Vacina contra o câncer de pulmão inicia testes em humanos

Vacina preventiva usa tecnologia mRNA para treinar o sistema imune a atacar células anormais e promete abrir caminho para terapias mais eficazes contra tumores

20 nov, 2025
Profissional organiza frascos de vacina | Reprodução/Getty Images Embed/Daniel Duarte
Profissional organiza frascos de vacina | Reprodução/Getty Images Embed/Daniel Duarte

Desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford, a vacina LungVax está em fase pré-clínica e terá os primeiros testes em humanos a partir de 2026. O imunizante usa tecnologia de mRNA para ensinar o sistema imunológico a reconhecer células pré-cancerígenas e foi criado para tentar reduzir a incidência do câncer de pulmão, uma das doenças mais letais do mundo.

A expectativa dos pesquisadores é que a LungVax funcione como uma espécie de “alerta antecipado”, permitindo que o organismo identifique alterações celulares muito antes do desenvolvimento de tumores. Diferente das terapias tradicionais, que atuam após o diagnóstico, a proposta é prevenir o avanço da doença em grupos de maior risco, como fumantes e ex-fumantes. Se os resultados forem positivos, a vacina poderá inaugurar uma nova abordagem de prevenção ao câncer de pulmão e abrir espaço para estudos semelhantes em outros tipos de tumor.

Como funciona a nova vacina

A nova vacina funciona estimulando o sistema imunológico a reconhecer, com antecedência, proteínas associadas ao início do câncer de pulmão. Para isso, utiliza a tecnologia de mRNA, a mesma empregada em vacinas recentes contra outras doenças. Esse material genético carrega instruções para que as células do corpo produzam fragmentos específicos ligados às alterações pré-cancerígenas. Quando o organismo identifica esses fragmentos como estranhos, passa a criar defesas capazes de atacar células que apresentem essas mesmas características no futuro.

O objetivo da LungVax é impedir que essas células anormais tenham tempo de evoluir para tumores mais agressivos, oferecendo uma forma de prevenção inédita para populações de risco. Diferentemente dos tratamentos tradicionais, que combatem o câncer já instalado, a vacina busca agir antes que a doença apareça. Segundo os pesquisadores, essa estratégia pode reduzir significativamente o número de casos ao permitir que o corpo reaja mais rápido às primeiras alterações celulares, abrindo caminho para uma nova geração de imunizações voltadas à prevenção de diferentes tipos de câncer.


O câncer de pulmão registra altos índices de casos em todo o mundo (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Gilles Bassignac)


Por que a pesquisa foca no câncer de pulmão

O câncer de pulmão foi escolhido como foco da pesquisa porque é um dos tipos mais letais e, na maioria das vezes, só é descoberto quando já está avançado. Isso diminui muito as chances de tratamento e torna a doença uma preocupação constante para médicos e especialistas. Além disso, fatores de risco como o hábito de fumar, a poluição e a exposição a substâncias tóxicas fazem com que milhões de pessoas estejam vulneráveis, o que reforça a importância de buscar novas formas de prevenção.

Para os pesquisadores, criar uma vacina capaz de agir antes do aparecimento do tumor pode mudar completamente a forma como essa doença é tratada. Como o câncer de pulmão costuma evoluir de forma silenciosa e quase sem sintomas no início, uma proteção antecipada ajudaria o corpo a reagir mais rápido às primeiras alterações celulares. A escolha desse tipo de câncer também se deve ao impacto que ele causa no mundo todo e à possibilidade de que, no futuro, a mesma tecnologia possa ser usada para prevenir outros tipos de tumor.

Com o avanço das pesquisas, a LungVax surge como uma possível aliada na prevenção do câncer de pulmão. Embora ainda esteja nas etapas iniciais, a nova vacina representa um passo importante rumo a estratégias mais eficazes de proteção e reforça a busca por soluções inovadoras contra a doença.

Mais notícias