “Ainda Estou Aqui recebeu o prêmio “Luminary”, concedido a artistas que influenciam o cinema mundial. O evento é promovido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, e funciona como uma celebração paralela à premiação oficial.

Durante o discurso, ele agradeceu a Robert Redford, falecido no mês passado, pelo apoio ao filme “Central do Brasil” e citou Fernanda Montenegro e Fernanda Torres como pilares de sua trajetória artística. Além de Salles, também foram homenageados a atriz Penélope Cruz, o ator Bowen Yang e o músico Bruce Springsteen.

Prêmios e reconhecimento mundial

O longa “Ainda Estou Aqui” continua fazendo história no cinema brasileiro: o filme venceu o Grand Prix FIPRESCI 2025, da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica. Dessa forma, tornou-se o primeiro filme brasileiro a receber o prêmio em 25 anos. A cerimônia ocorreu na abertura do Festival de San Sebastián, na Espanha.


Exibição do filme em Los Angeles (Foto:reprodução/Amanda Edwards/Getty Images Embed)

Ainda nesse ínterim, Walter Salles destacou em seu discurso a importância da crítica internacional na ampliação do público do filme. “A pluralidade cultural foi essencial para que a obra chegasse a novos espectadores”, afirmou.

Reconhecimento histórico e impacto do cinema brasileiro

Desde o lançamento em 2024, “Ainda Estou Aqui” acumula 65 prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Filme Internacional, o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama para Fernanda Torres e o Grande Otelo de Melhor Filme. A história do casal Eunice e Rubens Paiva, marcada pela resistência durante a ditadura militar, emocionou plateias em todo o mundo.

Logo, o reconhecimento no Academy Museum Gala reforça a posição de Walter Salles como um dos nomes mais importantes do cinema contemporâneo e nacional, além de consagrar “Ainda Estou Aqui” como um marco cultural brasileiro.

Globo de Ouro: Emília Pérez garante estatueta em Melhor FIlme de Língua Não Inglesa

Hoje (5) está acontecendo a 82ª edição do Globo de Ouro, cerimônia responsável por tradicionalmente abrir a temporada de premiações. O prêmio que serve como um dos principais termômetros que o Oscar está sendo transmitido simultaneamente desde às 22h no horário de Brasília pelo canal de TV por assinatura TNT e o streaming Max, diretamente de Los Angeles, nos Estados Unidos. 

Disputa acirrada, mas deu França

Não foi dessa vez que um filme brasileiro recebeu a estatueta na categoria de Língua Não Inglesa, mas os indicados estavam páreos e Emília Perez, filme que mais foi indicado nesta edição da premiação, ganhou a honraria. O diretor Jacques Audiard subiu ao palco com uma tradutora, fazendo piada com o fato de não ter preparado nada por superstições pessoais, agradeceu rapidamente a produtores e pessoas incluídas na empreitada audiovisual.

‘’Que Emília Pérez seja um farol de luz para todos! Ela é uma mulher muito poderosa’’, comentou o diretor. 


Vídeo: Trailer do longa-metragem Emília Pérez (Reprodução/Youtube/Fãs de Cinema)


Apresentando uma narrativa totalmente feminina, o longa-metragem francês que mescla drama com musical traz a história de sobrecarga de uma advogada interpretada por Zoe Saldana, conhecida por seus papéis em Avatar e Guardiões da Galáxia. O roteiro se proponhe a esmiuçar os conflitos pessoais de uma mulher durante sua rotina, construindo personagens complexas, além de mostrar a sororidade entre mulheres e isso foi um ponto positivo para fisgar o júri do festival de Cannes. No elenco, além de Selena Gomez, a produção escalou uma mulher trans para interpretar outra protagonista e Karla Sofía Gascón, indicada à Melhor Atriz em Filme Musical. Anteriormente, Zoe Saldana já tinha subido ao palco para receber um prêmio pela sua atuação no filme. 

Outras produções indicadas na categoria

Tudo que imaginamos como luz” – Índia

Emilia Pérez” – França

A garota da agulha” – Dinamarca

Ainda estou aqui” – Brasil

A semente do fruto sagrado” – Alemanha

Vermiglio” – Itália

“Ainda Estou Aqui” é eleito o melhor filme do Festival de Veneza pela crítica internacional

A Screen International, revista inglesa que reúne os maiores críticos de cinema do mundo, elegeu o filme brasileiro Ainda Estou Aqui como o melhor da temporada do Festival de Veneza. A revista fez um ranking com a média das notas do críticos e o Top 3 ficou assim:

1° lugarAinda Estou Aqui, de Walter Salles – 3,89

2° lugarThe Room Next Door, de Pedro Almodovar – 3,85

3° lugar Harvest, de Athina Rachel Tsangari – 3,60

O polêmico Coringa: Delírio a Dois, com direção de Todd Phillips, ficou com média 3,25. E apesar do ranking não influenciar no prêmio principal do Festival de Veneza, serve como termômetro para indicar os possíveis vencedores, já que a revista conta com os principais críticos votantes de competições importantes. O Leão de Ouro, principal prêmio do Festival de Veneza, será anunciado neste sábado (7), e Ainda Estou Aqui tem grandes chances de vencer.

