A startup chinesa lançou os programas nos últimos três meses, mirando usuários de mercados menores e fora da China. As três primeiras plataformas permitem a criação e o compartilhamento de chatbots pelas pessoas, e o último cria enredos e textos de ficção conforme a escolha dos leitores.
Tanto no site, quanto nos aplicativos, não há menção à bilionária ByteDance. Segundo Jodi Seth, porta-voz da empresa, à Forbes, os programas contam com a tecnologia GPT da OpenAI, dona do ChatGPT, acessado por meio de uma licença da Microsoft Azure. Na administração, três delas passam pela Spring (SG) Pte. Ltd., e outro pela Poligon Pte., ambas subsidiárias da poderosa corporação.
Processo inicial
Dos quatro, apenas Coze está disponível nos EUA, e nenhum foi liberado na União Europeia. De acordo com Seth, os softwares estão “ainda em fase de testes”, sem dar muitos detalhes sobre planos. Além disso, não ficou claro se os projetos serão integrados futuramente ao TikTok. Vale lembrar que um recente teste incorporou um chatbot de IA, chamado “Tako”, à rede social.
A ByteDance tem um histórico de desativação de apps com um funcionamento aquém do esperado. Por exemplo, antes de liberar o TikTok nos Estados Unidos, a companhia disponibilizou plataforma de curiosidades, de gifs e um de notícias. Após testes, todos foram desligados.
Problemas regulatórios
Alguns órgãos fiscalizadores no Ocidente estão preocupados com a chance do governo chinês coletar dados sensíveis através desses aplicativos, ou ainda, usar dos próprios programas para transmitirem mensagens pró-China. Fora isso, ainda há o medo de possíveis roubos de propriedade intelectual de empresas estrangeiras.
Nas políticas de privacidade, está permitido o compartilhamento de informações dos usuários com outras “entidades dentro de todo o grupo corporativo”. Jodi Seth também confirmou a possibilidade de acesso dos dados pelos funcionários da ByteDance na China.
A corrida da inteligência artificial
Essas inovações fazem parte de uma competição no mundo da IA generativa. A startup chinesa já lançou uma ferramenta geradora de vídeos curtos e tem planos para construir um gerador de imagens, semelhante ao Midjourney. O Facebook já possui sua linha de chatbots, e o Snap fez uma integração de um chatbot ao Snapchat. Google, Amazon e Microsoft são outras gigantes que não querem ficar para trás nesse cenário.