Cientistas propõem biorrepositório lunar para preservação de espécies ameaçadas

Carlos Enriki Por Carlos Enriki
3 min de leitura
Foto destaque: Lua (Reprodução/Master/Getty Images Embed)

Em um esforço para proteger a biodiversidade da Terra, uma equipe de pesquisadores propôs o envio de amostras de células animais para serem congeladas na Lua. A proposta, detalhada em um artigo publicado na revista BioScience na quarta-feira (31), sugere que as baixas temperaturas lunares, onde chegam a -196ºC especialmente perto dos polos, são ideais para a preservação de amostras biológicas.

O que motiva a missão

A motivação para esta missão é proteger espécies ameaçadas de extinção. A Lua oferece várias vantagens: a ausência de necessidade de intervenção humana constante, a eliminação da dependência de energia para manutenção de amostras e a proteção contra eventos catastróficos da Terra, como guerras e desastres naturais.


Nave saindo da órbita terrestre (Foto: Reprodução/Brandon Bell/Getty Images Embed)


Foi escolhida uma amostra de pele animal, contendo células de fibroblastos para ser armazenada no biorrepositório. Estas células são fundamentais para a produção e manutenção de matriz extracelular, incluindo colágeno e elastina que são essenciais para a estrutura e funcionamento dos tecidos.

Testes iniciais

Foi utilizado nos testes iniciais o Starry Goby (uma espécie de peixe) como exemplo de amostra viável para o envio à Lua. No entanto, vários desafios técnicos precisam ser superados antes que o projeto possa ser implementado. Entre eles, a criação de embalagens que garantam a conservação das amostras no espaço, proteção contra radiação e o estabelecimento de parcerias internacionais.

Mesmo com os desafios encontrados, os cientistas enfatizam a importância e a urgência do projeto. Os cientistas destacaram em comunicado à imprensa que, devido a inúmeros fatores antropogênicos, uma alta proporção de espécies e ecossistemas enfrentam ameaças de desestabilização e extinção, de maneira mais rápida do que nossa capacidade de as salvar em seus ambientes naturais.

Ainda haverá mais passos a serem realizados, incluindo a realização de mais testes na Terra e a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), bem como a busca por parceiros globais que possam ajudar a transformar essa visão inovadora em realidade.

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