Aclamação em Veneza

Ainda Estou Aqui, filme dirigido por Walter Salles (Central do Brasil) e protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello, estreou no circuito internacional diretamente do Festival de Veneza. A primeira exibição pública do longa aconteceu no último domingo (1°).


Fernanda Torres, Selton Mello e Walter Salles no tapete vermelho do Festival de Veneza (Reprodução/Stephane Cardinale /Corbis/Getty Images Embed)

Desde então, o filme vem recebendo diversas críticas positivas em relação a direção e atuação de Torres. Ao fim da exibição em Veneza, o filme foi aplaudido por 10 minutos ininterruptos. O The Guardian escreveu que Fernanda Torres “entrega uma performance maravilhosa e cheia de camadas”. A crítica da Variety diz que o filme é “clássico na forma, mas radical na empatia.Ainda Estou Aqui também obteve 90% de aprovação na Rotten Tomatoes, com base na avaliação de 10 críticos.

Sinopse e trailer

Baseado na autobiografia homônima de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui conta a história de Eunice Paiva (Fernada Torres), mãe de Marcelo, e sua trajetória na busca pelo marido desaparecido depois de ser exilado durante a ditadura militar. O filme se passa na década de 70, revelando a completa mudança na vida de Eunice e de sua família.

Após a exibição do filme em Veneza, foi divulgado o primeiro teaser de Ainda Estou Aqui. Confira:


Teaser de Ainda estou aqui, divulgado nesta semana (Reprodução/YouTube/SonyPictures)

Além de Fernanda Torres, Selton Mello também estrela como Rubens Paiva. Completam o elenco Maeve Jinkings, Antonio Saboia, Marjorie Estiano, Humberto Carrão, Valentina Herszage e Fernanda Montenegro.

O filme já é cotado como um dos favoritos para representar o Brasil no Oscar, o representante será divulgado no dia 23 de setembro. Ainda Estou Aqui não tem data de lançamento nos cinemas brasileiros. Espera-se que o filme estreie por aqui após passar por outros festivais, o que deve acontecer no início de 2025.

Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello participam de Festival de Veneza

Walter Salles decidiu reproduzir sua parceria de sucesso com Fernanda Montenegro em sua nova produção, “Ainda Estou Aqui”, uma adaptação da biografia de Marcelo Rubens Paiva. O filme teve sua estreia para o público e júri do Festival de Veneza neste domingo (11), além de concorrer ao prêmio Leão de Ouro. 

Elenco pela capital italiana e recepção do público

A parceria de Salles com Montenegro não é de hoje: os dois se juntaram em ‘’Central do Brasil’’ em 1998, entregando um dos filmes mais renomados do cinema brasileiro e que já foi indicado ao Oscar. Além de Montenegro, o elenco de ‘’milhões’’ da nova produção do diretor também conta com Fernanda Torres e Selton Mello, que se divertiu bastante pela cidade italiana. 


Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello no tapete vermelho do Festival de Veneza (Reprodução/ Vittorio Zunino Celotto/Getty Images Embed)


Em um passeio de gôndola, o ator brasileiro fez referência a um dos seus personagens interpretados mais icônicos: João Guilherme, de Meu Nome Não É Johnny, filme de 2008. Mello também aproveitou para tirar fotos com o ator Ethan Hawke enquanto estava pela premiação. 

“Estou pensando aqui… será que eu grito: ‘eu quero velocitá?” diz o ator em um vídeo divulgado em suas redes sociais. 

O filme foi bem recebido em sua exibição mais cedo apenas para a imprensa, com alguns jornalistas se emocionando. Já na exibição para o público em geral, o filme foi aplaudido por exatos 9 minutos. 

Prisão do deputado Rubens Paiva na ditadura

Original da plataforma Globoplay, a nova empreitada de Salles é uma adaptação do livro autobiográfico do escritor, dramaturgo e jornalista Marcelo Rubens Paiva em uma homenagem clara à sua mãe, Eunice Paiva, que faleceu em 2018, e as famílias que já perderam algum ente querido para o período da ditadura cívil militar, que durou 21 anos.

Com roteiro de Murilo Hauser, a trama se passa em 1971, durante os anos de chumbo, quando o pai do escritor – que vira o protagonista da obra – foi preso pelos militares e desapareceu, junto com os diversos presos políticos da época. Sem o marido, Eunice se vê sozinha, tendo que criar cinco filhos e tendo necessidade de se reinventar. Interpretada por Fernanda Torres na tela, a mãe do escritor se torna advogada e começa a defender os direitos de povos originários. 

A adaptação também foi selecionada para o Festival de Toronto, que acontece entre 5 a 15 de setembro.