Um estudo publicado na revista científica Neurology e realizado por pesquisadores do Barrow Neurological Institute comprovou a correlação entre a poluição atmosférica e o aumento dos casos da doença de Parkinson nos Estados Unidos.
A pesquisa descobriu que lugares com maior concentração de partículas finas suspensas no ar tendem a possuir um maior número de casos de doença de Parkinson.
Cientista da Universidade de Boston realiza estudos sobre Parkinson (Foto: reprodução/Parkinson Disease and Movement Disorders Center)
Explicação científica
De acordo com uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, tais partículas finas, ao serem inaladas, causam uma inflamação no cérebro, que é uma das causas mais comuns do desenvolvimento da doença.
O Parkinson é uma doença que afeta o sistema nervoso dos seres humanos, e é causado pela degeneração e morte dos neurônios da chamada substância negra, região do cérebro responsável pela produção de dopamina, que dentre suas diversas funções, é responsável pela transmissão de impulsos nervosos. Com essa falha, o sistema nervoso entra em uma espécie de “curta-circuito” e gera impulsos involuntários.
Mapa com as cidades mais propensas a terem cidadãos desenvolvendo a doença de Parkinson em vermelho (Mapa: Malu Corecha/Lorena R7)
Doença localizada
O estudo também percebeu a distribuição geográfica da doença no mapa dos Estados Unidos. A região do vale do Mississippi-Ohio e os estados localizados no centro do país possuem maior risco de desenvolver a doença, além dos moradores da Flórida. Por outro lado, as pessoas que habitam no oeste do país, em estados como Califórnia, Nevada e Washington possuem as menores taxas de desenvolvimento da doença.
Embora ainda haja necessidade de se estudar mais as causas, já se sabe que os estados com maior taxa da doença possuem grande tráfego rodoviário ou fazem parte do chamado “Cinturão da Ferrugem”, estados que tiveram um grande crescimento industrial até meados do século XX, mas que atualmente possuem grandes empresas abandonadas e em decomposição, por isso o nome relacionado à deterioração de materiais metálicos. Um dos próximos passos da pesquisa é estudar a composição dessas partículas finas por região para ver se há diferença.
Foto destaque: Fábrica nos Estados Unidos deixa céu praticamente encoberto por poluição. Foto: reprodução/Kevin Schafer/Getty Images