Oferta da KKR faz as ações da TIM despencarem na Itália

Helena Espírito Santo Por Helena Espírito Santo
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Mesmo com alta perspectiva de oferta multibilionária lançada pelo fundo norte-americano KKR (KKR.N) para a rede de telefonia fixa da Telecom Italia (TLIT.MI) (TIM), as ações da telefonia recuaram em 6% na última segunda-feira, pois a oferta do KKR não foram o que esperavam. As informações são da Forbes.

A empresa de telefonia se mostra incerta sobre a oferta e para complementar isso, Giancarlo Giorgetti, o ministro da Economia da Itália, afirmou que o governo de Roma poderia tomar outras opções, caso a oferta fosse recusada. Anteriormente, o governo italiano já havia declarado seu apoio à oferta do KKR. A TIM acumula dívidas de € 26 bilhões (US$ 27 bilhões) e, como uma forma de reestruturar a empresa, a comercialização para o fundo do principal ativo da telefonia é a principal estratégia do CEO da TIM, Pietro Labriola.


CEO da TIM no Brasil e General Manager do grupo Telecom Itália, Pietro Labriola. (Foto: reprodução/ Jornal do Comércio) 


Plano

O Tesouro Italiano deveria tomar uma parte de 20% da companhia TIM, como uma forma de garantir à estratégia. Porém, a tática revelada pelo KKR foi duramente desaprovada pelo principal investidor da TIM, o grupo francês Vivendi, que tem forçado um alto preço e interpelado sobre a sustentabilidade do negócio.

A TIM divulgou na última segunda-feira (16) que a KKR expôs uma oferta vinculativa pela rede. E por isso, a avaliação final do KKR excedeu € 20 bilhões, incluindo as dívidas.

Certas variantes ligadas a uma provável combinação futura com a Open Fiber, empresa de telecomunicações controlada meio a meio pela estatal Enel e pelo CDP Equity, fundo soberano italiano, comoveram a visão do mercado. A oferta do fundo norte americano KKR é válida até o dia 8 de novembro, podendo se estender até 20 de dezembro.

 

Importância da rede telefônica para a Itália

O valor da oferta foi definido por outros pontos cruciais, que se revelam de forma muito complexa. Um deles é um contrato de 20 anos que determina a conexão entre a rede e as demais atividades da TIM, e outra, é uma proposta separada pela rede de fibra ótica Sparkle.

A rede TIM se mostra como um ativo de grande relevância estratégica para a Itália, e por isso o governo já havia apontado que planeja garantir o domínio total da Sparkle, que é uma imensa rede de cabos que se estende por mais de 600 mil km e se apresenta em 32 países.


Ministro de economia da Itália, Giancarlo Giorgetti. (Foto: reprodução/ Comunità Italiana) 


O ministro da economia afirmou que escolha final cabe ao conselho e aos acionistas da TIM, retratando a situação como muito complicada. Ele afirma que os números estão sendo debatidos e que se aguarda o resultado final. Caso não dê certo, alternativas serão pensadas.

 

Foto destaque: uma das filiais da rede de telefonia. Reprodução/ Tecnoblog

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