Nesta sexta-feira (13), o número de brasileiros abrigados em uma escola católica ao norte da Faixa de Gaza aumentou para 19, após o exército de Israel anunciar que dará 24 horas para os civis deixarem a região, prazo que termina às 18h desta sexta pelo horário de Brasília. Estima-se que há 60 brasileiros ainda na Faixa de Gaza, e 19 estão na escola que atualmente serve de refúgio, 10 estão pedindo repatriação ao Brasil, enquanto 9 informaram prefirir seguir em Gaza.
Com isso, são um total de 22 brasileiros buscando repatriação, uma vez que esses 10 são somados a mais 12 que estão na cidade de Khan Younes, da região sul de Gaza.
Destroços de prédios após o bombardeio promovido por Israel em Gaza. (Foto:Reprodução/Mohammed Salem/REUTERS)
Deslocamento arriscado
A evacuação da região está sendo orientada ao sentido sul. A escola católica se localiza na região ao norte de Gaza, por isso, embora o Brasil tenha orientado seguir a evacuação conforme o indicado por Israel, a coordenação do grupo ainda considera mais seguro permanecer no local onde estão, devido ao risco no deslocamento.
O risco principal se deve ao bombardeio promovido pelo governo de Israel, mas também ao fato de que a região sul foi noticiada como carente de água, energia elétrica, mas com local de acolhimento disponível. Além disso, o uso da Força Aérea Brasileira (FAB) para o resgate, com uma aeronave VC-2 da Presidência da República, estava preocupado em retirar o grupo em Rafah, região que fica justamente no sul da Faixa de Gaza, e que Israel já demonstrou não ter problemas em bombardear nesta quarta-feira (11).
Grande parte dos especialistas geopolíticos considera, de fato, que enquanto não houver cessar-fogo, a situação está imprevisível nesse quesito. Tanto Hamas quanto Israel continuam seus ataques, explosões provindas de uma tensão religiosa e histórica que culminou no ataque terrorista do grupo Hamas no sábado (7).
Foguetes disparados a partir de Gaza. (Foto:Reprodução/Amir Cohen/REUTERS)
Possibilidades diplomáticas
Mais recentemente, nesta quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou negociações pelo resgate de brasileiros na zona do conflito, ligando para o presidente de Israel, Isaac Herzog, para tentar a projeção de um corredor humanitário entre a Faixa de Gaza e o Egito.
Antes, o chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Celso Amorim, já tinha estabelecido contato com Faiza Aboul Naga, assessora de assuntos de segurança do presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, e agora o Ministério das Relações Exteriores considera até o contato com o Hamas para garantir a retirada segura dos brasileiros no conflito.
Foto Destaque: Palestinos caminham em destroços de prédios destruídos pelos ataques de Israel. Reprodução/Ibraheem Abu Mustafa/REUTERS