Muitas empresas usam Crispr, um método revolucionário de edição precisa de DNA que foi a base para o Prêmio Nobel de Química em 2020, para cortar genes causadores de doenças no laboratório e depois injetar as células “corrigidas” de volta nos pacientes. Intellia Therapeutics também faz isso, mas é sua outra plataforma de edição de genes que chamou a atenção de Wall Street.
A empresa de valor de mercado de US$ 3,6 bilhões (R$ 18,1 bilhões) descobriu como usar o Cripsr fora do laboratório, dentro de um ser humano vivo. Seu trabalho pode ter grandes implicações no desenvolvimento de novos medicamentos para doenças genéticas que atualmente têm apenas tratamentos limitados ou inexistentes.
Apesar da novidade de sua tecnologia de edição de genes, a empresa está enfrentando ventos contrários significativos. Nos últimos 12 meses, perdeu US$ 277 milhões (R$ 1,39 bilhão) e teve receita de US$ 33 milhões (R$ 165 milhões).
Jonh Leonard, CEO da Intellia (Foto:Reprodução/Intellia)
A Intellia tem um medicamento promissor em testes clínicos em estágio inicial, mas cerca de 90% dos tratamentos neste estágio não chegam ao mercado. E depois há a batalha de patentes sobre sua tecnologia central. Parece bastante sombrio, e as ações da Intellia sofreram uma surra. Desde o início do ano, as ações da Intellia caíram 62% em comparação com 23% para o Nasdaq e 24% para o índice de biotecnologia da Nasdaq.
A Intellia tem pelo menos uma forma de resolver a situação, o homem que dirige a empresa não é estranho a esses desafios. Leonard, um médico de formação, tem um histórico que poucos outros podem apontar nesta indústria. Em 1992, Leonard ingressou na Abbott, onde a pesquisa de sua equipe obteve a aprovação da FDA para os tratamentos para HIV Norvir e Kaletra, que ajudaram a reduzir a epidemia de AIDS nos anos noventa. E em 2013 ele se juntou à Abbvie, a divisão biofarmacêutica da Abbott, onde foi fundamental no desenvolvimento do Humira, que teve vendas de US$ 21 bilhões (R$ 105,56 bilhões) no ano passado, tornando-o um dos medicamentos mais vendidos do mundo.
O mercado para o tratamento dessa doença foi de US$ 585 milhões (R$ 2,9 bilhões) em 2019. Mas mais pessoas provavelmente têm a doença e não estão sendo diagnosticadas adequadamente. Diagnósticos melhores podem levar esse mercado a se tornar um mercado de US$ 14,1 bilhões (R$ 70,87 bilhões) em 7 anos, de acordo com um relatório da consultoria GlobalData, com sede em Londres.
Foto destaque: Cripsr Reprodução/Forbes